ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO IRS DL 238/2006 E LEI 53-A/2006
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1 FISCAL E FINANÇAS LOCAIS NEWSLETTER RVR 2 Maio de 2007 ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO IRS DL 238/2006 E LEI 53-A/2006 Sandra Cristina Pinto spinto@rvr.pt O Decreto Lei nº 238/2006 e a Lei nº 53-A/2006, publicados a 20 e 29 de Dezembro, respectivamente, introduziram importantes alterações ao Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. Do elenco das medidas consagradas destacamos a revogação do regime de isenção parcial dos rendimentos das Categorias A, B e H, auferidos por sujeitos passivos deficientes; a criação de uma nova dedução à colecta do IRS correspondente a três vezes a retribuição mínima nacional para cada sujeito passivo com deficiência, e uma vez a retribuição mínima nacional por cada dependente portador de deficiência; a actualização dos escalões de IRS e dos limites de despesas dedutíveis à colecta de IRS; e a alteração dos prazos para a entrega da declaração de rendimentos de IRS e para o reembolso e liquidação do IRS. Decreto-Lei nº 238/2006, de 20 de Dezembro - No caso de transmissão onerosa de direitos reais sobre bens imóveis cujo valor definitivo de avaliação ainda não seja conhecido à data da entrega da declaração de rendimentos para efeitos de IRS, o contribuinte passa a poder proceder à entrega da declaração de substituição durante o mês de Janeiro do ano seguinte (anteriormente a obrigação tinha que ser cumprida nos 30 dias seguintes ao conhecimento do valor definitivo da avaliação). - Dedução de perdas: os sujeitos passivos de regime simplificado de tributação passam a poder deduzir prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores àquele em que se iniciou a aplicação do regime, excepto se da aplicação dos coeficientes, isoladamente ou após a dedução de prejuízos, resultar um rendimento tributável inferior a metade do valor anual do salário mínimo nacional, nos termos seguintes: a) O resultado só pode ser reportado aos seis anos seguintes àquele a que respeita, deduzindo-se aos resultados líquidos positivos da mesma categoria; b) As perdas resultantes do exercício de actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias não são todavia comunicáveis, mas apenas reportáveis a rendimentos líquidos positivos da mesma natureza; c) O resultado liquido negativo apurado nas restantes actividades da categoria B não é igualmente comunicável aos rendimentos líquidos positivos resultantes do exercício de actividade agrícolas, silvícolas e pecuárias, mas apenas reportáveis a rendimentos líquidos positivos das restantes actividades daquela categoria.
2 - Foram alargados os prazos para a entrega da declaração de rendimentos de IRS, quando o contribuinte opte por entregar a declaração por via electrónica: a) De 10 de Março até 15 de Abril, quando os sujeitos passivos apenas hajam recebido ou tenham sido colocados à sua disposição rendimentos das categorias A e H. b) De 16 de Abril até 25 de Maio, nos restantes casos. (os impressos desta declaração de IRS Modelo 3 foram alterados pela Portaria nº 10/2007, de 4 de Janeiro). - O contribuinte passa a poder apresentar a declaração de início de actividade susceptível de produzir rendimentos da categoria B e da cessação da actividade por transmissão electrónica de dados. - Passa a ser obrigatório entregar a declaração anual de informação contabilística e fiscal, relativamente ao ano anterior, por transmissão electrónica de dados. - Livros de Registos: deixa de ser obrigatório comunicar à DGCI a não utilização de livros de registo por parte dos contribuintes titulares de rendimentos da categoria B que, não sendo obrigados a dispor de contabilidade organizada, possuam um sistema de contabilidade que satisfaça os requisitos adequados ao correcto apuramento e fiscalização do imposto. - Foram antecipados os prazos para a apresentação das declarações de terceiros submetidas à análise cruzada com as declarações de rendimentos apresentadas pelos contribuintes (do fim de Junho para o fim de Fevereiro): a) Empresas de seguros passam a ter que comunicar à Direcção Geral dos Impostos até ao fim do mês de Fevereiro, em declaração de modelo oficial (Modelo 14), os prémios pagos no ano anterior respeitantes a contratos de seguro vida que garantam exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice, de acidentes pessoais e, ainda, os que cobrem exclusivamente os riscos de saúde, bem como o resgate de apólices de seguros individuais efectuadas antes de terem decorridos 5 anos após a sua constituição (a Portaria nº 9/2007, de 4 Janeiro, aprovou o novo modelo de impresso da declaração Modelo 14); b) As empresas gestoras de fundos e as entidades gestoras de fundos de pensões e de outros regimes complementares de segurança social passam a ter que comunicar a Direcção Geral dos Impostos, até ao fim do mês de Fevereiro, em declaração de modelo oficial (Modelo 32), as importâncias aplicadas no plano ou as contribuições, o reembolso dos respectivos certificados, bem como, quando diferentes, a identificação fiscal da entidade que constitui o plano e da entidade que beneficia do resgate ou do reembolso dos certificados e a totalidade das entregas efectuadas por cada uma durante a vigência do plano. (a Portaria nº 9/2007, de 4 de Janeiro, aprovou o novo modelo de impresso da declaração Modelo 32). Lei nº 53-A/2006, de 29 de Dezembro (Orçamento de Estado 2007) - Foram feitas algumas alterações ao regime simplificado de determinação dos rendimentos empresariais e profissionais, enquadrado na categoria B, nomeadamente o coeficiente aplicável subiu de 0,65 para 0,70. - O período mínimo de permanência no regime de contabilidade organizada passou a ser de três anos, prorrogáveis por iguais períodos, como sucede no regime simplificado, excepto se o sujeito passivo proceder à alteração do regime pelo qual se encontra abrangido. A declaração
3 deve ser apresentada até ao fim do mês de Março do ano em que se pretende alterar a forma de determinação do rendimento. - No caso de transmissões onerosas de imóveis em que o Valor Patrimonial Tributário, apurado nos termos do Código do IMI, seja superior ao valor constante do contrato, os sujeitos passivos de IRS passam a poder fazer prova do valor efectivo da transacção, como já sucede em sede de IRC (artigo 129º do Código do IRC). - Foi alterado o regime das deduções dos rendimentos de pensões. - Nos rendimentos brutos da categoria H de valor anual igual ou inferior a 6.100,00 passa a ser deduzido até à sua concorrência, a totalidade do seu quantitativo por cada titular que os tenha auferido (foi reduzida dedução especifica de 7.500,00 para 6.500,00). - No caso do titular dos rendimentos brutos da categoria H auferir um rendimento anual superior a , passa a ter uma dedução igual ao montante acima referido, abatido, até à sua concorrência, de 15% da parte que excede aquele valor anual. - Os escalões de IRS foram actualizados em 2,1%, passando as taxas do imposto a serem as seguintes: Rendimento Colectável TAXAS em euros Normal (A) Média (B) Até ,50 10,500 De mais de até ,00 11,3472 De mais de até ,50 18,5991 De mais de até ,00 27,3036 De mais de até ,50 30,1545 De mais de até ,00 30,8701 De mais de , O valor da dedução específica dos sujeitos passivos e casados foi igualado. Passa a existir uma dedução autónoma por cada sujeito passivo, casado ou não, de 55% do valor da retribuição mínima nacional. - Foi revogado o regime de isenção parcial dos rendimentos das Categorias A, B e H auferidos por sujeitos passivos deficientes, tendo sido estabelecida uma nova dedução à colecta do IRS. Passam a ser dedutíveis à colecta por cada sujeito passivo com deficiência o valor correspondente a três vezes o salário mínimo nacional, e por cada dependente com deficiência, bem como por cada ascendente com deficiência que viva em comunhão de habitação e não aufira rendimento superior à pensão mínima do regime geral, o valor correspondente a um salário mínimo nacional. Podem ser dedutíveis à colecta as despesas de acompanhamento, até ao limite de da retribuição mínima mensal por cada sujeito passivo ou dependente, cujo grau de invalidez permanente, devidamente comprovado por entidade competente, seja igual ou superior a 90%. Passam ainda a ser dedutíveis à colecta 30% da totalidade das despesas efectuadas com a educação e reabilitação do sujeito passivo ou dependentes com deficiência, bem como 25% da totalidade dos prémios de seguros de vida que garantam exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice e em que aqueles figurem como primeiros beneficiários (com o limite de 15% da colecta de IRS). 1 1 Foi criado um regime transitório para a tributação dos rendimentos auferidos por sujeitos passivos com deficiência, que considera, para efeitos de tributação, apenas 80% (em 2007) e 90% (em 2008) dos rendimentos brutos auferidos em
4 - Os limites de despesas dedutíveis à colecta de IRS foram actualizados: - O limite da dedução à colecta relativo às despesas com aquisição de bens e serviços (sujeitos à taxa de 21%) directamente relacionados com despesas de saúde do sujeito passivo, do seu agregado familiar, dos seus ascendentes e colaterais até ao 3.º grau, desde que devidamente justificados, passa a ser de 60 (anteriormente era de 59) ou de 2,5% das importâncias relativas às despesas de saúde isentas ou sujeitas à taxa de 5% e os juros de dívidas contraídas para o pagamento dessas despesas, se superior. - O limite da dedução à colecta dos juros e amortizações de dívidas contraídas com a aquisição, construção ou beneficiação de imóveis para habitação própria e permanente ou arrendamento (com excepção das amortizações efectuadas por mobilização dos saldos das contas poupança-habitação), prestações devidas em resultado de contratos celebrados com cooperativas de habitação, na parte que respeitem a juros e amortizações das correspondentes dívidas, importâncias, líquidas de subsídios ou comparticipações oficiais, suportadas a título de renda pelo arrendatário de prédio urbano ou da sua fracção autónoma para fins de habitação permanente, quando referentes a contratos de arrendamento celebrados ao abrigo do Regime do Arrendamento Urbano, ou pagas a título de rendas por contrato de locação financeira relativo aos citados imóveis na parte que não constituam amortização de capital, passa a ter o limite de 574. (anteriormente o limite era de 562). - O limite da dedução à colecta das importâncias despendidas com a aquisição de equipamentos novos para utilização de energias renováveis e de equipamentos para a produção de energia eléctrica e ou térmica, que consumam gás natural, desde que não susceptíveis de serem consideradas custos da categoria B, passa a ser de 761 (anteriormente o limite era de 745). - A dedução das importâncias despendidas com prémios de seguros de acidentes pessoais e de vida que garantam exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice, passam a ter os seguintes limites: - 60, tratando-se de sujeitos passivos não casados ou separados judicialmente de pessoas e bens (anteriormente o limite era de 59) , tratando-se de sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens (anteriormente o limite era de 118). - A dedução dos prémios de seguros que cubram exclusivamente os risco de saúde passam a ter os seguintes limites: - 80,00, no caso de sujeitos passivos não casados ou separados judicialmente de pessoas e bens (anteriormente o limite era de 78,00) , para sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens (anteriormente o limite era de 156). - O prazo do reembolso de IRS foi antecipado o imposto passa a ter que ser restituído até ao dia 31 de Maio do ano seguinte àquele a que respeitam os rendimentos). - Alargou-se o prazo para liquidação do IRS: a) Até 31 de Agosto, para os rendimentos de categoria A e H; b) Até 30 de Setembro, para os rendimentos das categorias E, F, e G; cada uma das categorias A, B e H. A parte excluída de tributação não pode exceder, por categoria de rendimentos EUROS (2007) e EUROS (2008).
5 c) Até 31 de Dezembro, para os rendimentos de categoria B. - Foi alterado o regime de responsabilidade em caso de substituição: a) Instituição de um regime de responsabilidade solidária do substituto tributário, pelo imposto não retido, quando o rendimento sujeito a retenção não tenha sido contabilizado nem comunicado como tal aos respectivos beneficiários. b) As entidades registadoras ou depositárias de valores mobiliários emitidos por entidades residentes ou em caso de incumprimento da obrigação de comunicação à Direcção- Geral dos Impostos a cargo das entidades emitentes passam estas a estar solidariamente responsáveis pelo imposto não retido. Regal, Varela, Ramos & Associados Sociedade de Advogados RL // 2007 Esta informação tem apenas carácter genérico, não constituindo uma forma de publicidade, de solicitação de clientes ou de aconselhamento jurídico. Caso necessite de aconselhamento jurídico sobre estas ou outras matérias sugerimos que contacte um advogado.
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