E SCOLA SECUNDÁRIA COM 3º C ICLO DO E NSINO BÁSICO DE P ORTO DE M ÓS



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Transcrição:

E SCOLA SECUNDÁRIA COM 3º C ICLO DO E NSINO BÁSICO DE P ORTO DE M ÓS Datas da visita: 17 a 18 de Abril de 2008

I Introdução A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação préescolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu trabalho. Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação de acolher e dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da Escola Secundária com 3º Ciclo de Porto de Mós, realizada pela equipa de avaliação que visitou esta Unidade de Gestão entre os dias 17 e 18 de Abril de 2008. Os capítulos do relatório caracterização da unidade de gestão, conclusões da avaliação por domínio, avaliação por factor e considerações finais decorrem da análise dos documentos fundamentais da Unidade de Gestão, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel. Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para a Escola, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação. O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pela Escola, será oportunamente disponibilizado no sítio internet da IGE (www.ige.min-edu.pt). Escala de avaliação utilizada Níveis de classificação dos cinco domínios na Unidade de Gestão Muito Bom Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos. Bom Revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos. Suficiente Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da Unidade de Gestão. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos. Insuficiente Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. Não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos. 2

II Caracterização da Escola A localiza-se na vila de Porto de Mós, sede de concelho com o mesmo nome. As suas instalações e equipamentos adequam-se, em geral, à especificidade dos cursos ministrados e à frequência escolar, embora existam alguns problemas de conservação, especialmente no que se refere à pintura exterior dos edifícios. A Escola dispõe de laboratórios de Biologia, Física, Química e Electricidade, dois campos de jogos e um pavilhão gimnodesportivo. As tecnologias de informação e comunicação estão presentes enquanto recurso das actividades pedagógicas e administrativas, incluindo, designadamente, duas salas de Informática e um conjunto considerável de meios fixos e portáteis, bem como redes internas de acesso à internet. No presente ano lectivo, no período diurno, a Escola acolhe 747 alunos (34 turmas). No ensino básico funcionam 16 turmas do 3º ciclo regular (367 alunos) e 4 turmas dos percursos curriculares alternativos (51 alunos). No ensino secundário, estão em funcionamento 11 turmas dos cursos de Ciências e Tecnologias, Ciências Sociais e Tecnológico de Administração (282 alunos), 1 turma do curso profissional de Técnico de Apoio à Infância (18 alunos) e 1 turma dos curso de educação e formação de Empregado Comercial nível 3 (19 alunos). São ministrados, também, os cursos de educação e formação de Jardinagem e Espaços Verdes nível 2 (10 alunos) e de Empregado Comercial nível 3 (19 alunos). No período nocturno é ministrado o ensino secundário recorrente, que conta com um total de 42 alunos. O corpo docente é constituído por 97 professores, sendo estável e experiente: 68,0% pertence a quadros de escola, 20,0% a quadros de zona pedagógica e os restantes são contratados, sendo que 88,0% dos profissionais tem mais de 4 anos de experiência. O pessoal não docente, num total de 39 funcionários, é composto por 1 psicólogo, 12 administrativos, 23 auxiliares de acção educativa, 2 guardas-nocturnos e 1 cozinheiro. Ao serviço da Escola estão, também, 4 trabalhadores dos planos ocupacionais do Centro de Emprego. Relativamente aos encarregados de educação, assinala-se que 76,3% possui uma escolarização igual ou inferior ao 3º ciclo. Os grupos profissionais dominantes são os de Operário, Artífices e Trabalhadores Similares e de Pessoal dos Serviços e Vendedores. Destaca-se que 16,4% dos encarregados de educação se insere na categoria Sem profissão e que 22,8% dos alunos se encontra abrangido pelo apoio da acção social escolar. No que se refere à utilização das tecnologias de informação e comunicação pelos discentes, verifica-se que 69,1% possui computador e, de entre estes, 65,5% tem internet em casa. III Conclusões da avaliação por domínio 1. Resultados Bom A Escola organiza diversos elementos relativos ao desempenho académico dos alunos. A análise dos resultados da avaliação interna é realizada, sistematicamente, no Conselho Pedagógico e nos departamentos/grupos disciplinares e tem determinado a adopção de algumas estratégias. Porém, em alguns casos, não é evidente o seu impacto na melhoria dos resultados dos alunos. Por outro lado, a reflexão sobre os resultados dos exames nacionais e a sua comparação com os de outras escolas sociologicamente semelhantes não constituem uma prática organizacional, com carácter sistemático. No 3º ciclo, no último triénio, as taxas de transição/conclusão decresceram, de 2004/05 para 2006/07, nos 7º e 9º anos de escolaridade, respectivamente 5,7% e 11,5%, enquanto que aumentaram 5,7% no 8º ano. Quanto aos exames nacionais do 9º ano, nas disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática, verificou-se que, no mesmo período de tempo, os resultados melhoraram 3,0% em Língua Portuguesa (de 84,7%, em 2004/05, para 87,7% em 2006/07), ao contrário do que aconteceu em Matemática, onde se assinalou um decréscimo significativo de 41,8% (de 70,1%, em 2004/05, para 28,3% em 2006/07). No que diz respeito ao ensino secundário, as taxas de transição/conclusão melhoraram no mesmo triénio, em todos os anos de escolaridade, tendo aumentado, de 2004/05 para 2006/07, em 21,1% no 10º ano, em 2,1% no 11º ano e em 17,8% no 12º ano. A comparação dos resultados de 2006/07 com os referentes nacionais mostra que a Escola se posiciona claramente acima desses valores de referência nos três anos de escolaridade (mais 4,9% no 10º ano, 8,4% no 11º ano e 20% no 12º ano). Nos exames nacionais do ensino secundário, no mesmo triénio, as classificações médias foram insatisfatórias, apesar de uma evolução positiva de 1,6 valores registada em Matemática (de 8,4 para 10,0 valores). Em Português houve um decréscimo de 1,8 valores (de 13,4 para 11,6 valores), de 3 décimas na Física e Química A (de 7,8 para 7,5 valores) e de 7 décimas em Biologia e Geologia (de 10,0 para 9,3 valores). Quanto à taxa de abandono escolar, em 2006/07, foi de 0,7% no 3º ciclo e de 1,8% no ensino secundário. A Escola promove, de forma coerente e sistemática, o desenvolvimento cívico dos alunos, principalmente através de actividades organizadas no âmbito da Área de Projecto e da Formação Cívica, do estímulo à participação nos órgãos e nas estruturas escolares e da atribuição de responsabilidades concretas, bem como do seu envolvimento 3

em muitas iniciativas, bem estruturadas, de enriquecimento e complemento curricular. São desenvolvidas variadas acções que estimulam e valorizam as aprendizagens, contribuindo para elevar as expectativas e a satisfação da comunidade. Os alunos revelam condutas disciplinadas e respeitadoras das regras estabelecidas. A estratégia da Escola, neste campo, passa por medidas preventivas e de acompanhamento dos alunos, em articulação com as famílias e, quando necessário, com entidades externas. 2. Prestação do serviço educativo Bom Os departamentos/grupos disciplinares tratam os aspectos essenciais da gestão do currículo, procedendo ao planeamento das actividades de ensino, à definição de critérios de avaliação das aprendizagens e à análise dos resultados alcançados, assegurando, de um modo geral, a coordenação das equipas docentes. Porém, não existe uma prática generalizada de definição de metas de sucesso académico, por forma a orientar os profissionais para os resultados. A sequencialidade das aprendizagens é prosseguida através da avaliação diagnóstica inicial e do levantamento das competências menos exploradas e desenvolvidas pelos alunos, que são tidas em conta na planificação do ano seguinte. No entanto, por regra, não há interacção departamental, consistente e sistemática, entre professores das várias disciplinas ou com a escola do 2º ciclo de origem dos alunos, no sentido de promover a articulação e sequencialidade das aprendizagens. As actividades de ensino são planificadas pelos professores, tendo em consideração as orientações gerais estabelecidas e as especificidades das turmas. Porém, não são desenvolvidas práticas sistemáticas de supervisão das actividades lectivas em contexto de sala de aula. A confiança na avaliação interna é prosseguida através de algumas medidas, mas, em certas disciplinas, verificamse desvios expressivos entre as classificações internas e as obtidas nos exames nacionais. O Plano de Acção para a Matemática, sob a liderança do respectivo coordenador, tem tido um impacto positivo nos resultados desta disciplina nos 7º e 8º anos. A coordenação das equipas de docentes por turma é bem conseguida, sendo de destacar o trabalho cuidado dos coordenadores de directores de turma na orientação e no apoio às acções dos conselhos de turma. A actividade da psicóloga é programada e coerente, assegurando a orientação escolar e profissional dos alunos e apoiando-os, bem como às famílias, na transição entre ciclos de ensino e na escolha de cursos. A Escola sinaliza e enquadra adequadamente as necessidades de diferenciação pedagógica dos alunos com dificuldades de aprendizagem e com necessidades educativas especiais, bem como dos oriundos do estrangeiro, investindo na organização de diferentes modalidades de apoio direccionadas às áreas de menor sucesso. As medidas de apoio são objecto de avaliação, tendo-se apenas registado um sucesso de 72,2% em relação aos alunos que foram objecto de planos de recuperação. A Escola tem uma oferta educativa diversificada, através da qual, conjugando as componentes curriculares e as de enriquecimento e complemento curricular, são consistentemente trabalhadas as diferentes dimensões da aprendizagem. 3. Organização e gestão escolar Bom As actividades essenciais do ciclo anual da gestão escolar são asseguradas pelo Conselho Executivo, tendo em conta os objectivos e as orientações expressas nos documentos de planeamento estratégico da Escola. A discussão e a revisão destes documentos são realizadas nos órgãos escolares, de modo participado pela comunidade. O plano anual de actividades integra propostas das diversas estruturas, com excepção da Associação de Pais. O Conselho Executivo conhece as competências dos profissionais e realiza uma ponderada gestão dos recursos humanos, de acordo com as necessidades e os critérios estabelecidos. São organizadas algumas iniciativas de formação interna, sobretudo na área das tecnologias de informação e comunicação. Os serviços de apoio escolar funcionam correctamente, respondendo às necessidades dos utentes. Os recursos materiais são bem geridos, sendo a segurança dos utentes objecto de acções preventivas regulares. As receitas próprias são muito significativas e têm sido investidas, sobretudo, na aquisição de equipamentos didácticos e em acções de conservação dos imóveis. A gestão dos recursos materiais e financeiros e os investimentos realizados têm tido impacto na melhoria das condições de prestação do serviço educativo. A Escola definiu a promoção da participação dos pais como um dos seus objectivos estratégicos e desenvolve diversas acções consistentes neste campo. No entanto, a comunicação com estes elementos, ao nível da divulgação de actividades e dos resultados globais, bem como do convite à participação em eventos escolares, revela algumas fragilidades que podem afectar os objectivos traçados. Ainda assim, é significativa a adesão dos encarregados de educação a algumas iniciativas. 4

A acção dos profissionais pauta-se por princípios de equidade e justiça, denotando atenção aos problemas da aprendizagem e de inclusão escolar. 4. Liderança Bom Os responsáveis escolares definiram os objectivos estratégicos da Escola, para o triénio de 2006/07 a 2008/09, e identificaram as estratégias/acções gerais a seguir. Porém, não é claro o ponto de partida relativamente aos objectivos traçados, nem foram estabelecidas metas quantificadas de modo a orientar os profissionais para os resultados e a monitorizar, com mais consistência, os progressos que vão sendo alcançados. A acção do Conselho Executivo enquadra-se nos objectivos da Escola, mas não é sustentada num plano próprio que explicite, hierarquize e calendarize as respectivas actividades. A oferta educativa é objecto de discussão nos órgãos escolares, sendo determinada por critérios adequados face aos meios disponíveis e às necessidades identificadas. Os titulares dos órgãos e das estruturas escolares conhecem as suas áreas de actuação e mostram-se, em geral, empenhados na melhoria do serviço educativo. Os responsáveis pela área da Matemática e pela Biblioteca Escolar definiram uma estratégia clara de melhoria e acompanham os progressos que vão sendo alcançados. O Conselho Executivo promove a articulação entre os órgãos e as estruturas internas, no respeito pelo princípio da subsidiariedade, procurando a conjugação de esforços na resolução de problemas. A Assembleia aprecia os documentos estratégicos da Escola, não tendo, no entanto, uma prática de acompanhamento dos resultados académicos dos alunos. As lideranças intermédias, ao nível dos departamentos, não desenvolvem um trabalho, consistente e sistemático, no âmbito da articulação e da sequencialidade das aprendizagens, bem como da supervisão das actividades lectivas em contexto de sala de aula. A abertura à inovação traduz-se no desenvolvimento de várias iniciativas de melhoria e na adesão a alguns projectos, com impacto, especialmente, na melhoria da comunicação interna e dos meios didácticos ao serviço do processo de ensino e aprendizagem. As parcerias e os protocolos estabelecidos são significativos, visando, em especial, a concretização das componentes práticas dos cursos de cariz profissionalizante, o apoio técnico e a captação de recursos. Esta cooperação institucional tem tido impacto em múltiplas áreas da actividade escolar, beneficiando, particularmente, a ligação do ensino e da aprendizagem ao mundo do trabalho. 5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola Suficiente A Escola desenvolve procedimentos de avaliação em diversas áreas (resultados escolares, desempenho de cargos e satisfação dos utentes), os quais, no caso dos resultados da avaliação interna dos alunos, demonstram organização e sistematicidade. Estas actividades avaliativas conduziram à identificação de fragilidades organizacionais e à adopção de algumas decisões de melhoria, designadamente no campo do sucesso académico e da prevenção do abandono. Todavia, algumas dimensões do trabalho institucional não são, ainda, avaliadas de forma consistente e, também, não é realizada uma síntese que, partindo dos dados da avaliação de cada actividade ou serviço, formule juízos globais de desempenho escolar, facilitadores da discussão e da divulgação de resultados junto da comunidade. Acresce que não foi estabelecido um modelo de auto-avaliação abrangente, que permita à Escola ter uma visão dos seus pontos fortes e fracos e delinear um plano global de melhoria. O progresso da Escola assenta, particularmente, na dinâmica dos responsáveis por algumas estruturas e projectos, na boa gestão de recursos e na rede de parcerias estabelecida, bem como na abertura à inovação. Contudo, a pouca relevância conferida pelos departamentos à articulação entre as diversas disciplinas e à monitorização das práticas lectivas em contexto de sala de aula, a ausência de referenciais de acção relativamente aos objectivos do projecto educativo, bem como a falta de um modelo abrangente de auto-avaliação, podem afectar o desenvolvimento sustentado da Escola. IV Avaliação por factor 1. Resultados 1.1 Sucesso académico A Escola dispõe de alguns elementos organizados relativos ao desempenho académico dos alunos nos últimos anos, nomeadamente resultados da avaliação periódica por turma/ano/disciplina e taxas de transição/conclusão por ano de escolaridade, bem como estabelece comparações entre as classificações internas com as obtidas nos exames nacionais. 5

Os resultados da avaliação interna são analisados, sistematicamente, no Conselho Pedagógico e nos departamentos/grupos disciplinares. A comparação do desempenho académico com o de outras escolas com características semelhantes não constitui uma prática instituída. A análise do sucesso académico tem tido impacto na adopção de algumas estratégias de melhoria, como o desenvolvimento do Plano de Acção para a Matemática, a criação, no âmbito da oferta da escola, de Técnicas de Leitura e Escrita e de Técnicas de Cálculo e Raciocínio, bem como a implementação de modalidades diversificadas de apoio. No 3º ciclo, no último triénio, as taxas de transição/conclusão decresceram nos 7º e 9º anos, respectivamente de 88,7% (2004/05) para 83,0% (2006/07) e de 90,5% (2004/05) para 79,0% (2006/07). Contrariamente, neste período, o 8º ano melhorou neste indicador, que passou dos 89,1% para 94,8%. Comparando estes resultados de 2006/07 com os referentes nacionais, verifica-se que a Escola se posiciona acima nos 7º e 8º anos (respectivamente 3,6% e 8,9%) e ligeiramente abaixo no caso do 9º ano (0,8%). Nos exames nacionais do 9º ano, os resultados melhoraram na disciplina de Língua Portuguesa, passando de 84,7% de positivas, em 2004/05, para 87,7% em 2006/07, ao passo que, na Matemática, pioraram significativamente, de 70,1%, em 2004/05, para 28,3% em 2006/07. Tomando como referência o desempenho em 2006/07, os resultados alcançados pela Escola estão ligeiramente abaixo dos referentes nacionais (Língua Portuguesa: Escola 87,7%/nacional 88,0%; Matemática: Escola 28,3%/nacional 29,0%). Quanto ao ensino secundário, ainda no triénio de 2004/05 a 2006/07, as taxas de transição/conclusão melhoraram significativamente: no 10º ano, passaram de 64,3% para 85,4%; no 11º ano, de 90,4% para 92,5%; no 12º ano, de 65,5% para 83,3%. Comparando estes resultados de 2006/07 com os referentes nacionais, verifica-se que a Escola se posiciona claramente acima nos três anos de escolaridadade (mais 4,9% no 10º ano, 8,4% no 11º ano e 20% no 12º ano). A análise dos resultados nos exames nacionais mostra que, no mesmo período, o desempenho da Escola tem vindo a melhorar na Matemática, correspondendo a uma evolução da classificação (média) de exame de 8,4 valores para 10,0 valores (contra 6,9 e 9,4 a nível nacional), acompanhada de um decréscimo do desvio, entre a classificação interna final (CIF) e a classificação obtida no exame (CE), de 2,3 para 0,1. Em Português, pelo contrário, a classificação de exame decresceu de 13,4 para 11,6 valores (11,1 para 10,8 a nível nacional), embora se tenha reduzido a diferença entre CIF-CE (de 1,4 para 0,9 valores). Na Física e Química A, no biénio 2005/06 a 2006/07, a classificação de exame decresceu ligeiramente de 7,8 para 7,5 valores (7,4 para 7,2 a nível nacional), mantendo um expressivo desvio CIF-CE, respectivamente, de 4,8 e 4,3 valores. Do mesmo modo, na Biologia e Geologia, a classificação de exame baixou de 10,0 para 9,3 valores (9,7 para 9,1 a nível nacional), superando os resultados nacionais, embora, com um acentuado desvio CIF-CE, situado em 4,4 e 3,8 valores, no mesmo período temporal. Em 2006/07 o abandono escolar no 3º ciclo situou-se em 0,7 %, ao passo que no ensino secundário foi de 1,8 %. 1.2 Participação e desenvolvimento cívico A participação e o desenvolvimento cívico dos alunos constituem-se como dimensões educativas consistentemente estimuladas pela Escola. Na disciplina de Área de Projecto verifica-se uma dinâmica assinalável de participação e autonomia dos alunos, no quadro de temáticas como Uma vida com diabetes e Uma assinatura por Darfur, entre outras. Do mesmo modo, a disciplina de Formação Cívica do 3º ciclo constitui um espaço privilegiado de desenvolvimento da cidadania pela abordagem de temas como, por exemplo, Direitos e Deveres na Turma e Educação para a Política. Muitas outras iniciativas bem estruturadas, como o Cabaz de Solidariedade ou o debate Nem Muito Simples, nem Demasiado Complicado, contribuem igualmente para o desenvolvimento sistemático dessas valências educativas. A Associação de Estudantes gere um espaço próprio, apresenta as suas propostas para o plano anual de actividades da Escola e participa, regularmente, nos trabalhos da Assembleia. Os representantes dos alunos são convocados e participam nos trabalhos do Conselho Pedagógico e dos conselhos de turma intercalares, reunindo, quando necessário, com o Conselho Executivo para debater variados assuntos. Também, noutros casos, são atribuídas responsabilidades concretas aos alunos, designadamente no apoio à Biblioteca Escolar (como monitores) e na recepção às turmas dos 4º e 6º anos durante as Jornada Culturais. 1.3 Comportamento e disciplina Os alunos apresentam um comportamento disciplinado e respeitador das regras internas, não existindo casos de violência, em parte fruto da acção preventiva da Escola que, quando necessário, recorre a uma colaboração mais estreita com os encarregados de educação, ao acompanhamento dos alunos pelos serviços de psicologia e à interacção com os agentes da Escola Segura e com a Comissão de Protecção de Menores. Os docentes e demais funcionários cooperam na vigilância das normas e velam pelo respectivo cumprimento, sendo a autoridade dos 6

profissionais reconhecida pelos alunos. Os programas de tutoria constituem, também, uma resposta para melhorar a integração escolar dos jovens e baixar a conflitualidade. O cumprimento das regras de disciplina traduz-se num ambiente educativo marcado pelo bom relacionamento entre alunos, professores e pessoal não docente, e onde, por regra, as situações mais problemáticas são resolvidas pelo diálogo e a advertência. A assiduidade e a pontualidade são valores presentes na acção educativa, estando consignados nos parâmetros da avaliação das aprendizagens 1.4 Valorização e impacto das aprendizagens A Escola desenvolve um conjunto variado de actividades que estimulam e valorizam as aprendizagens dos alunos, contribuindo para elevar as expectativas e os níveis de satisfação da comunidade. Por exemplo, nas Jornadas Culturais são dadas a conhecer as instalações, os recursos e as actividades escolares às turmas dos 4º e 6º anos; nas actividades da Área de Projecto são desenvolvidos temas como Aqui há talento ; são afixados os resultados das Olimpíadas de Matemática e de Física e divulgados os Desafios Matemáticos no jornal escolar; são realizadas exposições de trabalhos artísticos dos alunos e efectuadas actividades práticas nos Laboratórios abertos de Biologia e de Matemática. Neste campo, é de referir, também, a divulgação de algumas iniciativas junto da comunidade, em especial através do jornal Janela Aberta, e a atribuição de diplomas de participação em clubes. O regulamento do Quadro de excelência foi recentemente aprovado em Conselho Pedagógico e institui a distinção dos alunos com melhor desempenho. Alguns aspectos do impacto das aprendizagens escolares, como a recolha de elementos caracterizadores do percurso dos alunos após a saída da Escola (p. ex., níveis de empregabilidade) ou a divulgação dos resultados académicos, não são usados, estrategicamente, como reforço das expectativas e da satisfação da comunidade. 2. Prestação do serviço educativo 2.1 Articulação e sequencialidade A articulação e a coordenação intra-departamental processam-se, fundamentalmente, através de reuniões de departamento/grupo disciplinar, onde as equipas docentes de cada disciplina programam as actividades, elaboram as planificações didácticas por ano de escolaridade, procedem à definição de critérios de avaliação e de correcção dos testes, analisando também, regularmente, os resultados da avaliação dos alunos. O trabalho destas estruturas inclui, ainda, a produção colectiva de alguns materiais de apoio ao ensino e à aprendizagem (p. ex., para o Laboratório da Matemática e para aulas de substituição), a preparação de experiências e o balanço das actividades desenvolvidas (p. ex., cumprimento de programas e apoios pedagógicos). Com excepção da disciplina de Matemática do 3º ciclo, não existe uma prática departamental de definição de metas de sucesso académico, de modo a que os docentes tenham referenciais de acção e possam acompanhar e avaliar a convergência dos resultados. A sequencialidade das aprendizagens entre anos de escolaridade e níveis de ensino é prosseguida através de uma prática de avaliação diagnóstica inicial em várias disciplinas. Também, no final do ano lectivo, é realizado o levantamento das competências menos exploradas e desenvolvidas em cada turma, que são tidas em conta na planificação e no projecto curricular de turma do ano seguinte. No entanto, não há evidências de interacção departamental, consistente e sistemática, entre professores das diversas disciplinas, ou com as escolas do 2º ciclo de origem dos alunos, no sentido de promover a articulação e a sequencialidade das aprendizagens, sendo mais ao nível dos conselhos de turma do 3º ciclo (elaboração dos projectos curriculares) que esta interligação se processa. A psicóloga desenvolve um trabalho programado e coerente de orientação escolar e profissional, que inclui a organização de sessões informativas sobre exames e acesso ao ensino superior. Acompanha, também, a realização das matrículas, prestando apoio às famílias e aos alunos, e intervém no processo de encaminhamento dos discentes para as diferentes opções formativas, tais como cursos de educação e formação e cursos profissionais, de forma articulada com os directores de turma e os encarregados de educação. 2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula Os professores planificam as actividades de ensino e aprendizagem, tendo em consideração as orientações gerais estabelecidas (no projecto curricular de Escola, nos departamentos curriculares e no conselho de directores de turma), adequando-as às turmas e dando conta, regularmente, nos respectivos grupos disciplinares e nos conselhos de turma, do balanço do trabalho desenvolvido. 7

Não existem práticas sistemáticas de supervisão das actividades lectivas em contexto de sala de aula. O trabalho realizado, a este nível, processa-se apenas através do trabalho colaborativo de planeamento, da definição de critérios de avaliação e do controlo do cumprimento dos programas. O desenvolvimento do Plano de Acção para a Matemática, impulsionado pelo respectivo coordenador, tem permitido uma intervenção na sala de aula nesta disciplina, através de assessorias em todas as turmas, bem como de apoios individualizados, criando aos docentes momentos de trabalho e de reflexão conjuntos sobre as aprendizagens dos alunos. Estas estratégias tiveram um impacto na evolução, de 2005/06 para 2006/07, dos resultados da avaliação interna nos 7º e 8º anos (7º ano: 78,5% de classificações positivas em 2005/06 e 83,5% em 2006/07; 8º ano: 82,8% em 2005/06 e 85,7% em 2006/07). A coordenação das equipas de docentes por turma é realizada nos respectivos conselhos de início do ano e nas reuniões intercalares e de final de período, sendo de destacar o trabalho, consistente e sistemático, desenvolvido pelos coordenadores de directores de turma, em particular, através da definição de orientações detalhadas (p. ex., organização dos processos individuais dos alunos, elaboração e avaliação dos projectos curriculares de turma, estratégias de recuperação educativa e agendas de trabalho das reuniões de avaliação). As equipas pedagógicas apreciam e debatem, sistematicamente, os aspectos ligados à caracterização e à integração dos alunos, à definição de critérios de actuação comuns, à programação de actividades e ao acompanhamento e à avaliação da sua execução. Procedem, também, ao levantamento das situações de risco de abandono escolar (através da aplicação de um formulário), assegurando, neste campo, a articulação com a interlocutora para o abandono escolar e os serviços de psicologia. A confiança na avaliação interna é prosseguida através da explicitação dos critérios internos de progressão/retenção e de avaliação em cada disciplina, da aplicação de testes intermédios (Matemática, Biologia e Física e Química) e outras provas nacionais (exames de anos anteriores), bem como da auto-avaliação dos alunos. 2.3 Diferenciação e apoios As necessidades de diferenciação são identificadas pelos professores e analisadas nos conselhos de turma, onde são elaborados os planos de recuperação e de acompanhamento e se procede à sinalização dos alunos com perfil para integrarem cursos de educação e formação ou turmas de percursos curriculares alternativos. Os programas educativos dos alunos com necessidades educativas especiais (cerca de 14% da população escolar) são definidos pelos conselhos de turma, em articulação com os serviços especializados de apoio educativo. A psicóloga participa nestas reuniões, prestando apoio e facultando documentação relativa a metodologias de trabalho específicas. Os alunos oriundos do estrangeiro representam cerca de 6% da população escolar do 3º ciclo, sendo a sua integração bem conseguida, através do apoio específico a Língua Portuguesa e da participação em projectos que permitem a partilha das tradições do seu país de origem, em particular na Área de Projecto. O apoio aos alunos mobiliza várias estruturas e equipas de professores, compreendendo apoios individualizados (situações de dislexia), currículos alternativos, aulas de recuperação no ensino básico (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Físico-Químicas, Inglês e Francês) e programas de tutoria (alunos do 3º ciclo com retenção repetida) e oficinas de apoio no ensino secundário (Português, Matemática, Físico-Química e Inglês), para além das acções específicas do Plano de Acção para a Matemática. No 3º ciclo, 25% dos discentes frequenta aulas de recuperação a Língua Portuguesa, 23% a Matemática e 22% a Inglês. A execução das medidas de apoio é objecto de relatório individual (p. ex., relatório de tutoria) e é avaliada globalmente (relatório dos planos de recuperação, de acompanhamento e de desenvolvimento). A eficácia dos apoios, no ano lectivo de 2006/07, traduziu-se apenas na transição de 72,2% dos alunos a quem foram aplicados planos de recuperação. 2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem A oferta educativa responde às necessidades dos alunos/adultos e enquadra-se, na generalidade, nas características do tecido económico da região. A abertura do curso profissional de Técnico de Apoio à Infância, bem como dos cursos de educação e formação de Empregado Comercial e de Jardinagem e Espaços Verdes, criou novas expectativas e oportunidades de formação, constituindo, também, uma resposta estruturada e eficaz ao problema do abandono escolar. Muitos dos projectos/actividades desenvolvidos estimulam, de modo consistente, o reforço das competências dos alunos, nomeadamente nos domínios académico, artístico e sócio-afectivo, (p. ex., identificar estruturas arquitectónicas locais onde apareçam sólidos de revolução). De entre estas iniciativas, poderão enumerar-se a participação da Escola nas Olimpíadas de Física e de Matemática, no Desporto Escolar e no Parlamento dos Jovens, as acções de educação para a saúde (p. ex., Sexualidades no Masculino e no Feminino), o jornal escolar e o Pensar Indústria, para além de vários clubes (p. ex., Artes e Teatro). 8

As actividades experimentais e o desenvolvimento de saberes práticos são explorados, frequentemente, em contexto laboratorial e nas componentes teórico-práticas dos cursos de cariz profissionalizante, fomentando nos alunos uma atitude positiva face à aprendizagem das ciências e das actividades profissionais, reflectida, por exemplo, na significativa adesão dos discentes ao Clube das Ciências (dinamizado pelo grupo de Ciências Naturais/Biologia). 3. Organização e gestão escolar 3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade O Conselho Executivo programa as actividades essenciais do ciclo anual da gestão (p. ex., distribuição de serviço, elaboração dos horários, actividades de substituição e avaliações de final de período), tendo em conta os objectivos e as opções estabelecidos no projecto educativo e no projecto curricular da Escola, bem como os critérios fixados no regulamento interno. A título de exemplo, refira-se: o meio tempo de escola, previsto na matriz curricular do 3º ciclo, foi investido na criação das disciplinas de Técnicas de Leitura e Escrita (7º ano) e de Técnicas de Cálculo e Raciocínio (8º ano); foi criado um tempo comum nos horários dos professores de Matemática, destinado ao planeamento, e um tempo de laboratório coincidente no horário dos docentes de Ciências Físico-Químicas e de Biologia; foi implementada uma assessoria de Matemática num dos tempos do Estudo Acompanhado do 3º ciclo; foram criadas duas horas de período de almoço às turmas do 3º ciclo para garantir a todos os alunos a possibilidade de frequência das actividades de apoio e de enriquecimento curricular. As actividades de ocupação dos tempos dos alunos, em caso de ausência temporária do professor, são devidamente estruturadas (com regulamento próprio), sendo dada primazia à permuta de aulas, com o objectivo de rentabilizar os tempos lectivos e assegurar o cumprimento prioritário dos programas. A discussão e a revisão do projecto educativo da Escola e dos demais documentos de planeamento estratégico (projecto curricular, plano de actividades e regulamento interno) são realizadas nos órgãos escolares, contando com a participação regular dos seus membros, incluindo os representantes dos alunos, dos pais e da Autarquia. O plano anual de actividades da Escola integra as propostas das diversas estruturas internas, incluindo da Associação de Estudantes, e as respectivas acções inscrevem-se nos objectivos do projecto educativo. Porém, este plano não contempla iniciativas da Associação de Pais. 3.2 Gestão dos recursos humanos O Conselho Executivo demonstra conhecer as competências dos professores e restantes funcionários, realizando uma correcta gestão dos recursos humanos. A afectação do serviço docente realiza-se de acordo com os critérios estabelecidos e as especificidades de cada turma (p. ex., sempre que possível, há continuidade das equipas pedagógicas dentro de cada ciclo de ensino, incluindo do cargo de director de turma). Tem em conta, também, necessidades específicas de alguns serviços, designadamente da Biblioteca, onde a equipa de apoio é reforçada no período de almoço devido à forte afluência de utilizadores neste horário. Do mesmo modo, são considerados outros aspectos relevantes do funcionamento interno, como seja, logo no início do ano lectivo, a distribuição a dois docentes das funções de instrutor de processos disciplinares. Foi realizado um levantamento das necessidades de formação para o triénio 2006/07 a 2008/09, que a Escola encaminhou para o Centro de Formação de Porto de Mós. Esta entidade tem promovido algumas iniciativas, que são frequentadas por docentes da Escola, como, por exemplo, a acção sobre Biblioteca Escolar: Planificação e Avaliação de Recursos e dos Serviços. Internamente, foi organizada, este ano, ou está prevista, alguma formação para professores ligada à implementação de novas ferramentas informáticas (MOODLE 1, GATO 2 e Quadros Interactivos) e ao novo regime educativo especial. Para o pessoal não docente realizou-se a acção Segurança na Escola. O órgão de gestão promove o bom acolhimento dos novos colaboradores, transmitindo-lhes as informações gerais de enquadramento na instituição e encaminhando-os para os responsáveis pelas correspondentes áreas/serviços. A cantina, o bufete, a reprografia, a papelaria e os serviços administrativos funcionam correctamente, dando resposta às necessidades dos utentes. Verifica-se uma boa gestão de recursos nestes sectores, que inclui o recrutamento de pessoal no âmbito dos programas ocupacionais do Centro de Emprego. 1 O Moodle é um pacote de software para a produção de sítios Web e disciplinas na Internet. 2 A ferramenta GATO (Gestor de Actividades das Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação) visa, por exemplo, facilitar o planeamento, a avaliação de actividades e a gestão de recursos. 9

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros A Escola está dotada de equipamento pedagógico diversificado, por regra, adequado e suficiente. Verifica-se uma boa gestão dos espaços e dos equipamentos educativos, traduzida, por exemplo, na possibilidade de requisição online de equipamentos audiovisuais e de salas específicas, na afectação de laboratórios no horário semanal de todas as turmas e no aproveitamento de alguns espaços para gabinetes de trabalho dos departamentos curriculares, bem como na funcionalidade e na organização da Biblioteca Escolar. Os aspectos de segurança são acautelados pelo Conselho Executivo, através de acções consistentes, como a implementação de um plano de emergência, a realização frequente de exercícios de evacuação e de inspecções à rede de gás e aos equipamentos desportivos, bem como a instalação de dispositivos e normas de protecção e segurança nos laboratórios. A captação de receitas próprias cresceu significativamente no último triénio (provenientes do PRODEP III 3 e do arrendamento de instalações), situando-se, em 2007, em cerca de 86.500 euros, verba equivalente à recebida do Orçamento do Estado (excluída a rubrica dos encargos com pessoal). A gestão destes recursos tem tido impacto relevante na modernização das ferramentas de apoio ao ensino e à aprendizagem dos alunos (p. ex., investimento nas tecnologias de informação e comunicação e em outros equipamentos didácticos) e na realização de acções de conservação dos edifícios escolares. 3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa A promoção da participação dos pais e encarregados de educação na vida escolar constitui um dos objectivos do projecto educativo. A Escola planifica e desenvolve variadas acções neste campo, tais como a organização de documentos informativos (p. ex., excerto do regulamento interno, planos de estudo de novos cursos e plano de ocupação dos tempos escolares dos alunos), a flexibilização dos horários de atendimento e a realização de reuniões com os directores de turma e de entrevistas no âmbito da orientação escolar e profissional dos alunos, para além de convites aos seus representantes para participação nas reuniões dos órgãos escolares. Recentemente, através de um código pessoal de acesso, foi disponibilizada online informação sobre saldos e consumos realizados pelos educandos, através do cartão electrónico, bem como sobre faltas e classificações de final de período. Paralelamente, são formulados convites aos pais para a participação em alguns eventos, como, por exemplo: a Semana da Leitura e a sessão de sensibilização sobre Alimentação Humana e Consumos Desajustados. Apesar da atitude de abertura à participação dos encarregados de educação, existem algumas fragilidades que podem afectar este objectivo organizacional, designadamente a pouca exploração da página online enquanto meio de difusão de projectos e resultados escolares (p. ex., sobre o desempenho académico global dos alunos nos últimos anos; a divulgação de eventos marcantes da vida escolar e o convite à participação da comunidade; a síntese dos objectivos do projecto educativo e correspondentes acções de melhoria) e alguma ineficácia comunicacional com os pais no convite à sua participação para determinadas actividades (p. ex., recepção aos novos alunos no início do ano lectivo). Estas fragilidades têm reflexo no desconhecimento evidenciado pelos pais sobre estes assuntos, mesmo que, por vezes, adiram, de modo expressivo, a eventos para que são convidados (p. ex., peças de teatro levadas à cena pelo Clube de Teatro da Escola e Sarau Desportivo). 3.5 Equidade e justiça Os responsáveis escolares pautam a sua actuação por princípios de equidade e justiça, no respeito pelas regras definidas. As situações problemáticas são, prontamente, sinalizadas e as soluções para os conflitos entre alunos, ou entre estes e os profissionais, são alcançadas, predominantemente, através do diálogo e sem perder de vista as finalidades educativas. Os incidentes mais graves são objecto de procedimento disciplinar. A Escola denota estar atenta aos problemas de aprendizagem e de inclusão escolar, o que se traduz em acções diferenciadas, como sejam: a organização dos apoios pedagógicos; o encaminhamento para vias profissionalizantes; a prestação de auxílios para além dos suportados pela acção social escolar (p. ex., 14 alunos tomam, gratuitamente, pequeno almoço e lanche na Escola). De destacar, a atenção especial concedida ao enquadramento de utentes com mobilidade condicionada, traduzida na eliminação de barreiras arquitectónicas, na adequação de casas de banho, na aquisição de uma cadeira de rodas adaptada à prática de actividades de educação física (já usada por um aluno) e de equipamento de videoconferência. 3 Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal. 10

4. Liderança 4.1 Visão e estratégia O projecto educativo e o projecto curricular estabelecem os objectivos gerais do triénio 2006/09, propondo, para cada um, algumas estratégias e acções. No entanto, não há um diagnóstico fundado em elementos concretos (p. ex., estatísticas, indicadores e relatórios) que caracterizem os pontos de partida relativamente aos objectivos traçados, nem foram estabelecidas metas quantificadas de modo a orientar os profissionais para os resultados e a monitorizar, mais consistentemente, os progressos que vão sendo alcançados. O discurso e o trabalho do órgão executivo enquadram-se nos objectivos estabelecidos para a Escola, embora não seja elaborado um plano de acção próprio que explicite, hierarquize e calendarize as acções de gestão. A oferta educativa é discutida nos órgãos escolares, sendo determinada por critérios de rentabilização de recursos próprios (pessoal docente e instalações específicas) e de integração e recuperação dos alunos, tendo ainda em atenção as necessidades do mercado de emprego e a oferta concelhia de cursos profissionais promovida pela Autarquia. Estão já definidos os novos cursos para o ano lectivo de 2008/09 (Técnico de Gestão e Técnico de Processamento e Controlo da Qualidade Alimentar) e elaborados os respectivos desdobráveis de divulgação. Algumas realizações escolares, pelas temáticas tratadas (p. ex., campanhas de solidariedade), pelos recursos mobilizados (p. ex., eventos organizados no Cine-Teatro de Porto de Mós), pelos resultados obtidos (p. ex., vencedores da sessão distrital do Parlamento dos Jovens) ou pela participação comunitária que alcançam, projectam positivamente a imagem da Escola. 4.2 Motivação e empenho Os titulares dos órgãos e das estruturas conhecem as suas áreas de actuação, mostrando-se, em geral, empenhados na melhoria do serviço educativo. Nalgumas áreas, como na Matemática e na Biblioteca Escolar, os responsáveis demonstram ter uma estratégia clara de melhoria de resultados e monitorizam a acção das equipas docentes sob sua responsabilidade, bem como os progressos alcançados. O Conselho Executivo promove a articulação entre os órgãos e as estruturas internas, no respeito pelo princípio da subsidiariedade, procurando a conjugação de esforços na resolução de problemas. Todavia, os responsáveis pelos departamentos curriculares não se afiguram determinantes na promoção de um trabalho, consistente e sistemático, visando a articulação e a sequencialidade das aprendizagens e a supervisão das actividades lectivas em contexto de sala de aula. A Assembleia conta com a participação regular dos representantes dos pais, alunos e Autarquia, apreciando os documentos de orientação estratégica da Escola e analisando situações problemáticas (p. ex., segurança dos transportes escolares). No entanto, não existe, por parte deste órgão, uma prática de acompanhamento dos resultados académicos dos alunos. Os professores e o pessoal não docente revelam sentir-se bem na Escola e, em geral, demonstram empenhamento no exercício das suas funções. O Conselho Executivo tem uma estratégia para atenuar os efeitos do absentismo dos profissionais, que passa, fundamentalmente, pelo aperfeiçoamento das actividades de ocupação plena dos alunos e pelo recurso a trabalhadores dos programas ocupacionais do Centro de Emprego. 4.3 Abertura à inovação A Escola revela abertura a alguns projectos e a soluções de gestão inovadoras, nomeadamente no âmbito das tecnologias de informação e comunicação, como sejam o projecto Computadores Redes e Internet na Escola, a ferramenta de gestão GATO ou o atendimento administrativo online. Acaba de ser introduzido, também, um novo programa de gestão (GIAE), através do qual os pais, via internet, poderão aceder a diversa informação sobre os respectivos educandos. Em simultâneo, no campo estritamente pedagógico, verifica-se a adesão a projectos nacionais como o Plano de Acção para a Matemática e o Plano Nacional de Leitura. É de salientar, ainda, a exploração da plataforma MOODLE como instrumento de comunicação entre os alunos e os professores, no apoio às actividades de ensino e aprendizagem. Esta atitude de abertura traduziu-se, igualmente, em medidas internas inovadoras, como a criação dos cargos de interlocutor para o abandono e de professor tutor. 4.4 Parcerias, protocolos e projectos A Escola desenvolve uma rede significativa de parcerias e protocolos com várias instituições, tendo em vista, em especial, a concretização das componentes práticas dos cursos profissionalizantes e o apoio técnico em diversas áreas, bem como a captação de recursos financeiros. São de assinalar os protocolos com empresas e instituições, no âmbito dos estágios dos cursos de educação e formação e dos cursos profissionais, assim como da cedência de instalações da Escola para a leccionação de cursos promovidos pela Câmara Municipal de Porto de Mós e pelo 11

Instituto de Emprego e Formação Profissional de Leiria, entre outras entidades. As parcerias com o Centro de Saúde local e com o Centro de Atendimento a Jovens dão suporte ao desenvolvimento de várias acções no campo da educação para a saúde (p. ex., Alimentação e Doenças Sexualmente Transmissíveis ). Do mesmo modo é obtido apoio na área da segurança, através da colaboração com a Guarda Nacional Republicana, a Escola Segura e os Bombeiros de Porto de Mós (p. ex., vigilância dos espaços contíguos à Escola, fiscalização das actividades de estabelecimentos de venda de bebidas alcoólicas e exercícios de evacuação). É de salientar, ainda, o envolvimento da Escola em projectos internos, nacionais e internacionais, como o clube da Ciência, o Parlamento dos Jovens e o etwinning 4 e, especialmente, a Biblioteca Escolar, cuja organização e actividades evidenciam um claro impacto no campo da promoção do livro e da leitura (p. ex., clube de Leitores, Feira do livro, sessão de Partilha de Leituras com Pais e Filhos, concurso O melhor leitor e Jantar literário ). 5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola 5.1 Auto-avaliação A Escola identificou alguns dos seus pontos fortes e fracos, definiu alguns objectivos organizacionais e tomou decisões estratégicas relacionadas, especialmente, com a melhoria do sucesso e a prevenção do abandono escolar (organização e gestão do currículo, distribuição do serviço docente, medidas de apoio educativo e diversificação da oferta educativa). Os procedimentos avaliativos em curso abrangem, de forma organizada e sistemática, os resultados da avaliação interna dos alunos. A avaliação das actividades pedagógicas e do desempenho de cargos (director de turma e coordenador de departamento/delegado) foi estabelecida pela Escola como obrigatória, tendo sido, para o efeito, definidos os respectivos modelos de relatório. Também, no âmbito da avaliação de desempenho do pessoal não docente, foi considerado o grau de satisfação dos utentes relativamente aos serviços sob sua responsabilidade. Este item de avaliação despoletou o lançamento de questionários aos professores, pais e alunos, permitindo à Escola avançar para uma primeira percepção, fundamentada, sobre o desempenho dos serviços, o que já conduziu a alguns ajustamentos (p. ex., na secretaria, onde a satisfação se situou nos 77%, foi determinado o reforço do atendimento). As exigências da avaliação de projectos nacionais a decorrer na Escola, especialmente o da Biblioteca Escolar, para além de conferirem maior rigor e objectividade à avaliação realizada, fundamentando a tomada de decisões de melhoria (p. ex., a reorientação do investimento em literatura juvenil), estão a ser vistas, internamente, como ponto de partida para o aperfeiçoamento dos processos de auto-avaliação noutros sectores. No entanto, as actividades avaliativas não abrangem, de modo sistemático e consistente, algumas dimensões do desempenho institucional, como, por exemplo, os resultados da avaliação nos exames nacionais e a sua evolução temporal, bem como os níveis de participação dos pais na vida escolar. Também, não existe um trabalho de síntese que, partindo dos dados da avaliação de cada actividades ou serviço, formule juízos globais de desempenho escolar facilitadores da discussão interna e da divulgação na comunidade educativa (p. ex., a avaliação do plano anual de actividades na Assembleia de Escola assenta apenas na descrição oral do modo como cada iniciativa decorreu). Pese embora o trabalho desenvolvido neste âmbito, a Escola ainda não estabeleceu um modelo de auto-avaliação abrangente para as diversas dimensões do seu desempenho, por forma a identificar, de forma consistente, os pontos fortes e fracos e a estabelecer um plano global de melhoria. 5.2 Sustentabilidade do progresso A dinâmica dos responsáveis por algumas estruturas e projectos, mais visível ao nível dos coordenadores de directores de turma, da biblioteca e do Plano de Acção para a Matemática, a boa gestão de recursos, a rede de parcerias estabelecida, bem como a abertura da Escola à inovação, constituem-se como factores sustentadores do seu progresso. Porém, a pouca relevância conferida pelos departamentos à articulação entre as diversas disciplinas e à monitorização das práticas lectivas em contexto de sala de aula, a ausência de referenciais de acção relativamente aos objectivos do projecto educativo, bem como a falta de um modelo abrangente de auto-avaliação, podem afectar o desenvolvimento sustentado da Escola. 4 etwinning é uma acção do Programa elearning da União Europeia, que visa promover a colaboração educativa na Europa através do uso das tecnologias de informação e comunicação. 12

V Considerações finais Apresenta-se agora uma síntese dos atributos da Unidade de Gestão (pontos fortes e pontos fracos) que poderá orientar a sua estratégia de melhoria. Neste âmbito, entende-se por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; ponto fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos. Todos os tópicos seguidamente identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório. Pontos fortes: Melhoria, de 2004/05 para 2006/07, das taxas de transição/conclusão em todos os anos de escolaridade do ensino secundário, traduzida num aumento de 21,1% no 10º ano, de 2,1% no 11º ano e de 17,8% no 12º ano; Boa gestão dos recursos, abertura à inovação e rede de parcerias estabelecida, com impacto na melhoria das condições em que se desenvolvem as actividades escolares e a sua ligação ao mundo do trabalho; Dinâmica dos responsáveis por algumas estruturas e projectos, mais visível ao nível dos coordenadores de directores de turma, da biblioteca e do Plano de Acção para a Matemática, traduzida na definição e na condução de algumas acções de melhoria. Pontos fracos: Decréscimo do sucesso, de 2004/05 para 2006/07, nos exames nacionais de Matemática do 9º ano (decréscimo de 70,1% para 28,3%) e das classificações médias nos exames do ensino secundário de Português (decréscimo de 13,4 para 11,6 valores), bem como nos exames de Física e Química A e de Biologia e Geologia (onde também não se registaram evoluções, tendo-se obtido em 2006/07, respectivamente, 7,5 e 9,3 valores); Inexistência de metas quantificadas relativamente aos objectivos organizacionais traçados, que não permite orientar os profissionais para os resultados e monitorizar, mais consistentemente, os progressos que vão sendo alcançados; Ausência de mecanismos de acompanhamento sistemático da prática lectiva em contexto de sala de aula, que não fomenta, nomeadamente, a operacionalização de práticas conducentes à recuperação de alunos com insucesso; Falta de interacção departamental, consistente e sistemática, entre professores das diferentes disciplinas, que não potencia a articulação e a sequencialidade das aprendizagens; Inexistência de um modelo de auto-avaliação abrangente, que não possibilita uma visão global do desempenho da Escola e dificulta o desenvolvimento sustentado de planos de melhoria. 13