DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL. 1) art. 1º, CP : princípio da anterioridade da lei penal e princípío da legalidade ou da reserva legal

Documentos relacionados
Direito Penal. Tentativa. Professor Joerberth Nunes.

Direito Penal. Erro de Tipo, Erro de Proibição e Erro sobre a Pessoa. Professor Joerberth Nunes.

SEFAZ DIREITO PENAL Teoria Geral do Crime Prof. Joerberth Nunes

Série Resumos. Direito Penal Parte Geral FORTIUM. Brasília, DF (81) G971d

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29

Direito Penal. Tipicidade. Professor Adriano Kot.

Direito Penal Material Complementar Prof. Joerberth Nunes

SEFAZ DIREITO PENAL Revisão - Aula 2 Prof. Joerberth Nunes

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s)

Professor Joerberth Nunes Direito Penal

Tempo do Crime. Lugar do Crime

DA NORMA PENAL. Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Turma PRF Normas Penais Princípios norteadores do Direito Penal

Espécies ou critérios classificadores de Infração penal (crimes, delitos e contravenções): a) Critério Tripartido ( França, Espanha)

Teorias da Conduta/Omissão

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Penal Teoria do Crime. Período

DUCTOR ONLINE DIREITO PENAL

2) Consequência principal: sempre exclui o dolo. Obs: Erro mandamental: Recai sobre a posição de garantidor ( omissivo proprio)

STJ ANDRÉ LUíSCALLEGARI TEORIA GERAL DO E DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA. TERCEIRA EDiÇÃO REVISTA E AMPLIADA

Resultado. Conceito: Lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal (Mirabete)

TEORIA JURÍDICA DO DELITO

1. CRIMES QUALIFICADOS OU AGRAVADOS PELO RESULTADO. Art. 19 do CP Agente deve causar pelo menos culposamente.

Capítulo 1 Introdução ao Direito Penal...1

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Tipo Penal. Tipo penal é a conduta descrita como criminosa na lei

Conceito de Erro. Falsa representação da realidade.

FATEB Faculdade de Telêmaco Borba

DA NORMA PENAL. Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Turma PRF Normas Penais Princípios norteadores do Direito Penal

Sumário PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL NORMA PENAL... 33

Tempo do Crime. Lugar do Crime

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19

Direito Penal. Professor Joerberth Nunes.

Direito Penal Promotor de Justiça - 4ª fase

PLANO DE ENSINO. IDENTIFICAÇÃO ANO LETIVO SÉRIE TURNO ª Série Diurno e Noturno NOME DA DISCIPLINA Direito Penal I CARGA HORÁRIA

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO

Tipicidade e Resultado

sumário 1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO TEORIA GERAL DO CRIME...

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19

DIREITO PENAL TEORIA DO CRIME. Prof. Ricardo Antonio Andreucci

DIREITO PENAL Professor: Eduardo Fernandes - Dudu

CURSO: DIREITO NOTURNO - CAMPO BELO SEMESTRE: 2 ANO: 2017 C/H: 67 AULAS: 80 PLANO DE ENSINO

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do direito penal... 19

Direito Penal. Consumação e Tentativa

Direito Penal é o ramo de Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança.

Sumário FUNDAMENTAIS DO DIREITO ... PENAL ...

Direito Penal. Infração Penal: Teoria geral

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA ESTE DOCUMENTO NÃO SUBSTITUI O ORIGINAL

Direito Penal. Teoria do Erro no

Direito Penal Analista - TRF - 4ª fase

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA ESTE DOCUMENTO NÃO SUBSTITUI O ORIGINAL

7.3 Crime doloso Teorias sobre o dolo Espécies de dolo Outras categorias Mais classificações 7.4 Crime culposo 7.4.

ÍNDICE 1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ERRO DO TIPO ERRO DE TIPO ESSENCIAL ERRO DO TIPO ACIDENTAL... 12

Reparação de Dano. A reparação do dano sempre beneficia o agente

Direito Penal. Crime Doloso

Princípio da intervenção mínima Conflito aparente de normas 3.3 Sujeito ativo do crime Sujeito ativo Capacidade penal do

CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 15

DIREITO PENAL MILITAR

PONTO 1: Potencial Consciência da Ilicitude PONTO 2: Exigibilidade de Conduta Diversa PONTO 3: Concurso de Pessoas

TEORIA GERAL DO ERRO NO DIREITO PENAL

CRIME = FT + A + C AULA 16. Vamos agora dar prosseguimento, já que falamos do primeiro elemento que foi

Conceito segundo Raul Eugenio Zaffaroni (Manual de Derecho Penal - Parte Geral.

Super Receita 2013 Direito Penal Teoria Geral do Crime Emerson Castelo Branco

SUMÁRIO I TEORIA GERAL DO DIREITO PENAL

SUMÁRIO ABREVIATURAS... 15

Parte Geral ALEXANDRE ARARIPE MARINHO ANDRÉ GUILHERME TAVARES DE FREITAS. 3. a edição revista, atualizada e ampliada STJ

xii Manual de Direito Penal Mirabete e Fabbrini

Reparação de Dano. A reparação do dano sempre beneficia o agente

Tipo Penal. Tipo penal é a conduta descrita como criminosa na lei

Introdução... 1 ( ) 1. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A 2ª FASE DO EXAME DE ORDEM Orientações específicas... 1

POLÍCIA CIVIL RS. Direito Penal DELEGADO DE POLÍCIA. Prof. Joerberth Nunes

EDUARDO FARIAS DIREITO PENAL

Interpretação e integração da lei penal Interpretação...11

NOÇÕES DE DIREITO PENAL Profº Esp. Rafael Cardoso de Souza

II - RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA. Nexo causal

Teoria geral do crime

ROTEIRO DE ESTUDO DIREITO PENAL : PARTE ESPECIAL. Prof. Joerberth Pinto Nunes. Crimes contra a Administração Pública

TEORIA DO DELITO parte 02

PLANO DE ENSINO. I Identificação. Carga horária 72 horas/aula Créditos 4 Semestre letivo 2º. II Ementário

MANDAMENTOS PARA A APROVAÇÃO CONHEÇA E RESPONDA A PROVA

1 - Conceito de Crime

PLANO DE ENSINO EMENTA

Aula 20. O erro de direito já foi falado e é previsto no art. 35 do Código Penal Militar.

ERRO DE TIPO DIREITO PENAL. Cléber Masson + Rogério Sanches + Rogério Greco.

ÍNDICE SISTEMÁTICO. Nota do Autor. Parte I Prolegômenos. Capítulo I Controle Social Capítulo II O Poder-Dever de Punir

PLANO DE CURSO TEORIA DA NORMA E DO CRIME (CÓD.: ENEX 60112) ETAPA: 2ª TOTAL DE ENCONTROS:

NOTA DO AUTOR 7 ABREVIATURAS 9

A)Dolo direto ou determinado: quando o agente visa certo e determinado resultado.

Conduta. Conceito É a ação ou omissão humana consciente e dirigida a determinado fim (Damásio)

CARGA HORÁRIA SEMANAL: 03 CRÉDITO: 03

NOÇÕES DE DIREITO PENAL NEXO CAUSAL E ITER CRIMINIS

1. TEORIA CONSTITUCIONALISTA DO DELITO FATO TÍPICO

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Conduta. Conceito É a ação ou omissão humana consciente e dirigida a determinado fim (Damásio)

ILICITUDE PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

EU NÃO SONHEI COM O SUCESSO EU TRABALHEI PARA ELE

Sumário COLEÇÃO SINOPSES PARA CONCURSOS GUIA DE LEITURA DA COLEÇÃO PREFÁCIO... 19

A pessoa que possui apenas o desejo de praticar um fato típico. criminosa, motivo pelo qual não são punidos os atos preparatórios do crime.

Transcrição:

Direito Penal ROTEIRO DE ESTUDO Prof. Joerberth Pinto Nunes DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 1) art. 1º, CP : princípio da anterioridade da lei penal e princípío da legalidade ou da reserva legal 2) art. 2º, CP : abolitio criminis e art. 107, III, CP 3) art. 3º, CP : lei excepcional e temporária : princípio da ultra-atividade 4) art. 4º, CP : teoria da ação ou da ativdade 5) art. 6º, CP : teoria mista ou da ubiqüidade 6) art. 5º, CP : princípio da territorialidade 7) art. 7º, I, e par. 1º, CP : princípio da extraterritorialidade incondicionada 8) art. 7º, II, e par. 2º, CP : princípio da extraterritorialidade condicionada 9) art. 7º, par. 3º, CP : princípio da extraterritrialidade condicionada 10) art. 10, CP : contagem de prazo 11) art. 8º, 9º, 11 e 12, CP : leitura 12) art. 7º : princípio da extraterritorialidade; art. 7º, I,CP: a, b, c : princípio real, da defesa ou da proteção; art. 7º, I, d, CP : princípio da justiça universal; art. 7º, II, a, CP : princípio da justiça universal, art. 7º, II, b, CP : princípio da nacionalidade ativa; art. 7º, II, c, CP : princípio da representação; art. 7º, parágrafo 3º, CP : princípio real, da defesa ou da proteção ou personbalidade passiva

TEORIA GERAL DO CRIME 1) Infração Penal : crimes (CP e leis especiais) e contravenções (DL 3688/41) 2) Conceito de crime (analítico) : fato típico + antijurídico + culpável (concepção tripartida); há, contudo, a concepção bipartida, a qual adotamos, sendo crime fato típico e antijurídico, onde a culpabilidade um pressuposto para a aplicação da pena; sujeitos ativo e passivo, objeto jurídico e objeto material do crime; classificação dos crimes :instantâneos, habituais, permanentes, unissubisistentes, plurissubisistentes, etc. 3) Fato Típico : 3.1 - conduta humana voluntária (dolosa ou culposa) : Teorias : causalnaturalística, finalista, social da ação. Causas de exclusão da voluntariedade : coação física irressistível, atos de sonabulismo e atos reflexos. Espécies de dolo : dolo direto ou eventual (dentre outras) Espécies de culpa : consciente (com previsão) ou inconsciente (sem previsão) 3.2 - resultado : teoria naturalística; concepção normativa; classificação : materiais (art. 121, CP), formais (de consumação antecipada ou de consumação por antecipação : art. 316, CP), mera conduta (art. 150, CP) - crimes materiais : o tipo penal prevê um resultado e somente se consuma com sua ocorrência; Ex.: art. 121, CP - crimes formais : o tipo penal prevê um resultado, mas se consuma independente de ocorrência do resultado; Ex.: art. 316, CP - crimes de mera conduta : o tipo penal não prevê nenhum resultado; Ex.: art. 151, CP 3.3 - nexo de causalidade : art. 13, CP : Teoria dos equivalentes causais; art. 13, par. 1º, CP : Teoria da Condicionalidade Adequada : superveniência causal; art. 13, par. 2º, CP; garantidores : nexo normativo 3.4 - tipicidade : art. 18, CP: tipo normal e anormal, aberto e fechado, básico ou derivado; crimes qualificados pelo resultado, entre os quais, o preterdoloso (dolo + culpa : ex.: art. 129,par. 2º, V, CP e art. 129, par. 3º, CP)

4) conduta omissiva (non facere) : crimes omissivos próprios ou puros; impróprios (comissivos por omissão); omissivos por comissão 5) Princípio da insignificância : afasta a tipicidade; Princípio da adequação social : afasta a tipicidade 6) Teoria da tipicidade conglobante : para haver tipicidade, além da previsão em lei (tipicidade legal), deve procurar se não há uma norma que permita a conduta, numa visão harmônica do direito. Tipicidade legal mais tipicidade conglobante é a tipicidade penal. (Eugênio Raul Zaffaroni) 7) crimes dolosos : Teoria da vontade e do Assentimento : art. 18, I, CP 9) crimes culposos : conduta voluntária; resultado involuntário; nexo causal; tipicidade; previsibilidade objetiva (não a previsibilidade subjetiva culpabilidade); ausência de previsão (exceto na culpa consciente); quebra do dever objetivo de cuidado (negligência, imprudência, imperícia) 10) culpa inconsciente (sem previsão) e culpa consciente (com previsão); culpa imprópria ( por extensão ou equiparação erro de tipo inescusável : art. 20, parágrafo 1º, CP) 11) compensação de culpas : não há em nosso direito penal 12) concorrência de culpas : pode haver 13) Tentativa : art. 14, II, CP : o crime não se consuma por motivos alheios à vontade do agente. -imperfeita : o agente não pratica toda a execução do crime. -perfeita ou crime falho : o agente pratica toda a execução, mas não consuma o crime. -branca ou incruenta: a vítima não é atingida -cruenta : a vítima é atingida. não admitem : infrações culposas; preterdolosas; contravenções penais; crimes omissivos próprios; habituais; crimes em que a lei pune somente o resultado (art.

122, CP); crimes em que a lei equipara a tentativa a delito consumado (art. 352, CP). Em tese, cabe tentativa nos crimes unissubsistentes e crimes formais 14) desistência voluntária e arrependimento eficaz : espécies de tentativa abandonada ou qualificada : art. 15, CP : o agente desiste voluntariamente do crime ou impede a produção do resultado. 15) arrependimento posterior : art. 16, CP.É causa de diminuição de pena. (ver regra especial do art. 312, parágrafo 3ª, CP, a qual não é arrependimento posterior, mas espécie de reparação de dano) 16) crime impossível : art. 17, CP : não se pune sequer a tentativa; Teoria objetiva temperada; Súmula 145 do STF 17) - erro de tipo : art. 20, CP : caput : erro de tipo incriminador; parágrafo 1º : erro de tipo permissivo - erro de proibição : art. 21, CP 18) antijuridicidade (ilicitude) : art. 23, CP : causas de exclusão e supralegais; consentimento do ofendido : -elementar objetivo do tipo penal : art. 126, CP; - excludente do tipo : art. 164, CP; -excludente de ilicitude : art. 163, CP 19) culpabilidade : imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa. - Causas de exclusão : art. 27, 26, 28, par. 1º, 22, 21, primeira parte, CP. 20) art. 20, parágrafo 3º, CP : erro sobre a pessoa (diferenciar do erro na execução, previsto no art. 73, CP) ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO É a falsa percepção da realidade, seja quanto a elementos do tipo erro de tipo-, seja quanto à ilicitude da ação erro de proibição. ERRO DE TIPO INCRIMINADOR : art. 20, caput, CP : o agente ERRA sobre elementos objetivos do tipo penal. Neste caso, resta excluído o DOLO (tipicidade do crime doloso), contudo, pode ser responsabilizado pelo crime na forma CULPOSA, uma vez previsto na lei (tipicidade). Assim, caso haja a previsão deste crime na forma culposa,

deve-se verificar se o ERRO é ESCUSÁVEL (INEVITÁVEL) ou INESCUSÁVEL (EVITÁVEL). Se o ERRO for INEVITÁVEL, o agente não responderá pela forma culposa, ou seja, não haverá o crime. Já se o ERRO for EVITÁVEL, uma vez previsto na forma culposa, responderá o agente pelo crime CULPOSO. Ex.: Uma pessoa age desreipeitosamente em relação a outro sem saber que se tratava de um funcionário público no exercício da suas funções. O agente ERROU sobre o elemento do tipo penal do art. 331, CP, qual seja, funcionário público. Aplica-se o art. 20, caput, CP, nos termos do acima exposto. ERRO DE TIPO PERMISSIVO : art. 20, par. 1º, CP. É sinônimo de DESCRMINANTE PUTATIVA ou DESCIMINANTE PUTATIVA POR ERRO DE TIPO. Parte da doutrina, o considera um ERRO DE PROIBIÇÃO. Possui um tratamento legal parecido com o ERRO DE TIPO INCRIMINADOR, mas possui conseqüência semelhante ao ERRO DE PROIBIÇÃO (art. 21, CP). Neste caso, o agente ERRA sobre a existência dos pressupostos fáticos de uma causa de exclusão de ilicitude (antijuridicidade). Assim, resta a afastada a CULPABILIDADE DOLOSA, (não responderá pelo crime na forma dolosa), se o ERRO é EVITÁVEL. Mas responderá na forma culposa, se prevista esta modalidade na lei (tipicidade), a não ser que seja o ERRO seja inevitável, caso em que restará excluída, ainda, a CULPA (crime na forma culposa) e não responderá pelo crime. Ex.: O agente é abordado por um amigo seu, devidamente disfarçado, o qual simula tratarse de um assalto. Assim, diante da situação, supondo estar em legítima defesa, saca de uma faca que possui na cintura e reage, vindo por matar o suposto assaltante. Aplica-se a regra do art. 20, par. 1º, CP. O agente achou que estavam presentes os pressupostos da legítima defesa. (legítima defesa putativa) ERRO DE PROIBIÇÃO : art. 21, CP. O agente ERRA quanto ao conteúdo da norma, ou seja, quanto à ilicitude do fato. O agente sabe exatamente o que está fazendo, não se enganando sobre a realidade fática. Neste caso, sendo o ERRO INEVITÁVEL, resta o agente isento de pena. (exclui culpabildade). Contudo, sendo o ERRO EVITÁVEL, somente haverá uma REDUÇÃO DA PENA. A doutrina divide em ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO E INDIRETO. No ERRO DE PROBIÇÃO DIRETO, o agente ERRA sobre a norma proibitiva. O agente, por interpretar mal a norma, acha que está cometendo uma conduta permitida. Aplica-se o art. 21, CP. Mas, em contrapartida, se o agente ERRA sobre a EXISTÊNCIA de uma norma pemissiva de conduta ou sobre os limites desta, há o ERRO DE PROBIIÇÃO INDIRETO (diferente do ERRO DE TIPO PERMISSIVO). É chamado por parte da doutrina de ERRO DE PERMISSÃO. Recai o art. 21, CP nesta hipótese. Ex.: supondo que estejamos em grande discussão no país sobre a legalização da eutanásia, sendo por um meio de comunicação é divulgado erroneamente que tal foi aprovada. Um leitor, apressado, estando com um parente em situação de desengano, apressa sua morte. Aplica-se o art. 21, CP. Aí, é de verificar-se se o erro era inevitável ou evitável.

ERRO SOBRE A PESSOA : art. 20, par. 3º, CP. O agente quer cometer o crime contra uma pessoa e comete contra outra, achando tratar-se de quem queria de fato. Responderá como se tivesse acertado contra quem queria. Ex.: O agente quer matar a esposa, porém mata a prima desta, achando que fosse sua esposa. Responderá como se tivesse acertado a esposa, incidindo a circunstância agravante do art. 61, II, CP. OBS.: NÃO CONFUNDIR COM ERRO NA EXECUÇÃO DO ART. 73, CP, onde o agente erra não quanto à pessoa, mas quanto a um erro de fato na execução do crime. A pessoa atira em outra e acerta um terceiro. Responde como se tivesse acertado quem de fato desejava. (art. 73, CP)