Saúde em perspetiva. Ordem dos Economistas. Ministério da Saúde

Documentos relacionados
O Futuro do SNS. Ministério da Saúde. 26 de Outubro de 2011

Orçamento do Estado 2016

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 Ministério da Saúde

Controlo interno, Governance e Compliance

A crise e a saúde em Portugal

ANO: 2016 Ministério da Saúde

Relatório Final. Os cidadãos no centro do sistema Os profissionais no centro da mudança

Acesso e desempenho assistencial no SNS em 2017 REUNIÃO DE TRABALHO DE DIRIGENTES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

ANO: saúde. Ministério da Saúde DESIGNAÇÃO REGIÃO NORTE E BEM GERIDO EFICÁCIA 45,0. 1 utentes inscritos em. Peso: 10,,0.

MoU e Programa do Governo: as medidas para o Sector da Saúde

CARTA DE MISSÃO. c) Colaborar na elaboração do Plano Nacional de Saúde e acompanhar a respetiva execução a nível regional;

Comissão Parlamentar de Saúde Intervenção inicial

MISSÃO VISÃO VALORES 1/5

nocontexto dasorientaçõesestratégicas Plano Nacional de Saúde (PNS)

Eficácia Ponderação: 50% Aumentar para 40% o número de utentes inscritos em USF na região Norte até 31 de Dezembro de % 40% 15%

Orçamento de Estado 2014

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Quadro IV Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (PO12) Despesa por Medidas do Programa (milhões de euros) Programas e Medidas

Plano Nacional de Saúde Evolução dos valores dos indicadores em Portugal Continental ( ) Julho de 2011

Evolução da Facturação de Subcontratos 2000 a 2004

SIADAP AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DOS SERVIÇOS

H=0,6 0,9 ND ND 0,9 ND ND M=1,6 2,4 ND ND 1,3 ND ND. Auto-apreciação negativa do estado de saúde (15-24 anos)

Saúde em perspetiva IDEFF. Ministério da Saúde

Objectivos Operacionais (OO) Eficácia Ponderação: 50% Aumentar em 40% o número de USF em actividade na região Norte

Lista de Indicadores e suas fontes: ( Disponível; Não Disponível)

Clínica Organizacional. Inovação

Acesso à inovação terapêutica. Política coerente ou maratona de obstáculos? Tânia Furtado

ADITAMENTO AO ACORDO ENTRE OS MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS, DA ECONOMIA E DA SAÚDE E A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE DA EMPRESA NOS DOMÍNIOS, ECONÓMICO, SOCIAL E AMBIENTAL

APIFARMA Associação Portuguesa da Industria Farmacêutica. Lisboa, 30 de Janeiro de 2013

Apresentação do Orçamento do SNS

Plataforma / SIARS / 30 de Maio de 2015 Isabel Barbosa

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Prestação de Cuidados de Saúde na Região de Saúde do Centro

Abordagem à Gestão da Doença Crónica

CARTA DE MISSÃO. Colaborar na elaboração do Plano Nacional de Saúde e acompanhar a respetiva execução a nível regional.

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Plano Nacional de Saúde Contributo da Ordem dos Farmacêuticos

Contratualização Externa e Interna

Guião para contratualização no âmbito dos cuidados de saúde primários

Ganhos em Saúde na Região do Algarve

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Desafios para o Financiamento & Contratualização

Serviço Nacional de Saúde

Controvérsias com Medicamentos

29 de Dezembro de UCGIC 1

CARTA DE MISSÃO. Ministério da Saúde. Serviço/Organismo: Administração Regional de Saúde do Norte. Cargo: Vice-presidente do Conselho Diretivo

nidade Local de Saúde de Matosinhos, E.P.E.

Gestão da Doença Crónica

Perfil de Saúde e Plano Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo Um ponto de situação. Reunião de Delegados de Saúde Caldas da Rainha

Serviço Nacional de Saúde

Por um Financiamento Adequado da Saúde

Alto Comissariado da Saúde

Sustentabilidade na Saúde

Inovações em Promoção da Saúde em Portugal

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Portugal 2020: Objetivos e Desafios António Dieb

ÍNDICE DE SAÚDE SUSTENTÁVEL ª Conferência Abbvie/TSF/DN 7 de Março de 2017

pelos CH e, por outro lado, da produção realizada tal como descrita nos Relatórios e Contas, os Contratos-Programa não estarão a refletir as

NOTA TÉCNICA N. º 1/ACSS-POPH/2013

MOÇÃO. Em defesa do Serviço Nacional de Saúde

Sessão pública de apresentação do Relatório de Actividade dos Hospitais SA

Serviço Nacional de Saúde

Judite Neves Lisboa, 12 de Maio 2011

Serviço Nacional de Saúde

Serviço Nacional de Saúde. Orçamento Estado 2012

Socialismo 2010 Debates para a Alternativa 27 a 29 de Agosto de 2010 SNS NEM ROSA VELHO NEM LARANJA CHOQUE: A RESPOSTA DA ESQUERDA

14182/16 mjb/mpm/mjb 1 DGG 1A

Novo Hospital de Proximidade de Lamego

Identificação da empresa

CARTA DE MISSÃO. c) Colaborar na elaboração do Plano Nacional de Saúde e acompanhar a respetiva execução a nível regional;

Programa de Formação Especifica de Saúde Pública e Medicina Geral e Familiar

Identificação da empresa

Acesso e financiamento da inovação em Oncologia: para dados diferentes, critérios de avaliação iguais? Que alternativas?

A experiência dos Serviços Farmacêuticos da ARSC

A Entidade Reguladora da Saúde. Porto, 6 de Março de 2012

O processo de contratualização nos CSP no Algarve em números

ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A QUALIDADE NA SAÚDE

As organizações de saúde

Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E.

Modalidade de Pagamento da Unidades Locais de Saúde

O Programa Nacional de Reformas constitui um elemento essencial na definição da estratégia de médio prazo que permitirá a Portugal, no horizonte de

A Farmácia em Portugal

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Desafios para o Financiamento Hospitalar. saude.pt

Prefácio e agradecimentos 5

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Identificação da empresa. Missão. Objetivos. Políticas da Empresa. Hospital da Senhora da Oliveira - Guimarães, E.P.E.

Identificação da empresa. Missão. Objetivos. Políticas da Empresa. Hospital da Senhora da Oliveira - Guimarães, E.P.E.

Serviço Nacional de Saúde

Unidade de Gestão do Acesso. Teresa Mariano Pêgo ACSS

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 Ministério da Saúde

Sistemas de saúde Sistema de saúde português Serviço nacional de saúde português. Natércia Miranda

Identificação da empresa. Missão. Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E. Entidade Pública Empresarial

MEDICAMENTOS ANTITABÁGICOS MONITORIZAÇÃO DO CONSUMO DE MEDICAMENTOS: NICOTINA E VARENICLINA

Parecer emitido pelo Alto Comissariado da Saúde (GPEARI do MS) com Análise Crítica da Auto-Avaliação da ARS CENTRO

Plano Nacional de Saúde

Transcrição:

Saúde em perspetiva Ordem dos Economistas Ministério da Saúde 21 de novembro de 2012

O ponto de partida A situação do sistema de saúde em 2011

1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Ganhos em saúde Evolução da esperança de vida à nascença (anos) 84 82 80 78 76 74 72 70 UE 15 Portugal Rep. Checa Fonte: OECD Health Data, 2012 Média OCDE Israel A saúde em Portugal apresentou, nos últimos anos, uma evolução muito positiva, com ganhos em saúde significativos que permitiram uma aproximação aos padrões internacionais (OCDE, UE15), mas que foi idêntica à de outros países com níveis de vida (medidos pelo PIB per capita) semelhantes a Portugal (Israel, República Checa) 3

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Despesa com o sistema de saúde 12 11 10 9 8 7 6 5 Evolução da despesa total em saúde (% PIB) UE 15 Média OCDE Portugal Rep. Checa Israel Os bons resultados em saúde foram obtidos com uma despesa que, na última década, superou os padrões internacionais (em % do PIB) e foi muito superior aos dos países com níveis de vida e resultados de saúde semelhantes. 4 Fonte: OECD Health Data, 2012 4

Incidência de HIV Incidência de HIV (2010) Fonte: OCDE, Health at a Glance 2012. 5

Mudanças no sistema de saúde português Envelhecimento da população Redução da natalidade Urbanização crescente Maior intensidade da inovação tecnológica População com idade igual ou superior a 65 anos: 19% em 2011 10% em 1980 Nascimentos por mil habitantes: 9 em 2011 16 em 1980 População residente em zonas urbanas: 60% em 2010 27% em 1980 + utilização de MCDT MCDT mais caros Medicamentos Aumento das doenças civilizacionais + obesidade + hipertensão + cancro Setor privado e social Papel mais ativo no sistema Complementaridade com setor público Indução de descida de preços Setor público Maior pressão no SNS: + procura de cuidados + exigência no modelo de cuidados + casos sociais Novos problemas de saúde e novas soluções Rede de serviços inadequada Necessidade de reestruturação do sistema de saúde 6

Mudanças do sistema de saúde português Mudança de Paradigma Urgências Cuidados agudos Campanhas Trabalho extraordinário Saúde Materno-Infantil Prevenção Cuidados primários Literacia Trabalho normal Cuidados continuados 7

Situação financeira do SNS em 2011 Défice global 611 MEUR 2009 Défice SNS: 337 MEUR Prejuízo EPE: 274 MEUR Défice global 777 MEUR 2010 Défice SNS: 449 MEUR Prejuízo EPE: 328 MEUR Défice global 676 MEUR 2011 Défice SNS: 261 MEUR Prejuízo EPE: 415 MEUR Dívidas acumuladas 3000 MEUR Situação insustentável Medidas de correcção imediatas Fonte: ACSS e OE2012

Sustentabilidade financeira do SNS Excesso de despesa face à receita disponível para o SNS Dificuldades de tesouraria Acumulação de défices no SNS (SPA e EPE) Dívidas acumuladas de 3.000 MEUR Suspensão de fornecimentos Atrasos nos pagamentos a fornecedores e convencionados Necessidade de ajustar despesa à receita disponível Fim do SNS enquanto universal e geral Quebra da cadeia de valor da saúde Captura do SNS Medidas de redução de custos e aumentos de receitas 9

O sistema de saúde português 10

Relações setor público / setor privado Financiamento público de serviços de saúde prestados por entidades privadas: Convenções de MCDT: Análises Clínicas, Anatomia Patológica, Cardiologia, Medicina Nuclear, Electroencefalografia, Endoscopia Gastrenterológica, Medicina Física e de Reabilitação, Otorrinolaringologia, Pneumologia e Imunoalergologia, Urologia, Diálise, Radiologia Rede de Cuidados Continuados Acordos com hospitais: Hospital da Prelada, Hospital da Cruz Vermelha, hospitais das Misericórdias PPP: Hospitais de Braga, Cascais, Loures e Vila Franca de Xira; Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul SIGIC Subsistemas públicos: regime convencionado e regime livre Farmácias: comparticipação nos medicamentos 11

O caminho percorrido A Política de Saúde qualidade com sustentabilidade

Política de saúde Princípios da política de saúde Assegurar um SNS sustentável, assente em prestadores públicos de dimensão e diferenciados Aumentar o acesso dos mais vulneráveis aos cuidados de saúde Ajustar equitativamente a despesa de saúde, distribuindo o esforço pelos diferentes intervenientes do sector, e minimizando os efeitos sobre os cidadãos Manter o modelo de financiamento do SNS, exclusivamente através dos impostos, de natureza solidária e progressiva Prioridade/maior orçamento da sua história - 2012 13

Política de saúde Eixos estratégicos Aumentar a eficiência na prestação de cuidados de saúde Aproximar os cuidados de saúde dos cidadãos, reforçando os cuidados primários e os cuidados continuados Aumentar a qualidade dos serviços hospitalares, implementando a Reforma Hospitalar Reformar a política do medicamento para aumentar o acesso às, e a qualidade, das terapêuticas Internacionalizar o sector da saúde, contribuindo para o desenvolvimento da economia nacional 14

Implementar a Reforma da Política do Medicamento 15

Reforma da política do medicamento Prescrição por Denominação Comum Internacional Remoção de barreiras à entrada de genéricos Aprovação do regime de formação do preço dos medicamentos comparticipados: a) primeiro medicamento genérico a introduzir no mercado deverá ser igual ou inferior a 50% do preço do produto de marca com o mesmo princípio ativo b) alteração dos países de referência para comparação de preços de medicamentos de marca c) revisão de preços de medicamentos de marca (1 abril 2012) e de medicamentos genéricos (1 maio 2012) d) alteração das margens de comercialização de medicamentos Revisão da legislação relativa ao regime jurídico das farmácias de oficina Acordo com a Indústria Farmacêutica, por forma a alcançar uma redução de 300 MEUR na despesa pública com medicamentos em 2012 Inovação vs Novidade (ex: Tafamidis) Redução do custo com medicamento hospitalar 16

Aumento do acesso e redução da despesa Mercado Total de Medicamentos de Ambulatório evolução anual e evolução mensal Fonte: Infarmed Encargos SNS - 102 MEUR Encargos utentes - 66 MEUR 17

Aumento do acesso e redução da despesa Impacto das medidas da Política do Medicamento (2012)* Impacto SNS Impacto Utentes Redução de margem de farmácias e distribuidores -50 MEUR -56 MEUR Revisão internacional de preços -75 MEUR -35 MEUR Remoção das barreiras à entrada de genéricos no mercado -13 MEUR -26 MEUR Total -138 MEUR -117 MEUR * Previsão do Infarmed a Janeiro de 2012. Fonte: Infarmed 18

Política do Medicamento 2013 Revisão internacional de preços Formulários nacionais de medicamentos (hospitalar e ambulatório) Reforço da aquisição e negociação centralizadas Reforço de monitorização e controlo de prescrição, dispensa e conferência em ambulatório e hospitalar Acordo com a APIFARMA Prescrição por DCI Diminuição de preços dos medicamentos (hospitalar e ambulatório) 19

Aproximar os cuidados de saúde dos cidadãos 20

Cuidados de Saúde Primários e Continuados Garantir um Médico de Família a cada português Restruturação dos ACES (-19 ACES, de 65 para 46) Aumento do número de utentes por médico de família Revisão de listas do Registo Nacional de Utentes, com o objetivo de diminuir o número de utentes sem médico de família atribuído Nomeação de Diretores Executivos dos ACES concluída na ARSN, ARSA e ARSALG. Reforço do Conselho Clínico e de Saúde dos ACES Abertura de 39 novas USF Passagem de 29 USF de modelo A para modelo B Abertura de 7 USCP Desenvolvimento de projeto para a criação do enfermeiro de família no SNS Estudo da implementação das USF modelo C 21

Cuidados Continuados Integrados Expansão da RNCCI com sustentabilidade Evolução junho 2011 - setembro 2012 Tipologia Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total Convalescença 16 0 0 0-20 -4 Média Duração e Reabilitação 2 16 45 1 0 64 Longa Duração e Manutenção 74 61 93 99 0 327 Paliativos 10 0-7 5 0 8 Total 102 77 131 105-20 395 22

Programas Nacionais Prioritários Área Diabetes Infeção VIH/SIDA Prevenção e Controlo do Tabagismo Promoção da Alimentação Saudável Saúde Mental Doenças Oncológicas Objetivos (um dos objetivos existentes) Diminuir a mortalidade específica por diabetes, reduzindo a mortalidade intrahospitalar, por todas as causas, nas pessoas com diabetes em 10% até 2016 Reduzir o número de novos casos por VIH em 25% e o número de mortes por SIDA em 50%, até 2016 Reduzir em pelo menos 2% a prevalência do consumo de tabaco na população com 15 anos, até 2016 Controlar a incidência e a prevalência de excesso de peso e obesidade na população infantil e escolar, limitando o crescimento até 2016 Reduzir o impacto da doença mental, traduzido na redução até 5% do número de doentes crónicos residentes Aumentar a taxa de cobertura total dos rastreios oncológicos (mama e colo útero), garantindo mais de 60% de cobertura em todo o território até 2016. Doenças Respiratórias Doenças Cérebrocardiovasculares Reduzir a taxa de internamento por doença respiratórias crónicas em 10%, até 2016 Reduzir a mortalidade por doença do aparelho circulatório em 1%, até 2016 23

Prevalência da diabetes Prevalência da diabetes, idade entre 20-79 anos (2011) Fonte: OCDE, Health at a Glance 2012. 24

Milhões de embalagens Custos da diabetes Vendas em ambulatório de Insulinas e Antidiabéticos orais (milhões de embalagens) Crescimento 2000-2010: +86% Fonte: Infarmed 25

Milhões de Euros Custos da diabetes Vendas em ambulatório de Insulinas e Antidiabéticos orais (milhões de euros) Crescimento 2000-2010: +338% 2000-2007: +94% 2007-2010: +126% Fonte: Infarmed 26

Custos da diabetes Portugal 2008 2009 2010 Var. % (08-10) Medicamentos Ambulatório - Total 136,5 174,2 208,2 52,5% Tiras - Teste de Glicemia 36,9 54,6 52,8 43,1% Hospitalização - GDH s Total Diabetes 424,1 435,9 460,6 8,6% Hospitalização - GDH s DP Total Diabetes 38,6 38,8 39 1,0% Bombas Infusoras de Insulina e Consumíveis (SNS) n.d 0,9 0,6 n.a Fonte: GDH s (ACSS-DGS); IMS Health; Infamed; DGS 27

Custos da diabetes 28

Percepção do estado de saúde Auto percepção do estado de saúde (2010) Fonte: OCDE, Health at a Glance 2012. 29

Concretizar a Reforma dos Cuidados Hospitalares 30

Reforma dos Cuidados Hospitalares Iniciativas Estratégicas: 1) Rede Hospitalar mais coerente 2) Política de financiamento mais sustentável 3) Acesso e integração de cuidados 4) Hospitais mais eficientes 5) A qualidade como trave mestra da reforma hospitalar 6) As tecnologias de informação como investimento e factor de sustentabilidade 7) Melhorar a governação Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar 8) Reforço do papel do cidadão Já foi dado início à implementação das medidas Fonte: Grupo de Técnico para a Reforma Hospitalar. Comissão Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência Estudo da ERS (contributos carta hospitalar) Carta Hospitalar Materna, da Criança e do Adolescente Equipa de Projeto já procedeu à análise, seleção, priorização, calendarização e monitorização da implementação das medidas propostas pelo GTRH. 31

Potencial para ganhos de eficiência Estudo do Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar O ajustamento da capitação hospitalar de cada região em função do melhor desempenho (região Norte) permitiria uma eficiência potencial entre 765 e 787 MEUR Estudo ENSP e da FFMS (i) cuidados primários: potencial de redução da despesa entre os 300 e os 600 MEUR (ii) cuidados hospitalares: potencial de redução dos custos em excesso em cerca de 804 MEUR (iii) despesa com medicamentos: um ganho potencial entre os 185 e 245 MEUR Auditoria do Tribunal de Contas ao sistema de pagamentos e de formação dos preços do SNS (i) cuidados hospitalares: potencial de redução de despesa nos cuidados hospitalares, devido a ineficiências, ronda os 242 MEUR (ii) atividade de ambulatório: as ineficiências apuradas no caso da atividade de Ambulatório rondam os 503 MEUR 32

Aumentar a eficiência Plano de Redução dos Custos dos hospitais Aproveitamento da capacidade hospitalar (cuidados de saúde e de MCDT) Monitorização da prescrição electrónica de medicamentos e de MCDT (>95% das receitas do SNS com receitas electrónicas) Centralização das compras e serviços partilhados (aquisição centralizada de contraceptivos (-47%; -6,4 MEUR) e vacinas (-27%; -1,7 MEUR)) Plano de Racionalização da Ocupação do Espaço (2012-2013: redução de área ocupada em cerca de 30 mil m 2 ) 33

Aumentar a qualidade Elaboradas 60 normas de orientação clínica 28 sobre medicamentos (78% do total de encargos do SNS com medicamentos prescritos em ambulatório) 32 sobre prescrição de MCDT (82% do total de encargos do SNS com o sector convencionado) Formação de 100 auditores clínicos e início do Plano de Auditorias das normas de orientação clínica Criação da Comissão Científica para as Boas Práticas Clínicas, com o objetivo de emitir parecer científico, sobre o conteúdo das orientações e normas de boa prática clínica sobre os contributos recebidos da comunidade científica e sobre os relatórios das auditorias clínicas à aplicação das referidas normas Foram acreditados 4 USF e estão em processo de acreditação outras 5 USF, bem como 11 serviços hospitalares, para além dos 3 CODU do INEM 34

Transparência e rigor da gestão Desenvolvimento da Plataforma de Dados de Saúde Lançamento projeto-piloto relativo à disponibilização aos utentes de nota informativa do custo suportado pelo SNS nos cuidados de saúde prestados Reforço do sistema de controlo de gestão Redução do valor/hora a pagar na contratação de médicos em prestação de serviços Alteração do funcionamento do SIGIC 35

Acordo com Sindicatos Médicos Nova organização do trabalho Estruturação das Carreiras Médicas Mais horas de urgência no trabalho normal (de 12 para 18 horas) Trabalho normal Vs trabalho extraordinário Médicos de família para todos os portugueses Revisão das listas de utentes Mobilidade/ Descanso compensatório Aposta no SNS 36

Acordo com Sindicatos Médicos Pagamento do Trabalho Extraordinário Vs Normal em Horas Incómodas LOE 2013: Redução em 50% da majoração prevista no DL 62/79 para pagamento do trabalho extraordinário Revogação do DL 44/2007 Fonte: ACSS 37

Acessibilidade a urgências População População Acessibilidade Intervalos de Residente (2011) Residente (2011) (minutos) Acessibilidade Nº % Nº % 0-10 5422845 54,0% <10 5422845 54,0% 10-20 3075594 30,6% <20 8498439 84,6% 20-30 1036610 10,3% <30 9535049 94,9% 30-40 333110 3,3% <40 9868159 98,2% 40-50 130942 1,3% <50 9999101 99,5% 50-60 35883 0,4% <60 10034984 99,9% 60 90 11932 0,1% <90 10046916 100,0% > 90 375 0,004% Total 10047291 População por níveis de acessibilidade 73 pontos de rede SUB, SUMC e SUP 38

Reorganização da rede hospitalar Abertura de serviços Centro de Reabilitação do Norte Camas de Cuidados Continuados Encerramento urgência do Hospital Curry Cabral Encerramento São Lázaro Novo Hospital de Lamego Novo Hospital de Amarante Encerramento do Hospital Maria Pia Concentração das urgências do CHUC Novo Hospital Beatriz Ângelo Reforço capacida de do INEM Fecho de serviços 39

Aumento do acesso Consultas hospitalares (jan./setembro 2012) Cirurgias (jan./setembro 2012) Variação homóloga setembro 2011/2012 Variação homóloga setembro 2011/2012 +1,9% Estável 5.880.199 Intervenções cirúrgicas programadas +2,5% 341.707 350.133 2.423.527 Fonte: ACSS 40

Saúde como motor de desenvolvimento Internacionalização 41

Programa de Internacionalização da Saúde 3 Objetivos estratégicos Vetores estratégicos 1. 2. 3. Crescer no exterior Atrair investimento Conquistar novos mercados 1. Intensificar a cooperação entre as instituições nacionais e a CPLP 2. Promover o intercâmbio de profissionais do SNS com os serviços de saúde da CPLP 3. Programa de apoio aos jovens licenciados 4. Apoiar o Health Cluster na criação de um programa de venture capital que atraia a vinda de parceiros internacionais para áreas de inovação 5. Apoiar os investigadores e inovadores portugueses a estabelecer parcerias internacionais e a localizar novos investimentos em Portugal 6. Identificar e incentivar os operadores portugueses na criação de novas unidades e novas atividades nos países CPLP 7. Desenvolver uma rede de Centros de Referência para atrair os doentes europeus 8. Incentivar o Turismo de Saúde organizando uma oferta específica para os países do Norte da Europa 42

Investigação clínica em Portugal Promover condições que possibilitem e maximizem a investigação clínica: conclusão da proposta de Lei da investigação clínica a par da alteração da Lei dos Ensaios Clínicos, cumprindo-se o desiderato, há muito ambicionado pela Comunidade Científica, de criação de um novo quadro de referência para a investigação clínica com seres humanos em Portugal, no âmbito do conceito de Estudos Clínicos criação da Plataforma Nacional de Ensaios Clínicos, sendo um passo decisivo na melhoria da capacidade de realização de ensaios clínicos, promovendo, assim, a investigação clínica em Portugal 43

Evolução dos alunos na área da saúde Em duas décadas o número de alunos matriculados em cursos na área da saúde aumentou 5 vezes. Numa década duplicou. Fonte: Pordata 44

Os desafios para 2013 Reforma Estrutural do Serviço Nacional de Saúde

Enquadramento internacional Despesa em Saúde: Tx. de crescimento da despesa em saúde per capita (2000-2009 Vs 2009-2010) Fonte: OCDE, Health at a Glance 2012. 46

Aumento de despesa em saúde em 2012/2013 Abertura do Hospital de Loures Abertura do Hospital de Lamego Abertura do Hospital de Amarante Abertura do novo Hospital de Vila Franca de Xira Abertura de concursos para médicos Contratação de enfermeiros para o quadro Abertura de camas de cuidados continuados Abertura de USF e de USCP Programa de vacinação gratuita para população > 65 anos Disponibilização do Tafamidis Múltiplos investimentos em Unidades do SNS 47

Medidas do Orçamento do Estado para 2013 Reforço da oferta de Cuidados de Saúde Primários Congelamento de taxas moderadoras nos Cuidados de Saúde Primários Continuação do processo de regularização de dívidas Abertura de concurso para os lugares do topo da carreira médica Prosseguir o objetivo de lançar o Hospital Oriental de Lisboa Limitação das remunerações dos novos contratos de trabalho celebrados por entidades do SNS aos valores dos existentes Redução da remuneração do trabalho suplementar no SNS Implementação progressiva da emissão de fatura informativa com o custo dos serviços prestados aos utentes do SNS Tributação adicional do álcool e tabaco 48

Equidade Melhoria significativa do acesso ao medicamento Aumento das condições de isenção de pagamento de taxas moderadoras Combate à fraude Continuação da diminuição de margens excessivas Melhor pagamento do trabalho normal/ menor pagamento do trabalho extraordinário Maior dotação orçamental de sempre para a Saúde 49

Auscultação dos intervenientes do sector Importância dos intervenientes do sector? A dinâmica de mudança Stakeholders: só será possível com a participação Médicos e envolvimento dos diversos Proposta Enfermeiros intervenientes B Autarcas A realidade do sector é melhor Centros Hemodiálise percepcionada por aqueles Industria que Farmacêutica diariamente gerem as Bombeiros instituições Utentes Farmácias Objectivo último? Misericórdias Laboratórios de Imagem Obter medidas de ajustamento Laboratórios de Análise orçamental integradas e Associações de Doentes participadas Transportadoras Privadas Medidas não apenas do MS Convencionados mas permitindo: também do SNS Hospitais Privados evitar cortes cegos Co-responsabilização dos Entre outros dirigentes na apresentação e implementação de medidas Proposta C Proposta A As propostas apresentadas serão a base sustentada das medidas a implementar, garantir a concretização da redução de custos, com envolvimento da estrutura 50

Futuro do SNS 51

Futuro do SNS Ganhos em saúde Aumento da esperança de vida Redução de episódios de doença Redução do sofrimento evitável Melhoria na qualidade de vida dos cidadãos Protecção na doença Garantia de cuidados de saúde de qualidade Equidade no acesso à saúde Redução do impacto económico e social da doença Contexto favorável à saúde Nascer com saúde Crescer com segurança Vida adulta produtiva Envelhecimento ativo 52