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Transcrição:

Guia Fiscal 2006

GUIA FISCAL 2006

O GUIA FISCAL PORTUGAL 2006 DA ERNST & YOUNG resume as principais normas do regime fiscal Português tal como está em vigor desde 1 de Janeiro de 2006. O conteúdo baseia-se na legislação publicada até final de 2005 e foi elaborado pelos profissionais de fiscalidade da Ernst & Young em Portugal. A Ernst & Young é uma das principais organizações de prestação de serviços profissionais presente em mais de 140 países e territórios e com mais de 18.000 profissionais especializados em fiscalidade. Informação fiscal Esta publicação não pretende ser vista como oferecendo uma explicação completa sobre os assuntos fiscais em Portugal e está sujeita a alterações legislativas. Os leitores são assim aconselhados a consultar os profissionais da Ernst & Young ou outros em quem sintam confiança para informações mais completas sobre o sistema fiscal Português antes de tomarem decisões de incidência fiscal. Caso desejem contactar os profissionais da Ernst & Young em Portugal podem-no fazer dirigindo-se a José Silva Jorge josé-silva-jorge@pt.ey.com Pedro Marques pedro.marques@pt.ey.com João Sousa joão.sousa@pt.ey.com Em Lisboa, Av da República, 90-3º, 1649-024 Lisboa, +351 217912000 Ou Pedro Paiva pedro.paiva@pt.ey.com No Porto, Rua do Vilar, 235-3º esq, 4050-626 Porto, +351 226002015 Internet www.ey.com 3

Alerta Na preparação deste GUIA, foram feitos todos os esforços para poder oferecer informação correcta, clara e actual. Todavia, a informação contida neste texto pretende apenas providenciar informação de orientação geral. A publicação é distribuída pela Ernst & Young mas esta não é responsável pelo resultado de quaisquer actos ou acções decididas ou tomadas unicamente com base na informação desta publicação, nem por quaisquer erros ou omissões contidos na mesma informação. A Ernst & Young não pretende através desta publicação dar conselhos de natureza legal, fiscal, financeira ou contabilística. Os leitores são encorajados a consultar profissionais de consultoria no intuito de obter aconselhamento antes de tomar qualquer decisão. A informação desta publicação deve ser usada como uma ferramenta de pesquisa apenas, e não no lugar da pesquisa a cargo de consultores fiscais com respeito a assuntos dos seus clientes. Sobre a Ernst & Young AErnst & Young é uma organização líder em serviços profissionais e está empenhada em restaurar a confiança do público nas firmas de serviços profissionais e na qualidade do relato financeiro. As suas mais de 106.000 pessoas em mais de 140 países aplicam os mais elevados padrões de integridade, qualidade e profissionalismo na prestação de serviços profissionais centrados nas nossas competências chave em Auditoria Financeira, Assessoria Fiscal, Assessoria em Gestão do Risco, Assessoria Financeira e Suporte a Transacções. A Ernst & Young também desenvolve serviços de consultoria jurídica nos países em que tal é permitido. Mais informação sobre a Ernst & Young e a sua visão sobre uma série de assuntos de negócios pode ser encontrada em www.ey.com/perspectives. Ernst & Young refere-se a todos os membros da organização global Ernst & Young. 4

ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2006 O OE 2006 caracteriza-se por um número limitado de alterações de natureza fiscal. As principais alterações são referidas de seguida e os seus efeitos na legislação fiscal em vigor desde 1 de Janeiro de 2006 estão reflectidos no Guia Fiscal Ernst & Young Portugal 2006 que vem a seguir. AS ALTERAÇÕES DO OE 2006 PARA AS EMPRESAS Isenção de IRC aplicável às pessoas colectivas de utilidade pública e de solidariedade social: os rendimentos empresariais derivados do exercício das actividades comerciais ou industriais desenvolvidas fora do âmbito dos fins estatutários, bem como os rendimentos de títulos ao portador, não registados nem depositados, auferidos pelas referidas entidades são excluídos do âmbito desta isenção. Adicionalmente, a isenção passa a deixar de estar dependente de reconhecimento pelo Ministro das Finanças. Entrave à dedução de prejuízos fiscais em estabelecimentos estáveis de entidades não residentes: a utilização dos prejuízos fiscais registados por um estabelecimento estável de uma entidade não residente anteriores à cessação da sua actividade em Portugal, no caso de deixar de situar-se em território português a sede e a direcção efectiva da entidade, passam agora a depender de autorização prévia do Director-Geral dos Impostos. Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais: à semelhança do que sucede com a diferença negativa entre as mais-valias e as menos-valias realizadas mediante a transmissão onerosa de partes de capital, passam também a ser dedutíveis em apenas metade do seu valor outras perdas ou variações patrimoniais negativas relativas a partes de capital ou outras componentes do capital próprio. Assim, outras variações patrimoniais negativas, como por exemplo as decorrentes da venda de acções/quotas próprias ou as registadas por virtude da dissolução e liquidação passam a ser consideradas em apenas metade do seu valor. Adicionalmente, passam também a não ser aceites como custo os encargos suportados por documentos emitidos por sujeitos passivos cuja cessação de actividade tenha sido declarada oficiosamente, estando, no entanto, expressamente previsto que a Direcção-Geral dos Impostos deve disponibilizar a informação relativa à situação cadastral dos mesmos, à semelhança do que se aplica à aferição da existência e validade do número de identificação fiscal dos sujeitos passivos. Relações especiais: passam a ser consideradas como relações especiais, para efeitos de preços de transferência, as estabelecidas entre um estabelecimento estável em Portugal de uma entidade não residente e uma entidade domiciliada num território sujeito a um regime fiscal privilegiado. Eliminação da discriminação nas regras de sub-capitalização: o regime da sub-capitalização é alterado no sentido de eliminar a discriminação das empresas residentes num outro Estado-Membro da União Europeia (UE) face às empresas residentes em território Português. Esta alteração é introduzida na sequência de uma decisão do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias que determinou que estas regras violavam a legislação comunitária, deixando assim de se aplicar esta restrição a sociedades residentes fiscalmente na UE. Outra alteração a este regime é a exclusão da possibilidade de afastamento das regras de sub-capitalização, através da apresentação de prova adequada, nos casos de endividamento de entidades residentes perante entidades sedeadas em territórios sujeitos a um regime fiscal privilegiado. 5

Limite mínimo na declaração de rendimentos oficiosa: na falta de apresentação de declaração de rendimentos Modelo 22 de IRC por parte dos contribuintes, a declaração efectuada oficiosamente pela Administração Fiscal terá como limite mínimo o montante de 5.402,60 (montante mínimo igualmente previsto para o regime simplificado de determinação do lucro tributável). Pagamento Especial por Conta (PEC): o limite máximo para o PEC é aumentado para 70.000, no sentido evidente de se obter uma maior antecipação de receita fiscal. Foi estabelecido um montante mínimo de PEC para as entidades apenas com rendimentos isentos no ano anterior. Dedutibilidade de contribuições: é estabelecido que, nos casos em que a Caixa Geral de Aposentações tenha passado a ser responsável pelos encargos com pensões de aposentação e pensões de sobrevivência do pessoal aposentado ou no activo, com efeitos a partir de 1 de Dezembro de 2004, as contribuições efectuadas relativas às responsabilidades não provisionadas pelas empresas abrangidas são dedutíveis para efeitos fiscais desde que registadas em contas de custo ou capital próprio apropriadas. Taxas de reintegração previstas no Decreto-Regulamentar n.º 2/90: são alteradas, respectivamente, para 25% e 33% (anteriormente, 20% e 25%), as taxas de reintegração previstas no Decreto-Regulamentar n.º 2/90, de 12 de Janeiro, relativamente a (i) veículos pesados para passageiros e pesados e reboques para mercadorias e (ii) computadores. Projectos de investimento: seguramente que em consequência dos recentes processos de deslocalização de actividades produtivas de Portugal para países em que a mão-de-obra é mais barata, a Lei do OE para 2006 prevê que os novos contratos relativos a projectos de investimento de natureza contratual em território português que estabeleçam benefícios fiscais (i.e., aplicáveis a investimentos superiores a 4.987.978,07), passarão a incluir cláusulas de salvaguarda para os casos de cessação de actividade, nomeadamente, por transferência da actividade para fora do território português. Incentivos excepcionais para o descongestionamento dos tribunais: é estabelecida a dispensa do pagamento da taxa de justiça para as acções cíveis declarativas e executivas instauradas até 30 de Setembro de 2005 e que venham a terminar por extinção da instância em razão de desistência do pedido, de confissão, de transacção ou de compromisso arbitral apresentado até 31 de Dezembro de 2006. Quando a extinção desta instância se funde em desistência, o valor do pedido é dedutível para efeitos da determinação do lucro tributável em sede de IRC ou de sujeitos passivos de IRS que aufiram rendimentos da categoria B e possuam contabilidade organizada. Ficam excluídos deste incentivo os créditos que envolvam entidades entre as quais existam relações especiais. Para além do referido, é estipulada também a possibilidade de dedução do IVAincluído nos créditos reclamados, desde que as acções sejam de valor inferior a 10.000, quando o demandado seja particular ou sujeito passivo que realize exclusivamente operações isentas que não confiram direito a dedução, ou de valor inferior a 7.500 quando o demandado seja sujeito passivo com direito à dedução. Responsabilidade por dívidas tributárias dos Técnicos Oficiais de Contas (TOCs): a Lei do OE 2006 aumenta a responsabilidade dos TOCs por dívidas tributárias das sociedades em que exercem funções, na medida em que deixa de decorrer unicamente aos casos que o TOC viola os seus deveres de forma dolosa passando a estar, implicitamente, prevista na Lei Geral Tributária relativamente aos casos em que essa violação decorre de negligência, embora sujeita a demonstração (suavização face à Proposta de Lei). Reclamações graciosas: o prazo geral para a respectiva dedução aumenta e passa a ser de 120 dias. Desaparece, 6

no entanto, o prazo especial de um ano para as situações em que o fundamento consiste em preterição de formalidades essenciais ou inexistência do facto tributário. AS ALTERAÇÕES DO OE 2006 EM IRS No que respeita ao IRS, observa-se uma alteração no que concerne aos Incrementos Patrimoniais. Efectivamente, e à semelhança do que já se verifica para o «Euromilhões» também agora se passa a excluir da incidência do IRS os prémios provenientes da «Liga dos Milhões». Vem ainda clarificar-se que a tributação das indemnizações que visem a reparação de danos e de lucros cessantes, bem como das importâncias recebidas em resultado da assunção de obrigações de não concorrência, auferidas fora de uma actividade empresarial ou profissional, ocorre no momento do pagamento ou colocação à disposição. Relativamente à incidência pessoal do IRS, será finalmente introduzida uma norma que irá, com certeza, facilitar as obrigações dos agregados em que um dos sujeitos passivos desenvolve a respectiva actividade no estrangeiro. Neste sentido, passa a existir uma equiparação à situação de separado de facto quando um dos sujeitos passivos não permanece em território português durante um período ou períodos que, no total, excedam 183 dias durante o ano civil. Para tal, será necessário efectuar prova da inexistência de uma ligação entre a maior parte das actividades económicas desenvolvidas por esse sujeito passivo e o território português. Anova regra irá simplificar os aspectos de tributação quando, por exemplo, um dos sujeitos passivos se encontra a trabalhar no estrangeiro mas os restantes elementos do agregado familiar, incluindo o cônjuge, permanecem em Portugal, sendo esta uma realidade cada vez mais presente no panorama nacional. Assim, o sujeito passivo que faça a referida prova será tributado como não residente fiscal em Portugal - sendo o IRS devido apenas sobre rendimentos obtidos em território português - e o respectivo cônjuge que permaneça em Portugal será tributado segundo as regras aplicáveis às pessoas na situação de separados de facto (sem coeficiente conjugal e com redução de algumas das deduções à colecta). O Lei do OE para 2006 penaliza os pensionistas. De facto, a dedução específica aos rendimentos da Categoria H foi objecto de uma redução de 8.283 para 7.500. Por outro lado, para os rendimentos anuais de pensões superiores a 40.000, por titular, a referida dedução será reduzida, até à sua concorrência, em 20% da parte que exceda os 40.000. A título de exemplo, um pensionista que aufira uma pensão de 50.000 em 2005 era tributado sobre 41.717. Em 2006 o valor sujeito a tributação passará para 44.500. No capítulo dos montantes das deduções à colecta do IRS, verifica-se uma actualização entre 2,2% e 3,5%. Quanto às taxas gerais de IRS, verifica-se uma actualização de 2,3% nos escalões de rendimento, bem como a introdução de uma taxa nova máxima de 42%, conforme tabelas infra na versão prática: de 0.00 4,351.00 6,581.00 16,317.00 37,528.00 54,388.00 2005 Limites até 4,351.00 6,581.00 16,317.00 37,528.00 54,388.00 - Taxa normal 10.50% 13.00% 23.50% 34.00% 36.50% 40.00% Parcela a abater 0.00 108.78 799.78 2,513.07 3,451.27 5,354.85 de 0.00 4,451.00 6,732.00 16,692.00 38,391.00 55,639.00 60,000.00 2006 Limites até 4,451.00 6,732.00 16,692.00 38,391.00 55,639.00 60,000.00 - Taxa normal 10.50% 13.00% 23.50% 34.00% 36.50% 40.00% 42.00% Parcela a abater 0.00 111.28 818.14 2,570.80 3,530.57 5,477.94 6,677.94 7

Nas despesas de educação passam a incluir-se os encargos com explicações respeitantes a qualquer grau de ensino. Resta clarificar se estas despesas estão limitadas a serviços prestados por estabelecimentos de ensino integrados no sistema nacional de educação ou reconhecidos como tendo fins análogos pelos ministérios competentes, tal como decorre da lei, ou também a encargos com explicadores de carácter particular. O benefício fiscal relativo à aquisição de material informático, que havia terminado em 2003, foi reintroduzido. Em vez de 25% passa a deduzir-se 50% dos montantes despendidos, com o limite de 250. Esta dedução não será, contudo, aplicável aos agregados familiares de maiores rendimentos, aos quais seja aplicada a taxa de 42%. Há, ainda, a referir que, apesar da dedução apenas ser passível de utilização - uma só vez - durante os anos de 2006 a 2008, também serão tidas em consideração, como se fossem realizadas em 2006, as aquisições efectuadas em Dezembro de 2005. AS ALTERAÇÕES DO OE 2006 EM IVA Facilitar a recuperação de IVAem incobráveis: a grande novidade introduzida pela Lei do OE 2006, referese à reestruturação do regime de regularização deste imposto em créditos em mora ou de cobrança duvidosa, introduzindo-se, para além da revisão ao nível da alteração de valores, algumas simplificações ao nível dos procedimentos. Para além da actualização dos limiares dos valores dos créditos em mora, para efeitos de regularização do IVA, sempre que verificados determinados requisitos ao nível do valor do crédito em mora e à qualidade do devedor, a regularização poderá ser efectuada automaticamente, desde que o devedor conste no registo informático de execuções, como executado contra quem foi intentado o processo de execução prévio e quando não tenham sido encontrados bens penhoráveis. No tocante à comprovação geral dos créditos em mora, passa a exigir-se que, para além da certificação de um Revisor Oficial de Contas, a realização de diligências de cobrança, por parte do credor, se encontre documentalmente comprovada. Facturação Electrónica: a Lei do OE 2006 veio estabelecer novas regras para os sujeitos passivos que processem facturas ou documentos fiscalmente relevantes, através de sistemas informáticos, esclarecendo que estes devem permitir e assegurar a respectiva integridade operacional, a integridade da informação arquivada electronicamente e a disponibilidade da documentação técnica relevante, sendo ainda definidos, neste âmbito, os requisitos de natureza técnica que deverão ser verificados. De realçar que os sujeitos passivos de IVAdeverão garantir a disponibilidade, acessibilidade e legibilidade pela Administração Tributária de documentação técnica relevante para aferição da integridade, a nível operacional, dos anteditos sistemas informáticos. Autorizações Legislativas: à semelhança do que já havia sido proposto no Orçamento rectificativo de 2005, o OE 2006 prevê, em sede de IVA, autorizações legislativas que o Governo pede à Assembleia da República, entre as quais se destacam não só as medidas que visam prevenir práticas de subavaliação na transmissão de imóveis entre sujeitos passivos deste imposto, desde que cumpridos certos requisitos, assim como medidas ao nível da revisão do regime do exercício do direito à renúncia de isenção de IVAem operações imobiliárias, visando a abolição desta opção por sujeitos passivos mistos quando existam, entre eles, relações especiais, conforme estabelecido no Código do IRC. AS ALTERAÇÕES DO OE 2006 NOS IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMO (IEC) Em sede de IEC, o OE 2006 introduz um conjunto de alterações que se prendem, fundamentalmente, com o processo de constituição de entrepostos fiscais, nomeadamente, pela reformulação da documentação exigida 8

para instruir este processo, bem como ao nível das obrigações a cargo dos respectivos titulares (depositários autorizados). Procede-se, ainda, à actualização do valor das garantias a prestar pelos representantes fiscais e operadores registados, relativamente à armazenagem e circulação intracomunitária dos produtos sujeitos a IEC. Em matéria de taxas, merece destaque a revisão anual das taxas do Imposto sobre o Álcool e as Bebidas incidente sobre a cerveja, produtos intermédios e bebidas espirituosas. No Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP), actualizam-se os limites mínimos e máximos das taxas unitárias do imposto aplicável às gasolinas (mais 10% na taxa máxima), gasóleos (mais 7.6% na taxa máxima), aos petróleos e fuelóleos. Actualizam-se, ainda, as taxas incidentes sobre produtos como o metano, os gases de petróleo usados como carburante, gás natural usado como carburante, bem como de determinados combustíveis minerais. À semelhança do que já se verificara no âmbito do OE 2005, o imposto sobre os cigarros sofre novo agravamento, registando, neste OE, um acréscimo de quase 13% no seu elemento específico. No campo das autorizações legislativas em matéria de IEC, fica o Governo autorizado a isentar, total ou parcialmente, de ISP, produtos petrolíferos constituídos por determinados produtos biocombustíveis, em consonância, de resto, com as medidas de incentivo à utilização de energias menos poluentes, introduzidas por este OE em sede de Imposto Automóvel. AS ALTERAÇÕES DO OE 2006 NO IMPOSTO AUTOMÓVEL (IA) Neste âmbito, destacamos, em primeira linha, o facto de terem deixado de figurar no elenco de veículos sujeitos a IAos veículos automóveis ligeiros de mercadorias derivados de ligeiros de passageiros, os quais deverão passar a ser, assim, considerados como ligeiros de passageiros, na medida em que não é crível que passem a ser isentados. No caso dos veículos ligeiros de passageiros, e ainda determinados veículos ligeiros mistos, é atribuída ao imposto uma componente variável, não apenas em função do escalão de cilindrada, como se verificava no passado, mas também em função das emissões de dióxido de carbono (CO2) constantes das respectivas homologações técnicas. A aplicação da componente ambiental na determinação do imposto devido surge, contudo, apenas aplicável a partir de 30 de Junho de 2006. Assim, a partir do início de vigência do OE 2006 até 30 de Junho do mesmo ano, vigorarão as taxas constantes das tabelas provisórias previstas no OE. Acresce salientar a prorrogação, até 31 de Dezembro de 2006, da vigência do regime de incentivo fiscal, em sede de IA, à destruição de automóveis ligeiros com em fim de vida através da atribuição de um crédito de IA, previsto pelo Decreto-Lei nº 292-A/2000, de 15 de Novembro, e a consagração de uma autorização legislativa com vista à reformulação de alguns dos requisitos do antedito regime. AS ALTERAÇÕES DO OE 2006 NAS ACTIVIDADES IMOBILIÁRIAS A Lei do Orçamento do Estado para 2006 não introduz modificações significativas para as actividades imobiliárias, sendo a única alteração ao Imposto sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis (IMT) o ajustamento do valor da isenção para a aquisição de fracções destinadas à habitação, que passa de 81.600 para 83.500 (2.3% de acréscimo). 9

Todavia, o OE 2006 compreende um conjunto de propostas de autorização legislativa, especialmente em sede de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) - analisadas noutra secção - e outras alterações directas de legislação em sede de Benefícios Fiscais e de Imposto do Selo relevantes para o sector imobiliário. Isenções Fiscais de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) A Lei do OE 2006 veio ajustar a redacção do artigo 40º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) às isenções de IMI aplicáveis a entidades públicas já previstas no respectivo Código, esclarecendo que ficam isentos deste imposto os imóveis que tenham sido cedidos, gratuitamente e para o prosseguimento directo dos respectivos fins. Tributação das operações sobre imóveis, em sede de Imposto do Selo Pretendeu-se ainda esclarecer que, nos negócios sobre imóveis que sejam sujeitos a Imposto do Selo, as regras a aplicar na determinação da matéria colectável correspondem às fixadas no Código do IMT - ou seja, em regra, o valor patrimonial tributário ou o valor acordado entre as partes, dos dois o que for mais elevado. Um aspecto relevante é o facto de esta regra ter um carácter interpretativo, o que fundamentalmente significará que a mesma se aplicará a todas as operações sobre imóveis, que tenham sido sujeitas a Imposto do Selo, e que venham a ser sujeitas ao escrutínio da Administração Fiscal. AS ALTERAÇÕES DO OE 2006 NO SECTOR FINANCEIRO IMPOSTO DO SELO Neste âmbito, cumpre destacar a reposição de duas isenções que haviam sido eliminadas num passado recente (eventualmente, por mero lapso do legislador). Assim, passam novamente a estar isentas de Imposto do Selo: As operações de reporte de valores mobiliários ou direitos, desde que realizadas em bolsa; Os actos que envolvam a constituição e ou o aumento do capital resultante da entrega por uma ou mais sociedades de capitais da totalidade do respectivo património ou de um ou vários ramos da sua actividade - a chamada contribuição em espécie - a uma ou mais sociedades de capitais em vias de constituição ou já existentes. Por outro lado, em relação à tributação das entradas de capital, a Lei vem determinar que sempre que o acto resulte, não de uma escritura pública, mas sim de um documento particular ou de diploma legal, que o Imposto do Selo se torna devido no momento da assinatura do documento ou da entrada em vigor do diploma, respectivamente. BENEFÍCIOS FISCAIS Planos Poupança-Reforma São repostos os benefícios fiscais em sede de IRS associados aos investimentos em PPR (eliminados pelo OE 2005), prevendo-se uma redução do limite da dedução à medida que aumenta a idade do investidor. Assim, são dedutíveis à colecta 20% dos valores aplicados nestes Planos, por sujeito passivo não casado, ou por cada um dos cônjuges não separados judicialmente de pessoas e bens, tendo como máximo: 10

Idade do subscritor Dedução máxima à colecta Até 35 anos 400 Entre 35 e 50 anos 350 Mais de 50 anos 300 Em caso de reembolso (parcial ou total), a taxa de tributação, efectuada de acordo com as regras aplicáveis aos rendimentos da Categoria E, passa para 8% quando, actualmente, é apenas de 4%. Prevê-se, contudo, um regime transitório com vista a salvaguardar o regime actual em relação à parcela dos rendimentos que corresponder às contribuições efectuadas até à entrada em vigor do OE 2006. Por último, a Lei prevê a eliminação da isenção de IMT de que aproveitam actualmente os FPR, FPE e FPR/E. Zonas Francas da Madeira e da Ilha de Santa Maria As entidades responsáveis pela administração das zonas francas passam a ser obrigadas a comunicar às autoridades fiscais, numa base anual, a identificação das entidades que estiveram autorizadas a exercer actividades no âmbito institucional das Zonas Francas. Em relação às instituições de crédito e instituições financeiras a operar no âmbito das Zonas Francas, foram introduzidas algumas alterações às regras de imputação do lucro tributável às actividades exercidas no âmbito das Zonas Francas, deixando, nalguns casos, de assentar numa apreciação casuística por parte das autoridades competentes. Assim, sempre que se verificar que a proporção entre os activos líquidos afectos à sucursal financeira exterior e o valor total dos activos líquidos da instituição seja superior a 50%, considerar-se-á, sem dependência de apreciação ministerial, que 40% do lucro tributável da actividade global da instituição corresponde às actividades exercidas fora do âmbito das Zonas Francas, sem prejuízo de o Ministro das Finanças, a requerimento dos interessados, poder vir a fixar a percentagem do lucro, sempre que aquela proporção seja superior a 80%. Fundos de Investimento O Governo fica autorizado, no âmbito do OE 2006, a alterar o quadro fiscal dos fundos de investimento, mediante o estabelecimento de uma taxa reduzida de IRC para os rendimentos dos fundos e da tributação em IRS e IRC dos rendimentos atribuídos aos participantes. Dívida pública e privada Ainda em sede de autorizações legislativas, o Governo é autorizado a alterar o regime de isenção de IRS e de IRC dos rendimentos de capitais e mais-valias provenientes de títulos de dívida pública e não pública, excluindo do respectivo âmbito as pessoas colectivas detidas, directa ou indirectamente, em mais de 20% por entidades residentes em território português e incluindo no respectivo âmbito os bancos centrais e as agências de natureza governamental, dos países, territórios ou regiões com regimes de tributação privilegiada claramente mais favoráveis. AS ALTERAÇÕES DO OE 2006 E OS INVESTIDORES INTERNACIONAIS Transferência de residência de uma sociedade para o estrangeiro e cessação de actividade de entidades não residentes: o Governo volta a introduzir, essencialmente nos mesmos moldes, e sem contornar no essencial 11

os aspectos discriminatórios da liberdade de estabelecimento do regime, as mesmas propostas legislativas apresentadas em 2004, embora apenas em sede de IRC. Na elaboração destas medidas certamente estiveram presentes preocupações de dificultar e penalizar a deslocalização de empresas para fora do território português. Trata-se, no essencial, de um regime que visa a prevenção do risco de evasão fiscal, por via de um mecanismo de tributação das mais-valias ainda não realizadas. Assim, nos casos em que a cessação da actividade se deva à transferência da sede ou direcção efectiva para fora do território português, passa a ser considerado como componente do lucro tributável do exercício da cessação da actividade a diferença entre o valor de mercado dos elementos patrimoniais e o respectivo valor contabilístico fiscalmente aceite à data da cessação. Esta norma é também extensível aos casos em que a actividade deixa de ser exercida por estabelecimento estável de entidade não residente situado em território português. Por outro lado, aos sócios passa a ser aplicável o regime fiscal do resultado da partilha. Transposição da Directiva relativa ao regime fiscal comum aplicável às fusões, cisões, entradas de activos e permutas de acções entre sociedades de Estados-Membros diferentes: as principais alterações contempladas na Directiva são: a inclusão da cisão-simples, bem como a transferência de sede de uma Sociedade Europeia ou de uma Sociedade Cooperativa Europeia entre Estados-membros, a inclusão no conceito de permuta de partes sociais das aquisições posteriores à detenção da maioria dos direitos de voto, introdução de regras para as situações em que as sociedades ou os sócios são considerados transparentes fiscais, alargamento da lista de entidades elegíveis, designadamente incluindo as Sociedades Europeias ou as Sociedades Cooperativas Europeias e a clarificação do regime de neutralidade quando uma sociedade converte um estabelecimento estável numa subsidiária. Assistência mútua das autoridades competentes dos Estados membros no domínio dos impostos directos e dos impostos sobre os prémios de seguro: mais uma vez Portugal atrasou-se na transposição de uma directiva comunitária, já que a referida directiva deveria ter sido transposta até 30 de Junho de 2005. Com esta Directiva passa a estar prevista a possibilidade de pedidos de notificação de decisões e instrumentos legais relativos a obrigações fiscais e de controlos simultâneos da situação fiscal de uma ou mais pessoas sujeitas a obrigações fiscais sempre que tal se mostre eficaz na luta contra a fraude e evasão fiscais. 12

CONVENÇÕES SOBRE DUPLA TRIBUTAÇÃO (CDT) CELEBRADAS POR PORTUGAL Países Entrada em Vigor Limites Tributários (%) Vigor Dividendos Juros Royalties Alemanha 1.1.1983 15 10 e 15 10 Áustria 1.1.1973 15 10 5 e 10 Bélgica 1.1.1972 15 15 10 Brasil 1.1.2000 10 e 15 15 15 Bulgária 1.1.1997 10 e 15 10 10 Cabo Verde 1.1.2001 10 10 10 Canadá 1.1.2002 10 e 15 10 10 China 1.1.2001 10 10 10 Coreia do Sul 1.1.1998 10 e 15 15 10 Cuba (a) 1.1.2001 5 e 10 10 5 Dinamarca 1.1.2003 10 10 10 Eslováquia 1.1.2005 10 e 15 10 10 Eslovénia 1.1.2005 5 e 15 10 5 Espanha 1.1.1996 10 e 15 15 5 Estónia 1.1.2005 10 10 10 E.U.A. 1.1.1996 5 e 15 10 10 Finlândia 1.1.1972 10 e 15 15 10 França 1.1.1973 15 10 e 12 5 Grécia 1.1.2003 15 15 10 Holanda 1.1.2001 10 10 10 Hungria 1.1.2001 10 e 15 10 10 Índia 1.1.2001 10 e 15 10 10 Irlanda 1.1.1995 15 15 10 Itália 1.1.1984 15 15 12 Islândia 1.1.2003 10 e 15 10 10 Letónia 1.1.2004 10 10 10 Lituânia 1.1.2004 10 10 10 Luxemburgo 1.1.2001 15 10 e 15 10 Macau 1.1.1999 10 10 10 Malta 1.1.2003 10 e 15 10 10 Marrocos 1.1.2001 10 e 15 12 10 México 1.1.2002 10 10 10 Moçambique 1.1.1994 15 10 10 Noruega 1.1.1972 10 e 15 15 10 Paquistão (b) 10 e 15 10 10 Polónia 1.1.1999 10 e 15 10 10 Reino Unido / Irlanda do Norte 1.1.1970 10 e 15 10 5 República Checa 1.1.1998 10 e 15 10 10 Roménia 1.1.2000 10 e 15 10 10 Rússia 1.1.2003 10 e 15 10 10 Suécia 1.1.2000 10 10 10 Singapura 1.1.2002 10 10 10 Suíça 1.1.1976 10 e 15 10 5 Tunísia 1.1.2001 15 15 10 Ucrânia 1.1.2003 10 e 15 10 10 Venezuela 1.1.1999 10 10 10 e 12 (a) Apesar de ainda não terem sido cumpridas todas as formalidades exigidas constitucionalmente, a CDT produzirá efeitos retroactivos a partir de 1 de Janeiro de 2001, após a sua entrada em vigor. (b) Ainda não foram cumpridas todas as formalidades exigidas constitucionalmente para a CDT entrar em vigor. 13

A aplicação das taxas referidas na tabela supra depende da verificação de alguns aspectos formais, quer para efeitos da aplicação da taxa reduzida de retenção na fonte, quer para efeitos do pedido de reembolso do imposto eventualmente pago em excesso. 1. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES (IRS) ABONOS EXCLUÍDOS DE TRIBUTAÇÃO EM IRS (CATEGORIA A) Ajudas de custo: - Território nacional (1) 63,93 / 57,98 por dia (valores para 2005) - Estrangeiro 154,35 / 137,58 por dia (valores para 2005) (1) Limite sujeito a redução dependendo da hora de início e/ou termo da deslocação Utilização de viatura própria ao serviço da empresa 0,36 por Km (valor para 2005) Subsídio de refeição: - Geral 5,75 por dia (valor para 2005) - Vales de refeição 6,51 por dia (valor para 2005) DEDUÇÕES E ABATIMENTOS AO RENDIMENTO Trabalho dependente (Categoria A) O menor valor entre o rendimento bruto e 72% de 12 vezes o salário mínimo nacional mais elevado ( 3.334,18 ou 5.001,26 no caso de deficientes com grau de invalidez de 60% ou superior). Se as contribuições obrigatórias para a Segurança Social forem superiores, a dedução será efectuada pelo valor destas. Esta dedução poderá, ainda, ser elevada até 75% de 12 vezes o salário mínimo nacional mais elevado ( 3.473,10), desde que a diferença resulte de quotizações para ordens profissionais ou despesas de formação profissional. Indemnizações pagas pelo trabalhador à entidade patronal por rescisão unilateral do Contrato de Trabalho sem aviso prévio em resultado de sentença judicial ou de acordo judicialmente homologado ou, nos restantes casos, indemnização de valor não superior à remuneração de base correspondente ao período de aviso prévio. Quotizações sindicais com o limite de 1% do rendimento bruto desta categoria, acrescidas em 50%. Rendimentos empresariais e profissionais (Categoria B) (a) Regime da contabilidade organizada São dedutíveis os custos e encargos relacionados com a actividade exercida, apurados de acordo com as regras estabelecidas em sede de IRC. Não são dedutíveis as despesas de deslocações, viagens e estadas do sujeito passivo e restantes membros do agregado que lhe prestem serviço, na parte que exceder, no seu conjunto, 10% do total dos proveitos contabilizados, sujeitos e não isentos de IRS. Quando o sujeito passivo afecte à sua actividade parte do imóvel destinado à sua habitação, os encargos dedutíveis com ela conexos - referentes a amortizações ou rendas, energia, água e telefone fixo - não podem ultrapassar 25% das respectivas despesas devidamente comprovadas. As remunerações dos titulares de rendimentos desta categoria, bem como as atribuídas a membros do seu agregado familiar que lhe prestem serviço, assim como outras prestações a título de ajudas de custo, utilização de viatura própria ao serviço da actividade, subsídios de refeição e outras prestações de natureza remuneratória, 14

não são dedutíveis para efeitos de determinação do rendimento da Categoria B. Se o sujeito passivo exercer a sua actividade em conjunto com outros profissionais, os encargos dedutíveis são rateados em função da respectiva utilização ou proporcionalmente aos rendimentos brutos auferidos. (b) Regime simplificado Neste regime não estão previstas quaisquer deduções. O rendimento tributável é determinado aplicando um coeficiente de: (i) 20% às vendas de mercadorias e produtos, às prestações de serviços nas actividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas e aos subsídios destinados à exploração com objectivo de compensar a redução de preços e (ii) 65% aos restantes proveitos. Subsídios que não sejam à exploração são tributados, em fracções iguais, durante 5 anos, excepto se o regime terminar antes de decorrido esse período. Rendimento tributável mínimo igual a 2.701,30. (c) Regime dos actos isolados e rendimentos acessórios São dedutíveis apenas os encargos devidamente comprovados e necessários à obtenção dos rendimentos brutos, com as limitações previstas para o regime da contabilidade organizada. Lucros distribuídos (Categoria E) Apenas 50% dos lucros distribuídos e rendimentos equiparáveis, quando se opte pelo englobamento, serão considerados para efeitos de tributação no caso de beneficiários residentes e desde que tais rendimentos sejam devidos: (i) por pessoas colectivas residentes sujeitas a IRC e dele não isentas ou (ii) por sociedades residentes noutro Estado-Membro da U.E. e que cumpram os requisitos do artigo 2º da Directiva nº 90/435/CEE. Rendimentos prediais (Categoria F) São dedutíveis as despesas de conservação e manutenção devidamente comprovadas, bem como o IMI. Em caso de sublocação, a diferença entre a renda recebida pelo sublocador e a renda paga por este não beneficia de qualquer dedução. Incrementos patrimoniais (Categoria G) Para efeitos de apuramento das mais-valias, obtidas por residentes, são considerados: (i) os encargos com a valorização dos bens, comprovadamente realizados nos últimos 5 anos, as despesas inerentes à aquisição e alienação de imóveis e outros bens transferidos para a actividade empresarial e profissional e (ii) as despesas inerentes à alienação de partes sociais, direitos da propriedade intelectual e industrial e know-how, por titular não originário. Exclusão de 50% do valor das mais-valias, obtidas por residentes, provenientes da alienação de imóveis ou da afectação de bens à actividade empresarial e profissional, direitos da propriedade intelectual e industrial, know-how e cessão onerosa de posição contratual ou outros direitos inerentes a contratos relativos a imóveis. Aplicação de coeficientes de desvalorização da moeda aos imóveis e outros bens alienados ou afectos à actividade empresarial e profissional, desde que decorridos mais de 24 meses da sua aquisição. Exclusão de tributação das mais ou menos-valias provenientes de acções detidas há mais de 12 meses (salvo se a maioria dos activos forem, directa ou indirectamente, constituídos por bens imóveis ou direitos reais sobre bens imóveis situados em território português), obrigações e outros títulos de dívida. As perdas resultantes da alienação de partes sociais e de operações relativas a instrumentos financeiros derivados, operações relativas a warrants autónomos e alguns tipos de certificados, são excluídas, para efeitos de apuramento do saldo entre as mais e menos-valias, quando a contraparte da operação estiver sujeita a um regime fiscal privilegiado. 15

Pensões (Categoria H) São deduzidas na totalidade até ao limite de 7.500 ( 9.750 no caso de deficientes com grau de invalidez permanente igual ou superior a 60%), por cada titular que os tenha auferido. No caso de rendimentos superiores a 40.000, a importância a deduzir é abatida, até à sua concorrência, de 20% da parte excedente. Quotizações sindicais até ao limite de 1% do rendimento desta categoria, acrescidas de 50%. Profissões de desgaste rápido As importâncias despendidas pelos sujeitos passivos que desenvolvam profissões de desgaste rápido - praticantes desportivos, mineiros e pescadores - na constituição de seguros de doença, de acidentes pessoais e de seguros de vida que garantam exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice, neste último caso desde que o benefício seja garantido após os 55 anos de idade, são integralmente dedutíveis ao respectivo rendimento, desde que não garantam o pagamento, e este se não verifique, de qualquer capital em vida durante os primeiros 5 anos. Dedução e reporte de perdas O resultado líquido negativo apurado nas Categorias A, E e H pode ser deduzido aos rendimentos líquidos das restantes Categorias. O resultado líquido negativo apurado na Categoria F só pode ser reportado para os 5 anos seguintes àquele a que respeita, deduzindo-se aos rendimentos líquidos da mesma Categoria. O resultado líquido negativo apurado na Categoria B é tratado de acordo com as seguintes regras: - Pode ser reportado para os 6 anos seguintes àquele a que respeita, deduzindo-se aos resultados líquidos positivos da mesma Categoria, sem prejuízo do disposto nas duas alíneas seguintes; - As perdas resultantes do exercício de actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias não são comunicáveis, mas apenas reportáveis a rendimentos líquidos positivos da mesma natureza; - As perdas apuradas nas restantes actividades da Categoria B não são comunicáveis aos rendimentos líquidos positivos resultantes do exercício de actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias, mas apenas reportáveis a rendimentos líquidos positivos das restantes actividades daquela Categoria; - Ao rendimento tributável determinado no âmbito do regime simplificado podem ser deduzidos os prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores àquele em que se iniciar a sua aplicação, mas o rendimento tributável não poderá resultar inferior ao limite mínimo previsto. A percentagem do saldo negativo apurada com a transmissão de bens imóveis, com a afectação de bens da esfera pessoal à esfera empresarial ou profissional, com a transmissão de direitos da propriedade intelectual ou industrial ou de know-how, por titular não originário, bem como da cessão onerosa de posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a bens imóveis, só pode ser reportada para os 5 anos seguintes àquele a que respeita, deduzindo-se aos rendimentos líquidos da mesma Categoria. O saldo negativo apurado num determinado ano, relativo à alienação de partes sociais, valores mobiliários, operações relativas a instrumentos financeiros derivados, operações relativas a warrants autónomos e a determinado tipo de certificados, pode ser reportado para os 2 anos seguintes aos rendimentos da mesma natureza, quando se opte pelo englobamento. Deficientes (grau de invalidez permanente igual ou superior a 60%) São isentos de IRS os rendimentos das Categorias A, B e H nos seguintes termos: - Em 50%, com o limite de 13.774,86, os rendimentos das Categorias A e B; - Em 30%, com os limites de 7.778,74 para os deficientes em geral e 10.340,29 para os deficientes das Forças Armadas, os rendimentos da Categoria H. 16

Os limites enunciados são majorados em 15% no caso de deficientes com grau de invalidez permanente igual ou superior a 80%. Rendimento da propriedade intelectual Englobamento de apenas 50% do rendimento, líquido de outros benefícios, auferido pelo titular originário residente, sendo que a importância a excluir de englobamento não poderá exceder o limite de 27.194. Pensão de alimentos Encargos devidos em resultado de sentença judicial ou acordo homologado nos termos da lei civil, sem limite, salvo nos casos em que o beneficiário faça parte do mesmo agregado familiar ou relativamente ao qual estejam previstas deduções à colecta. DEDUÇÕES À COLECTA Sujeitos passivos / dependentes / ascendentes 192,95 ( 289,43, se deficiente com grau de invalidez de 60% ou superior) por cada sujeito passivo casado. 231,54 ( 347,31, se deficiente com grau de invalidez de 60% ou superior) por cada sujeito passivo não casado. 308,72 ( 463,08, se deficiente com grau de invalidez de 60% ou superior) por cada sujeito passivo, nas famílias mono-parentais. 154,36 ( 231,54, se deficiente com grau de invalidez de 60% ou superior) por cada dependente. 212,25 por cada ascendente que não aufira rendimento superior à pensão mínima do regime geral e viva em economia comum ( 323 no caso de existir apenas um ascendente). Despesas de saúde 30% das importâncias despendidas associadas a despesas isentas de IVA ou sujeitas à taxa reduzida de 5% relativas ao sujeito passivo e seu agregado familiar, bem como ascendentes e colaterais até ao 3º grau, que vivam em economia comum e não aufiram rendimentos superiores ao salário mínimo nacional, bem como juros de dívidas contraídas para o pagamento de tais despesas, na parte que não seja comparticipada. Sem limite. 30% das importâncias despendidas com a aquisição de outros bens e serviços relacionados com despesas de saúde do sujeito passivo e do seu agregado familiar, dos seus ascendentes e colaterais até ao 3º grau, desde que devidamente justificados através de receita médica, com o limite de 59 ou de 2,5% das importâncias referidas no ponto anterior, se superior. Despesas de educação e formação profissional 30% das importâncias despendidas, incluindo com explicações, com o sujeito passivo e seus dependentes, com o limite de 617,44, acrescendo a este montante o valor de 115,77 por cada dependente nos agregados com 3 ou mais dependentes com despesas de educação ou formação. 30% das despesas com educação e reabilitação do sujeito passivo ou dependentes deficientes, sem limite. Não são dedutíveis as despesas de educação até ao montante do reembolso efectuado no âmbito de um PPE. Encargos com lares 25% dos encargos relativos aos sujeitos passivos, seus ascendentes e colaterais até ao 3º grau, que não possuam rendimentos superiores ao salário mínimo nacional, com o limite de 323. 17

Encargos com imóveis e equipamentos novos de energias renováveis ou que consumam gás natural 30% dos seguintes encargos: (i) juros e amortizações de dívidas contraídas, ainda que em resultado de contratos celebrados com cooperativas de habitação ou no âmbito do regime de compras de grupo, para aquisição de habitação própria permanente, ou arrendamento para habitação permanente, com excepção das amortizações para movimentação dos saldos das contas poupança habitação e (ii) rendas pagas por habitação própria permanente referentes a contratos de arrendamento celebrados ao abrigo do R.A.U.; com limite de 562. Poderá não haver lugar a dedução no caso dos encargos serem devidos a entidades sujeitas a regime fiscal privilegiado. 30% das importâncias despendidas com a aquisição de equipamentos novos para a utilização de energias renováveis, com limite de 745, desde que não sejam susceptíveis de serem considerados como encargos da Categoria B. Seguros de acidentes pessoais e de vida 25% dos encargos com prémios de seguro de acidentes pessoais e seguros de vida que garantam exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice, neste último caso desde que o beneficio seja garantido após os 55 anos de idade e 5 anos de duração do contrato, com o limite de 59, tratando-se de sujeitos passivos não casados, ou de 118, tratando-se de sujeitos passivos casados. 25% da totalidade dos prémios de seguros de vida em que sujeitos passivos ou dependentes deficientes figurem como primeiros beneficiários, desde que verificados certos requisitos. Seguros de doença 30% dos prémios de seguro que cubram exclusivamente riscos de saúde com limite de 78, tratando-se de sujeitos passivos não casados, ou de 156, tratando-se de sujeitos passivos casados. Por cada dependente, os limites são elevados em 39. Planos Poupança-Reforma (PPR) 20% dos valores aplicados em PPR, fundos de pensões e outros regimes complementares de segurança social que garantam exclusivamente o benefício de reforma, complemento de reforma, invalidez ou sobrevivência, com o limite: (i) de 400 por sujeito passivo com idade inferior a 35 anos, (ii) de 350 por sujeito passivo com idade entre 35 e 50 anos ou (iii) de 300 por sujeito passivo com idade superior a 50 anos. Aquisição de computadores, software e aparelhos de terminal 50% do montante despendido, com o limite de 250, sendo apenas aplicável uma vez durante os anos de 2006 a 2008. As aquisições efectuadas em Dezembro de 2005 são consideradas como se fossem realizadas no ano de 2006. Adedução é somente aplicável a equipamentos novos, que se destinem a uso pessoal, quando o sujeito passivo ou qualquer membro do respectivo agregado familiar frequente qualquer nível de ensino. A dedução não é aplicável a sujeitos passivos cuja taxa normal de IRS seja 42%. TAXAS ESPECIAIS Valores mobiliários, instrumentos financeiros derivados, warrants autónomos e certificados 10% Gratificações não atribuídas pela entidade patronal 10% Lucros distribuídos e rendimentos equiparáveis 20% 18

TABELA PRÁTICA DAS TAXAS GERAIS Rendimento colectável Até 4.451 Entre 4.451 e 6.732 Entre 6.732 e 16.692 Entre 16.692 e 38.391 Entre 38.391 e 55.639 Entre 55.639 e 60.000 Superior a 60.000 taxa % 10.5 13 23.5 34 36.5 40 42 parcela a abater 0,00 111,28 818,14 2.570,80 3.530,57 5.477,94 6.677,94 Região Autónoma dos Açores Região Autónoma da Madeira 80% das taxas normais taxas reduzidas de acordo com tabela própria TAXAS APLICÁVEIS A NÃO-RESIDENTES Taxas liberatórias previstas para efeitos de retenção na fonte entre 15% e 35% Mais-valias 25% Rendimentos prediais 15% Rendimentos empresariais e profissionais imputáveis a estabelecimento estável 25% 2. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS COLECTIVAS (IRC) TAXAS GENÉRICAS Entidades residentes que não exerçam a título principal uma actividade comercial, industrial ou agrícola 20% Entidades não residentes, sem estabelecimento estável 15% a 35% Entidades sujeitas ao regime simplificado de tributação (1) 20% Restantes entidades (2) 25% Região Autónoma dos Açores (R.A.A.) (2) 17,5% (70% da taxa normal) Região Autónoma da Madeira (R.A.M.) (2) (3) 22,5% (1) Sobre 20% das vendas de mercadorias e produtos, das prestações de serviços nas actividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas e dos subsídios destinados à exploração com objectivo de compensar a redução de preços e 45% dos restantes proveitos, embora se preveja a publicação de indicadores de base técnico-científica durante o ano de 2006 com o objectivo de tornar estas regras específicas, com o montante mínimo de 5.402,60 (2) Dependendo do município, poderá incidir Derrama a uma taxa até 10% sobre a colecta de IRC (3) A taxa aplicável a certos tipos de actividade pode ser reduzida para 17,5%, bem como nalguns casos ser de 25% PERDAS E MENOS-VALIAS RELATIVAS A PARTICIPAÇÕES SOCIAIS Existência de um conjunto de restrições à dedução, total ou parcial (50%), de perdas e menos-valias resultantes da transmissão onerosa de partes sociais, incluindo a sua remissão e amortização com redução de capital. As perdas ou variações patrimoniais negativas relativas a partes sociais ou outras componentes do capital próprio, designadamente prestações suplementares, apenas são dedutíveis em metade do seu valor. CORRECÇÕES NA ALIENAÇÃO DE IMÓVEIS Regra geral, o valor determinado para efeitos de IMT será considerado para apuramento de mais-valias ou ganhos decorrentes da alienação de imóveis, caso seja superior ao valor declarado da transacção. 19

PREJUÍZOS FISCAIS Os prejuízos fiscais a reportar poderão caducar caso se verifique: (i) a alteração do objecto, (ii) a alteração substancial da actividade anteriormente exercida ou (iii) a mudança da titularidade do capital em 50% ou mais ou da maioria dos direitos de voto. PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA A legislação existente estabelece regulamentação específica de um conjunto de aspectos relativos a preços de transferência em transacções entre partes relacionadas, incluindo: (i) a aplicação dos métodos de determinação dos preços de transferência, (ii) a natureza e o conteúdo da documentação obrigatória e (iii) os procedimentos aplicáveis no caso de ajustamentos correlativos, por forma a provar que os preços de transferência praticados em transacções entre partes relacionadas o são em termos e condições idênticos aos contratados, aceites e praticados entre entidades independentes em transacções comparáveis. Por entidades em situação de relações especiais entendem-se as que têm o poder de influenciar de forma decisiva as decisões de gestão de outra, encontrando-se normalmente abrangidas as seguintes situações: detenção, ou detenção comum, de pelo menos 10% do capital ou dos direitos de voto, participação maioritária nos órgãos sociais, contrato de subordinação ou de grupo paritário, relações de grupo (domínio), dependência económica (know-how, aprovisionamento, acesso aos mercados, uso de marcas, entre outros) e entidades sujeitas a regime fiscal privilegiado. Os métodos definidos na legislação portuguesa como utilizáveis na determinação de preços de transferência são: (i) o método do preço comparável de mercado, ou (ii) o método do preço de revenda minorado ou (iii) o método do custo majorado ou (iv) o método do fraccionamento do lucro, ou (v) o método da margem líquida da operação ou (vi) outro se for melhor que qualquer um dos anteriores. O Código do IRC dispõe que o sujeito passivo deve manter organizada a documentação respeitante à política adoptada em matéria de preços de transferência, nomeadamente: (i) as directrizes ou instruções relativas à sua aplicação, (ii) os contratos com entidades relacionadas, incluindo modificações que ocorram e informação sobre o respectivo cumprimento e (iii) as empresas, activos e serviços usados como comparáveis. No entanto, a legislação prevê um conjunto mais alargado de requisitos documentais para todos os sujeitos passivos que tenham atingido, no ano anterior, um volume anual de vendas e outros proveitos superior a 3 milhões, bem como um conjunto de cláusulas específicas para prestações de serviços intra-grupo e acordos de partilha de custos. Pela sua importância, e estando agora completamente regulamentada, a matéria dos preços de transferência assume uma importância especial para as subsidiárias ou sucursais de grupos multinacionais ou empresas nacionais que operam em mais do que uma jurisdição. SUB-CAPITALIZAÇÃO Limitação à dedução de juros suportados em relação a endividamento excessivo - dívida superior ao dobro da parte correspondente nos capitais próprios - para com parte relacionada (conceito equivalente ao aplicado para efeitos de preços de transferência) não residente em território português ou em outro Estado-Membro da U.E., embora se verifiquem excepções. Esta limitação não pode ser evitada quando o credor seja entidade residente em país, território ou região com regime fiscal claramente mais favorável. PAGAMENTOS A NÃO RESIDENTES Não são dedutíveis os montantes devidos a entidades não residentes e sujeitas a um regime fiscal claramente mais favorável, em função da localização ou da taxa efectiva de tributação, salvo se o sujeito passivo puder provar que tais encargos correspondem a operações efectivamente realizadas e não têm um carácter anormal ou um montante exagerado. 20