Asamblea Parlamentaria Euro-Latinoamericana Euro-Latin American Parliamentary Assembly Assemblée Parlementaire Euro-Latino Américaine Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana Parlamentarische Versammlung Europa-Lateinamerika Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos, da Educação e da Cultura 3.3..2014 DOCUMENTO DE TRABALHO sobre «a luta contra a pobreza no quadro dos objetivos de desenvolvimento sustentável após 2015» Relator(a): Edite Estrela DT\1021677ES.doc AP101.580v03-00 Unida na diversidade
A Campanha do Milénio das Nações Unidas e o primeiro Objetivo do Milénio: a erradicação da pobreza extrema e da fome Em setembro de 2000, os líderes mundiais reuniram-se na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, com vista a adotar a Declaração do Milénio das Nações Unidas. Na Declaração, os países do mundo comprometeram-se a trabalhar em conjunto para reduzir a pobreza e alcançar objetivos num prazo concreto, tendo como prazo final o ano 2015. Estes objetivos são conhecidos como os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) e fazem parte da Campanha do Milénio das Nações Unidas, iniciada em 2002. Ao todo, existem oito Objetivos do Milénio: a erradicação da pobreza extrema e da fome; o ensino primário universal; a igualdade dos géneros e o empoderamento das mulheres; a redução da mortalidade infantil de crianças com menos de 5 anos; a melhoria da saúde materna; o combate contra o VIH/SIDA, a malária e outras doenças; a sustentabilidade ambiental; e a promoção de uma parceria mundial para o desenvolvimento. No que diz respeito ao primeiro objetivo, segundo a Relatora Especial das Nações Unidas sobre a pobreza extrema e os direitos do Homem, Magdalena Sepúlveda Carmona, a pobreza é um fenómeno que não inclui apenas o aspeto económico, como também a falta de recursos básicos para uma vida digna. O Comité dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas declarou, em 2001, que a pobreza é uma privação contínua dos recursos necessários para poder usufruir de um nível de vida adequado. A pobreza extrema, segundo o Relatório Anual de 2008 do Conselho dos Direitos do Homem das Nações Unidas, constitui uma combinação de escassez de rendimentos, falta de desenvolvimento humano e exclusão social 1. De modo mais prosaico, o Banco Mundial considera que vivem em pobreza extrema as pessoas que subsistem com menos de 1,25 dólares por dia. A Relatora Especial Sepúlveda considera que a pobreza extrema pode ser evitada, já que é uma situação provocada pelos Estados e outros operadores económicos. A pobreza extrema deriva das políticas públicas que não permitiram a inclusão social daqueles que se encontravam nessa situação. Devido a esta ausência de inclusão social, a pobreza foi transmitida de geração em geração, aumentando as desigualdades na sociedade. Assim, os Estados têm o dever de preparar uma estratégia que vise reduzir a pobreza, com uma perspetiva de inclusão social. Esta estratégia deve incluir prazos e um plano de execução bem definidos, bem como mecanismos de apresentação de queixa em caso de incumprimento. Registou-se um progresso considerável relativamente ao primeiro objetivo. De facto, a quantidade de pessoas no mundo que vive em pobreza extrema foi reduzida para metade no ano 2010 5 anos antes do previsto. Nas regiões em desenvolvimento, a percentagem destas pessoas passou de 47 % em 1990 para 22 % em 2010, o equivalente a uma redução de 700 milhões em 20 anos. Contudo, apesar deste progresso, a desnutrição prevalece no planeta. Uma em cada oito pessoas do mundo não come o suficiente por dia. Igualmente, cerca de uma em cada seis crianças com menos de 5 anos tem peso inferior ao normal, uma de cada quatro apresenta atraso de crescimento e 7 % das crianças com menos de 5 anos em todo o mundo tem excesso de peso. 1 http://daccess-dds-ny.un.org/doc/undoc/gen/g08/111/56/pdf/g0811156.pdf?openelement AP101.580v02-00 2/7 DT\1015840.doc
Com vista a realizar o primeiro objetivo dos ODM, o mesmo foi subdividido em três metas: reduzir para metade o número de pessoas no mundo que vivem em pobreza extrema; conseguir emprego pleno e produtivo e trabalho digno para todos, incluindo mulheres e jovens, e reduzir para metade, entre 1990 e 2015, a proporção de pessoas que passam fome. No que diz respeito à primeira meta, todas as regiões em desenvolvimento observaram uma melhoria nas taxas de redução da pobreza, sendo a China o país líder: neste país, a pobreza extrema viu-se reduzida de 60 % em 1990 para 12 % em 2010. No entanto, apesar do progresso, ainda vivem no mundo 120 milhões de pessoas em pobreza extrema. Relativamente à segunda meta, o abrandamento do crescimento económico afetou a sua realização, uma vez que a crise implica a perda de empregos, o que afetou principalmente os jovens. Igualmente, a desigualdade entre os géneros ainda se mantém. Contudo, apesar da crise financeira, a quantidade de trabalhadores que vive em pobreza extrema diminuiu substancialmente. No que diz respeito à terceira meta, é muito possível realizar este objetivo, já que a percentagem de pessoas desnutridas ou malnutridas diminuiu de 23,2 % em 1990 para 14,9 % em 2010-2012. O primeiro Objetivo do Milénio e o esforço global da União Europeia No que diz respeito à União Europeia, esta é a que mais contribui financeiramente para o desenvolvimento no mundo, se tivermos em conta a contribuição dos Estados-Membros e dos fundos geridos pela Comissão Europeia. Deste modo, a União Europeia tem desempenhado um papel essencial rumo à realização dos ODM. Juntamente com os seus Estados-Membros, a UE prestou mais de metade da ajuda financeira no mundo em 2012. Igualmente, e em relação ao primeiro objetivo, a UE comprometeu-se a que todas as suas políticas sejam coerentes com a erradicação mundial da pobreza. Com vista a alcançar os objetivos, em 2010 a Comissão Europeia estabeleceu um plano de ação de 12 pontos 1. Com este plano, procura-se aumentar a ajuda que os Estados-Membros prestam, apoiando simultaneamente a procura de novas fontes de financiamento. Assim, o objetivo não é apenas o de aumentar o nível de ajuda financeira, como também a sua eficácia, mediante programas de coordenação da ajuda nacional estabelecidos a nível da União Europeia e a nível internacional. A União Europeia centra-se, assim, nos países que precisam de mais apoio e tenta reforçar a integração regional e o comércio a fim de favorecer o crescimento e a criação de emprego. Este plano de ação foi adotado antes da Cimeira das Nações Unidas sobre os Objetivos do Milénio de setembro de 2010. Dois anos depois, em 2012, a UE e os Estados-Membros adotaram um programa ambicioso que permitiria aumentar a frequência de realização dos ODM, dando prioridade aos países com mais necessidade e aos setores que promovem uma boa governação e desenvolvimento sustentável. Tais objetivos foram, deste modo, incluídos na Agenda para a Mudança 1 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões: «Um Plano de Ação da UE em doze pontos em apoio dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio» [COM(2010)159 final, 21.4.2010] DT\1015840.doc 3/7 AP101.580v02-00
apresentada pela Comissão. A UE planeou aumentar os seus esforços nos anos anteriores a 2015, prazo final para alcançar os ODM. No que diz respeito ao primeiro ODM, a União Europeia desempenhou um papel notável. A UE é a entidade que mais doa em todo o mundo, em matéria de suficiência alimentar e desenvolvimento agrícola, já que contribui com cerca de mil milhões de euros (sem contar com as contribuições de emergência em forma de alimento ao responder a uma crise). A UE participa assim na luta contra a desnutrição, tentando aumentar a disponibilidade dos alimentos e melhorar o acesso aos alimentos para as pessoas que correm risco de fome. Deste modo, entre 2004 e 2012, o apoio concedido pela UE, em forma de dinheiro em numerário ou contribuições em espécie para a segurança alimentar do mundo, beneficiou 46,5 milhões de pessoas. Considerando que o progresso alcançado na redução da pobreza oculta desigualdades, a UE procura promover o crescimento inclusivo que permite aos pobres participarem e beneficiarem da criação de emprego. Assim, o apoio financiado pela UE beneficiou 8,8 milhões de pessoas desde 2004. A maioria dos países em desenvolvimento vive e trabalha numa economia informal. Por conseguinte, a UE presta assistência ao desenvolvimento de mecanismos de proteção social e de formação profissional, que beneficiaram 7,7 milhões de pessoas desde 2004. Além disso, a fim de combater a fome, sobretudo devido ao aumento significativo do preço dos alimentos em 2007 e 2008, a UE criou um fundo de facilidade alimentar de mil milhões de euros. Assim sendo, em três anos (2009-2011) foi efetuado um investimento com vista a melhorar a produtividade agrícola nos 49 países mais afetados. Este instrumento beneficiou 59 milhões de pessoas, além de melhorar a resposta da UE perante futuras crises alimentares. Cooperação entre a União Europeia e a América Latina relativamente ao primeiro Objetivo do Milénio até à data Na América Latina, o flagelo da pobreza ainda não foi totalmente erradicado. Apesar de todos os países da região serem considerados países de rendimento médio pelo Banco Mundial, ainda existem grandes desigualdades dentro de cada país. Simultaneamente, esta região mantém um laço estreito com a União Europeia. De facto, a UE é o seu principal fornecedor de apoio, o segundo investidor estrangeiro e o segundo parceiro comercial mais importante. Por conseguinte, a fim de alcançar o primeiro Objetivo do Milénio relativamente à América Latina, a Comissão Europeia promove uma relação mais estreita entre os dois blocos, tal como sugerido em 2005 numa comunicação em que se referia a necessidade de estabelecer uma rede de acordos de parceria com cada um dos países da região, fomentando simultaneamente a integração regional 1. Em 2009, a Comissão apresentou uma nova comunicação em que se pretendia renovar e 1 Comunicação da Comissão ao Conselho e ao Parlamento Europeu: «Uma parceria reforçada entre a União Europeia e a América Latina», [COM(2005) 636 final, 08.12.2005] AP101.580v02-00 4/7 DT\1015840.doc
atualizar as políticas a fim de fortalecer a relação entre a UE e a América Latina 1. Essa comunicação definia quatro pontos que ambas as regiões deveriam desenvolver: reforçar o diálogo regional com vista a abranger temas globais e fazer com que as cimeiras inter-regionais oferecessem resultados mais práticos; reforçar a integração regional mediante acordos de parceria e através do lançamento de um novo instrumento financeiro (a Facilidade de Investimento para a América Latina - FIAL). Além disso, referia-se a necessidade de reforçar as relações bilaterais, aproveitando os acordos de parceria e de cooperação bilaterais já existentes, e ainda adaptar os programas de cooperação a fim de atenuar os efeitos da crise financeira. Relativamente à Facilidade de Investimento para a América Latina, pode observar-se que tem como principal objetivo promover o investimento e as infraestruturas essenciais nos setores do transporte, da energia e ambiental. Além do mais, pretende apoiar o desenvolvimento do setor privado na América Latina. Este instrumento opera através de contribuições financeiras sem possibilidade de reembolso, que oferecem um apoio às instituições financeiras nos países parceiros. Permite também que os governos e as instituições públicas beneficiárias realizem investimentos essenciais, como por exemplo: em projetos de infraestrutura públicas; em assistência técnica e em operações de capital de risco. Para o período de 2009-2013, a Comissão Europeia dedicou a este instrumento um montante de 192,15 milhões de euros. Assim, o instrumento foi oficialmente lançado durante a Cimeira UE-ALC de maio de 2010, em Madrid, e foi apresentado aos países latino-americanos no Fórum FIAL, realizado em outubro de 2010 em Punta del Este (Uruguai) e em São Salvador em setembro de 2011. Além da FIAL, a UE utilizou outros instrumentos de apoio e de cooperação com a América Latina, tal como o instrumento de financiamento da cooperação para o desenvolvimento, adotado em dezembro de 2006 pelo Parlamento Europeu e o Conselho, por meio do Regulamento n.º 1905/2006, cujo orçamento para o período 2007-2013 foi de 16,9 mil milhões de euros. O montante dos fundos que a Comissão Europeia conferiu anualmente como apoio à América Latina atingiu os 500 milhões de euros. Igualmente, foi aplicado o programa EUROsociAL, um programa regional que pretendia reforçar a coesão social na América Latina através da promoção de reformas e melhoria das políticas de caráter público. A primeira parte do programa (EUROsociAL I, 2005-2010) centrou-se em cinco áreas: emprego, educação, justiça, saúde e impostos. Teve como objetivo adotar políticas públicas com vista a reduzir as desigualdades que prevalecem nas regiões. Do mesmo modo, o programa AL-INVEST procurou internacionalizar as pequenas e médias empresas (PME) da América Latina e, assim, promover a coesão social e reforçar as relações económicas com os seus parceiros europeus. O programa foi lançado pela Comissão em 1993 e, em 2009, iniciou a quarta fase da sua aplicação, que terminou em 2013. Outro programa de abordagem regional foi o EURO-SOLAR, um programa da Comissão que teve como objetivo reduzir a pobreza fornecendo às comunidades rurais isoladas, sem acesso a eletricidade, uma fonte renovável de energia elétrica. O seu orçamento total foi de 36 milhões de euros. 1 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho «A União Europeia e a América Latina: uma parceria entre protagonistas globais» [COM(2009) 495/3, 30.9.2009] DT\1015840.doc 5/7 AP101.580v02-00
Existiu também o programa Alfa III. Este programa fez parte da meta definida na Declaração de Guadalajara em 2004, adotada pelos Chefes de Estado e de Governo da União Europeia e dos países da América Latina e das Caraíbas, na qual se refere o objetivo de estabelecer uma área comum de ensino superior, tendo em conta a importância das instituições de ensino superior como motores do desenvolvimento socioeconómico. A União Europeia fornece fundos aos programas nacionais, com vista a lutar contra a pobreza e reforçar o crescimento económico e a coesão social. Por exemplo, a União Europeia é a principal dadora do Sistema de Integração da América Central e das suas instituições. Assim, entre 2007 e 2013, a UE concedeu 214 milhões de euros de apoio bilateral ao Nicarágua, 121 milhões ao Salvador e 135 milhões a Guatemala. Durante esse mesmo período, a UE conferiu também 95 milhões de euros aos programas regionais de apoio ao Nicarágua, Honduras, Guatemala, Salvador, Costa Rica e Panamá. Este apoio centrou-se na integração regional, na união aduaneira e nas políticas comuns, bem como na governação e segurança regionais. Para o período 2014-2020, prevê-se centrar o apoio da UE na integração económica regional, na segurança e no Estado de direito, na gestão de catástrofes e na alteração climática. Trabalho após 2015 Vários instrumentos e programas aplicados pela União Europeia com o objetivo de erradicar a pobreza, direta ou indiretamente, terão chegado ao fim antes de 2015. Igualmente, 2015 representa a conclusão do prazo para a realização do primeiro Objetivo do Milénio. Tendo em conta o trabalho que ainda resta fazer, a Comissão Europeia, em 13 de outubro de 2011, apresentou a «Agenda para a Mudança» 1. Tem por objetivo aumentar a efetividade e a eficiência da UE no domínio da erradicação da pobreza e de apoio ao desenvolvimento através de uma melhor administração dos recursos, como resultado da época de dificuldade económica e orçamental. Tal leva a considerar em conjunto os temas do desenvolvimento, democracia, direitos humanos, boa governação e segurança. Simultaneamente, procura-se dar um futuro aos jovens da sociedade. Do mesmo modo, em 27 de fevereiro de 2013, a Comissão Europeia apresentou a Comunicação «Uma vida digna para todos: Erradicar a pobreza e dar ao mundo um futuro sustentável» 2, tendo em vista o ano 2030. Sendo que os desafios de erradicar a pobreza e de alcançar um desenvolvimento sustentável são universais e estão interligados, esta Comunicação propõe a elaboração de uma estratégia comum para os Estados-Membros da UE, no âmbito do quadro de ação após 2015. O objetivo é ambicioso: criar uma vida digna para todos os cidadãos do mundo, sem ter em consideração o local onde vivem. A Comissão sugere definir objetivos globais que todos os países se comprometam a cumprir, além dos objetivos adaptados a cada país. Assim, a Comissão considera que a UE deve comprometer-se com a participação nos futuros processos internacionais, nas Nações Unidas e noutros fóruns, de modo coordenado e coerente. 1 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões: «Aumentar o impacto da política de desenvolvimento da UE: uma Agenda para a Mudança» [COM(2011) 637 final 13.10.2011] 2 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões: «Uma vida digna para todos: Erradicar a pobreza e dar ao mundo um futuro sustentável» [COM(2013) 92 final 27.2.2013] AP101.580v02-00 6/7 DT\1015840.doc
De forma mais precisa, no que diz respeito à América Latina, a UE considerou, na Declaração de Madrid de maio de 2010 1, que, a fim de assegurar a erradicação da pobreza, é essencial diversificar a eficiência energética através da promoção das energias renováveis e efetuar também uma maior poupança energética em todos os setores da economia e do transporte. Do mesmo modo, no Plano de Ação de Madrid 2010-2012 2, foi referida a necessidade de utilizar os mecanismos aplicados, tais como o EUROsociAL ou o FIAL, a fim de reforçar a inclusão regional e a inclusão social nos países latino-americanos. Segundo este plano, ter-se-ia de dedicar investimento com vista a melhorar a interconexão e a infraestrutura, a fim de reduzir o consumo energético, atenuar as alterações climáticas e reforçar o crescimento das pequenas e médias empresas por forma a, indiretamente, erradicar a pobreza e a fome através do desenvolvimento. A Declaração de Santiago, de janeiro de 2013 3, aprofunda e atualiza o caminho a seguir. Assim, por exemplo, expressou-se novamente o desejo de alcançar um desenvolvimento sustentável no domínio económico, social e ambiental. Nesta declaração, a UE comprometeu-se a colaborar com as Nações Unidas a fim de trabalhar nestes três pilares do desenvolvimento sustentável, baseando-se na Agenda para o Desenvolvimento das Nações Unidas, que visa o que poderá ocorrer após 2015. Por conseguinte, a declaração tem em consideração a conferência «Rio+20: O futuro que queremos», realizada em junho de 2012, sobre a qual se poderiam formular Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, sendo a sua principal meta a redução da pobreza e a proteção do ambiente para as gerações futuras. Neste contexto, foi realçado na declaração que a cooperação entre as duas regiões deve ser reforçada, com vista a que as políticas adotadas sejam mais coerentes e mais efetivas. Com este objetivo em mente, refere-se na declaração o desejo de reforçar a participação das comunidades indígenas, das sociedades e dos institutos de ensino superior na elaboração de políticas para um desenvolvimento sustentável. A Cimeira de Santiago teve como objetivo estabelecer pontos guia a fim de alcançar um crescimento económico sustentável, acompanhado da proteção do ambiente e da promoção da igualdade e inclusão social. Deste modo, no Plano de Ação UE-CELAC para 2013-2015, propõe-se reforçar a cooperação entre a UE e a América Latina nos âmbitos da redução do risco ambiental e da perda de biodiversidade, incluindo estes temas nas políticas de desenvolvimento sustentável. Tal pode ser realizado no quadro do programa Euroclima, previamente aplicado. Além disso, a promoção de investimento em infraestruturas que beneficiem o desenvolvimento de redes económicas e sociais é um dos pontos a que foi conferida maior importância no plano de ação. Esta estratégia pode ser aplicada dentro do programa FIAL. 1 http://www.consilium.europa.eu/uedocs/cms_data/docs/pressdata/pt/er/114538.pdf 2 http://www.consilium.europa.eu/uedocs/cms_data/docs/pressdata/pt/er/114543.pdf 3 http://eeas.europa.eu/la/summits/docs/2013_santiago_summit_declaration_en.pdf DT\1015840.doc 7/7 AP101.580v02-00