A CONTRIBUIÇÃO E APLICAÇÃO DOS SISTEMAS E TÁTICAS DE JOGO UTILIZADOS NO FUTEBOL AMADOR DA REGIAO SUL



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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM TREINAMENTO ESPORTIVO ODINAR DE SOUZA A CONTRIBUIÇÃO E APLICAÇÃO DOS SISTEMAS E TÁTICAS DE JOGO UTILIZADOS NO FUTEBOL AMADOR DA REGIAO SUL CRICIÚMA, AGOSTO DE 2006

1 ODINAR DE SOUZA A CONTRIBUIÇÃO E APLICAÇÃO DOS SISTEMAS E TÁTICAS DE JOGO UTILIZADOS NO FUTEBOL AMADOR DA REGIAO SUL Monografia apresentada à Diretoria de Pós- Graduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense-UNESC, para a obtenção do título de especialista em Treinamento Esportivo. Orientador: Prof. Msc. Joni Márcio de Farias CRICIÚMA, AGOSTO DE 2006

2 DEDICATÓRIA À UNESC, que me despertou para ampliar meus conhecimentos. Ao Caravaggio Futebol Clube por ter me dado oportunidade de trabalhar com o futebol amador da nossa região. Aos professores dedicados e esforçados que me deram embasamento para que eu alcançasse o objetivo final. Aos colegas de aula que juntos fomos nos ajudando e formando uma grande equipe.

3 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, a honra, a glória e o louvor, porque sem Ele não teria chegado até aqui. À minha esposa Ângela e ao nosso filho Lucas, que são os maiores presentes dados por Deus, razão do meu viver, que me inspiram, incentivam e apóiam nesta caminhada. Ao meu orientador, Mestre, professor e amigo Joni Marcio, pela paciência, tolerância que teve comigo e pela ajuda prestada, meus sinceros agradecimentos.

4 Não abandone a sabedoria, e ela o protegerá; ame-a e ela cuidará de você. O conselho da sabedoria é: Procure obter sabedoria; use tudo o que você possui para adquirir entendimento. Dedique alta estima a sabedoria, e ela o exaltará; abrace-a, e ela o honrará. Provérbios 4. 5-7

5 RESUMO O futebol tornou-se um esporte mundialmente conhecido e praticado por muitas pessoas independente de classes sociais, raças, credos, trazendo consigo emoções, benefícios físicos, mentais e sociais. O futebol contagia e empolga milhões de pessoas, faz parar cidades, paises, muda a rotina das pessoas, proporciona alegrias, tristezas, muitas expectativas e quebra varias barreiras. Neste trabalho penetramos um pouco no mundo do futebol, sua história, seu desenvolvimento até nossos dias e principalmente em sistemas e táticas que é o motivo do nosso trabalho. Nos infiltramos no futebol amador da região sul, onde entramos em contato com diversas equipes que se confrontavam na disputa da Copa Sul de Campeões 2006. Nosso interesse neste estudo é instigado pela necessidade que temos, por sermos profissionais da área, de compreender um pouco mais do futebol amador, da relação entre técnico e atletas, a implantação e a elaboração dos sistemas de jogo com seu desenvolvimento e suas manobras (tática) dentro do campo em tempo de jogo, diante das constantes variações de uma partida de futebol. Para isso elaboramos um questionário para técnicos e outro para atletas onde coletamos as informações que era de interesse da pesquisa. Sistema e tática tem sido motivo de muitas discussões e opiniões variadas e quem trabalha e pratica o futebol competitivo precisa estar inteirado desses fatores importantíssimos que podem definir o sucesso de uma equipe. Podemos acompanhar várias equipes desde sua entrada no vestiário, palestras, planejamento de sistemas, aquecimento e também observar seu desenvolvimento dentro de campo com suas manobras e o desempenho de cada atleta. Percebemos com esta pesquisa, que na prática entre algumas equipes há uma dificuldade de entendimento de sistemas e táticas muito grande entre alguns atletas e técnicos, pois há uma desorganização e muito individualismo; mas algumas outras equipes são diferenciadas, pois permanecem dentro do planejado, demonstrando assim uma compreensão básica de sistema e tática e um bom relacionamento entre eles culminando sempre em melhores resultados. Percebemos também que o futebol amador na nossa região é feito com planejamento, com organização, com altos investimentos, mas os protagonistas do evento, os malabaristas da bola, não têm nenhum treinamento específico, encontrando-se apenas nos dias de jogos para as disputas. E, talvez essa seja a característica mais forte do futebol amador. Palavras-chave: Futebol; Sistema; Tática; Atletas.

6 LISTA DE QUADROS Quadro 1. Tempo de prática de futebol...31

7 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...09 1.1 Objetivos...11 1.1.1 Objetivo geral...11 1.1.2 Objetivos específicos...11 2. FUTEBOL...12 2.1 Origem e evolução do futebol no mundo...12 2.2 Importância e evolução do sistema e da tática...16 2.2.1 Definição do que é sistema...16 2.2.2 Como pode ser entendida a tática?...23 2.2.2.1 Tática defensiva...24 2.2.2.2 Tática ofensiva...25 2.3 Relação entre treinador e atletas...26 3. METODOLOGIA...29 3.1. Modelo da pesquisa...29 3.2. Forma de recrutamento dos sujeitos...29 3.3 População...30 3.4 Amostra...30 3.5. Instrumentos de coleta de dados...30 3.6. Análise e processamento dos dados...30 3.7. Delimitação do estudo...30 4. ANÁLISE E DISCUSÃO DOS DADOS...32 4.1 Questionário dos atletas...32

8 4.2 Avaliação dos técnicos...38 5. CONCLUSÃO...42 REFERÊNCIAS...44 APÊNDICES...45

9 1. INTRODUÇÃO O futebol é um esporte mundialmente conhecido e apaixonante e que desperta interesse de milhões de pessoas, alguns por sentirem fortes emoções, outros por praticarem trazendo inúmeros benefícios e ainda outros por tirarem proveito financeiros. No final do século XIX, os ingleses inventaram o futebol, esporte oriundo do chamado rúgbi, que era jogado com as mãos e os pés ao mesmo tempo. Foi trazido para o Brasil por Charles Muller, brasileiro, filho de ingleses que lá estudava. O futebol passou por várias etapas e transformações tornando-se nossos dias a paixão nacional (FRISSELLI; MANTOVANI, 1999). O futebol faz o país parar, contagiando e empolgando milhões de pessoas, proporcionando alegrias, tristezas e muitas expectativas. Todos nós, desde a mais tenra idade, somos conduzidos a um envolvimento mais significativo com este esporte de multidões, nos levando a sonhar que um dia também podemos nos tornar um jogador de futebol famoso. O futebol na atualidade também se tornou uma indústria de ganhar dinheiro, que capitaliza milhões, onde vários investimentos são realizados anualmente pelos governos, empresas privadas, fomentando cada vez mais a formação de futuros atletas, que poderão representar suas entidades a nível local, regionais, estaduais, nacionais e até mesmo internacionais, sempre vislumbrando um retorno satisfatório e até inimagináveis. O interesse por estudar sistema e tática no futebol se dá pela necessidade profissional, por estar sempre em contato com equipes de futebol

10 amador. Outra questão que instiga esta pesquisa é de ter um conhecimento mais profundo e detalhado de quando os clubes de futebol amador utilizam algum sistema tático e se estas são adequadas diante das circunstâncias e constantes variações de uma partida de futebol, talvez o mistério do sucesso!. O presente trabalho impulsiona a avançar no conhecimento de uma área importantíssima no futebol, motivo de muitas discussões e de opiniões variadas, denominado sistema e tática, onde o treinador tem a responsabilidade de organizar e compreender os sistemas e suas variações, de acordo com a qualidade de sua equipe e da equipe adversária e os atletas de executarem os objetivos planejados. Outro questionamento quanto ao sistema e a tática, refere-se à forma como este é compreendido e repassado aos jogadores, ou seja, o técnico da equipe tem conhecimento de sistemas táticos, como ele repassa esta informação para os seus atletas, estes por sua vez têm entendimento das informações repassadas, conseguem aplicar na tentativa de superar a equipe adversária? Estes questionamentos também são pertinentes ao entendimento de sistema e tática, bem como um dos objetivos deste estudo. O sistema e a tática podem ser definidos como uma estratégia de organizar os sistemas defensivos e ofensivos de uma equipe, utilizando-o de acordo com a qualidade dos atletas, sempre na tentativa de neutralizar e superar as equipes adversárias, levando ao sucesso de uma equipe, que pode ser traduzida pela vitória. Os sistemas de jogo e táticas utilizadas em equipes de futebol amador contribuem para o melhor desempenho da equipe?

11 1.1 Objetivos 1.1.1 Objetivo geral Analisar as contribuições da utilização de sistemas de jogo e de táticas para o sucesso de equipes amadoras de futebol da região sul. 1.1.2 Objetivos específicos Verificar qual o sistema tático mais utilizado no futebol amador da região sul; Diagnosticar as peculiaridades de cada sistema tático utilizado pelas equipes durante o jogo; Verificar o grau de entendimento do sistema tático utilizado em um jogo na relação técnico e atleta; Verificar se o sistema tático repassado pelo técnico é aplicado pelos atletas durante o jogo. Qual o sistema tático mais utilizado no futebol amador da região sul? Existem peculiaridades de cada sistema tático utilizado pelas equipes durante o jogo? Qual o grau de entendimento do sistema tático utilizado em um jogo na relação técnico e atleta? O sistema tático repassado pelo técnico é aplicado pelos atletas durante o jogo?

12 2. FUTEBOL Jogar futebol não é apenas correr atrás da bola desordenadamente, trombando com todos que estão ao seu redor, chutando a bola de um lado para o outro. Jogar futebol é muito mais do que pensamos, onde agrega uma enormidade de fatores que contribuem para o seu desenrolar. O futebol envolve também muitos fatores extracampo, como por exemplo, a dimensão do campo, reações de torcida, clima psicológico antes do jogo, condições climáticas, qualidade do adversário; também características humanas como nossa inteligência, criatividade, vontade, motivação, dedicação, etc. e também fatores de dentro do campo como habilidades técnicas, táticas e físicas, trabalho em equipe, tudo isso sendo somado pra que possa ser alcançado o objetivo maior que é o gol e conseqüentemente a vitória. Percebemos então que o futebol é um esporte que envolve e apaixona, por isso será sempre estudado e pesquisado, pra que possa ser mais bem compreendido e melhor aplicado. 2.1 Origem e evolução do futebol no mundo O futebol tem alcançado grande destaque na atualidade, pois envolve e apaixona direta e indiretamente milhões de pessoas. Espectadores e telespectadores de todas as idades vêm sendo cativados por emoções que mexem com os sentimentos de todos e tem contribuído também como meio de educação, disciplina, meio de desenvolvimento social, físico e mental.

13 Antes de adentrarmos no nosso estudo, precisamos compreender que o futebol é um esporte disputado entre duas equipes, cada uma com 11 jogadores dispersos no campo, cada um dentro de um setor (posição), conforme suas características ou qualidades técnicas, que utilizam os pés para tocar e movimentar a bola em direção ao campo adversário, (exceto ao goleiro que lhe é permitido tocar com as mãos dentro da grande área, ou outro jogador no arremesso lateral), com o objetivo de colocá-la dentro do gol ou meta adversária. A partida é dividida em dois tempos de 45 minutos, com intervalo de 15 minutos. A equipe vencedora é a que faz o maior número de gols. O futebol é praticado num campo gramado de no máximo 120 metros e no mínimo de 90 metros de comprimento e de 90 a 45 metros de largura, com suas devidas marcações. Na largura do campo existem duas traves, sendo uma de cada lado. O futebol é jogado com uma bola esférica de couro, ou outro material adequado. Existem 17 regras, criadas pela International Football Association Board (IFAB) que é vistoriada dentro do campo pelo árbitro e na linha lateral por dois auxiliares (bandeirinhas). A nossa maior competição é a Copa do Mundo que reúne cerca de 130 países e milhões de espectadores no mundo todo (BARSA, 1997, p. 472-473). Escritos e pinturas demonstram que o futebol se originou no oriente, onde japoneses descrevem um jogo chamado kemari, [...] praticado pela realeza, onde a bola deveria ser passada de pé em pé sem tocar o solo sem objetivo de marcar gol ou ponto, sendo mais importante o controle e a arte de chutar a bola. Kemari, derivava de um jogo praticado na China cerca de 2700 a.c., [...] onde oito jogadores de cada lado, num campo quadrado de 14 metros, tentavam passar uma bola de couro de 22 centímetros de diâmetro e cheia com crina de cavalo, entre estacas de bambu fixadas no chão e unidas por um fio de seda. A bola deveria ser conduzida somente com os pés e não poderia tocar o chão. Era chamado de tsu-chu (FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 3). Na Grécia antiga, por volta de 776 a.c. praticava-se o epyskiros, que era tido como atividade física para a juventude, praticada por duas equipes de 15

14 jogadores que disputavam à posse de uma bola (bexiga cheia de ar). Outro jogo praticado pelos gregos era o haspaston, cujo [...] objetivo desse jogo era fazer uma bola de couro recheada de crina animal, transpor o espaço entre bastões ligados por um fio (OLIVEIRA, 1995; MACK1980 apud FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 4). Os romanos transformaram o haspaston em Haspatun, que agradava os soldados e servia como treinamento militar, pois era muito competitivo e violento, estimulando os soldados para guerrear. Na Inglaterra em 1060, eram disputado entre os povoados, as partidas de futebol, então denominada hurling over country, que consistia em conduzir uma bola ao edifício central do povoado rival e era disputado por cerca de 500 homens de cada lado, o que fazia com que as partidas fossem extremamente violentas, sangrentas e barulhentas, assemelhando-se a uma guerra (BORSARI; MESQUITA apud FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 4). Na Itália, existia um jogo chamado cálcio, praticado desde a metade do século XVI em campos medindo 137 x 50 metros com dois postes de cada lado, sendo jogado por 27 jogadores com distribuições determinadas e pouca ou quase nenhuma tática e o que vencia expandia ao adversário suas convicções políticas. É interessante observar, que aqui nesse período, surge os primeiros sistemas e táticas. Sendo assim as equipes se preocupavam em organizar suas ações táticas: quinze jogadores com função de ataque (três grupos de cinco jogadores), cinco para atuarem na função de meio de campo, denominados sacadores e sete jogadores para fazer a função de defesa, sendo que quatro, eram adiantados e três zagueiros atrás destes. Na França praticava-se o descendente do haspatun, chamado soule (pela nobreza) e choule (chamado pela classe mais baixa ou a plebe). Era disputado com

15 violência e brutalidade pelos populares e usado como lazer, como passa tempo pela nobreza. O objetivo era procurar passar uma bola por entre dois bastões fincados no solo. Na Inglaterra e Escócia no século XVII, o jogo evoluiu, e determinaram-se algumas regras, o jogo tornou-se menos violento, praticado em um campo de 100 x 30 metros, com dois postes de quatro metros de altura, e uma bola de bexiga de porco ou boi revestida de couro, recebe o nome de hurling over goals (FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 5). Depois que a brutalidade começou a ser deixada de lado, o jogo foi constantemente praticado nas escolas, principalmente as aristocráticas Eton, Oxford e Cambridge e expandiu-se para os clubes, onde eram usados os pés e as mãos. Em 26 de outubro de 1863, na Taverna Freemason em Great Queen Street, em Londres, representantes das escolas e clubes fizeram, devido aos inúmeros problemas criados pelos praticantes do jogo, porque alguns queriam que fosse jogado somente com os pés e outros queriam que pudessem ser usados pés e mão, determinaram a divisão na forma de jogar e criaram as regras do futebol e do rugby, formando a The Football Association, nome existente até hoje na liga inglesa, a qual criou ou deu forma ao futebol. Em 1872, tem-se o primeiro jogo internacional oficial entre Inglaterra e Escócia, e o resultado é 0 x 0. Segundo Frisselli e Mantovani (1999, p.6) a grande surpresa dessa partida foi à formação tática dos Escoceses, que recuaram mais dois homens para a defesa jogando em um 1-4-6. Os escoceses procuraram jogar em equipe, valorizando muito: a posse de bola e o passe, fora dos padrões da época, onde era comum a individualidade.

16 Outros fatores foram importantes para que o futebol continuasse a evoluir tais como a criação do árbitro em 1868 e o uso do apito em 1878; 1877, o gol começa a ter um travessão superior e daí por diante os sistemas começam a ser criados, com os ingleses formando uma equipe com dois zagueiros, três meias e cinco atacantes (2-3-5). Em 1882 reuniram-se quatro países grandes do futebol da época: Inglaterra, Escócia, Irlanda e País de Gales, estes criaram a International Board, para definir as regras do futebol, papel que faz até hoje como assessoria da FIFA (Fédération Internacionale Football Association), criada em 1904, em Paris, com a participação de sete países: França, Espanha, Bélgica, Suíça, Holanda, Dinamarca e Suécia. Em 1891, a International Board cria a penalidade máxima, [...] que deveria ser cobrado de qualquer ponto da linha de doze jardas (MELO 1999, p. 19); uso das redes e a proteção dos goleiros. Atualmente a FIFA reúne seis confederações continentais: Confederação Asiática de Futebol (AFC); Confederação Africana de Futebol (CAF); Confederação Norte-Centro-Americana e do Caribe (CONCACAF); Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF); Confederação de Futebol da Oceania (OFC); União das Associações Européias de Futebol (UEFA); e estas, por sua vez agregam entidades de todos os paises, que patrocinam cerca de 20 milhões de jogo a cada ano envolvendo quatro milhões e cem mil clubes (FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 8). 2.2 Importância e evolução do sistema e da tática 2.2.1 Definição do que é sistema Esta é uma parte de grande importância dentro de uma equipe de futebol, e que precisa ser trabalhada para que a equipe seja organizada e possa ajudar a alcançar os objetivos planejados.

17 O sistema de jogo, porem não constitui uma disciplina rígida, embora tenha sido, erroneamente, considerado como tal. Um bom treinador decide qual sistema é melhor para sua equipe, de acordo com os jogadores que tiver a sua disposição. E, assim mesmo, o sistema será mais uma estrutura diretiva do que uma regra inflexível que tem de ser cumprida por todos os jogadores. O futebol é um jogo tanto de organização como de iniciativa (JARDIM JÚNIOR, 1979, p. 116). Já para outro autor, funciona como: Um grupo organizado de idéias, estrutura de jogo e conceito operacional usado por uma equipe para atuar mais eficientemente, com o objetivo de atingir melhores resultados atléticos. Por outro lado, é a junção de elementos técnicos e táticos agrupados logicamente e aplicados metodologicamente para fazer com que toda equipe jogue com eficiência (BOMPA, 2005, p. 63). Para Borsari (1989, p. 48), destaca como esquema de distribuição dos jogadores pelo campo de jogo, procurando atender às necessidades de proteção e defesa da meta, como a ocupação do meio-campo, e também às necessidades de atacar a meta adversária, para conseguir marcar gols. O sistema de jogo se apresenta de acordo como a equipe se coloca, se posta, se arruma dentro de campo, para determinado jogo e para que o sistema seja aplicado com eficiência depende de fatores específicos dentro e fora do campo, como por exemplo, o local do campo, o tamanho do campo, as condições do campo e do clima, o nível físico e técnico dos atletas de ambas as equipes, o estilo da arbitragem, a qualidade da equipe adversária, etc. Segundo Bielinski (s.d, p. 1), o sistema no futebol entende-se a disposição dos jogadores em campo, tendo em vista organizar a equipe ao mesmo tempo e, permitir-lhe variar de tática.

18 [...] uma equipe que participa de competições deve ter preocupações de como se preparar corretamente para um jogo. Esta preocupação é responsabilidade do treinador, que deve distribuir os jogadores em campo, de modo que possa ocupar racionalmente todos os espaços, saiba equilibrar as ações defensivas com as ações ofensivas, tenha uma preocupação de como devem se comportar os defensores em relação as investidas dos atacantes adversários, como o meio de campo deve agir e os atacantes deverão fazer para ludibriar a defensiva contrária, para obter o gol (MELO, 1999, p. 09-11). Já outro autor, destaca que: [...] procuramos neutralizar a ação do adversário; neutralizado o ataque, conquistamos então a iniciativa das ações. Com a iniciativa das ações, nós decidiremos qual a melhor maneira de penetrar no dispositivo adversário. [...] É sempre o adversário que determina a maneira de jogar de um time. Se adotarem marcação cerrada, teremos que atacar de certa maneira, se, porém, marcarem por zona, terá que agir de maneira diferente (RIBAS, 1984, p. 7). Um sistema para ser bem aplicado precisa ser simples, de fácil assimilação pelos atletas, tem que manter um equilíbrio entre defesa e ataque, posicionando os jogadores de tal maneira que um número suficiente possa atacar e um número suficiente possa defender, ser flexível, variando conforme o jogo, mas não perdendo a base, formar um conjunto, em que cada atleta recebe uma tarefa e deve trabalhar em prol da equipe. Para ter uma melhor compreensão da distribuição dos atletas, pode-se dividir o campo em zona defensiva, de construção e ofensiva. A zona defensiva é o espaço no campo onde a marcação deve ser mais forte e onde deve ter constantemente cobertura (sobra). Os defensores devem jogar da maneira mais simples possível, não dar espaço aos atacantes, e quando da posse de bola, dar seqüência rápida ao ataque ou segurar a bola quando não tem nenhum perigo de levar gol. A zona de construção é o espaço no meio do campo, onde são articuladas, preparadas, criadas todas jogadas ofensivas, com passes rápidos, boa

19 movimentação, e também é um setor onde ocorre uma forte marcação. É onde ocorrem as maiores batalhas entre as equipes. Tem até um ditado que diz que o meio de campo é o coração da equipe. Na zona ofensiva é o espaço no campo onde as ações são feitas para enganar a defesa adversária para se obter o gol. Os atacantes precisam se deslocar com rapidez, fazerem dribles, tabelas, usarem o efeito surpresa. O ataque quando perde a posse da bola deve se tornar imediatamente defensores, impedindo o adversário de dar seqüência à jogada. Vários fatores contribuíram para evolução dos sistemas e táticas no futebol; as dimensões do campo, o número limitado de atletas, a evolução da preparação física, as mudanças de regras (principalmente a lei do impedimento). De acordo com Melo (1999, p. 22-33), a evolução dos sistemas e táticas da seguinte maneira: Sistema original 1-1-9: Sistema eminentemente ofensivo. Constituía-se de nove atacantes, um meio de campo, um defensor; Sistema 1-1-2-7: Era formado por sete atacantes, dois meio de campo, um defensor mais recuado e um defensor; Sistema quatro defesas: Composto de um goleiro, dois zagueiros, dois médios e seis atacantes. Sistema clássico ou piramidal:

20 Buscava maior equilíbrio entre a defesa e o ataque. Foi recuado mais um atacante para compor o meio de campo. Constituía-se de um goleiro, dois zagueiros, três médios e cinco atacantes. Trazia uma facilidade para os defensores, pois a lei do impedimento exigia, naquela época, pelo menos três defensores mais próximos da linha de fundo, para dar condições de jogo para um atacante. Os dois defensores jogavam separados um do outro; enquanto um ficava próximo da entrada da área, o outro se posicionava no meio de campo, fazendo com que os atacantes fossem obrigados a recuar até o meio de campo para evitar o impedimento. Este sistema durou 50 anos, sendo utilizado pela equipe Uruguaia durante a primeira Copa do Mundo (1930) realizado no Uruguai; Sistema WM: Criado por Herbert Chapmam, treinador do Arsenal da Inglaterra, após a mudança da lei do impedimento em 1925, pois o número de defensores entre o atacante e a linha de fundo caiu de três para dois. Daí em diante uma equipe poderia colocar um jogador próximo do penúltimo defensor (o último era o goleiro). Consistia de três defensores que tinham função de marcar os atacantes adversários mais avançados; quatro meio campistas, sendo dois recuados para marcação e dois adiantados para criar as jogadas de ataque também podendo finalizar e três atacantes, sendo um centroavante e dois pontas, um de cada lado do campo. Com este sistema foi criada a marcação individual, pois antes era realizada a marcação por zona; Sistema 4-2-4: Utilizado pelo Brasil em seus dois primeiros campeonatos mundiais, pois os três defensores do WM tinham dificuldades de parar os três atacantes

21 adversários, pois com a aproximação de um meia, ficava sempre quatro atacantes contra três defensores, sendo que essa marcação era homem a homem. Foi recuado um dos elementos do meio para a defesa e outro do meio de campo para atuar mais avançado, ficando apenas dois no meio de campo. Com este sistema, as equipes passam a utilizar a marcação por zona, possibilitando uma cobertura mais adequada em espaço tão grande, a frente do gol. Constituía de um goleiro; dois zagueiros centrais; dois laterais; dois meio-campistas, sendo que quando um ataca, o outro fica mais na função defensiva; quatro atacantes, sendo dois pontas e dois centroavantes; Sistema 4-3-3: Inventado pelo Brasil na Copa de 1970, quando foi tricampeã. É uma variação do sistema 4-2-4, com um atacante voltando para marcar no meio de campo. Constituía-se de um goleiro; quatro zagueiros, sendo dois laterais e dois centrais; três meio de campo, sendo um com a função de proteger a defesa e dois com a função de armação e finalização das jogada ou podendo ser dois com função defensiva e apenas um na armação, e três atacantes, podendo ser dois pontas e um centroavante ou um ponta e dois centroavante; Sistema 3-5-2: O mais utilizado atualmente pelas equipes. É formado por três zagueiros, sendo que um deles joga atrás dos outros dois, com função de fazer a cobertura de toda a zaga (líbero). No meio de campo, joga com dois alas que fazem as jogadas pelas laterais e três jogadores se posicionam como os jogadores do meio campo de

22 campo do sistema 4-3-3 e dois atacantes, que devem movimentar-se o tempo todo, no ataque, para confundir a defesa adversária; Sistema 4-4-2: Constitui-se de um goleiro; quatro zagueiros, sendo dois alas (laterais), e dois zagueiros centrais; quatro jogadores no meio de campo, sendo dois com funções de marcação e dois com função de armação ou finalização das jogadas, e na frente dois avançados, podendo ser dois centroavantes ou um centroavante e um ponta; Sistema 4-5-1: Criado em 1998 pela seleção da Noruega. Consiste em um goleiro; uma linha de quatro defensores, sendo dois laterais e dois zagueiros pelo centro da área, seguido por cinco meio campistas e apenas um atacante na frente. Quando perdem a posse de bola, os jogadores do meio de campo procuram congestionar este setor do campo, para que a equipe contraria não possa construir suas jogadas de ataque, fazendo com que a equipe adversária seja forçada a fazer ligação direta entre defesa e ataque, facilitando a função da defesa que estará sempre posicionada para ganhar a bola pelo alto. Com a posse da bola, os jogadores do meio de campo tentam trazer a bola dominada até a entrada da área, para fazer a finalização ou lançamento para o jogador mais avançado.

23 2.2.2 Como pode ser entendida a tática? No futebol atual, percebemos grande movimentação dos atletas que correm em todas as direções, se deslocando com bola e muitas vezes sem bola tentando ludibriar o adversário e facilitar para que sua equipe consiga marcar gols. Melo (1999, p. 11-38), destaca que após distribuir os jogadores no campo, o técnico deverá passar tarefas para os jogadores cumprirem durante o jogo. Estas tarefas são as táticas, que podem ser individual, setorial ou global. Menciona também, que é a arte de combinar a técnica individual de cada jogador, em suas diferentes linhas e posições, de modo a obter o máximo de rendimento do conjunto, em um determinado jogo. Segundo Bielinski (s.d, p. 14-15) entende-se por tática, a maneira cuidadosamente planejada de combinar todos os meios ao nosso alcance, de forma a alcançar os fins desejados. Bompa (2005, p. 38-39), define a tática como a arte de desempenhar uma habilidade em situação de competição com adversários diretos ou indiretos. Termo militar de origem grega. Taktika significa modos de organização [...] Refere-se a espaço, tempo e contingentes menores; ação no campo de batalha. No momento que se inicia o jogo, iniciam-se também as manobras feitas pela equipe para defender e para atacar. É importante observar que a tática precisa ser ensinada e treinada, aperfeiçoada, para que ela possa ser bem aplicada durante o jogo. A tática da equipe aperfeiçoa-se em exercícios. Os aperfeiçoamentos são realizados basicamente de duas formas: a primeira é através de coletivos que, pela sua estrutura, aproxima-se aos jogos, e a segunda através de treinos táticos realizado em grupos ou com toda equipe, reproduzindo algumas situações de jogo (GODIK, 1996, p. 89).

24 Para escolhermos a tática a ser aplicada durante uma partida de futebol, precisamos nos ater a alguns detalhes que são relevantes, como por exemplo, as condições físicas e técnicas dos atletas de ambas as equipes, conhecimentos táticos (dizer, mostrar ao atleta como dever ser feito), ter controle psicológico para realizar as manobras, entendimento das regras do jogo e o regulamento da competição, circunstancias especiais como local do campo, dimensões e condições do campo, entre outros. Podemos então observar que uma equipe de futebol para se alcançar vitórias e sucesso, precisa não só ter um objetivo, mas atrelado a isso um bom sistema com táticas adequadas. Alguns fundamentos táticos são de grande importância para que se possa manter um equilíbrio na equipe, como, por exemplo, saber desenvolver a tática defensiva e a ofensiva. 2.2.2.1 Tática defensiva Marcação é a maneira de impedir o adversário de ter tempo e espaço para que ele possa criar situações que venham trazer perigo à equipe defensora. Toda a equipe tem que ter consciência que quando tem a posse da bola ela está atacando e quando perder a posse da bola automaticamente toda a equipe tem que defender. Segundo Mello (1999, p. 42), não teremos um ataque eficiente, de qualidade, se não tivermos o suporte da defesa e nunca teremos uma boa defesa se não tivermos o empenho dos atacantes.

25 Para se fazer uma boa marcação é necessária alguns princípios como: o jogador que está mais próximo do adversário deve fazer a marcação, aproximar, colar no adversário para que ele se sinta incomodado e não tenha uma visão geral do campo e de seus companheiros; concentração perdeu a posse da bola, voltar para marcar; o momento exato para tentar o desarme, quando estiver bem posicionado e com sobra dos companheiros; bom preparo físico; preparado psicologicamente para recuperar a bola com determinação, garra, pegada. Para que uma defesa funcione adequadamente, precisa descobrir compreender e treinar como se posicionar, porque caso contrário encontrará grandes dificuldades de anular os atacantes adversários. Uma defesa bem postada, sempre terá um defensor na sobra, nas costas de outro defensor, caso esse venha ser driblado pelo atacante adversário. Se esse defensor for driblado, deverá correr para posição de cobertura, caso não consiga, outro defensor mais próximo deverá fazer essa função. 2.2.2.2 Tática ofensiva O jogo ofensivo começa quando a equipe tem a posse da bola e conduz até que chute a gol ou perca a bola para o adversário. O jogo ofensivo é marcado por jogadas individuais, tabelas, combinações entre os jogadores, com o objetivo de levar a defesa adversária ao erro e concluir a gol. Para se ter um bom ataque os jogadores atacantes precisam movimentarse constantemente com ou sem bola para surpreender e confundir o adversário e dar seqüência ao jogo; buscar sempre um espaço vazio, abrir o jogo, dificultando

26 os defensores para fechar os espaços; entrar na defesa com velocidade (penetração). Para que o ataque funcione, o jogador atacante precisa se desmarcar, fugir da visão do defensor, atrair o defensor para longe da área, que troque de posição (rotação), que facilite para aquele que tem a posse da bola, que faça tabelinhas frente à área, que busque os cruzamentos pelas laterais do campo. 2.3 Relação entre treinador e atletas É de fundamental importância haver uma harmonia, um entrosamento entre treinador e atletas para que a execução dos sistemas e táticas seja aplicada e os objetivos traçados possam ser alcançados. Tanto o técnico como os atletas, tem que terem consciência da sua função dentro da equipe, de como executarem suas funções com o máximo de eficiência para o bem comum da equipe. Os técnicos têm que terem um bom conhecimento dos sistemas e das táticas que envolvem um jogo, da potencialidade de cada um dos seus atletas para que as manobras possam ocorrer com qualidade e bom resultado. O treinador não é aquele que só escala ou dá ordem, ele ocupa um cargo com muitas funções importantes dentro de uma equipe de futebol. Ele intervém na montagem da equipe técnica, escolha de jogadores, local de treino, material, demite atletas, ele organiza, analisa, avalia os acontecimentos dos setores e funções dentro da equipe, ele determina sistemas e táticas a serem empregadas. O técnico é tão importante que dificilmente uma equipe consegue seus objetivos sem a presença dele.

27 Bompa (2005) destaca que os treinadores relatam ter a difícil tarefa de se manter sempre bem informado e atualizado. Ele ocupa várias funções: psicólogo, organizador, educador, nutricionista, fisioterapeuta e preparador físico. Serve como modelo e pode influenciar a equipe tanto positiva como negativamente. O treinador precisa ter caráter firme, princípios morais, disciplina, controle emocional, capacidade de energizar, solucionar problemas, ser professor (ensinar de maneira simples), ser educado, líder e organizado, explicar em detalhes o papel de cada um jogador na equipe, o que se espera de cada um e o comportamento antes, durante e após o jogo; tomar decisões rápidas e corretas; ter boa intuição e criatividade. Infelizmente hoje, principalmente em nosso país, o técnico esta sempre inseguro quanto ao seu futuro profissional o seu cargo estará sempre ameaçado e sua qualidade de treinador será julgada pelo desempenho da equipe, do atleta e por resultados imediatos, estará sempre se expondo a críticas, a vaias, por isso precisa ter personalidade forte e um bom suporte emocional, vive sempre com a corda no pescoço, precisa de resultado o mais rápido possível, e se não consegue, é dispensado, trocado, vê seus planejamentos irem a bancarrota. Ele precisa ser competente, manter-se sempre bem informado, ter conhecimento apropriado dos sistemas, da tática, da técnica, da física, regras, do adversário, noções de anatomia, fisiologia, nutrição, etc., qualidades morais, consciência profissional, autoridade, coragem, convicção, caráter, ser inteligente, saber ensinar. O treinador é quem estabelece as movimentações que os atletas irão realizar durante a partida. Os jogadores para desempenharem bem suas funções dentro do campo precisam ter uma boa habilidade técnica e um alto nível de treinamento físico; controle sobre suas emoções; disciplina; dedicados; saber como agir em todos os

28 momentos do jogo, isto é, compreender as circunstancia concretas do jogo e decidir qual ação tática aplicar, isso sob a influência e supervisão do treinador. Treinador e jogadores têm que superar as dificuldades e descobrir melhores meios de alcançar os objetivos e melhorar as habilidades de ataque e defesa. O treinamento tático é para determinar os objetivos táticos de cada jogador e os papeis especiais que os jogadores-chaves terão na equipe para o jogo estabelecer as ações selecionadas para os jogadores desempenharem durante o jogo, com ou sem bola (BOMPA, 2005).

29 3. METODOLOGIA 3.1. Modelo da pesquisa O modelo do estudo se caracterizou por uma pesquisa descritiva do tipo estudo de caso, por meio de um levantamento de dados qualitativos e quantitativos. De acordo com Thomas e Nelson (2002), a pesquisa descritiva tem como ferramenta o uso questionário, entrevista e levantamento normativo e análise documental. O estudo de caso é utilizado no fornecimento de informações detalhadas sobre um indivíduo, ou instituições e comunidade, etc. esse tipo de estudo objetiva determinar características únicas sobre um sujeito ou condição. 3.2. Forma de recrutamento dos sujeitos Os indivíduos foram recrutados de forma aleatória, após compreenderem o que seria a pesquisa e qual a sua finalidade. Os questionários foram entregues aos atletas e técnicos antes ou após os dias de jogo. Foram entregues a todas as equipes amadoras que participaram da Copa Sul de Campeões 2006, realizada pela Liga de Futebol de Içara. Alguns responderam ao questionário no momento que foi entregue o questionário, outros retornaram a pesquisa no próximo encontro.

30 3.3 População Fizeram parte do estudo atletas e técnicos de equipes de futebol de campo da região sul que participaram da Copa Sul de Campeões 2006, realizada pela Liga de Futebol de Içara, com uma população de 100 atletas e 20 técnicos. 3.4 Amostra A amostra foi composta por 76 atletas amadores e 6 treinadores todos do futebol amador da região e de diversas equipes. 3.5. Instrumentos de coleta de dados Como instrumentos de avaliação, foram utilizados questionários com perguntas fechadas e abertas especificas para esta pesquisa. 3.6. Análise e processamento dos dados O tratamento dos dados se deu por meio da reunião e descrição das informações coletadas. A partir disto, foi realizado a análise de cada variável investigada. 3.7. Delimitação do estudo A pesquisa delimitou-se em avaliar atletas com faixa-etária de 18 a 35 anos, e técnico com idade entre 35 a 60 anos, todos do sexo masculino.

31 Participaram do estudo os atletas e técnicos que devolveram todos os instrumentos de investigação.

32 4. ANÁLISE E DISCUSÃO DOS DADOS Para sistematizar a apresentação, discussão e análise dos resultados do presente estudo, optou-se por apresentar o questionamento e juntamente com a apresentação dos dados encontrados a discussão dos mesmos. A organização dos questionários apresenta-se primeiramente os achados sobre os atletas e posteriormente os técnicos. 4.1 Questionário dos atletas O questionário aplicado aos atletas encontra-se no Apêndice 1. 1ª Questão: Há quanto tempo você joga futebol de campo? Quadro 1. Tempo de prática de futebol Anos de pratica Quantidade de atletas 1 3 anos Nenhum 4 6 anos 06 7 10 anos 20 > 11 anos 60 Fonte: Dados do pesquisador. Observando a tabela acima em relação ao tempo que joga futebol, observa-se que a grande maioria dos atletas tem mais de 11 anos de prática, ou seja, evidencia-se desta forma que o futebol amador da região Sul esta cada vez mais semiprofissional. A tabela apresenta ainda, outro dado interessante, no qual é quase inexistente a presença de jogadores que não tenham menos de 3 anos de pratica. Desta forma entende-se que a maioria dos atletas entrevistados tem

33 experiência suficiente para contribuir no bom desempenho da equipe, seja na ordem técnica como também no sistema tático. 2ª Questão: Você já teve alguma experiência com o futebol profissional? Quando avaliada a experiências dos atletas com o futebol profissional, observa-se que a maioria dos atletas entrevistados, num total de 47 (atletas) já teve alguma experiência com o futebol profissional, isto é, tiveram algum tipo de fundamento básico deste esporte, onde poderiam fazer diferença na estrutura da equipe, conscientizando que uma equipe bem organizada dentro do campo, facilita o trabalho (desenvolvimento) de todos, contribuindo assim para alcançar mais facilmente o resultado planejado. E os que não tiveram oportunidade no futebol profissional perfazem um total de 29 (atletas), isso não significa que estes apresentem dificuldades na prática do futebol, no entanto apresentam dificuldades quando se trata da organização tática do jogo, onde o futebol profissional evidencia isso diariamente, o que dificulta em alguns momentos o rendimento da equipe. 3ª Questão: Tem conhecimento do que significa sistema tático? Pode-se observar que há uma coerência entre as respostas, onde os atletas que praticam futebol a mais de 11 anos e com experiências, inclusive profissional, automaticamente estiveram em contato com sistemas e táticas de jogo. Para respaldar esta afirmação à pesquisa realizada apresente que 74 atletas entrevistados têm conhecimento do sistema tático e apenas 2 desconhecem estas formas de jogar coletivamente. Em uma avaliação subjetiva, onde o pesquisador observou as equipes durante seus jogos, observou-se que a maioria das equipes do futebol amador tem um sistema, embora na maioria das vezes sem ou com pouca

34 movimentação tática, jogando mais no individualismo, na qualidade do atleta, do que no conjunto da equipe. 4ª Questão: Qual desses sistemas você conhece? Quando avaliados sobre os tipos de sistemas que conhece, foram apresentados aos atletas os sistemas: 4.3.3, 4.4.2, 3.5.2, 3.6.1, em função de estes serem os mais utilizados no futebol amador e profissional. Os dados apresentam que todos os atletas têm conhecimento dos sistemas, logicamente alguns atletas não conheciam todos os sistemas, mas tinham o conhecimento de algum. Em decorrência de o questionário ser aberto, com múltiplas respostas, dificulta um pouco a interpretação dos dados, mas, observou-se que o sistema onde teve a maior resposta foi o sistema 4.4.2, talvez por este ser usado e de fácil execução em equipes amadoras. 5ª Questão: Quais os sistemas mais aplicados durante uma partida de futebol amador? Este questionamento complementa a questão anterior, pois se trata de transferir a teoria (conhecimento do sistema) para a prática (jogo propriamente dito). Embora, os atletas não estarem preocupados com sistemas e táticas, ou seja, só querem jogar, percebe-se que há uma predominância nas equipes a utilização do sistema 4.4.2 com variações e manobras simples. Poucas equipes no amador que tem atletas com mais qualidade e experiências fazem o uso de outro sistema, neste caso o mais utilizado como uma variação de sistema é o 3.5.2 com variações e manobra mais complexa exigindo do atleta mais concentração, atenção, criatividade, iniciativa, ousadia, entre outros.

35 Na observação dos jogos, percebe-se que poucas equipes conseguem manter-se dentro do sistema planejado, onde em determinado tempo do jogo o sistema utilizado e complemente desconfigurado, jogando desorganizada, apostando muito mais na qualidade física e técnica individual do que de forma coletiva e sistemática. 6ª Questão: Você sabe qual a função de cada atleta dentro de cada sistema? Em relação a este questionamento, observou-se que praticamente todos os atletas responderam de forma positiva, ou seja, 67 atletas conhecem e apenas 9 relataram que conhecem alguma coisa sobre suas funções dentro de campo. No entanto observou-se que a prática não corresponde ao conhecimento, talvez por não haver conhecimento necessário ou por não ser dada a atenção necessária a esse tão importante detalhe, mas observou-se também que alguns atletas, principalmente os mais experientes, além de eles terem o conhecimento, eles orientam nas manobras dos demais companheiros. 7ª Questão: O técnico consegue explicar corretamente os sistemas com suas variações defensivas e ofensivas? A grande maioria (46 atletas) respondeu que compreende as explicações dos técnicos referentes como a equipe deve jogar, tanto ofensiva como defensivamente, mas na prática pouco acontece, talvez por não haver exigências da parte do técnico ou talvez pelo atleta partir para o individualismo, tentando resolver por si só as situações de momento, esquecendo do coletivo, jogando no impulso, esquecendo ou não assimilando que foi planejado.

36 O que chama atenção é de um grupo de 25 atletas responderam que alguma coisa o técnico consegue passar para os jogadores, mas que não são explicações claras e objetivas, prejudicando a maneira de jogar da equipe, não tendo um padrão de jogo, que estão em campo sem saber o que devem fazer, com pouca movimentação tática, fazendo o que surge no momento, onde ocorre um desgaste físico e técnico muito grande, tanto para a equipe como para os jogadores. Observa-se desta forma que no futebol amador de nossa região, é que muitos técnicos não têm conhecimento de sistema tático e suas manobras, não tem comando de equipe, não compreendem o que estão fazendo, não usam o potencial de sua equipe, onde os atletas mais experientes (dificilmente uma equipe amadora da nossa região não tem um atleta que já foi ex-profissional ou que já tiveram algum tipo de fundamento tático no futebol) conseguem posicionar a equipe dentro de campo, destacando o individual e pouco o coletivo. Poucos técnicos do futebol amador se preocupam com o sistema e a tática de sua equipe, enfatizando mais o emocional, a superação, a qualidade de seus jogadores demonstrando assim o pouco conhecimento e pouco crédito dos sistemas e táticas como fundamentais para a equipe. 8ª Questão: Os atletas compreendem e conseguem executar os sistemas determinados pelos técnicos? A resposta deste questionamento corrobora com o anterior, onde 32 atletas responderam que sim e 41 compreendem e executam e apenas 3 relataram não compreender e executar as informações dos técnicos, ou seja, a grande maioria entende e consegue praticar alguma coisa que foi estabelecida na preleção, mas que há grandes dificuldades, pois não há treinamento específico, pois se encontram

37 somente para jogar, sem dar ênfase em sistemas e táticas. Há sim um posicionamento simples, com poucas manobras e/ou manobras simples que cada jogador faz como acha melhor, não sendo planejada. Na percepção do pesquisador nos jogos, tem-se conhecimento que as respostas não são totalmente coerentes com a prática, pois pouquíssimos atletas conseguem permanecer no padrão estabelecido e que jogam mais de acordo com as situações momentâneas, usando muito o individual, prejudicando em muito os sistemas e as táticas. 9ª Questão: Você acha que um sistema é importante para uma equipe, por quê? A grande maioria dos atletas parece entender que jogar ou conhecer os sistemas táticos é importante para um jogador de futebol, como eles mesmos descrevem que o sistema é importante por: posicionar corretamente a equipe e por tornar a equipe mais forte. No entanto estas respostas ficam apenas no plano teórico, onde na prática estas máximas não acontecem. Tem-se conhecimento que um sistema bem aplicado, dá um equilíbrio pra equipe, torna uma equipe com padrão de jogo, ficando mais compacta, mais consciente, mais segura, consequentemente ficando uma equipe mais forte, mas para isso precisa treinar especificamente os sistemas. 10ª Questão: Como são aplicados os sistemas com suas variações? Em relação a este questionamento, as respostas levam a entender que os atletas não entenderam corretamente a pergunta, ou seja, praticamente todos responderam que os sistemas deveriam ser aplicados com treinamento, realidade

38 que não corresponde a estas equipes, pois em se tratando de futebol amador isso não é verdade, pois não há tempo para treinamento, somente se encontram para o jogo, havendo apenas um momento para as informações de como jogar, que acontece no vestiário, minutos antes da partida. 4.2 Avaliação dos técnicos O questionário aplicado aos técnicos encontra-se no Apêndice 2. 1ª Questão: Você tem alguma formação profissional? Qual? As respostas obtidas retratam a máxima que todo mundo entende um pouco de futebol. Todos os entrevistado tem uma formação profissional, num total de 6 avaliados, no entanto apenas um com formação específica em Educação Física, os demais eram: um representante comercial; um administrador de empresas; um licenciado em História e um técnico em química. Vale ressaltar que apenas com a formação em curso superior em Educação Física não o qualifica a ser um técnico em futebol, o que foi observado na pesquisa, pois alguns dos técnicos sem formação da área específica têm um conhecimento maior do futebol, pois estes foram buscar estes conhecimentos por meio de cursos específicos, estudos e convívio com o esporte em questão. 2ª Questão: Há quanto tempo é técnico? A grande maioria dos técnicos apresenta um tempo de experiência bem interessante, onde a grande maioria tem mais de 4 anos de experiência com o futebol amador. De certa forma isso demonstra que todos têm boa experiência para dirigir uma equipe, o que com certeza pode proporcionar as equipes amadoras uma

39 boa base com referencia a posicionamento da equipe e movimentação dos atletas dentro destes sistemas. 3ª Questão: Você teve algum tipo de curso para ser técnico? Dos entrevistados, dois procuraram buscar mais conhecimentos para ser técnico, levando a sério esta função para que possam dirigir melhor sua equipe. Outros dois têm somente a prática como ex-atletas o que pode dificultar muito na hora de lidar e dirigir os atletas dentro dos sistemas estabelecidos. Os outros dois não foram atletas e nem procuraram novos conhecimentos para se aperfeiçoarem como técnicos, provavelmente encontram muitas dificuldades para poder comandar suas equipes, pois uma equipe que não tem um técnico qualificado torna-se desqualificada, desarrumada e sem controle dentro do campo, dificultando o sucesso. 4ª Questão: Você é conhecedor de sistemas táticos utilizados no futebol? Neste questionamento todos os técnicos entrevistados, demonstraram ser conhecedores sobre os sistemas táticos de futebol, dando uma ênfase especial a essa importante variável dentro de uma partida de futebol. 5ª Questão: Você conhece alguns destes sistemas? Foi apresentado para os técnicos os sistemas: 4.3.3; 4.4.2; 3.5.2; 3.6.1, sistemas táticos apresentados mais utilizados no futebol, e todos os sistemas apresentados são conhecidos pelos técnicos, no entanto de acordo com as observações feitas dos jogos pelo pesquisador, percebeu-se que a grande maioria das equipes jogava de forma diferentes, talvez por não terem as qualidades físicas e