Red Hat Enterprise Linux 3. Guia de Segurança



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Red Hat Enterprise Linux 3 Guia de Segurança

Red Hat Enterprise Linux 3: Guia de Segurança Copyright 2003 por Red Hat, Inc. Red Hat, Inc. 1801Varsity Drive RaleighNC 27606-2072USA Telefone: +1 919 754 3700Telefone: 888 733 4281Fax: +1 919 754 3701PO Box 13588Research Triangle Park NC 27709 USA rhel-sg(pt_br)-3-print-rhi (2003-07-25T17:12) Copyright 2003 Red Hat, Inc. Este material pode ser distribuído somente sob os termos e condições definidos na Open Publication License, versão 1.0 ou mais recente (a versão mais recente está disponível em http://www.opencontent.org/openpub/). É proibida a distribuição de versões substancialmente modificadas deste documento sem a permissão explícita do titular dos direitos autorais. É proibida a distribuição total ou parcial do trabalho envolvido neste manual, em qualquer formato de livro (papel), para fins comerciais, sem a autorização prévia do titular dos direitos autorais. Red Hat, Red Hat Network, o logo "Shadow Man" da Red Hat, RPM, Maximum RPM, o logo RPM, Linux Library, PowerTools, Linux Undercover, RHmember, RHmember More, Rough Cuts, Rawhide e todas as marcas baseadas na Red Hat e logos são marcas registradas ou marcas registradas da Red Hat, Inc. nos Estados Unidos da América e em outros países. Linux é uma marca registrada de Linus Torvalds. Motif e UNIX são marcas registradas do The Open Group. Intel e Pentium são marcas registradas da Intel Corporation. Itanium e Celeron são marcas da Intel Corporation. AMD, Opteron, Athlon, Duron e K6 são marcas registradas da Advanced Micro Devices, Inc. Netscape é uma marca registrada da Netscape Communications Corporation nos Estados Unidos da América e em outros países. Windows é uma marca registrada da Microsoft Corporation. SSH e Secure Shell são marcas da SSH Communications Security, Inc. FireWire é uma marca da Apple Computer Corporation. IBM, AS/400, OS/400, RS/6000, S/390 e zseries são marcas registradas da International Business Machines Corporation. eserver, iseries e pseries são marcas da InternationalBusiness Machines Corporation. Todas as outras marcas e direitos autorais referidos neste são de propriedade de seus respectivos titulares. O número do código de segurança GPG em security@redhat.comé: CA 20 86 86 2B D6 9D FC 65 F6 EC C4 21 91 80 CD DB 42 A6 0E

Índice Introdução...i 1. Convenções de Documentos...ii 2. Mais por vir... iv 2.1. Envie-nos Seu Feedback... v I. Uma Introdução Genérica à Segurança...i 1. Visão Geral de Segurança... 1 1.1. O que é Segurança em Computadores?... 1 1.2. Controles de Segurança... 5 1.3. Conclusão... 6 2. Atacantes e Vulnerabilidades... 7 2.1. Uma Breve História sobre Hackers... 7 2.2. Ameaças à Segurança da Rede... 8 2.3. Ameaças à Segurança do Servidor... 8 2.4. Ameaças à Segurança da Estação de Trabalho e PC Pessoal... 10 II. Configurando o Red Hat Enterprise Linux para Segurança... 13 3. Atualizações de Segurança... 15 3.1. Atualizando Pacotes... 15 4. Segurança da Estação de Trabalho... 21 4.1. Avaliando a Segurança da Estação de Trabalho... 21 4.2. Segurança do BIOS e do Gestor de Início... 21 4.3. Segurança da Senha... 24 4.4. Controles Administrativos... 29 4.5. Serviços de Rede Disponíveis... 35 4.6. Firewalls Pessoais... 37 4.7. Ferramentas de Comunicação de Segurança Melhorada... 38 5. Segurança do Servidor... 39 5.1. Protegendo Serviços com TCP Wrappers e xinetd... 39 5.2. Protegendo o Portmap... 42 5.3. Protegendo o NIS... 43 5.4. Protegendo o NFS... 45 5.5. Protegendo o Servidor HTTP Apache... 46 5.6. Protegendo o FTP... 47 5.7. Protegendo o Sendmail... 49 5.8. Verificando Quais Portas estão Escutando... 50 6. Redes Privadas Virtuais (Virtual Private Networks)... 53 6.1. VPNs e Red Hat Enterprise Linux... 53 6.2. CIPE (Crypto IP Encapsulation)... 53 6.3. Por que usar o CIPE?... 54 6.4. Instalação do CIPE... 55 6.5. Configuração do Servidor CIPE... 55 6.6. Configurando Clientes para o CIPE... 56 6.7. Personalizando o CIPE... 58 6.8. Gerenciamento da Chave do CIPE... 59 6.9. IPsec... 60 6.10. Instalação do IPsec... 60 6.11. Configuração Máquina-a-Máquina do IPsec... 61 6.12. Configuração Rede-a-Rede do IPsec... 62 7. Firewalls... 67 7.1. Netfilter e IPTables... 68 7.2. Usando o IPTables... 69 7.3. Filtragem Comum do iptables... 70 7.4. Regras FORWARD e NAT... 71 7.5. DMZs e iptables... 72

7.6. Vírus e Endereços IP Espionados (spoofed)... 73 7.7. IP6Tables... 73 7.8. Recursos Adicionais... 74 III. Avaliando Sua Segurança... 75 8. Avaliação de Vulnerabilidade... 77 8.1. Pensando Como o Inimigo... 77 8.2. Definindo Avaliação e Testes... 78 8.3. Avaliando as Ferramentas... 79 IV. Intrusões e Resposta a Incidentes... 83 9. Detecção de Invasão... 85 9.1. Definindo Sistemas de Detecção de Intrusão... 85 9.2. IDS baseado no servidor... 85 9.3. IDS baseado em rede... 88 10. Resposta ao Incidente... 91 10.1. Definindo Resposta ao Incidente... 91 10.2. Criando um Plano de Resposta ao Incidente... 91 10.3. Implementando o Plano de Resposta ao Incidente... 93 10.4. Investigando o Incidente... 93 10.5. Restaurando e Recuperando Recursos... 96 10.6. Reportando o Incidente... 97 V. Apêndices... 99 A. Proteção ao Hardware e à Rede... 101 A.1. Topologias de Rede Segura... 101 A.2. Segurança de Hardware... 104 B. Exploits Comuns e Ataques... 107 C. Portas Comuns... 111 Índice Remissivo... 125 Considerações finais... 131

Introdução Bem-vindo ao Guia de Segurança do Red Hat Enterprise Linux! O Guia de Segurança do Red Hat Enterprise Linux é desenvolvido para auxiliar usuários do Red Hat Enterprise Linux a aprender os processos e práticas para proteger estações de trabalho e servidores de intrusões locais e remotas, exploits e atividades maldosas. O Guia de Segurança do Red Hat Enterprise Linux detalha o planejamento e as ferramentas envolvidas na criação de um ambiente computacional seguro para o centro de dados (data center), ambiente de trabalho e doméstico. Com o conhecimento, vigilância e ferramentas apropriados, os sistemas rodando o Red Hat Enterprise Linux podem ser totalmente funcionais e protegidos contra os métodos de intrusão e exploit mais comuns. Este manual aborda detalhadamente diversos tópicos relacionados a segurança, incluindo: Firewalls Criptografia Protegendo Serviços Críticos Redes Privadas Virtuais (Virtual Private Networks) Detecção de Intrusão O manual é dividido nas partes seguintes: Introdução Genérica à Segurança Configurando o Red Hat Enterprise Linux para Segurança Avaliando Sua Segurança Intrusões e Resposta a Incidentes Apêndice Nós gostaríamos de agradecer Thomas Rude por suas generosas contribuições a este manual. Ele escreveu os capítulos Avaliações de Vulnerabilidade e Resposta ao Incidente. Muito obrigado! Este manual assume que você tem um conhecimento avançado do Red Hat Enterprise Linux. Se você for um novo usuário ou tiver conhecimento básico a intermediário do Red Hat Enterprise Linux e deseja mais informações sobre como utilizar o sistema, por favor consulte os seguintes manuais, que abordam os aspectos fundamentais do Red Hat Enterprise Linux de forma mais detalhada que o Guia de Segurança do Red Hat Enterprise Linux: O Guia de Instalação do Red Hat Enterprise Linux traz informações sobre a instalação. O Introdução à Administração de Sistemas Red Hat Enterprise Linux contém informações introdutórias para novos administradores de sistemas Red Hat Enterprise Linux. O Guia de Administração do Sistema do Red Hat Enterprise Linux oferece informações detalhadas sobre como configurar o Red Hat Enterprise Linux para servir suas necessidades particulares como usuário. Este manual inclui alguns serviços que são abordados (sob o ponto de vista de segurança) no Guia de Segurança do Red Hat Enterprise Linux. Guia de Referência do Red Hat Enterprise Linux traz informações detalhadas para a consulta dos usuários mais experientes quando necessária, ao contrário das instruções passo-a-passo. As versões HTML, PDF e RPM dos manuais estão disponíveis no CD de Documentação do Red Hat Enterprise Linux e online: http://www.redhat.com/docs/.

ii Introdução Nota Apesar deste manual refletir as informações mais recentes possíveis, leia as Notas da Versão do Red Hat Enterprise Linux para acessar as informações que não estavam disponíveis antes da finalização de nossa documentação. Elas podem ser encontradas no CD 1 do Red Hat Enterprise Linux e online: http://www.redhat.com/docs/. 1. Convenções de Documentos Ao ler este manual, determinadas palavras estão representadas com fontes, tipos, tamanhos e pesos diferentes. Este destaque é sistemático; palavras diferentes são representadas no mesmo estilo para indicar sua inclusão em uma categoria específica. Os tipos de palavras representadas desta maneira incluem as seguintes: comando Os comandos do Linux (e comandos de outros sistemas operacionais, quando usados) são representados desta maneira. Este estilo indica que você pode digitar a palavra ou frase na linha de comandos e pressionar [Enter] para invocar um comando. Às vezes o comando contém palavras que serão exibidas em um estilo diferente por si só (como nomes de arquivos). Nestes casos, estas são consideradas parte do comando, e então a frase inteira será exibida como um comando. Por exemplo: Use o comando cat testfile para visualizar o conteúdo de um arquivo chamado testfile, no diretório de trabalho atual. nome do arquivo Nomes de arquivos, diretórios, localidades de arquivos e nomes de pacotes RPM são representados desta maneira. Este estilo indica que existe um determinado arquivo ou diretório com aquele nome no seu sistema. Exemplos: O arquivo.bashrc do seu diretório home contém definições da janela de comandos tipo bash e apelidos para seu uso pessoal. O arquivo /etc/fstab contém informações sobre os dispositivos e sistemas de arquivo diferentes do sistema. Instale o RPM webalizer se você quiser usar um programa de análise do arquivo de registro do servidor Web. aplicação [tecla] Este estilo indica que o programa é uma aplicação direcionada ao usuário final (ao contrário do software do sistema). Por exemplo: Use o Mozilla para navegar na Web. Uma tecla do teclado é exibida neste estilo. Por exemplo: Para usar a tecla complementar [Tab], digite um caracter e então pressione a tecla [Tab]. Seu terminal exibe uma lista dos arquivos contidos no diretório que começam com esta letra. [tecla]-[combinação] Uma combinação de sequência de teclas é representada desta maneira. Por exemplo: A combinação de teclas [Ctrl]-[Alt]-[Espaço] termina sua sessão gráfica, retornando à tela ou ao console da autenticação gráfica.

Introdução iii texto exibido em uma interface GUI (gráfica) Um título, palavra ou frase na tela ou janela da interface GUI é exibida neste estilo. O texto exibido neste estilo é usado na identificação de uma tela GUI específica ou um elemento de uma tela GUI (como o texto associado a uma caixa de verificação ou campo). Exemplo: Selecione a caixa de verificação Solicitar Senha se você deseja que seu protetor de tela solicite uma senha antes de ser desbloqueado. nível superior de um menu em uma tela ou janela GUI Uma palavra neste estilo indica que a palavra está no nível superior de um menu suspenso (pulldown menu). Se você clicar na palavra na tela GUI, o resto do menu deverá aparecer. Por exemplo: Abaixo de Arquivo em um terminal do GNOME, você verá a opção Nova Aba, que permite a você abrir diversos prompts de comando na mesma janela. Se você precisar digitar uma sequência de comandos a partir de um menu GUI, eles são exibidos como o exemplo a seguir: Vá para Botão do Menu Principal (no Painel) => Programação => Emacs para iniciar o editor de texto Emacs. botão em uma tela ou janela GUI Este estilo indica que o texto pode ser encontrado em um botão clicável de uma tela GUI. Por exemplo: Clique no botão Voltar para retornar à última página web que você visitou. output do computador prompt Texto neste estilo indica o texto exibido em uma janela de comandos, como mensagens de erro e respostas a comandos. Por exemplo: O comando ls exibe o conteúdo de um diretório: Desktop about.html logs paulwesterberg.png Mail backupfiles mail reports O output exibido em resposta ao comando (neste caso, o conteúdo do diretório) é apresentado neste estilo. Um prompt (ou janela de comandos), uma forma computacional de dizer que o computador está pronto para você inserir algo (input), será exibido desta maneira. Exemplos: $ # [stephen@maturin stephen]$ leopard login: input do usuário O texto que o usuário precisa digitar, na linha de comandos ou em uma caixa de texto em uma tela GUI, é apresentado neste estilo. No exemplo a seguir, text é exibido neste estilo: Para inicializar seu sistema no programa de instalação em modo texto, você deve digitar o comando text no prompt boot:.

iv Introdução substituível Texto usado para exemplos que devem ser subtituídos com dados providos pelo usuário são apresentados neste estilo. No exemplo a seguir, version-number é exibido neste estilo: O diretório da fonte do kernel é /usr/src/ version-number /, onde version-number é a versão do kernel instalado neste sistema. Adicionalmente, nós utilizamos diversas estratégias diferentes para chamar sua atenção a determinadas partes da informação. De acordo com o quão crucial as informações são para seu sistema, elas são apresentadas como uma nota (lembrete), dica, importante, atenção ou um aviso. Por exemplo: Nota Lembre-se que o Linux é sensível a maiúsculas e minúsculas. Em outras palavras, uma rosa não é uma ROSA nem uma rosa. Dica O diretório /usr/share/doc/ contém documentação adicional para os pacotes instalados em seu sistema. Importante Se você modificar o arquivo de configuração do DHCP, as alterações não tomarão efeito até que você reinicie o daemon do DHCP. Atenção Não execute tarefas de rotina como root use uma conta de usuário comum, a não ser que você precise usar a conta root para tarefas de administração do sistema. Aviso Cuidado para remover somente as partições necessárias do Red Hat Enterprise Linux. Remover outras partições pode resultar na perda de dados ou num ambiente de sistema corrompido.

Introdução v 2. Mais por vir O Guia de Segurança do Red Hat Enterprise Linux é parte do crescente comprometimento da Red Hat em prover suporte e informações úteis e oportunos para usuários do Red Hat Enterprise Linux. Conforme novas ferramentas e metodologias de segurança são criadas, este guia será expandido para incluí-las. 2.1. Envie-nos Seu Feedback Se você encontrar um erro de digitação no Guia de Segurança do Red Hat Enterprise Linux ou se pensar numa maneira de aprimorar este manual, nós gostaríamos de saber! Por favor, submeta um relatório ao Bugzilla (http://bugzilla.redhat.com/bugzilla/) sobre o componente rhelsg. Certifique-se de mencionar o identificador do manual: rhel-sg(pt_br)-3-print-rhi (2003-07-25T17:12) Ao mencionar o identificador, nós saberemos exatamente qual versão do manual você possui. Se você tiver alguma sugestão para melhorar a documentação, tente ser o mais específico possível. Se encontrou um erro, por favor inclua o número da seção e trechos de texto próximo ao erro para podermos encontrá-lo facilmente.

vi Introdução

I. Uma Introdução Genérica à Segurança Esta parte traz a definição de segurança da informação, sua história e o setor que foi desenvolvido em torno desta questão. Também aborda alguns dos riscos enfrentados por usuários e administradores de computadores. Índice 1. Visão Geral de Segurança... 1 2. Atacantes e Vulnerabilidades... 7

Capítulo 1. Visão Geral de Segurança Devido ao crescente suporte de computadores de rede poderosos para fazer negócios e manter controle de nossas informações pessoais, as indústrias têm sido constituídas com a prática de segurança nos computadores e nas redes. Empreendimentos têm solicitado o conhecimento e habilidades de peritos em segurança para auditar sistemas apropriadamente e customizar soluções para os requerimentos operacionais das organizações. Já que a maioria das organizações são dinâmicas por natureza, com funcionários acessando os recursos de IT da empresa localmente e remotamente, a necessidade de ambientes de rede seguros se tornou ainda mais acentuada. Infelizmente, a maioria das empresas (assim como usuários individuais) encaram a segurança como uma preocupação em segundo plano, um processo visto em favor de questões de aumento de poder, produtividade e orçamentárias. Implementações de segurança apropriadas são frequentemente executadas postmortem após uma intrusão não autorizada já ter ocorrido. Peritos em segurança concordam que as medidas corretas, tomadas antes de conectar um site a uma rede não confiável - como a Internet - é um meio efetivo de impedir a maioria das tentaivas de intrusão. 1.1. O que é Segurança em Computadores? Segurança em computadores é um termo geral que abrange uma grande área da computação e processamento de dados. Setores que dependem de sistemas de computador e redes para conduzir transações diárias de negócios e acessar informações cruciais, encaram em seus dados como uma parte importante de seus recursos. Diversos termos e medidas foram inseridos em nosso cotidiano, tais como custo total de propriedade (total cost of ownership - TCO) e qualidade de serviço (quality of service - QoS). Nestas medidas, setores calculam aspectos como integridade de dados e alta disponibilidade como parte de seus custos de planejamento e gerenciamento de processos. Em alguns setores, tal como comércio eletrônico, a disponibilidade e confiabilidade de dados pode ser a diferença entre sucesso e fracasso. 1.1.1. Como surgiu a Segurança em Computadores? Muitos leitores talvez lembrem do filme "Jogos de Guerra," com Matthew Broderick no papel de um estudante colegial que invade o supercomputador do Departamento de Defesa dos EUA (Department of Defense - DoD), e inadvertidamente causa uma ameaça nuclear. Neste filme, Broderick usa seu modem para discar ao computador do DoD (chamado WOPR) e brinca de jogos com o software artificialmente inteligente controlando todos os armazéns de mísseis nucleares. O filme foi lançado durante a "guerra fria" entre a ex União Soviética e os EUA e foi considerado um sucesso em seu lançamento em 1983. A popularidade do filme inspirou muitas pessoas e grupos a começar a implementar alguns dos métodos que o jovem protagonista utilizou para violar sistemas restritos, inclusive o que é conhecido como war dialing um método de busca de números de telefone para conexões de modem analógicos em uma combinação de determinado prefixo de área e prefixo de telefone. Mais de 10 anos depois, após uma busca multi-jurisdição de quatro anos envolvendo o FBI (Federal Bureau of Investigation) e a ajuda de profissionais de computação em todo o país, o notório cracker Kevin Mitnick foi preso e processado por 25 fraudes de contas de computador e acesso a dispositivos, que resultaram em perdas de propriedade intelectual e código-fonte da Nokia, NEC, Sun Microsystems, Novell, Fujitsu e Motorola estimadas em US$80 milhões. Na época, o FBI considerou-o como o maior crime relacionado a computadores na história dos EUA. Ele foi condenado e sentenciado a 68 meses de prisão por seus crimes, dos quais serviu 60 meses antes de sua condicional em 21 de Janeiro de 2000. Ele foi proibido de usar computadores ou prestar qualquer consultoria relacionada a computadores até 2003. Investigadores dizem que Mitnick era perito em engenharia social utilizar indivíduos para ganhar acesso a senhas e sistemas usando credenciais falsificadas.

2 Capítulo 1. Visão Geral de Segurança A segurança da informação evoluiu através dos anos devido à crescente dependência de redes públicas para expor informações pessoais, financeiras e outras informações restritas. Há diversos casos como o de Mitnick e o de Vladamir Levin (consulte a Seção 1.1.2 para mais informações) que surgiram em empresas de todos os setores para repensar a maneira com que lidam com a transmissão e exposição de informações. A popularidade da Internet foi um dos aspectos mais importantes que exigiu um esforço intenso em segurança de dados. Um número cada vez maior de pessoas está utilizando seu computador pessoal para acessar os recursos que a Internet oferece. De pesquisas e recuperação de informações a correspondência eletrônica e transações comerciais, a Internet é considerada um dos desenvolvimentos mais importantes do século XX. A Internet e seus protocolos mais antigos, no entanto, foram desenvolvidos como um sistema baseado em confiança. Ou seja, o Protocolo de Internet (IP) não foi desenvolvido para ser intrinsicamente seguro. Não há padrões de segurança aprovados dentro do esquema de comunicação TCP/IP, deixando-o aberto a usuários maldosos e processos através da rede. O desenvolvimento de modems tornou a comunicação via Internet mais segura, mas ainda há diversos incidentes que ganham atenção nacional e nos alertam para o fato de que nada é completamente seguro. 1.1.2. Cronologia da Segurança em Computadores Diversos eventos-chave contribuíram para o nascimento e crescimento da segurança em computadores. Veja a seguir uma lista de alguns dos eventos mais importantes na história da computação e segurança da informação e sua importância hoje. 1.1.2.1. Os Anos 60 Estudantes do Massachusetts Institute of Technology (MIT) formaram o Tech Model Railroad Club (TMRC), que começou a explorar e programar o sistema de computadores de grande porte PDP-1 da escola. O grupo evetualmente usa o termo "hacker" no contexto em que é conhecido hoje. O DoD (Departamento de Defesa dos EUA) cria a Rede da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (Advanced Research Projects Agency Network - ARPANet), que ganha popularidade em pesquisas e círculos acadêmicos como um condutor do intercâmbio eletrônico de informações e dados. Isto pavimentou o caminho para a criação da rede de transporte conhecida hoje como Internet. Ken Thompson desenvolve o sistema operacional UNIX, amplamente aclamado como o sistema operacional mais "hacker-friendly" devido às suas ferramentas acessíveis a desenvolvedores e compiladores e também à sua comunidade de usuários colaborativos. Quase ao amesmo tempo, Dennis Ritchie desenvolve a linguagem de programação C, discutivelmente a linguagem hacking mais popular da história dos computadores. 1.1.2.2. Os Anos 70 Bolt, Beranek e Newman, uma empresa de pesquisa e desenvolvimento em computadores para o governo e indústria, desenvolve o protocolo telnet, uma extensão pública da ARPANet. Isto abre portas para o uso público de redes de dados antes restrito a empresas do governo e pesquisadores acadêmicos. O Telnet, no entanto, também é discutivelmente o protocolo mais inseguro para redes públicas, de acordo com diversos pesquisadores em segurança. Steve Jobs e Steve Wozniak fundaram a Apple Computer e começaram a comercializar o computador pessoal (Personal Computer - PC). O PC é o trampolim para diversos usuários maldosos aprenderem a arte do cracking remoto em sistemas, usando hardware de comunicação comum de PC, como modems analógicos e war dialers.

Capítulo 1. Visão Geral de Segurança 3 Jim Ellis e Tom Truscott criam o USENET, sistema de estilo mural (bulletin-board) para comunicação eletrônica entre usuários díspares. O USENET rapidamente se torna um dos meios mais populares de intercâmbio de idéias em computação, redes, e, obviamente, cracking. 1.1.2.3. Os Anos 80 A IBM desenvolve e comercializa PCs baseados no microprocessador Intel 8086, uma arquitetura relativamente barata que trouxe a computação do escritório para casa. Isto serve para transformar o PC numa ferramenta comum e acessível, que era relativamente poderosa e fácil de usar, ajudando a proliferação deste tipo de hardware nos lares e escritórios de usuários maldosos. O Protocolo de Controle de Transmissão (Transmission Control Protocol), desenvolvido por Vint Cerf, é dividido em duas partes distintas. O Protocolo de Internet (IP) surge desta divisão, e o protocolo combinado TCP/IP torna-se o padrão para toda a comunicação via Internet de hoje. Baseada em desenvolvimentos na área de phreaking, ou explorando e hackeando o sitema de telefonia, a revista 2600: The Hacker Quarterly é criada e começa a abordar temas como o cracking e redes de computadores para uma grande audiência. A gang 414 (assim nomeada em função do código de área de onde ela hackeava) é surpreendida pelas autoridades após nove dias de cracking no qual a gang violou os sistemas de uma localização altamente secreta, o Los Alamos National Laboratory, um local de pesquisas de armas nucleares. The Legion of Doom e o Chaos Computer Club são dois grupos pioneiros de crackers que começam a explorar as vulnearbilidades em computadores e redes eletrônicas de dados. O Ato de Fraude e Abuso de Computador de 1986 (Computer Fraud and Abuse Act) foi votado e transformado em lei pelo congresso americano baseado nos exploits de Ian Murphy, também conhecido com Capitão Zap, que violou computadores militares, roubou informações de bancos de dados de pedidos de mercadorias e utilizou os quadros restritos de distribuição de telefone do governo para efetuar ligações telefônicas. Baseado no Ato de Fraude e Abuso de Computador, a côrte pôde condenar Robert Morris, um graduando, por distribuir o vírus Morris Worm para mais de 6.000 computadores conectados à Internet. O próximo caso mais proeminente julgado sob este ato foi o de Herbert Zinn, um colegial que abandonou os estudos, que crackeou e fez mal-uso dos sistemas da AT&T e do DoD (Departamento de Defesa dos EUA). Baseado na preocupação de que a órdea do Morris Worm pudesse ser replicada, é criada a Equipe de Resposta a Emergências de Computador (Computer Emergency Response Team - CERT) para alertar usuários das questões de segurança em redes. Clifford Stoll escreve The Cuckoo s Egg, o resultado de sua investigação sobre crackers que exploraram seu sistema. 1.1.2.4. Os Anos 90 A ARPANet é desativada. O tráfego desta rede é transferido para a Internet. Linus Torvalds desenvolve o kernel do Linux para utilização com o sistema operacional GNU. O amplo desenvolvimento e adoção do Linux se deve, em grande parte, à colaboração e comunicação de usuários e desenvolvedores via Internet. Devido às suas raízes no Unix, o Linux é mais popular entre hackers e administradores que o consideram muito útil para elaborar alternativas seguras para servidores legados que rodam sistemas operacionais proprietários (com código fechado). O navegador (browser) gráfico é criado e estimula uma demanda exponencialmente alta por acesso público à Internet.

4 Capítulo 1. Visão Geral de Segurança Vladimir Levin é cúmplice da transfência ilegal de US$10 milhões em fundos para diversas contas crackeando o banco de dados central do CitiBank. Levin é preso pela Interpol e quase todo o dinheiro é recuperado. Possivelmente, o precursor de todos os crackers é Kevin Mitnick, que hackeou diversos sistemas corporativos roubando tudo - de informações pessoais de celebridades a mais de 20.000 números de cartões de crédito e código fonte de software proprietário. Ele é preso, condenado por fraude e fica 5 anos na prisão. Kevin Poulsen e um cúmplice desconhecido manipulam sistemas de telefonia de uma estação de rádio para ganhar carros e prêmios em dinheiro. Ele é condenado por fraude e sentenciado a 5 anos de prisão. As histórias de cracking e phreaking se tornam lendas; e muitos crackers em potencial se reúnem na convenção anual DefCon para celebrar o cracking e trocar idéias entre seus pares. Um estudante israelense de 19 anos é preso e condenado por coordenar várias violações aos sistemas do governo americano durante o conflito no Golfo Pérsico. Oficiais militares o chamam de "o ataque mais organizado e sistemático" a sistemas de governo na história dos EUA. A Procuradora dos EUA Janet Reno, em resposta às crescentes violações de segurança aos sistemas do governo, estabelece o Centro de Proteção à Infraestrutura Nacional (National Infrastructure Protection Center). Satélites de comunicação ingleses são tomados e controlados por criminosos desconhecidos. O governo britânico eventualmente se apropria do controle dos satélites. 1.1.3. A Segurança Hoje Em Fevereiro de 2000, um ataque Distribuído Denial of Service (Distributed Denial of Service - DDoS) foi espalhado a vários servidores de sites de maior tráfego na Internet. O ataque tomou controle do yahoo.com, cnn.com, amazon.com, fbi.gov e vários outros sites completamente inacessíveis para usuários normais, pois bloqueou roteadores por várias horas com transferências de grandes pacotes ICMP, também chamados de ping flood. O ataque foi de autoria desconhecida usando programas criados especialmente e amplamente disponíveis, que sannearam servidores de rede vulneráveis, instalaram aplicações cliente chamadas trojans nos servidores e marcaram um ataque com todos os servidores infectados inundando os sites vítimas e tornando-os indisponíveis. Muitos culparam o ataque à obsolescência da maneira como roteadores e protocolos usados são estruturados para aceitar todos os dados externos, não importando de onde ou para qual propósito os pacotes são enviados. Isso nos traz ao novo milênio, um tempo em que aproximadamente 400 milhões de pessoas usam ou usaram a Internet no mundo. Ao mesmo tempo: Em dia qualquer, são estimados 225 grandes incidentes de exploração de vulnerabilidade reportados ao Centro de Coordenação da CERT na Universidade Carnegie Mellon [fonte: http://www.cert.org] Em 2002, o número de incidentes reportados à CERT pulou para 82.094, de 52.658 em 2001. No momento da elaboração deste manual, o número de incidentes reportados apenas no primeiro quarto de 2003 é de 42.586. [fonte: http://www.cert.org] O impacto econômico em nível mundial dos três vírus mais perigosos da Internet nos últimos dois anos foi estimado em US$13.2 bilhões. [fonte: http://www.newsfactor.com/perl/story/16407.html] A segurança em computadores se tornou uma despesa quantificável e justificável em todos os orçamentos de IT. Empresas que requerem iontegridade de dados e alta disponibilidade, evocam as habilidades de administradores de sistemas, desenvolvedores e engenheiros para garantir confiabilidade de seus sistemas, serviços e informações. Cair nas mãos de usuários, processos ou ataques coordenados maldosos é uma ameaça direta ao sucesso da empresa.

Capítulo 1. Visão Geral de Segurança 5 Infelizmente, a segurança de sistemas e redes pode ser uma tarefa difícil, que requer o conhecimento complexo de como a empresa encara, usa, manipula e transmite suas informações. Entender a maneira como a empresa (e as pessoas que a constituem) conduz os negócios é primordial para a implementação de um plano de segurança apropriado. 1.1.4. Padronizando a Segurança Empresas de todos os setores dependem de regulamentações e padrões definidos por associações como a Associação Médica Americana (American Medical Association - AMA) ou o Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (Institute of Electrical and Electronics Engineers - IEEE). As mesmas idéias valem para a segurança da informação. Muitas consultorias e fabricantes da área de segurança concordam com o modelo de segurança padrão conhecido como CIA, ou Confidentiality, Integrity, and Availability (Confidencialidade, Intergridade e Disponibilidade). Esse modelo de três pilares é um componente geralmente aceito para avaliar riscos às informações delicadas e para estabelecer uma política de segurança. A explicação a seguir detalha o modelo CIA: Confidencialidade Informações delicadas devem estar disponíveis apenas para um conjunto prédefinido de indivíduos. A transmissão ou o uso não autorizado de informações devem ser restritos. Por exemplo: a confidencialidade da informação garante que as informações pessoais ou financeiras de um cliente não seja obtida por um indivíduo não autorizado para propósitos maldosos como roubo de identidade ou fraude de crédito. Integridade As informações não devem ser alteradas de modo a torná-las incompletas ou incorretas. Usuários não autorizados devem ter restrições para modificar ou destruir informações delicadas. Disponibilidade As informações devem estar acessíveis a usuários autorizados sempre que precisarem. Disponibilidade é a garantia de que aquela informação pode ser obtida com uma frequencia e periodicidade pré-definidas. Isto é frequentemente medido em termos de porcentagens e definido formalmente nos Acordos de Nível de Serviço (Service Level Agreements - SLAs) usados por provedores de serviços de rede e seus clientes corporativos. 1.2. Controles de Segurança A segurança em computadores é frequentemente dividida em três categorias principais, comumente referidas como controles: Física Técnica Administrativa Estas três categorias abrangentes definem os objetivos principais de uma implementação de segurança apropriada. Dentre estes controles há sub-categorias que detalham minuciosamente os controles e como implementá-los. 1.2.1. Controles Físicos O controle físico é a implementação de medidas de segurança em uma estrutura definida usada para deter ou evitar acesso não autorizado a material delicado. Alguns exemplos de controles físicos: Câmeras de vigilância de circuito fechado Sistemas de alarme térmicos ou de movimento

6 Capítulo 1. Visão Geral de Segurança Guardas de segurança Identidades com foto Portas de aço trancadas com fechaduras dead-bolt 1.2.2. Controles Técnicos O controle técnico uitilizam a tecnologia como base para controlar o acesso e o uso de dados delicados através de uma estrutura física e através de uma rede. Os controles técnicos têm um escopo de grande alcance e incluem tecnologias como: Criptografia Cartões inteligentes Autenticação de rede Listas de controle de acesso (Access control lists - ACLs) Software de auditoria de integridade de arquivos 1.2.3. Controles Administrativos Os controles administrativos definem os fatores humanos da segurança. Envolvem todos os níveis de pessoal em uma empresa e determinam quais usuários têm acesso a quais recursos e informações, através dos seguintes meios: Treinamento e conscientização Preparação para desastres e planos de recuperação Recrutamento de pessoal e estratégias de separação Registro e avaliação de pessoal 1.3. Conclusão Agora que você aprendeu um pouco sobre as origens, razões e aspectos da segurança, pode determinar o curso de ações apropriado em relação ao Red Hat Enterprise Linux. É importante saber quais fatores e condições compoem a segurança para planejar e implementar uma estratégia apropriada. Com estas informacões em mente, o processo pode ser formalizado e o caminho torna-se mais claro conforme você aprofunda nas especificidades do processo de segurança.

Capítulo 2. Atacantes e Vulnerabilidades Para planejar e implementar uma boa estratégia de segurança, primeiramente saiba de algumas das razões que motivaram atacantes a explorar e comprometer sistemas. Mas antes de detalhar estas questões, precisamos definir a terminologia utilizada ao identificar um atacante. 2.1. Uma Breve História sobre Hackers O significado moderno da palavra hacker tem origem nos anos 60 e no Tech Model Railroad Club do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que desenvolveu locomotivas de grande escala e detalhes complexos. Hacker era o nome usado para os membros do clube que descobriram um novo truque ou uma nova forma de resolver um problema. Desde então o termo hacker descreve de tudo, de viciados em computador a programadores talentosos. Um aspecto comum dentre a maioria dos hackers é a vontade de explorar detalhadamente as funções dos sistemas e redes de computador com pouco ou nenhum estímulo exterior. Desenvolvedores de software open source geralmente consideram seus colegas e a si próprios como hackers e utilizam esta palavra como um termo respeitável. Tipicamente, os hackers seguem uma espécie de ética do hacker, que dita que a missão por conhecimento e informação é essencial, e compartilhar este conhecimento é dever dos hackers para com a comunidade. Durante esta missão por conhecimento, alguns hackers se divertem com desafios acadêmicos em furar controles de segurança em sistemas de computadores. Por esta razão, a imprensa comumente usa o termo hacker para descrever aqueles que acessam sistemas e redes ilicitamente com intenções inescrupulosas, maléficas ou criminosas. O termo mais correto para este tipo de hacker de computador é cracker um termo criado por hackers em meados dos anos 80 para diferenciar as duas comunidades. 2.1.1. Tonalidades de Cinza Há diversos grupos distintos de indivíduos que encontram e exploram vulnerabilidades em redes e sistemas. Eles são descritos pela tonalidade do chapéu que "vestem" ao realizar suas investigações em segurança, e essa tonalidade indica suas intenções. O hacker de chapéu branco é aquele que testa redes e sistemas para examinar sua performance e determinar o quão vulneráveis são às intrusões. Geralmente, hackers de chapéu branco violam seus próprios sistemas ou sistemas de um cliente que o empregou especificamente para auditar a segurança. Pesquisadores acadêmicos e consultores profissionais de segurança são dois exemplos de hackers de chapéu branco. Um hacker de chapéu preto é sinônimo de um cracker. Em geral, crackers são menos focados em programação e no lado acadêmico de violar sistemas. Eles comumente confiam em programas de cracking e exploram vulnerabilidades conhecidas em sistemas para descobrir informações importantes para ganho pessoal ou para danificar a rede ou sistema alvo. O hacker de chapéu cinza, por outro lado, tem as habilidades e intenções de um hacker de chapéu branco na maioria dos casos, mas por vezes utiliza seu conhecimento para propósitos menos nobres. Um hacker de chapéu cinza pode ser descrito como um hacker de chapéu branco que às vezes veste um chapéu preto para cumprir sua própria agenda. Hackers de chapéu cinza tipicamente se enquadram em outro tipo de ética, que diz ser aceitável violar sistemas desde que o hacker não cometa roubo ou infrinja a confidencialidade. Alguns argumentam, no entanto, que o ato de violar um sistema por si só já é anti-ético.

8 Capítulo 2. Atacantes e Vulnerabilidades Independentemente da intenção do intruso, é importante saber das fraquezas que um cracker geralmente tentará explorar. O restante do capítulo foca nestas questões. 2.2. Ameaças à Segurança da Rede Práticas ruins ao configurar os seguintes aspectos de uma rede podem aumentar os riscos de um ataque. 2.2.1. Arquiteturas Inseguras Uma rede mal configurada é um ponto de entrada básico para usuários não autorizados. Deixar uma rede local aberta baseada na confiança e vulnerável à Internet, altamente insegura, é o mesmo que deixar uma porta entreaberta em uma vizinhança perigosa talvez nada aconteça por um período, mas eventualmente alguém explorará a oportunidade. 2.2.1.1. Redes de Transmissão Administradores de sistemas frequentemente falham em preceber a importância do hardware de rede em seus esquemas de segurança. Componentes de hardware simples como hubs e roteadores baseiamse no princípio da transmissão ou non-switched, ou seja, sempre que um nódulo transmitir dados através da rede para um nódulo receptor, o hub ou roteador envia uma transmissão dos pacotes de dados até que o nódulo receptor receba e processe os dados. Este método é o mais vulnerável para lidar com protocolo de resolução (arp) ou controle de acesso à mídia (media access control - MAC), e lidar com spoofing de endereços de ambos - intrusos externos e usuários não autorizados em nódulos locais. 2.2.1.2. Servidores Centralizados Outra armadilha de rede em potencial é o uso da computação centralizada. Uma forma comum de corte de gastos em muitas empresas é consolidar todos os serviços em apenas uma máquina poderosa. Isto pode ser conveniente, pois é mais fácil de gerenciar e custa bem menos que configurações de servidores múltiplos. No entanto, um servidor centralizado apresenta apenas um ponto único de falha na rede. Se o servidor central for comprometido, pode danificar a rede ou inutilizá-la, um cenário propício para a manipulação ou roubo de dados. Nestas situações um servidor central torna-se uma porta aberta, permitindo acesso à toda rede. 2.3. Ameaças à Segurança do Servidor A segurança do servidor é tão importante quanto a segurança da rede porque os servidores frequentemente armazenam grande parte das informações vitais de uma empresa. Se um servidor for comprometido, todo o seu conteúdo pode ficar disponível para o cracker roubar ou manipular como quiser. As seções a seguir detalham algumas das principais questões. 2.3.1. Serviços Não Usados e Portas Abertas Uma instalação completa do Red Hat Linux contém até 1200 aplicações e pacotes de bibliotecas. No entanto, a maioria dos adminstradores de servidor não optam por instalar todos os pacotes da distribuição; preferem, ao invés disso, instalar os pacotes básicos, incluindo diversas aplicações para servidor. Uma ocorrência comum dentre administradores de sistemas é instalar o sistema operacional sem prestar atenção em quais pacotes realmente estão sendo instalados. Isto pode ser problemático, pois servi-