REVISTA Nº 52 EXPOSIÇÃO ESTREANTES. Mais de cem expositores apresentam hardware, software, soluções e serviços inovadores



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Transcrição:

REVISTA Nº 52 2014 A 24ª EDIÇÃO DO MAIOR EVENTO DE TECNOLOGIA PARA INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS DA AMÉRICA LATINA JOGA LUZ SOBRE ESTRATÉGIA DIGITAL EM UM MUNDO HIPERCONECTADO EXPOSIÇÃO Mais de cem expositores apresentam hardware, software, soluções e serviços inovadores ESTREANTES Espaço para pequenas e médias empresas e área de fornecedores internacionais têm novos participantes tes

sumário 12 Exposição Mais de cem expositores apresentam hardware, software, soluções e serviços inovadores; conheça tecnologias que ainda não chegaram ao mercado 6 Editorial 8 Artigo: big data Estratégias para um mundo conectado 26 Perfis dos palestrantes 18 Congresso Especialistas explicam como a hiperconectividade está mudando também as relações de consumo e transformando a atuação de instituições financeiras 30 Destaques da programação 33 Patrocinadores e expositores 22 Espaços temáticos O Ciab FEBRABAN oferece condições especiais para que empresas de diversos perfis possam apresentar suas soluções COMISSÃO ORGANIZADORA: PRESIDENTE: Gustavo de Souza Fosse Banco do Brasil. VICE-PRESIDENTE: Keiji Sakai Banco BM&FBovespa. MEMBROS: Adauto Del Fávero HSBC, Armando Corrêa Citibank, Eliane Grotti Borges Caixa Econômica Federal, Jorge Fernando Krug Santos Banrisul, Jorge Luiz Viegas Ramalho Itaú Unibanco, Jorge Vacarini Deutsche Bank, Paulo César Duarte Cherberle Bradesco, Ricardo Shigueaki Nozuma Santander Brasil, Ronei Maranssati Banco do Brasil. DIRETORIA DE EVENTOS: Nair Macedo (diretora), Marcelo Assumpção (gerente de relacionamento), Hilda Nishijima Solera (assessora). DIRETORIA DE POLÍTICAS DE IMAGEM E COMUNICAÇÃO: Pedro Luiz Rodrigues (diretor), Cleide Sanchez Rodriguez (gerente), Danilo Gregório (assessor). DIRETORIA DE POLÍTICAS DE NEGÓCIOS E OPERAÇÕES: Leandro Vilain João (diretor), Nilton César Gratão (assessor), Vitor Lee Harris (assessor). MARKETING: Silvia Fernanda Mazzola (assessora) Revista Ciab FEBRABAN: EDIÇÃO: Danilo Gregório. PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO: Ideia Visual. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Cleide Sanchez Rodriguez (MTb 15.318) Esta é uma publicação da Federação Brasileira de Bancos FEBRABAN, Av. Brigadeiro Faria Lima, 1485 14º andar Torre Norte 01452-921 São Paulo SP Copyright 2014 - maio. Todos os direitos reservados www.ciab.org.br www.facebook.com/ciabfebraban Twitter: @ciabfebraban www.febraban.org.br imprensa@febraban.org.br Twitter: @febraban 4 revista Ciab FEBRABAN junho de 2014

editorial Gustavo Fosse Diretor Setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN Conecte-se agora O CIAB FEBRABAN CHEGA À SUA 24ª edição. E mais uma vez temos a convicção de estar proporcionando aos seus participantes um panorama dos temas mais atuais envolvendo a tecnologia da informação, particularmente quanto à sua aplicação no setor bancário. Destaque para os canais digitais, como mostra a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2013: no ano passado, a soma das transações bancárias de internet e mobile banking representaram 47% do total, consolidando-se como os canais mais representativos, mais que a participação conjunta de agências, contact centers e ATMs (37%). Os canais digitais e a mobilidade estão provocando mudanças nas próprias instituições financeiras, que têm como desafio levar os bancos para os diversos ambientes, às casas das pessoas, por exemplo, evoluindo para novas funcionalidades, que permitam ao cliente fazer uma melhor gestão de seus recursos financeiros em um ambiente de comodidade, segurança e rapidez. O Ciab2014 apresenta quase 40 painéis, alguns dos quais tratarão de questões como o cliente no banco digital, a internet das coisas a revolução bancária na era da informação, mobile payments, dinheiro digital, entre outros temas que estão diretamente relacionados ao consumidor. Além, é claro, de trazer para o debate os esforços e inovações de TI para atender esse mundo hiperconectado, como analytics e big data, cloud computing, cyber security, os desafios das telecomunicações, etc. Em uma área de quase 4 mil m², mais de cem expositores de startups e pequenas e médias empresas a grandes companhias escolheram exibir produtos, serviços e soluções inovadores para impressionar uma audiência selecionada de visitantes. Para garantir alta visibilidade em um evento de tamanhas proporções, 18 empresas (até o fechamento desta edição) aceitaram associar suas marcas ao Ciab como patrocinadoras. São elas: Accenture, Capgemini, Cetip, CIP, EMC, HP, IBM, Bull, CNseg, Cisco, Deloitte, Grupo New Space, OKI Brasil, Scopus, Multiplus, Oi, Oracle e Telefônica Vivo. Vale destacar ainda o Espaço Internacional do Ciab FEBRABAN, destinado à exposição de empresas que não têm sede no Brasil, que este ano cresceu 28% em número de empresas expositoras. O avanço, certamente, é consequência da expansão do mercado financeiro brasileiro e da maior atratividade provocada pela Copa do Mundo. Também não poderíamos deixar de lembrar o Espaço Inovação, uma iniciativa da FEBRA- BAN e do Instituto de Tecnologia de Software (ITS) que completa dez anos e, mais uma vez, vai reunir as inovações de startups nacionais. Tanto no congresso como na feira, o Ciab2014 tem muito a mostrar. 6 revista Ciab FEBRABAN junho de 2014

artigo Big data: estratégias para um mundo conectado Por Paschoal Pipolo* Ao interagirmos com o mundo digital passamos, ainda que inconscientemente, a deixar marcas de quem somos O ADVENTO DA INTERNET FEZ COM que as mais variadas informações, antes só disponíveis sobre personalidades públicas, passassem a existir para um grupo cada vez maior de pessoas, espalhando-se na rede para quem se dispuser a procurá-las. Aplicativos sociais como Facebook, Twitter, Linkedin, Waze, Foursquare, YouTube, TripAdvisor, permitem que nos expressemos livremente e que nossas opiniões possam ser vistas e ouvidas em qualquer lugar do planeta. Ao interagirmos com esse mundo digital passamos, ainda que inconscientemente, a deixar marcas e revelar quem somos, como agimos e como nos posicionamos perante qualquer assunto, permitindo o estabelecimento de conexões em todos os níveis. O que antes era circunscrito ao nosso círculo de relacionamentos como receber indicações de livros, viagens e até caminhos alternativos no trânsito expandiu seus limites de maneira impressionante. Refl ita por um momento: você vai a um restaurante sobre o qual todos os comentários feitos pelos usuários por meio do Foursquare são pouco abonadores? Da mesma forma, você se hospeda num hotel no qual pessoas declaram pelo TripAdvisor não terem recebido um bom serviço? Você não se arrepende de não ter utilizado o Waze quando você se vê preso num congestionamento por causa de um acidente no percurso? Vivemos de modo diferente. E esse nosso novo modo de agir, influenciado por novos aplicativos e viabilizado pelo uso intensivo de redes de comunicação e aparelhos móveis, demanda não só uma enorme capacidade de armazenamento dessas informações, como também uma contrapartida em velocidade de processamento. Dados são gerados por diversas fontes a uma velocidade impressionante, sendo que alguns ainda precisam ser analisados em tempo real para se transformarem em informação. Além disso, precisamos lidar com uma variedade muito grande de tipos de dados e formatos para representá-los. Na casa dos bilhões Para se ter uma dimensão do momento de transição pelo qual estamos passando, em termos do crescimento de volumes de dados, está previsto que ao fim de 2014 teremos atingido 7 bilhões de celulares mes- 8 revista Ciab FEBRABAN junho de 2014

artigo mo número de habitantes do planeta e 2,1 bilhões de assinantes de internet móvel, segundo dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT). Tablets, que hoje já superam as vendas dos computadores pessoais (PCs), são utilizados por 34% dos adultos, facilitando ainda mais a criação e o compartilhamento de informações nas redes sociais. Diariamente, por meio desses dispositivos e conexões, compartilhamos 30 bilhões de informações, 10 bilhões da quais relativas a novas mensagens no Facebook e 500 milhões de tweets. O último dado reportado pelo Facebook em novembro de 2013 dá conta de uma base de dados de 300 petabytes, contendo 250 bilhões de fotos e 350 milhões uplodas por dia. Não podemos nos esquecer também de que outra revolução está a caminho: a internet das coisas, em que os objetos, animais ou pessoas poderão ser equipados com identificadores únicos com a capacidade de transferir automaticamente os dados entre si e pela rede. Nesse cenário, a quantidade de conexões vai crescer de maneira exponencial frente à comunicação máquina a máquina (M2M) e máquina a pessoa (M2P), alavancada pela popularização de sensores em aplicações diversas. Essa mudança de paradigma está transformando o cenário das empresas no que diz respeito a velocidade, variedade e volumes de criação de dados e a necessidade de se incorporá-los à tomada de decisão. O volume de dados não estruturados supera largamente o de dados estruturados que as empresas se acostumaram a processar. Extrair valor deste big data o grande universo de dados criado pelas transações e compartilhamentos de informações para aumentar a competitividade das empresas, ao mesmo tempo em que proporciona diferenciação num mercado saturado de produtos similares, requer soluções específicas. Neste contexto, torna-se extremamente relevante o uso de analytics, um conjunto de técnicas sofisticadas de análise quantitativa e estatística aliada ao uso de modelos preditivos. BA e BI A aplicação dessas técnicas ao negócio concentra-se no desenvolvimento de insights a partir de uma análise detalhada da performance passada e da atual, o que permite planejamento e posicionamento de mercado substancialmen- Pipolo: O volume de dados não estruturados supera largamente o de dados estruturados que as empresas se acostumaram a processar junho de 2014 revista Ciab FEBRABAN 9

artigo te superiores. Assim, enquanto o conjunto de business intelligence nos ajuda a entender o que aconteceu, com que frequência, qual o problema e ações necessárias, o business analytics dá um passo adicional ao propor a identificação dos motivos pelos quais as coisas acontecem, confirmar se é uma tendência e prever o que vai ocorrer, possibilitando planejamentos muito mais efetivos. É importante ressaltar que analytics tanto pode ser utilizada como input para a tomada de decisão manual como alimentar sistemas automatizados de decisão, alcançando níveis mais altos de automação e consequente redução de custos. Outra adição importante à capacidade de entender e interpretar as muitas conexões e dados associados ao big data está presente numa categoria relevante de novas ferramentas denominada visualização. Seguindo a máxima de que uma imagem vale mais do que mil palavras, novos softwares, como por exemplo, o tableau, tornam possível que as próprias áreas de negócio atuem desde a descoberta e exploração visual de padrões até a identificação de relacionamentos, de maneira eficiente e sem necessidade de programação. Reconhecendo a relevância desse tema, a Deloitte mantém em Washington DC o Deloitte Analytics HIVE - Highly Immersive Visual Environment um centro de pesquisa, desenvolvimento e tecnologia que reúne uma ampla gama das mais recentes tecnologias para análise de dados. O assunto em questão também gera polêmica quanto às regras e os limites para utilização do big data vis-à-vis os riscos relacionados à perda de privacidade. Aqui muitas das discussões ainda têm sido muito mais emocionais do que racionais ao se contrapor pessoas geradoras de informação e instituições que fazem uso do dados. No estudo publicado recentemente pela Deloitte The Personalized and the Personal, os autores James Guszcza, David Schweidel e Shantanu Dutta jogam uma luz sobre esse tema ao trazerem análises relacionadas à inovação socialmente responsável por meio do big data. Uma interessante constatação é a de que indivíduos e órgãos reguladores raramente serão contrários à inovação no uso de dados se, na essência, perceberem que existe uma relação satisfatória entre a perda de privacidade e o que se está recebendo em troca. Dois exemplos típicos dessa situação já estão consolidados no mercado: os serviços gratuitos de e-mail e os cartões fidelidade de lojas, postos e supermercados. No primeiro caso, a aceitação do serviço de e-mail gratuito ocorre mesmo sabendo que esses e-mails podem ter seu texto minerado para permitir a colocação de anúncios direcionados, enquanto no segundo permitimos que nossos hábitos de consumo sejam conhecidos e utilizados em troca de descontos e ofertas personalizadas. Em ambos, falamos de modelos de negócio bem estabelecidos e que não sofrem nenhum tipo de questionamento, seja da mídia ou dos órgãos reguladores. Os exemplos mostram um caminho possível e responsável para exploração de inovações relacionadas ao big data: basta que sejamos capazes de garantir o equilíbrio entre o fornecedor das informações e quem faz uso delas. Agora, cabe a nós pavimentarmos esse caminho, definindo as melhores estratégias de negócio com foco no cliente e criando inovações que nos tornem ainda mais adaptados a esse novo mundo conectado. * Paschoal Pipolo é diretor da área de Consultoria para a área financeira e especialista em Tecnologia da Informação da Deloitte. 10 revista Ciab FEBRABAN junho de 2014

exposição Para ver e sentir Andar pelos corredores da exposição do Ciab é como ter uma visão privilegiada do futuro próximo dos serviços financeiros com a vantagem de poder provar de verdade tecnologias que ainda nem chegaram ao mercado NO ANO PASSADO, A HESS Latam demonstrou pela primeira vez no Ciab FEBRABAN um terminal de autoatendimento para câmbio, capaz de trocar cédulas de moeda estrangeira por reais. Hoje, um exemplar desse modelo de ATMs funciona normalmente no Aeroporto Internacional do Recife (PE), em parceria com uma corretora de câmbio, e a HESS negocia com outras instituições financeiras o fornecimento do produto. A empresa promete fazer uma apresentação bem mais interativa desse mesmo caixa eletrônico no Ciab 2014, para que, desta vez, os visitantes possam não só observar, como de fato trocar dólares ou euros por reais. Segundo André Salvador, gerente comercial da HESS, a ideia é fisgar principalmente o interesse de estrangeiros, cuja presença no evento tende ser maior neste ano por causa da Copa do Mundo. De ATMs a soluções de software para operações de back-office, não faltam novidades tecnológicas para o mundo financeiro nos corredores da área de exposição do Ciab. Muitas ainda nem chegaram oficialmente ao mercado e usam o maior evento de tecnologia da América Latina para instituições financeiras para testar o apetite dos clientes corporativos. A plateia, claro, impõe respeito. Em 2013, 16.861 pessoas percorreram os pavilhões do Ciab no Transamerica Expo Center, centro de convenções localizado em São Paulo. Quase 30% do público é formado por tomadores de decisão, presidentes executivos (CEOs, na sigla em inglês), executivos de tecnologia (CIOs), diretores e superintendentes. Conteúdo importa Para garantir alta visibilidade em um evento de tamanhas proporções, 18 instituições (até o fechamento desta edição) aceitaram associar suas marcas ao Ciab como patrocinadoras. Além disso, são mais de cem expositores de startups e pequenas e médias empresas a grandes companhias que escolheram exibir produtos, serviços e soluções inovadores para impressionar essa audiência selecionada. Para os expositores, a preocupação com o conteúdo e as mensagens transmitidas pelo evento não é em vão, já que o Ciab, ressalte- -se, não é apenas uma feira de tecnologia, mas também um congresso com uma riquíssima 12 revista Ciab FEBRABAN junho de 2014

exposição programação de palestras e painéis sobre as últimas tendências em tecnologia para o setor financeiro e o empresarial como um todo. Como uma das patrocinadoras do evento, a Accenture, consultoria global de gestão, serviços de tecnologia e outsourcing planeja explorar estudos e conteúdos relacionados a um mundo cada vez mais conectado, o que inclui experiência digital dos clientes, pagamentos móveis, casos de sucesso de bancos internacionais, entre outros assuntos. A característica do Ciab de aliar conhecimento à realidade da indústria é valorizada por Paulo Kurpan, superintendente da Central de Serviços (CESER) da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg). Na sua avaliação, a edição deste ano, que abordará novas estratégias digitais, marca uma tendência que o setor de seguros não poderia ignorar: a adaptação do mundo corporativo à realidade virtual. O engajamento em relação à qualificação cada vez maior das operações financeiras é compromisso da entidade, e se mostra fundamental no atual cenário de constantes transformações tecnológicas, diz Kurpan. A realização anual do Ciab é importante para o debate e a apresentação de tecnologias focadas em inovação e segurança do sistema financeiro, valores fundamentais compartilhados pela Cetip, acrescenta o diretor executivo comercial e de produtos da unidade de títulos e valores mobiliários e de marketing e comunicação da Cetip, Carlos Ratto. Em todas as edições do Ciab de que participamos, pudemos colaborar com a discussão sobre efi- junho de 2014 revista Ciab FEBRABAN 13

exposição ciência para o setor financeiro e compreender ainda mais as necessidades de infraestrutura deste mercado, representado pelos participantes que tradicionalmente acompanham o evento, completa Ratto. Conhecendo o cliente A OKI Brasil, resultado da parceira da OKI Electric Japan e da Itautec, orgulha-se de fazer parte do Ciab desde sua primeira edição (antes sob o nome Itautec), em 1991. Como sempre, a qualidade e a experiência dos participantes fazem desse evento uma importante ferramenta de debates de tendências e levantamento nas necessidades reais do setor, contribuindo sobremaneira para a convergência de esforços na busca de soluções efetivas que tragam valor agregado perceptível não só aos bancos, como também a seus clientes, afirma Wilton Ruas, vice-presidente de automações da OKI Brasil. No Ciab deste ano, a companhia pretende enfatizar produtos e conceitos do uso da reciclagem de dinheiro e seus benefícios para a melhoria operacional, redução de custos e aumento de segurança. O maior benefício propiciado pelo evento é a proximidade dos nossos profissionais com os clientes do segmento financeiro, pois assim, conseguimos ter uma visão integral de suas necessidades, como os principais objetivos, novos projetos e processos a serem aprimorados, diz José Ricardo Munhoz, diretor da Bull, outra provedora de soluções de TI veterana em edições do Ciab: está é a 22ª. Na prateleira montada no Ciab de 2014, o objetivo é apresentar soluções de eficiência operacional, desmaterialização de documentos, prevenção a fraudes (documental, ideológica, transacional e interna), conferência de assinaturas por imagem, entre outros, além de toda a linha de produtos de propriedade intelectual da própria Bull (segurança da informação, infraestrutura e cloud computing). Mais recente na história do Ciab, estreando em 2012, o Grupo New Space também já criou forte vínculo com o evento e integra o time de patrocinadores pelo segundo ano consecutivo. Participar do Ciab tem um valor muito representativo para qualquer empresa e pessoa que milita no ramo da tecnologia, diz Emilio Cominato, presidente da empresa. Neste ano, o grupo quer destacar suas soluções para segurança, área em que investiu mais recentemente por meio da aquisição de uma empresa especializada. Como trabalhamos muito com BPO (terceirização de processos) na área de crédito, a necessidade de auxiliar nossos clientes na prevenção a fraudes é muito importante, explica o executivo. Mundo móvel Procura aplicações que mexem diretamente no dia a dia do consumidor final? Um dos temas mais palpitantes é o da mobilidade, popular também entre os expositores do Ciab. A desenvolvedora Scopus é uma das que apostam nesse segmento. No ano passado, levou uma solução para saques em ATMs usando a tecnologia de near field communication (NFC, algo como comunicação por aproximação) presente nos smartphones de última geração. Neste ano, projetos voltados à carteira eletrônica continuam no foco. Um exemplo é um aplicativo que permite localizar restaurantes credenciados a uma rede de benefícios. No Ciab, temos esse viés de mostrar uma série de soluções em que estamos trabalhando na vanguarda, diz Mauro Cremm, superintendente executivo da Scopus Tecnologia. Outra temática bastante pelo fornecedores de tecnologia é a eficiência operacional. Entre as tecnologias desenvolvidas pela P3Image, 14 revista Ciab FEBRABAN junho de 2014

exposição Marcelo Araújo, diretor da empresa, destaca atributos como segurança e agilidade nas solicitações de documentos, a gestão documental específica para Fundos de Investimentos de Direitos Creditórios (FIDCs) e funções diversificadas no portal All Store, que, além da consulta online de todas as certificações, permite a criação de relatórios e uma série de funcionalidades para facilitar o dia a dia das instituições financeiras. Estamos com crescimento médio de 50% ao ano e o setor financeiro representa grande fatia para esta rápida expansão, revela Araújo. No estande da Agility Networks, os visitantes poderão conhecer e se atualizar sobre as soluções da marca para gestão de entrega de aplicações, podendo assim melhorar o desempenho e a segurança dessa atividade, independentemente do tipo de conexão e dispositivo do usuário, além de distribuir a carga dinamicamente entre data centers, servidores e links de comunicação. A Agility Networks apresentará no Ciab as soluções de segurança que permitem que bancos, seguradoras e corretoras reforcem suas barreiras de proteção, fazendo uso das últimas inovações da área e colocando- -se um passo à frente dos ataques, diz Carlos Teixeira, diretor executivo da empresa. A era da hiperconetividade, naturalmente, não poderia fi car de fora da exposição. Um dos destaques da Spread Tecnologia é um conjunto de soluções baseado em inteligência artificial. Em parceria com a ITyx, a empresa fornece tecnologias que absorvem o comportamento dos funcionários durante o processamento de comunicação digital e passam automaticamente a responder chats, e-mails, SMS e redes sociais. As ferramentas não se limitam ao roteamento de processos, contatos e diálogos, mas também reconhecem e compreendem o seu conteúdo. Contando sua história Em 2013, a Resource IT Solutions conseguiu fechar importantes contratos no Ciab, revela o vice-presidente comercial da empresa, Solemar Andrade. Para aproveitar ao máximo a aproximação com o setor fi - nanceiro durante o evento, a Resource, além de promover seu portfólio para as áreas de computação em nuvem e business analytics, por exemplo, também divulga sua expansão internacional. Em abril, entrou em operação uma unidade da empresa no Vale do Silício, o eldorado high-tech da Califórnia. A proposta é buscar ainda mais inspiração para desenvolver, lançar e implementar soluções que possam continuar a superar as expectativas de seus clientes, diz Andrade. Inicialmente, a equipe que está à frente da unidade tem como missão identifi car e propor inovações que tenham aplicação no mercado latino-americano. Ciente da representatividade do Ciab, no qual assegura seu espaço há dez anos, a TOTVS aproveita a edição de 2014 para comunicar oficialmente ao mercado a conclusão do desenvolvimento de sua nova plataforma para gestão de fundos de investimentos. Desenvolvida ao longo dos últimos cinco anos, a solução traz diversas melhorias em relação à atual solução da TOTVS, tanto no aspecto tecnológico quanto funcional. Avançou em usabilidade, otimização de processos de negócios e performance de processamento. Como a solução foi desenvolvida em Java, a partir de agora é possível o uso em mainframes. A plataforma atual da TOTVS já participa do processamento de 75% dos fundos de investimento do País, de acordo com David Terra, diretor do segmento de serviços financeiros da provedora de software de gestão empresarial. 16 revista Ciab FEBRABAN junho de 2014

Conexão permanente Por Kátia Arima e Felipe Falleti Avanço das redes móveis, centrais de dados e dos dispositivos para conexão à web já mudaram o estilo de vida e o comportamento das pessoas no mundo todo. No Ciab FEBRABAN 2014, especialistas explicam como a hiperconectividade está mudando também as relações de consumo e transformando a atuação de instituições financeiras QUANDO STEVE WOZNIAK CRIOU O Apple I, primeiro computador pessoal do mundo, em 1976, projetou uma máquina que pudesse realizar cálculos, executar games quando plugada a uma TV e armazenar dados, como arquivos de textos, em formato digital. O fato de seu sócio e cofundador da Apple, Steve Jobs, vender 400 unidades do modelo a um lojista de Palo Alto, na Califórnia, mais deu dores de cabeça que alegrias a Wozniak. Fazíamos aquilo artesanalmente e Jobs não tinha ideia da complexidade do trabalho ao comprometer-se com uma produção de 400 peças, diria décadas depois ao biógrafo de seu ex-sócio, Walter Isaacson. Na hora em que subir no palco do Ciab, em São Paulo, no dia 4 de junho de 2014, quase 38 anos depois de produzir com as próprias mãos seu computador pessoal, Wozniak vai discorrer sobre um mundo radicalmente alterado, em parte, por sua invenção pioneira, mas também por avanços que mal poderia sonhar nos anos 1970. Como imaginar, lá atrás, dispositivos móveis (ou vestíveis ) conectados a redes de telefonia celular de quarta geração, trafegando dezenas de megabits por segundo e consultando dados armazenados em centrais tão poderosas que são capazes de nos oferecer dados sem que sequer os tenhamos solicitado? É o que faz a Siri, assistente de voz dos iphones que informa sobre o trânsito entre sua casa e o trabalho ou, ainda, lê e-mails de seu chefe enquanto você prepara o café da manhã. Também sob o ponto de vista do acesso à tecnologia, a mudança é radical: há hoje 6,5 bilhões de dispositivos com acesso à web em um mundo com 7 bilhões de habitantes, segundo a consultoria IDC. Não é à toa que o tema central do Ciab deste ano é Estratégia Digital no mundo hiperconectado. De acordo com Gustavo Tamaki, gerente de virtualização da EMC, a possibilidade de estarmos permanentemente conectados e acessando informações que nos são contextualmente úteis como o limite de crédito disponível na hora de fazer uma compra à vista ou, ainda, quanto tempo levará a viagem de sua casa até o aeroporto, por exemplo só é possível, graças à integração de diferentes tecnologias consolidadas há pouquíssimo tempo. Entre elas, estão o desenvolvimento de aplicações em nuvem, a fabricação de gadgets móveis com alto poder de processamento e, claro, o fenômeno do big data, que permite a análise de um grande volume de informações em tempo real. O comportamento das pessoas mudou 18 revista Ciab FEBRABAN junho de 2014

após a integração dessas tecnologias e o modo como as companhias fazem negócios também se transformou para sempre, afirma Tamaki. Nuvem de dados Exemplos disso são o surgimento de grandes companhias de internet, como o Facebook e startups de aplicações móveis, como o serviço de mapas Waze ou o aplicativo de mensagens WhatsApp os dois últimos negócios vendidos por alguns bilhões de dólares por seus criadores. Esses serviços de software, que mantêm os jovens consumidores com os olhos vidrados em seus smartphones longas horas a cada dia, seriam inimagináveis sem a infraestrutura de nuvem e big data a lhes oferecer suporte. Para Roy Mantelarc, professor de economia digital da Universidade de São Paulo (USP), o fenômeno da hiperconectividade pode ser compreendido como uma nova etapa do processo de revolução industrial e deve transformar a atuação das companhias de varejo e serviços, incluindo o setor financeiro, ao longo dos próximos anos. A partir do momento em que o deslocamento geográfico, as transações financeiras e os dados compartilhados com amigos deixam rastros digitais que podem ser acessados e analisados em massa, passa a existir subsídio para ofertas totalmente inovadoras de serviços aos consumidores que, por estarem hiperconectados, poderão se relacionar com fornecedores e prestadores de serviço em tempo real, com um toque sobre a tela sensível ou um comando de voz, afirma o pesquisador da USP. Na avaliação de Mantelarc, a primeira indústria a se beneficiar desses fenômenos foi a publicidade, que passou a ser muito mais específica. Griggs Candler, o empresário que tornou a Coca-Cola uma marca global, costumava dizer que 50% do dinheiro que investia em marketing era inútil. Apesar disso, ele continuava gastando dinheiro inutilmente porque não tinha como saber qual era a metade que lhe traria resultados, diz o professor da USP. Com o surgimento das ferramentas de coleta, armazenamento e análise de dados é possível saber com precisão o que cada consumidor precisa e que dado faz sentido para ele em cada momento, o que mudou a forma de planejar investimentos em marketing. Análise eficiente Para as empresas do setor financeiro, faz toda a diferença saber o comportamento de seus clientes, suas necessidades e desejos de cur- junho de 2014 revista Ciab FEBRABAN 19

to, médio e longo prazos. Para Sérgio Losa, diretor de analytics da IBM no Brasil, ter acesso a essas informações e analisá-las corretamente permitirá às empresas de todos os setores, especialmente as companhias do setor financeiro. melhorar sua eficiência nos próximos anos. Embora muitas ferramentas já estejam disponíveis, por diversas razões que incluem até uma certa resistência cultural dos gestores, ainda há casos em que as empresas perdem clientes por não conseguirem entender suas necessidades básicas, o que poderia ser revertido se soubessem coletar e analisar seus dados, afirma Losa. Um exemplo já vivenciado por qualquer consumidor é ligar para um call center e precisar relatar, inúmeras vezes, seu problema, sem encontrar ninguém que possa efetivamente ajudá-lo. Se a empresa em questão soubesse analisar as informações de seus consumidores, poderia se antecipar à reclamação, ligar para o cliente e oferecer uma solução que resolvesse sua necessidade. Em um futuro próximo, quem não agir assim perderá competitividade no mercado, diz o diretor da IBM. Segundo Loza, é provável que as empresas do setor financeiro e de seguros liderem esses processos nos próximos anos, em função de sua maior capacidade de investimento em novas tecnologias. Computação cognitiva Um dos desdobramentos da evolução desses serviços tende a acontecer quando as máquinas tiverem a capacidade de aprender e tomar suas próprias decisões, o que pode ser considerado um segundo passo do big data. É o que se tem chamado de computação cognitiva ou deep learning, tema da palestra de Mike Rhodin, cientista da IBM no Ciab 2014. Essa tecnologia é a que permitirá, por exemplo, o desenvolvimento de carros autônomos, aqueles capazes de analisar as informações de trânsito e condições das rodovias para se moverem sem o comando do motorista. No caso das instituições financeiras, uma máquina que aprenda por si só poderá propor novos e mais eficazes modelos para analisar riscos com base no comportamento de um segurado ou, ainda, oferecer juros mais baixos a consumidores que, em uma análise rica de dados, demonstre potencial decrescente de inadimplência. Imagine o impacto que analisar dados de forma mais inteligente não terá na redução de fraudes ou no cálculo mais preciso dos riscos envolvidos em uma apólice de seguros, diz o executivo. Em um mercado emergente como o Brasil, com carências de infraestrutura como banda larga eficiente e redes móveis de quarta geração, o salto tecnológico oferecido pelos serviços de hiperconectividade pode demorar um pouco, se comparado aos mercados mais avançados, como Japão, Estados Unidos ou Coreia do Sul. Mesmo assim, especialistas como Tamaki avaliam que é uma questão de tempo sua introdução em toda a indústria global. Naturalmente, as empresas que se movimentarem antes para tirar proveito dessas novas tecnologias terão diferenciais competitivos, diz o gerente de virtualização da EMC. Quando criou o Apple I, Wozniak não poderia prever que a empresa que estava fundando terminaria por apresentar ao mundo também os iphones e ipads. Mas, certamente, Wozniak sabia que a evolução da tecnologia só se aceleraria dali para frente. Nesse sentido, 2014 não difere muito de 1976: com mais pessoas conectadas, a única certeza é que a inovação vai se acelerar progressivamente, afetando todos os setores da economia. 20 revista Ciab FEBRABAN junho de 2014