ANAIS INSTITUCIONALIZAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL EM PEQUENAS EMPRESAS: UM ESTUDO EM EMPRESAS NORTE PARANANESES



Documentos relacionados
Desenvolve Minas. Modelo de Excelência da Gestão

TRANSIÇÃO DAS CERTIFICAÇÕES DOS SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE E SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL, PARA AS VERSÕES 2015 DAS NORMAS.

NORMA ISO Sistemas de Gestão Ambiental, Diretrizes Gerais, Princípios, Sistema e Técnicas de Apoio

Administração de Pessoas

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DAS EMPRESAS ELETROBRAS

Elaboração e Avaliação de Projetos Sociais. Prof. Lucas Henrique da Luz lhluz@unisinos.br Telefone:(51)

PRODUTOS DO COMPONENTE Modelo de Gestão Organizacional Formulado e Regulamentado

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras

Por que sua organização deve implementar a ABR - Auditoria Baseada em Riscos

A Sustentabilidade e a Inovação na formação dos Engenheiros Brasileiros. Prof.Dr. Marco Antônio Dias CEETEPS

Capítulo 2 Objetivos e benefícios de um Sistema de Informação

Os cinco subsistemas de Gestão de Pessoas

ECONTEXTO. Auditoria Ambiental e de Regularidade

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

O Setor Informal e as Pequenas Empresas: Métodos Alternativos para o Apoio e a Geração de Emprego Rajendra Kumar

ANÁLISE DAS MELHORIAS OCORRIDAS COM A IMPLANTAÇÃO DO SETOR DE GESTÃO DE PESSOAS NA NOVA ONDA EM ARACATI CE

Roteiro SENAC. Análise de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

3 Metodologia Linha epistemológica e estratégia de pesquisa

Processos de gerenciamento de projetos em um projeto

ADMINISTRAÇÃO I. Família Pai, mãe, filhos. Criar condições para a perpetuação da espécie

Micro-Química Produtos para Laboratórios Ltda.

Apresentação. Cultura, Poder e Decisão na Empresa Familiar no Brasil

Gestão de pessoas: revisão de conceitos

ISO 14004:2004. ISO14004 uma diretriz. Os princípios-chave ISO Os princípios-chave

Gestão de impactos sociais nos empreendimentos Riscos e oportunidades. Por Sérgio Avelar, Fábio Risério, Viviane Freitas e Cristiano Machado

Processos Administrativos de Compras

Planejamento - 7. Planejamento do Gerenciamento do Risco Identificação dos riscos. Mauricio Lyra, PMP

PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL. Projeto 914 BRA PRODOC-MTC/UNESCO DOCUMENTO TÉCNICO Nº 03

As Organizações e a Teoria Organizacional

Empreenda! 9ª Edição Roteiro de Apoio ao Plano de Negócios. Preparamos este roteiro para ajudá-lo (a) a desenvolver o seu Plano de Negócios.

Resumo Objetivo e Definição do problema

Metadados. 1. Introdução. 2. O que são Metadados? 3. O Valor dos Metadados

08/05/2009. Cursos Superiores de. Prof.: Fernando Hadad Zaidan. Disciplina: PIP - Projeto Integrador de Pesquisa. Objetivos gerais e específicos

PLANEJAMENTO OPERACIONAL - MARKETING E PRODUÇÃO MÓDULO 16 AS QUATRO FASES DO PCP

5 Conclusão. FIGURA 3 Dimensões relativas aos aspectos que inibem ou facilitam a manifestação do intraempreendedorismo. Fonte: Elaborada pelo autor.

EDITAL CHAMADA DE CASOS PARA PARTICIPAÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS INICIATIVAS INOVADORAS PARA SUSTENTABILIDADE EM DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA

CÓDIGO CRÉDITOS PERÍODO PRÉ-REQUISITO TURMA ANO INTRODUÇÃO

NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE TÉCNICA DO SETOR PÚBLICO NBCT (IPSAS)

Neste contexto, o Fluxo de Caixa torna-se ferramenta indispensável para planejamento e controle dos recursos financeiros de uma organização.

5 Considerações finais

Questionário de Levantamento de Informações

INTRODUÇÃO. Entendemos por risco a probabilidade de ocorrer um dano como resultado à exposição de um agente químico, físico o biológico.

CÓPIA MINISTÉRIO DA FAZENDA Conselho Administrativo de Recursos Fiscais

Planejamento e Gestão Estratégica

Gerenciamento de Projetos Modulo VIII Riscos

(MAPAS VIVOS DA UFCG) PPA-UFCG RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA UFCG CICLO ANEXO (PARTE 2) DIAGNÓSTICOS E RECOMENDAÇÕES

CUSTOS DA QUALIDADE EM METALURGICAS DO SEGMENTOS DE ELEVADORES PARA OBRAS CÍVIS - ESTUDO DE CASO

A Análise dos Custos Logísticos: Fatores complementares na composição dos custos de uma empresa

ANÁLISE E MELHORIA DE PROCESSOS APLICADA AO ESTÁGIO CURRICULAR

Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004

Eixo Temático ET Gestão de Resíduos Sólidos VANTAGENS DA LOGÍSTICA REVERSA NOS EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA: ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA AGRO-INDUSTRIAL DO ESTADO DO PARANÁ

MODELO BRASILEIRO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS OPERACIONAIS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Projetos acadêmicos Economia verde

7 etapas para construir um Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis de sucesso

7 Conclusões e caminhos futuros

Porque estudar Gestão de Projetos?

TÍTULO: PROVISÃO DE PESSOAS: UM ESTUDO DE CASO NO SETOR DE RECURSOS HUMANOS DO GRUPO PASTOFORT

5 Considerações finais

São Paulo, 04 de setembro de Bom dia, Senhoras e Senhores:

CESA Comitê de Advocacia Comunitária e Responsabilidade Social Questões de Consumidores Junho, 2010.

Correntes de Participação e Critérios da Aliança Global Wycliffe [Versão de 9 de maio de 2015]

Disciplina: Técnicas de Racionalização de Processos Líder da Disciplina: Rosely Gaeta NOTA DE AULA 04 O PROJETO DE MELHORIA DOS PROCESSOS

POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCO - PGR

UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA. Projeto Integrado Multidisciplinar I e II

Roteiro de Diagnóstico Descritivo para o ESA I

4 Metodologia e estratégia de abordagem

@FabioCipriani Social Media Brasil de junho de 2011

EDUCAÇÃO AMBIENTAL & SAÚDE: ABORDANDO O TEMA RECICLAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR

PREVISÃO DE DEMANDA - O QUE PREVISÃO DE DEMANDA - TIPOS E TÉCNICAS DE PREVISÃO DE DEMANDA - MÉTODOS DE PREVISÃO - EXERCÍCIOS

ISO 9001: SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

ANEXO 5 ESCOPO DO ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÔMICA E JURÍDICA

TÍTULO: ANÁLISE DE RISCO E RETORNO: UMA COMPARAÇÃO ENTRE TÍTULOS PÚBLICOS

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

Módulo 9 A Avaliação de Desempenho faz parte do subsistema de aplicação de recursos humanos.

2 METODOLOGIA DA PESQUISA

Eixo Temático ET Gestão Ambiental PROJETO DE MINIMIZAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL EM UMA INDÚSTRIA DO ALTO SERTÃO DA PARAÍBA

6.1 A Simulação Empresarial tem utilização em larga escala nos cursos de Administração, em seus diversos níveis de ensino no Brasil?

LISTA DE VERIFICAÇAO DO SISTEMA DE GESTAO DA QUALIDADE

RESENHA. COSTA, Eliezer Arantes. Gestão Estratégica: construindo o futuro de sua empresa - Fácil. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

IMPLANTAÇÃO DOS PILARES DA MPT NO DESEMPENHO OPERACIONAL EM UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE COSMÉTICOS. XV INIC / XI EPG - UNIVAP 2011

Unidade 9: Diálogos deliberativos

PLANO DE NEGÓCIOS. Causas de Fracasso:

Estratégias adotadas pelas empresas para motivar seus funcionários e suas conseqüências no ambiente produtivo

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DO RISCO OPERACIONAL DO BANCO COOPERATIVO SICREDI E EMPRESAS CONTROLADAS

4 Proposta de método de avaliação de desempenho em programas

Concurso: Recursos Humanos Aula 03 LEONARDO FERREIRA SENADO FEDERAL ADMINISTRADOR

DESCRIÇÃO DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DA INICIATIVA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Graduação em Ciências Contábeis com Ênfase em Controladoria

Orientações para elaborar um. Plano de Negócios

Gustavo Malavota Administrador Vendedor Palestrante Professor de Marketing

Transcrição:

INSTITUCIONALIZAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL EM PEQUENAS EMPRESAS: UM ESTUDO EM EMPRESAS NORTE PARANANESES SIRLEI ROSE MARTOS ( sirlei@unopar.br, simartos@sercomtel.com.br ) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA PPGA - MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO GABRIELA SALES TSAY ( gabitsay@yahoo.com.br ) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA PPGA - MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO LUCIANO MUNCK ( munck@uel.br ) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA PPGA - MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO RESUMO O objetivo do estudo foi descrever o atual estado de institucionalização das práticas de gestão ambiental de quatro pequenas empresas do Norte do Paraná. Foram coletadas e analisadas as informações fundamentando-se nos processos institucionais propostos por Tolbert e Zucker (1999). A pesquisa caracteriza-se como descritiva. Buscou-se os dados por meio de entrevistas. Conclui-se que a análise institucional é uma valiosa alternativa para se discutir questões relativas à adoção e adequação efetiva para além do discurso de práticas de gestão ambiental. Em suma, verificou-se que as empresas envoltas ao estudo estão distantes da institucionalização exigida pela sociedade e por elas pretendida. Palavras-chave: Gestão ambiental, teoria institucional, institucionalização, pequenas empresas. 1. Introdução A preocupação com o meio ambiente vem alterando consideravelmente o estilo dos administradores gerirem seus negócios. Conceitos e técnicas como Ecoeficiência, Produção Mais Limpa (P+L), Ciclo de Vida do Produto, vem contribuindo para que o processo de produção incorpore procedimentos para a redução da emissão de efluentes, para a reciclagem de materiais, para o atendimento a situações de emergência e até mesmo para a análise de impactos sistêmicos sobre a natureza. Em busca de uma gestão ambiental efetiva, as organizações são desafiadas a encontrarem novas formas de coordenação e administração dos seus recursos de forma que atendam às exigências ambientais e, além disso, representem uma participação ativa do empresariado no processo de mudanças de comportamento necessário ao atendimento das expectativas da sociedade no que concerne aos novos padrões de responsabilidade socioambiental. É visível nas diferentes mídias que a sociedade está exigindo mais das instituições, sejam privadas ou estatais, no que tange a práticas ambientalmente sustentáveis e relacionadas à responsabilidade social, com o intuito de não apenas oferecer produtos ou serviços que atendam às necessidades e desejos dos consumidores, mas que o façam sem agredir o meio ambiente e a sociedade. Esta realidade tem forçado a introdução e o desenvolvimento de práticas mais responsáveis e éticas na administração das organizações, além de estratégias, que atendam aos interesses do mercado, sem comprometer a sua imagem, mas utilizando 1/16

essas novas questões levantadas positivamente, a seu favor, através de um marketing verde e social. No cenário mercadológico contemporâneo, não basta oferecer produtos com qualidade, preços competitivos e bom atendimento. A empresa alinhada às expectativas sociais futuras será aquela capaz de atingir o equilíbrio entre os pilares econômico, social e ambiental, conforme apregoa o TBL elaborado por Elkington (1999). Assim, muitas discussões estratégicas envolvem essa temática e ganham espaço a partir do momento que as organizações percebem que a ética e a lucratividade podem estar unidas. Considerando que o lucro é o maior objetivo das organizações, uma efetiva gestão ambiental leva a crer que se pode obter o lucro agregando valores éticos, morais e sociais a seus produtos e serviços. Desta forma, tendo em vista às atuais exigências em termos ambientais e sociais vivenciadas pelas empresas, este artigo tem como objetivo descrever, por meio de pesquisas de campo e bibliográfica, o atual estado das empresas de pequeno porte quanto ao nível de institucionalização de suas práticas de gestão ambiental. Para tanto, foram realizadas entrevistas em quatro empresas do ramo de metalurgia leve da cidade de Cambé-PR. O objetivo maior foi identificar em que fase de institucionalização se encontram as práticas de gestão ambiental das quatro empresas selecionadas. A base teórica para identificação das fases foi a proposta por Tolbert e Zucker (1999), na qual se discute os processos de institucionalização. 2. Referencial Teórico 2.1. A empresa como Instituição Sociopolítica Bulchholz (Apud Donaire, 2009) observa que uma quantidade crescente de atenção, por parte das organizações, tem se voltado para os problemas que vão além das considerações meramente econômicas, atingindo um aspecto muito amplo, envolvendo preocupações de caráter político-social, tais como proteção ao consumidor, controle de poluição, segurança e qualidade de produtos, assistência médica e social, defesa de grupos minoritários, etc. Donaire (2009) ressalta que na visão tradicional da empresa como instituição apenas econômica, sua responsabilidade consubstancia-se na busca da maximização dos lucros e na minimização dos custos. Essa visão que prevalecia antigamente e, às vezes, é requisitada por alguns setores empresariais conservadores, assenta-se dentro de um ambiente previsível e estável. Entretanto, a visão moderna da empresa em relação a seu ambiente é muito mais complexa, pois ela é vista também como uma instituição sociopolítica. Conforme enfatiza Donaire (2009) essa visão é resultado de uma mudança de enfoque que está ocorrendo no pensamento da sociedade e mudando sua ênfase do econômico para o social, valorizando aspectos sociais que incluem distribuição mais justa da renda, qualidade de vida, relacionamento humano e ainda realização pessoal. Além disso, a sociedade tem ficado mais atenta ao comportamento ético das empresas, bem como sobre a atuação de seu corpo de executivos, o que tem resultado em novas leis e regulamentos que tentam melhorar a padrão ético das corporações e tem provocado o surgimento de novas posturas estratégicas em face das mudanças provocadas nas regras do jogo. Dessa forma, aponta Donaire (2009) a lucratividade e a rentabilidade das empresas é fortemente influenciada pela sua capacidade de antecipar e reagir frente às mudanças sociais e políticas que ocorrem em seu ambiente de negócios. 2/16

Portanto, pode-se afirmar que o envolvimento das organizações com as questões sociais e ambientais pode transformar-se numa oportunidade de negócios. A preocupação de muitas organizações com o problema da poluição tem feito com que elas reavaliem o processo produtivo, buscando a obtenção de tecnologias limpas e o reaproveitamento dos resíduos. Isso tem propiciado vultosas economias, que não teriam sido obtidas se elas não tivessem enfocado este problema (DONAIRE, 2009). 2.2. Análise Ambiental e a Administração A partir da década de 80 iniciam-se os debates, através dos encontros internacionais com as Nações Unidas, que visam discutir as questões ambientais e os limites da sustentabilidade para o desenvolvimento. Verifica-se que o resultado do processo de industrialização e da urbanização crescente, gerou impactos ambientais de grandes proporções a níveis micro e macro, sendo perceptíveis desde os ecossistemas próximos, em que se encontra cada indivíduo ou cada indústria ou cada organização, até a biosfera, que compreende todos os ecossistemas da Terra, afetando toda a humanidade. Na década de 90, governantes de várias nações procuraram encontrar meios de garantir a preservação ambiental do planeta. Com o desafio lançado, foi preciso que as empresas se adaptassem as novas formas de produção e comercialização, e a nova tendência proposta foi a de um desenvolvimento sustentável. Segundo a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento, entende-se por desenvolvimento sustentável aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de gerações futuras de fazer face às suas próprias necessidades (AGENDA 21, 1992). Assim, procura-se conscientizar os setores produtivos da importância dos recursos naturais e humanos, na medida em que assegura a viabilidade econômica do globo terrestre. Portanto a gestão ambiental tem como papel integrar o homem à natureza e ao meio ambiente, à cultura e às sociedades humanas de forma gradual, consciente e cuidadosa, sem destruir nem prejudicar um ou outro (SARIEGO, 1994). As organizações devem colaborar para a solução das questões sociais e ambientais, não só porque podem ter contribuído para seu surgimento, mas também porque dispõem de talento gerencial, especializações técnicas e disponibilidade de recursos e de materiais que poderão ser extremamente úteis no melhor equacionamento de tais problemas (DONAIRE, 2009). 2.3. Gestão Ambiental Gestão Ambiental é o sistema que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. É o que a empresa faz para minimizar ou eliminar os efeitos negativos provocados no ambiente por suas atividades (TINOCO; KRAEMER, 2004, p. 109). Tinoco e Kraemer (2004) complementam dizendo que gestão ambiental é a forma pela qual a organização se mobiliza, interna e externamente, para a conquista da qualidade ambiental desejada. Ela consiste em um conjunto de medidas que visam ter controle sobre o impacto ambiental de uma atividade. Nesse sentido, Almeida (2006) define gestão ambiental como um processo de articulação das ações dos diferentes agentes sociais que interagem em um dado espaço com 3/16

vistas a garantir a adequação dos meios de exploração dos recursos ambientais naturais, econômicos e sócio-culturais às especificações do meio ambiente, com base em princípios e diretrizes previamente acordado e definidos (ALMEIDA, 2006, p. 1). Almeida (2006) acrescenta ainda que a gestão ambiental integra a política, o planejamento e o gerenciamento ambiental. A política ambiental é considerada o conjunto consciente de princípios doutrinários que conformam as aspirações sociais e/ou governamentais no que concerne à regulamentação ou modificação no uso, controle, proteção e conservação do ambiente; o planejamento ambiental abrange o estudo prospectivo que visa à adequação do uso, controle e proteção do ambiente às aspirações sociais e/ou governamentais expressas, formal ou informalmente, em uma Política Ambiental, através da coordenação, compatibilização e implementação de projetos de intervenções estruturais e não estruturais; e o gerenciamento ambiental é o conjunto de ações destinadas a regular o uso, controle, proteção e conservação do ambiente, e a avaliar a conformidade da situação corrente com os princípios doutrinários estabelecidos pela Política Ambiental. Contudo, Barbieri (2004) apresenta que entende-se por gestão ambiental empresarial as diferentes atividades administrativas e operacionais realizadas pela empresa para abordar problemas ambientais decorrentes da sua atuação ou para evitar que eles ocorram no futuro. Como se afirmou anteriormente, pode-se dizer que tem havido uma evolução nas estratégias das empresas em direção à incorporação de parâmetros ambientais em suas decisões e ações. Para Hoffman (2000), os governos e ativistas sociais têm sido historicamente os mais proeminentes elementos a dirigirem as práticas ambientais corporativas. Durante as décadas de 70 e 80, estas duas forças foram as condutoras predominantes das práticas ambientais corporativas. A preocupação ambiental não constitui tema recente, mas foi somente nas últimas três décadas do século XX que ela passou a ser debatida em profundidade (Seiffert, 2005; Barbieri, 2004). 2.4. Gestão Ambiental em Pequenas Empresas Barbieri (2006) destaca que a empresas podem criar seus próprios modelos ou se valer dos diversos modelos genéricos de gestão ambiental que começaram a ser criados a partir de meados da década de 1980. Esses modelos embora representem de modo simplificado a realidade empresarial, permitem orientar as decisões sobre como, quando, onde e com quem abordar os problemas ambientais e como essas decisões se relacionam com as demais questões empresariais. Para Barbieri (2006) a adoção de qualquer modelo de gestão requer o uso de instrumentos, entendidos como meios ou ferramentas para alcançar objetivos específicos em matéria ambiental. Auditoria ambiental, avaliação do ciclo de vida, estudos de impactos ambientais, sistema de gestão ambiental, relatórios ambientais, rotulagem ambiental, gerenciamentos de riscos ambientais, educação ambiental empresarial são alguns entre muitos instrumentos de que as empresas podem se valer para alcançar objetivos ambientais. Donaire (2009) apresenta que a repercussão da questão ambiental dentro da organização e o crescimento da sua importância ocorrem a partir do momento em que a empresa se dá conta de que essa atividade, em lugar de ser uma área que só lhe propicia despesas, pode-se transformar-se em um excelente local de oportunidades de redução dos custos, o que pode ser viabilizado, seja através do reaproveitamento e venda dos resíduos e aumento das possibilidades de reciclagem, seja por meio da descoberta de novos componentes 4/16

e novas matérias-primas que resultem em produtos mais confiáveis e tecnologicamente mais limpos. Essa repercussão fica fácil de ser compreendida se entendermos que qualquer melhoria que possa ser conseguida na performance ambiental da empresa, através da diminuição do nível de efluentes ou melhor combinação de insumos sempre representará, de alguma forma, algum ganho de energia ou de matéria contida no processo de produção. Dentro deste contexto, Donaire (2009) retrata que as unidades de uma organização são afetadas de forma diferenciada em relação às questões ambientais. Pesquisa realizada pelo Ministério Federal do Ambiente, na Alemanha, demonstrou que a questão ambiental tem maior impacto na área de produção, seguida de P&D e suprimentos e quase nenhuma influência no setor de contabilidade. Nesse sentido, para que a causa ambiental da empresa atinja seus objetivos, a atividade de meio ambiente na organização deve potencializar ao máximo sua atuação junto aos demais setores da empresa, buscando integração profissional, responsável e perfeita sintonia de interesses com as diversas áreas da empresa, como segue: Área de Meio Ambiente - abrange política ambiental, objetivos e metas, especificação da atividade/responsabilidade e resultados; Área de Produção - menos energia, menos resíduos, economia de recursos, cuidados na manutenção, execução de auditorias ambientais; Pesquisa e Desenvolvimento - atuando na melhoria da qualidade ambiental na concepção do produto, materiais usados no processo de manufatura e uso final do produto; Suprimentos - flexibilidade de recebimentos alternativos, implicação ambiental da extração, uso e escassez, estudos específicos, acordo com fornecedores; Marketing - produtos ambientalmente melhores, embalagens adequadas, distribuição sem riscos, descarte sem resíduos; Relações Públicas reforço da imagem institucional junto à comunidade interna e externa; Recursos Humanos conscientização, treinamento, esquemas de incentivo e remuneração, riscos (saúde/segurança) (DIAS, 2009). 3. Processo de Institucionalização A institucionalização é o processo central no desenvolvimento e na perpetuação de grupos sociais duradouros e de ações tornadas habituais e aceitas, sendo definida como o meio pelo qual os processos sociais, obrigações ou circunstâncias assumem status de norma no pensamento e na ação social (BERGER; LUCKMAN, 1964). Esse processo envolve o desenvolvimento de práticas e regras usuais e tem vários passos, que incluem a estruturação e rotinização para o desenvolvimento de códigos, trajetos ou caminhos que expliquem o contexto organizacional. Conforme exposto por Hall (2004) a abordagem institucional é classificada entre as teorias organizacionais contemporâneas, sendo mais bem apreciada quando se observa o modo pelo qual procura explicar por que as organizações assumem determinadas formas (HALL, 2004, p. 259). Essas formas representam o desenho das estruturas organizacionais, ou seja, representam o modo pelo qual o trabalho é dividido em tarefas distintas e como essas tarefas são coordenadas (MINTZBERG, 2003). Embora as organizações, tradicionalmente, sejam entendidas como sistemas de atividades coordenadas e controladas que surgem quando as tarefas são incorporadas em redes complexas de trabalho, em sociedades modernas, esse entendimento não é suficiente, sendo necessário acrescentar que estruturas organizacionais formais se originam em contextos altamente institucionalizados (MEYER & ROWAN, 1991). Em outras palavras, Meyer & Rowan (1991, p. 41) afirmam que [...] organizações seguem uma tendência no sentido de incorporar práticas e procedimentos definidos pelos conceitos racionalizados predominantes do trabalho organizacional e institucionalizados na sociedade, 5/16

de maneira que [...] organizações que seguem essa tendência aumentam sua legitimidade e sua perspectiva de sobrevivência, independentemente da eficácia imediata das práticas e procedimentos adquiridos. Em consonância com o exposto por Berger e Luckman (1964), Selznick (1972) afirma que a institucionalização é um processo ou algo que acontece a uma organização com o passar do tempo, refletindo sua história particular, o pessoal que nela trabalha, os grupos que engloba com os diversos interesses que criaram e a maneira como se adaptou ao seu ambiente. Na visão de Selznick (1972), deve-se levar em consideração a interação efetiva da organização com o ambiente, pleno de símbolos e valores, caso a organização busque encontrar sua legitimidade, sobrevivência e equilíbrio. 3.1. O Processo de Institucionalização sob a visão de Tolbert e Zucker Zucker (1991), em seu estudo, retrata que institucionalização foi entendida como um processo pelo qual cada indivíduo transmite o que é socialmente definido como real e, ao mesmo tempo, em qualquer ponto do processo, o significado de um ato pode ser definido como uma parte mais ou menos tida como certa nesta realidade social. Zucker (1991) constatou que havia uma relação direta entre o grau de objetividade e exterioridade e o grau de institucionalização, de maneira que, aumentando-se o primeiro, aumenta-se o segundo; ao mesmo tempo, o aumento no grau de institucionalização corresponde ao aumento da resistência a mudanças nas ações transmitidas, sendo alta também a sua permanência ao longo do tempo. Tolbert e Zucker (1999, p. 205) afirmam que a análise de Zucker (1991) supera a limitação da abordagem de Berger e Luckmann ao se concentrar não apenas em atores individuais, mas também em atores organizacionais; no entanto, essa inclusão ocorre ainda em nível micro. Zucker (1977, p.729) classifica os níveis de institucionalização como processos e nas condições de variáveis. Em uma abordagem etnometodológica da institucionalização, a autora expõe que o processo ocorre em três etapas: a) transmissão de cultura, em que conhecimentos são socialmente construídos, e transmitidos de geração para geração, aumentando sua institucionalização; b) manutenção da cultura - Quanto mais institucionalizado for o ambiente, maior será a manutenção sem necessidade de controle social direto e menor a quantidade de sanções; e c) resistência à mudança. Em análise do modelo proposto por Zucker em 1977, Tolbert e Zucker (1999) propuseram então o conceito de que o processo de institucionalização é constituído por três fases: habitualização, objetificação e sedimentação. Cada uma dessas fases, por sua vez, sugerem variabilidade nos níveis de institucionalização da organização, evidenciando que padrões de comportamento social podem estar sujeitos a diferentes níveis de avaliação crítica, modificações e mesmo eliminação. 3.1.1. Habitualização (Pré-institucionalização) A fase da Habitualização, considerada como estágio pré-institucional, envolve o desenvolvimento de comportamentos padronizados para a solução de problemas e a associação de tais comportamentos a estímulos particulares. Ela compreende inovações e mudanças efetuadas em resposta a problemas organizacionais específicos, que resultam em estruturas em estágio de pré-institucionalização, extremamente limitadas em termos de operação e, geralmente, pouco permanentes. Essa fase também leva em consideração soluções adotadas em outras organizações com possibilidade de ocorrência do mimetismo. 6/16

Nesse sentido, diferentes organizações, de maneira independente, podem adotar semelhantes inovações como decorrência de estarem submetidas ao mesmo contexto organizacional, as quais, segundo Strang e Meyer (1993) - citados por Tolbert e Zucker (1999, p. 206) não serão objeto de qualquer teorização formal. Tal fato pode conduzir ao que Tolbert e Zucker (1999, p. 206) denominam de invenção simultânea, ou seja, diferentes empresas adotarem o mesmo processo de maneira simultânea; além disso, pode conduzir ao entendimento de isomorfismo ou imitação de DiMaggio e Powell (1991), o que significa que uma empresa adota soluções desenvolvidas por outras empresas em decorrência de um destes três fatores ou da combinação entre eles: 1) influência política e da necessidade de legitimização (coercitivo); 2) padronização de respostas à incerteza (mimético); e 3) profissionalização (normativo). Em síntese, Tolbert e Zucker afirmam: No estágio de pré-institucionalização, então, muitas organizações podem adotar uma dada estrutura, mas essas serão provavelmente em pequeno número, limitado a um conjunto circunscrito de organizações similares, possivelmente organizações interconectadas, que enfrentam circunstâncias similares, e que variam consideravelmente em termos da forma de implementação. 3.1.2 Objetificação (Semi-institucionalização) Esta etapa é classificada como um estágio semi-institucional que envolve o desenvolvimento de certo grau de consenso social entre os decisores organizacionais a respeito do valor da estrutura e a crescente adoção pela organização com base nesse consenso. As autoras sugerem que os instrumentos utilizados para se chegar a um consenso dentro da organização são voltados a: a) monitoramento interorganizacional e esforços para aumentar sua competitividade relativa; b) teorização através do chamado champions, ou seja, conjunto de indivíduos com interesse material na estrutura (DiMaggio, 1988 apud Tolbert e Zucker, 1999), isto é, grupos de interesse na promoção de mudanças estruturais em organizações. Segundo as autoras, duas grandes tarefas de teorização são fundamentais para e os grupos de interesse, sendo elas: gerar conhecimento público da existência de um padrão consistente de insatisfação ou de fracasso organizacional característico de determinado grupo de organizações e o desenvolvimento de teorias que diagnostiquem as fontes de insatisfação ou de fracasso de modo compatível com a apresentação de uma estrutura específica como solução ou tratamento (TOLBERT; ZUCKER, 1999). Desta forma, esta etapa é basicamente caracterizada pelo seu esforço em aumentar sua competitividade (através do monitoramento interorganizacional); pelo diagnóstico de aspectos negativos, falhas e insatisfações presentes na estrutura organizacional analisada e pelo desenvolvimento de teorias que identifiquem as razões dessas falhas e insatisfações e proponham soluções a essas realidades indesejadas identificadas na organização. Para se atingir o nível de total institucionalização, é necessária a etapa da Sedimentação, ou seja, o terceiro processo de institucionalização, que se apoia na continuidade e sobrevivência da estrutura ao longo do tempo (TOLBERT; ZUCKER, 1999). 3.1.3 Sedimentação Tolbert e Zucker (1999) explicam que a Sedimentação é um processo que se apoia fundamentalmente na continuidade histórica da estrutura e, especialmente, em sua 7/16

sobrevivência pelas várias gerações de membros da organização. Caracteriza-se tanto pela propagação, virtualmente completa, de suas estruturas a todo o grupo de atores que adotam adequadamente a teoria, como pela perpetuação de estruturas por um período consideravelmente longo de tempo. Nessa fase, as práticas objetivadas e compartilhadas podem ser transmitidas em uma linguagem objetiva, expondo as experiências dos agentes e colaborando para o enriquecimento do estoque de conhecimento já adquirido (QUINELLO, 2007). Adicionalmente, Tolbert e Zucker (1999) colocam como peça chave para compreensão desta etapa, a identificação dos fatores que influenciam a abrangência do processo de difusão de uma estrutura, bem como a sua conservação ao longo do tempo. Identificam-se esses fatores ou variáveis da seguinte maneira: a) resistência de grupos de oposição formados por indivíduos ou organizações que são de algum modo afetados adversamente pelas estruturas, sendo capazes de se mobilizar coletivamente contra as mesmas. b) apoio continuado de grupos de defensores que promovem o apoio às novas estruturas propostas, nos aspectos cultural, social, de mercado, entre outros. c) correlação positiva com resultados esperados para que haja interesse na adoção das novas práticas propostas é necessário que as mesmas gerem resultados positivos e desejáveis, justificando a então mudança de estrutura e comportamento na organização. Portanto, conclui-se que são esses os fatores primordiais que, conjuntamente, permitirão ou não uma completa institucionalização de uma dada estrutura ou prática em determinada organização. A figura a seguir mostra as diferentes fases de institucionalização propostas pelas autoras Tolbert e Zucker (1999). Mudanças Tecnológica s Legislação Forças de Mercado Inovação Habitualização Objetificação Sedimentação Monitoramento Organizacional Teorização Impactos Positivos Resistência de grupo Defesa de grupo de interesse Figura 01. Processos inerentes à institucionalização. Fonte: Tolbert e Zucker (1999, p. 207) 8/16

4. Procedimentos Metodológicos Tendo em vista as colocações de Barbieri (2006) e Tinoco e Kraemer (2004), neste trabalho, Gestão Ambiental será entendida como: Gestão Ambiental é o sistema que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. É o que a empresa faz para minimizar ou eliminar os efeitos negativos provocados no ambiente por suas atividades (TINOCO; KRAEMER, 2004, p. 109). Entende-se por Gestão Ambiental empresarial as diferentes atividades administrativas e operacionais realizadas pela empresa para abordar problemas ambientais decorrentes da sua atuação ou para evitar que eles ocorram no futuro (Barbieri, 2004). Neste trabalho ainda, entendem-se como práticas de gestão ambiental o emprego, por parte das empresas, de instrumentos para alcançar objetivos ambientais, tais como auditoria ambiental, avaliação do ciclo de vida, estudos de impactos ambientais, sistema de gestão ambiental, relatórios ambientais, rotulagem ambiental, gerenciamentos de riscos ambientais, educação ambiental empresarial, entre outros (Barbieri, 2004). O presente trabalho consiste num estudo qualitativo do tipo exploratório, que utiliza como método a pesquisa descritiva, e como técnicas de coletas de dados, entrevistas e pesquisas bibliográficas. O nível de análise é organizacional e as unidades de análise são compostas de indivíduos encarregados da área responsável pela existência de uma (real ou possível) gestão ambiental nas empresas em estudo, sendo um deles o proprietário, o outro, responsável operacional e comercial, e os outros dois, sócios-proprietários das respectivas empresas. O problema de pesquisa proposto é a verificação da realidade de empresas de pequeno porte quanto ao processo de institucionalização de suas práticas de gestão ambiental da situação. Este problema de pesquisa apresenta importância tanto no campo teórico, no que diz respeito à importância de seus resultados para a verificação de teorias relacionadas ao processo de institucionalização propostas por autores, como também no campo empírico, com a constatação de determinadas realidades a que podem ser estendidas a um grupo maior de análise, e verificando-se sua real importância e propondo medidas de melhorias no campo organizacional e social. Este trabalho, no entanto, ateve-se apenas à questão teórica, com o objetivo de analisar os aspectos relacionados à Teoria de Institucionalização proposta por Tolbert e Zucker (1999). A pesquisa exploratória, segundo Gil (1991), proporciona maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Sabe-se que as pesquisas com objetivos exploratórios envolvem levantamento bibliográfico e análise de exemplos que estimulem a compreensão do objeto a ser estudado. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas, além de pesquisas bibliográficas em livros e artigos. As entrevistas com os gestores das empresas ocorreram nas próprias empresas, nos dias 14 e 15 de julho de 2011. Para a análise dos resultados foi utilizada a análise do discurso sob a perspectiva da análise do conteúdo, que se caracteriza como mais imediata descritiva, quantitativa e exploradora da dimensão manifesta dos textos (Godoi, 2006). 9/16

5. Constatações a partir da análise e comparação dos dados 5.1. Empresas Pesquisadas Empresa A B C D Ramo Nº de funcionários Tempo de atuação Fabricação de móveis em alumínio Fabricação de lustres em metal, com fundição. Fabricação de móveis de alumínios e fibras sintéticas Fabricação de peças (automotivas, agrícolas, tampas de poço de visita, etc), com fundição de ferro e metais. 20 29 12 16 15 anos 40 anos 3 anos 30 anos Pequena Pequena Categoria Empresa Empresa Quadro 01. Características das empresas entrevistadas. Fonte: Elaborado pelos autores Pequena Empresa Micro-empresa 5.2. Resultados obtidos nas entrevistas Com relação ao conhecimento do termo Gestão Ambiental, todos os gestores entrevistados afirmaram já ter ouvido falar sobre, e explicaram seu entendimento de maneira condizente com que o termo realmente significa. Já com relação a identificar quais as práticas de GA empregadas na empresa, os gestores revelaram certa insegurança, esquecendo-se, num primeiro momento, de que o próprio licenciamento ambiental é das importantes práticas citáveis. Levando-se em consideração a legislação ambiental do Paraná, todas as empresas entrevistadas devem ser objeto de licenciamento ambiental, por serem consideradas potencialmente poluidoras geradoras de resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões gasosas. Tendo isto em vista, verificou-se que apenas as empresas A e B apresentaram a preocupação com o licenciamento ambiental, que consiste em uma das importantes ações de gestão ambiental obrigatórias a empreendimentos do ramo industrial, sendo a empresa A já portadora de licença ambiental, enquanto a B se encontra em fase de licenciamento. As práticas utilizadas pela empresa A referem-se à destinação corretas dos resíduos gerados pela atividade desta empresa, ou seja, separação dos resíduos de alumínio, ferro, papelão e madeira, e envio para reciclagem. Além disso, a empresa possui licença ambiental. Na empresa B as práticas de gestão ambiental se dão pela existência de equipamentos próprios para o tratamento de seus poluentes, tais como cortina de água (para o processo de pintura), lavador de gases, com a prática da análise semestral da eficácia do lavador, e tratamento do efluente dos banhos químicos, conforme prevê legislação. A empresa ainda conta com o licenciamento ambiental em andamento. A empresa C respondeu que não possui práticas de gestão ambiental. No entanto, cita que apenas encaminha os resíduos de alumínio e fibra sintética resultantes do processo produtivo para reciclagem, pois têm valor de mercado. Por fim, a empresa D alegou não possuir práticas voltadas à gestão ambiental. Contudo, o gestor comentou que com base em um estudo técnico feito no passado, a empresa atualmente faz a disposição da areia usada na fundição como adubo agrícola (pois não 10/16

acrescenta resina contaminante à areia) no próprio terreno, quando é preciso descartá-la; outro item citado foi a plantação, no passado, de uma barreira vegetal que atualmente está sendo substituída no entorno da empresa. De acordo com a conceituação de GA utilizada, apenas as empresas A e B apresentaram práticas que pudessem ser consideradas práticas de gestão ambiental. As empresas C e D, apesar de apresentarem umas ou outras ações ambientais, essas se caracterizaram apenas como ações pontuais realizadas em determinado ponto da vida da empresa, desencadeadas por um impulso particular do gestor ou da gerência, a fim de reduzir um impacto financeiro ou ambiental; um impulso sem conhecimento prévio ou sem caracterizar uma ação intencional, eficaz e contínua com o objetivo maior de controle e preservação ambiental. Assim, levando em consideração que as empresas A e B apresentam licenciamento ambiental, ou emitido ou em processo de emissão, e que ambas afirmaram praticar pelo menos um tipo de ação intencional, constante e contínua na empresa, voltada à gestão ambiental, apenas essas duas empresas serão consideradas nas análises referentes ao processo de institucionalização de suas práticas. Nesse aspecto são apresentadas a seguir as informações relacionadas às outras questões respondidas pelas empresas. De acordo com as duas empresas, as ações não são realizadas por um setor ou funcionário específico. Não há não um setor ou departamento específico de gestão ambiental, que cuide ou exija determinados procedimentos padrões ou ainda faça a fiscalização dos mesmos. A empresa A informou que cada setor de produção executa a separação dos resíduos ali gerados e os depositam nos locais predefinidos. A orientação e a coordenação desta prática são feitas pelo próprio gestor administrativo da empresa. Já na empresa B, as práticas são realizadas no dia-a-dia, até mesmo porque o tratamento de poluentes é realizado automaticamente por equipamentos, não havendo um setor ou departamento específico de gestão ambiental. Conforme surjam as necessidades, são realizadas reuniões entre os responsáveis pela empresa e decididas as providências. No que diz respeito aos motivos para a adoção das práticas de Gestão Ambiental as empresas A e B, revelaram perfis totalmente distintos de motivação inicial. A empresa A citou a exigência do mercado em destinar segregadamente os resíduos, além de enfatizar a consciência e preocupação com a causa ambiental, enquanto a empresa B manifestou ação totalmente movida pela coerção de cunho legislativo. A empresa B relatou que foi a partir de uma notificação do IAP, que havia identificado contaminação no lençol freático, é que as ações ambientais foram providenciadas. De acordo com Tolbert e Zucker (1999), as motivações das empresas A e B se classificam respectivamente como forças de mercado e força da legislação. Com relação ao processo de habitualização ou pré-institucionalização, a empresa A aponta que não houve a necessidade de alteração nenhuma em seu processo, no comportamento de seus funcionários ou em sua estrutura física, uma vez que a prática da segregação dos resíduos iniciou-se juntamente com o início da operação da indústria, ocorrendo desde então. Já na empresa B, os processos de contenção e tratamento de poluentes realizados exigiram a instalação de equipamentos específicos, além do novo hábito de realizar análises periódicas das emissões gasosas. Durante este processo, não houve, por parte das empresas A e B, monitoramento específico quanto ao desempenho da aplicação das práticas de GA, no sentido de verificar se 11/16

as mesmas estariam trazendo benefícios à empresa, ou se apresentariam falhas no processo que pudessem prejudicá-la de alguma forma. Os dois gestores informaram que a essa verificação era e é continuamente feita de forma indireta e informal através da constatação diária, ou periódica normalmente realizada - da adequação da prática de separação e comercialização dos materiais e recicláveis (empresa A) e da eficiência dos equipamentos de tratamento de poluentes adotados (empresa B). Nas duas empresas, as práticas ambientais em questão foram adotadas - sem as verificações de desempenho de seus concorrentes e com um acompanhamento informal, mas constante, do seu próprio desempenho interno. Nas duas empresas essas práticas não se tornaram oficializadas, legitimadas, ou padronizadas no ambiente organizacional interno, com projeção aos vários setores e áreas da empresa. Em geral, desde que essas ações foram iniciadas por iniciativa do gestor da empresa, elas são realizadas pelos setores produtivos ou, no caso da empresa B, pelos próprios equipamentos instalados, de maneira que as práticas permanecem sendo executadas eficaz e eficientemente pelos respectivos envolvidos, porém, sem nenhum tipo de protocolo oficial a ser seguido. Neste aspecto é interessante notar que, apesar de não haver nenhuma normatização das práticas a serem seguidas, elas ocorrem dinâmica e continuamente, de maneira eficiente, como uma prática incorporada por todos os envolvidos. No processo de sedimentação, na empresa A não houve grupos de resistência e nem de interesse, apenas impactos positivos, financeiro e para o meio ambiente. De acordo com o gestor entrevistado, na empresa B os impactos positivos são notados apenas com relação à melhoria na imagem da empresa. Além disso, não foram verificados grupos de resistência e nem de interesse, apenas a necessidade de implantação de medidas adequadas. Em relação ao aspecto de institucionalização das práticas de gestão ambiental das empresas analisadas, foi possível identificar alguns itens a serem ressaltados e registrar algumas constatações. De acordo com Tolbert e Zucker (1999) não é possível considerar as práticas de gestão ambiental da empresa A como práticas sedimentadas dentro da organização, tendo em vista que elas não chegaram nem mesmo à etapa anterior, de objetificação ou semiinstitucionalização. Tal empresa, com práticas de gestão ambiental, pode ser classificada apenas como pré-institucionalizada, e se encontra na fase da chamada habitualização, em que se identifica a adoção das soluções para problemas organizacionais específicos, com o desenvolvimento de comportamentos padronizados e a associação de tais comportamentos a estímulos particulares (Tolbert e Zucker,1999). As práticas empregadas pela empresa B, por sua vez, segundo os conceitos de Tolbert e Zucker (1999), já podem ser consideradas num estágio de semi-institucionalização, tendose em vista que este estágio envolve o desenvolvimento de certo grau de consenso social entre os decisores organizacionais a respeito do valor da estrutura e a crescente adoção pela organização com base nesse consenso (Tolbert e Zucker,1999). Como foi colocado pelo gestor dessa organização, quando há alguma questão de interesse, reúne-se a diretoria para discussão e tomada de providências necessárias com base num consenso entre os dirigentes da empresa. Em síntese, os resultados alcançados estão no quadro 2 a seguir: 12/16

EMPRESA FASE DE INSTITUCIONALIZAÇÃO ANAIS IMPLICAÇÕES SEGUNDO A LITERATURA A B C D Habitualização (Pré-institucionalizada) Objetificação (Semi-institucionalização) Não se enquadra nas fases de institucionalização Não se enquadra nas fases de institucionalização Envolve o desenvolvimento de comportamentos padronizados para a solução de problemas e a associação de tais comportamentos a estímulos particulares. Se conscientizando deste estado, a organização tem base concreta para avançar para a institucionalização Envolve o desenvolvimento de certo grau de consenso social entre os decisores organizacionais a respeito do valor da estrutura e a crescente adoção pela organização com base nesse consenso. O consenso social permite a visualização de alguns resultados práticos que incentivam a maioria na manutenção da práticas ambientais. Ações sem foco, sem direcionamento à estratégia e apenas observadas no discurso. Em suma, sem os efeitos pretendidos. Ações sem foco, sem direcionamento à estratégia e apenas observadas no discurso. Em suma, sem os efeitos pretendidos. Quadro 02. Síntese dos Resultados Alcançados Fonte: Elaborado pelos autores 6. Considerações Finais A partir dos dados coletados e das constatações feitas após a análise dos dados e do conteúdo expresso pelos entrevistados, destacam-se alguns pontos de relevância deste estudo: Neste estudo foi verificado que nenhuma das empresas analisadas possui as práticas de gestão ambiental totalmente institucionalizadas, segundo as etapas descritas por Tolbert e Zoker (1999). Um dos fatores citados por algumas das empresas com relação à dificuldade de implementação de algumas as etapas do processo de institucionalização é a falta de recursos financeiros para incrementar determinadas práticas, tendo em vista o baixo valor arrecadado pela empresa, e as prioridades voltadas para outros assuntos. Outros motivos para a não completa institucionalização poderão ser mais bem explorados em estudos posteriores. Apesar do interesse manifestado pelos quatro gestores entrevistados em adotar práticas de GA, das quatro empresas apenas duas de fato já possuem. Das duas que possuem, uma possui as práticas pré-institucionalizadas, e a outra, práticas semiinstitucionalizadas, segundo a teoria institucional de Tolbert e Zoker (1999). 13/16

Tendo em vista o universo das quatro empresas analisadas, constata-se que as práticas de gestão ambiental nas empresas, em geral, ainda não ocupam um espaço de grande importância e prioridade para a questão de alocação de recursos. A extensão desta idéia para todo o setor industrial exigiria uma pesquisa muito maior e mais complexa, porém, que poderia ser realizada em estudos futuros. Foi unânime a percepção das quatro empresas abordadas na constatação de que e a adoção de (novas) práticas de gestão ambiental está totalmente relacionada à questão dos custos para implantação. Praticamente todas as empresas relataram apenas o fator custo como uma limitação para a implementação das práticas de gestão ambiental. Quanto ao interesse particular das empresas em implementar práticas de gestão ambiental, a despeito de qualquer cobrança ou exigência externa, também foi unânime o interesse relatado pelos gestores. No entanto, também foi comum nas quatro empresas uma visão bastante generalizada e vaga, com conhecimentos bastante restritos e limitados sobre as práticas de GA existentes e que poderiam servir às mesmas. Portanto, uma sugestão para estudos que sigam o mesmo gênero deste, é que a utilização de outros métodos de coleta de dados, tal como a pesquisa-ação ou a etnografia, aliados à abordagem social-hermenêutica para análise e interpretação dos dados, certamente possibilitariam um conjunto mais realista, completo e denso de dados e informações coletadas. Ressalta-se ainda que a fonte, a veracidade, a fidelidade e a coerência dos dados coletados é elemento essencial para um trabalho que pretende retratar uma dada realidade, fazendo total diferença para a sua credibilidade frente a outros trabalhos. Outras sugestões para estudos futuros relacionados ao tema deste trabalho são: 1) Replicar o estudo em outras organizações de diferentes realidades, de outros setores, outros portes e regiões; 2) Promover estudo mais abrangente, com maior número de empresas, podendo-se empregar, inclusive delineamento qualitativo-quantitativo; 3) Restringir o foco do estudo para alguns aspectos específicos, como às limitações da institucionalização das práticas ambientais, ou às dificuldades/facilidades encontradas nesse processo, ou ainda, para características particulares de alguma etapa específica da institucionalização. 4) Verificar se existem formas de facilitar o processo de institucionalização de práticas de gestão ambiental em uma empresa e descrevê-las. 5) Verificar se o processo de institucionalização de práticas de GA pode ser relacionado, e como se daria essa relação, a questões sugeridas, tais como: custo de implantação, interesse pessoal do proprietário ou da gerência, consciência ambiental proprietário ou da gerência, porte da empresa, setor industrial, intervenção do Estado através de fiscalizações e outros procedimentos, entre outros. 7. Referências Bibliográficas ALMEIDA, Josimar Ribeiro de. Gestão Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro: Thex Editora, 2006. ANDRADE, Carlos Drummond de. Seleção de textos, notas, estudo biográfico, histórico e crítico e exercícios por Rita de Cássia Barbosa. São Paulo: Abril Educação, 1996. p24-26. 14/16

BARBIERI, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos e Instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2004. BRASIL. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - AGENDA 21, RJ: Brasil. Junho 1992. BACKER, Paul de. Gestão Ambiental: a administração verde. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. 248 p. BERGER, P. L.; LUCKMANN, T. A Construção Social da Realidade. 29. ed. Petropolis: Editora Vozes, 1964. CARLOS, A F. A. Espaço e luta de classes. IN: A ( RE) produção do espaço urbano. SP: USP, 1994 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administracão. 6ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 700p. CORAZZA, Rosana Icassatti. Gestão Ambiental e Mudanças da Estrutura Organizacional. RAE-eletrônica, v.2, n.2, jul-dez/2003 DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2009. DIMAGGIO, P.J; POWELL, W.W. The Iron Cage Revisited: institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, v.48, n.2, p.147-160, April, 1983. DIMAGGIO, P.; POWELL, W. The new institutionalism in organizational analysis. Chicago: The University of Chicago Press, 1991. DiMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W. The iron cage revisited: institutional isomorphism and collective rationality. In: DiMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W (edits). The new institutionalism in organizational analysis. Chicago: The University of Chicago Press, 1991. p. 63-82. DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa. São Paulo: Atlas, 2009. DRUCKER, Peter F. As Novas Realidades. 4.ed. São Paulo/Pioneira, 1997. FERREIRA, L.C. (2001) Sociologia Ambiental, Teoria Social e a Produção Intelectual no Brasil. In: Ferreira, L.C. (org). A Questão Ambiental e as Ciências Sociais. Idéias. Ano 8 (2). IFCH. Unicamp, Campinas. GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1999. GODOI, C. K.. Perspectivas de Análise do Discurso nos Estudos Organizacionais. Em SILVA, A. B., GODOI, C. K., BANDEIRA-DE-MELO, R. B. Pesquisa Qualitativa em Estudos Organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo. Saraiva, 2006. GODOY, A. S. Estudo de Caso Qualitativo. Em SILVA, A. B., GODOI, C. K., BANDEIRA- DE-MELO, R. B. Pesquisa Qualitativa em Estudos Organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo. Saraiva, 2006. GONÇALVES, Carlos Walter. Os (des)caminhos do meio ambiente. 5.ed. São Paulo/Contexto, 1996. HALL, R. H. Organizações: estruturas, processos e resultados. 8 ed. São Paulo:Atlas, 2004. HOFFMAN, A. J. Integrating environmental and social issues into corporate pratice. In Environment. Abringdon, Carfax Publishing. Jun. 2000. JABBOUR, Charbel José Chiappetta; SANTOS, Fernando Cesar Almada. Evolução da Gestão Ambiental na Empresa: Uma Taxionomia Integrada à Gestão da Produção e de Recursos Humanos. GESTÃO & PRODUÇÃO, v.13, n.3, p.435-448, set.-dez. 2006. 15/16

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Atlas, 1991.. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 1993. LAYRARGUES, Phillipe Pomier. Sistema de gerenciamento ambiental. RAE, v.40, p.80-8, abr./jun.2000. LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. 5. ed. SP: EPU, 1986. 123p. MEYER, J. W.; ROWAN, B. Institutionalized organizations: formal structure as myth and ceremony. In: DiMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W (edits). The new institutionalism in organizational analysis. Chicago: The University of Chicago Press, 1991. p. 41-62. MINTZBERG, H. Criando organizações eficazes. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. QUINELLO, R.. A teoria institucional aplicada à administração: entenda como o mundo invisível impacta na gestão dos negócios. São Paulo: Novatec Editora, 2007. MASIEIRO, Gilmar. Introdução à Administração de Empresas. São Paulo, Atlas, 1997. ROBBINS, Stephen Paul. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2003. 524p. SANCHES, Carmem Silvia. Gestão Ambiental Proativa. RAE, v. 40, p.76-87, jan./mar.2000. SARIEGO, José Carlos. Educação Ambiental as ameaças ao planeta azul. SP: Scipione, 1994 SCOTT, R.; CHRISTENSEN, S.. The institutional construction of organizations. London: Sage, 1995. SCOTT, R.; MEYER, J.. Institutional environments and organizations: structural complexity and individualism. London: Sage, 1994. SEIFFERT, M. E. B. ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2005. SELZNICK, P.. A liderança na administração: uma interpretação sociológica. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1972. SOUZA, Renato Santos. Evolução e Condicionantes da Gestão Ambiental nas Empresas. REAd Edição Especial 30 Vol. 8 No. 6, nov-dez 2002. TINOCO, João Eduardo Prudêncio; KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade e Gestão Ambiental. São Paulo: Atlas, 2004. TOLBERT, P. S.; ZUCKER, L. G. A institucionalização da teoria institucional. In: CLEGG, S. R. et al. Handbook de estudos organizacionais: modelos e novas questões em estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999. v. 1, p. 196-219. ZUCKER, L. G. The role of institutionalization in cultural persistence. In: DiMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W (edits). The new institutionalism in organizational analysis. Chicago: The University of Chicago Press, 1991. p. 83-107. ZUCKER, L. G. Institutional Theories of Organization. Annual Rewiew of Sociology, v. 13, p. 443-464, 1977. 16/16