Nº 04/2019 11 de abril de 2019 NEWSLETTER 1. SOCIEDADE ANÔNIMA DESCABIMENTO DE INDENIZAÇÃO PELA COMPANHIA A ACIONISTA POR DANO INDIRETO Tribunal de Justiça de São Paulo decide pela ilegitimidade ativa de acionista da Petrobras para propor ação indenizatória contra a própria companhia para reparação de prejuízos decorrentes de ilícitos deflagrados pela Operação Lava Jato. 2. AGIOTAGEM VALIDADE DO CONTRATO DE EMPRÉSTIMO E REDUÇÃO DOS JUROS EXCESSIVOS AO LIMITE LEGAL Tribunal de Justiça de São Paulo afasta juros exorbitantes em agiotagem, mas preserva o contrato de empréstimo com redução dos juros para a taxa legal. 3. ARBITRAGEM CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA NÃO SE ESTENDE A TERCEIRO SUB-ROGADO NOS DIREITOS DO CONTRATANTE Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro entende que a cláusula compromissória firmada entre transportador e segurada não se estende à seguradora em casos de sub-rogação.
1 SOCIEDADE ANÔNIMA DESCABIMENTO DE INDENIZAÇÃO PELA COMPANHIA A ACIONISTA POR DANO INDIRETO O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu pela ilegitimidade ativa de acionista da Petrobras para propor ação indenizatória contra a própria companhia para reparação de prejuízos decorrentes de ilícitos deflagrados pela Operação Lava Jato. O litígio em questão discutia a possibilidade de responsabilizar a Petrobrás pelos atos de seus gestores e, consequentemente, condená-la ao pagamento de indenização ao acionista pela desvalorização de suas ações. Segundo o autor da ação, o Código Civil (arts. 932, III e 933) dispõe que o empregador deve responder pelas irregularidades praticadas por seus empregados. Todavia, nos termos da decisão, a norma posta pelo Código Civil não se aplica ao caso, em razão da regulamentação específica da Lei das S/A (art. 159) quanto a responsabilidade civil dos administradores da companhia. Ainda, permitir a pretensão indenizatória representaria penalizar a companhia duplamente, considerando que ela já foi prejudicada em razão dos desvios de caixa praticados por seus administradores. Ainda, o Tribunal reconheceu que a diminuição do valor das ações da companhia consiste em prejuízo indireto ao acionista em relação aos danos causados à própria Petrobras. Deste modo, não se admite ação individual para reparação de danos, que serviria apenas àqueles que foram diretamente prejudicados pelos atos dos administradores da Petrobrás. 02
2 AGIOTAGEM VALIDADE DO CONTRATO DE EMPRÉSTIMO E REDUÇÃO DOS JUROS EXCESSIVOS AO LIMITE LEGAL Tribunal de Justiça de São Paulo ( TJSP ) afasta juros exorbitantes em agiotagem, mas preserva o contrato de empréstimo com redução dos juros para a taxa legal. A controvérsia decorria de empréstimo pessoal realizado entre pessoas físicas com previsão de taxa de juros superiores ao dobro da taxa legal, formalizado em escritura pública de confissão de dívida. O juiz de primeira instância declarou a nulidade do negócio e extinguiu a ação de execução. O credor, em contrapartida, apelou da decisão argumentando pela validade do negócio jurídico e, subsidiariamente, pela simples redução dos juros. O TJSP, por sua vez, entendeu que a prática de agiotagem não resulta em extinção automática do processo executivo, pois, nesses casos, apenas devem ser declaradas nulas as estipulações usurárias, conservando o negócio jurídico estipulado pelas partes, mediante redução dos juros aos limites legais. 03
3 ARBITRAGEM CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA NÃO SE ESTENDE A TERCEIRO SUB-ROGADO NOS DIREITOS DO CONTRATANTE Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ( TJRJ ) entendeu que a cláusula compromissória firmada entre transportador e segurada não se estende à seguradora em casos de sub-rogação. A seguradora ajuizou ação regressiva de ressarcimento contra transportador, contratado pela sua segurada, pelos prejuízos decorrentes do transporte da mercadoria. Por sua vez, o transportador suscitou a existência de cláusula compromissória no contrato firmado entre ele e a segurada e requereu a extinção do processo judicial. O juiz de primeiro grau considerou que a seguradora, ao sub-rogar-se nos direitos da segurada, adota o contrato original, inclusive no que tange à cláusula compromissória. Todavia, o TJRJ entendeu que a seguradora não está obrigada à referida cláusula, pois não é parte do contrato original de transporte. Nos termos da decisão, pela sub-rogação não ocorre a cessão da posição contratual e, portanto, os efeitos da convenção de arbitragem não se estendem à seguradora. 04
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