Conselho da União Europeia Bruxelas, 21 de junho de 2016 (OR. en)
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- Sebastião Capistrano Caldeira
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1 Conselho da União Europeia Bruxelas, 21 de junho de 2016 (OR. en) 10120/1/16 REV 1 CODEC 869 POLGEN 58 INST 263 AG 9 PE 72 INF 109 NOTA de: para: Assunto: Presidência Comité de Representantes Permanentes/Conselho Implementação do Acordo Interinstitucional sobre legislar melhor Aumentar a transparência O Acordo Interinstitucional sobre legislar melhor destaca o compromisso das instituições de assegurar maior transparência no processo legislativo e contém uma série de disposições que podem contribuir para alcançar este objetivo. Tendo em vista a reunião do Conselho dos Assuntos Gerais de 24 de junho de 2016, envia-se em anexo, à atenção das delegações, uma nota da Presidência relativa à implementação do Acordo Interinstitucional no que diz respeito à transparência. Convida-se o Comité de Representantes Permanentes a recomendar ao Conselho que aprove a abordagem sugerida na referida nota /1/16 REV 1 ap/fc 1 DRI PT
2 ANEXO NOTA DA PRESIDÊNCIA Aumentar a transparência O Acordo Interinstitucional sobre legislar melhor (AII) destaca o compromisso das instituições de assegurar maior transparência no processo legislativo e contém uma série de disposições que podem contribuir para alcançar este objetivo. É possível tornar o processo legislativo mais transparente e compreensível mediante uma comunicação mais ativa sobre as etapas do processo e os respetivos resultados. A rastreabilidade do processo legislativo possibilita uma melhor compreensão pelos cidadãos ou grupos de cidadãos. Os anúncios conjuntos da conclusão bem sucedida das negociações legislativas podem ser mais um passo para uma comunicação mais ativa. Todos estes são elementos essenciais que merecem ser considerados com seriedade. O AII prevê pelo menos de três formas possíveis de alcançar melhorias concretas: Uma base de dados comum sobre a situação dos dossiês legislativos; Um registo conjunto de atos delegados; Uma maior transparência do processo do trílogo (sem comprometer a sua eficácia). A Presidência propõe que o Conselho aproveite esta oportunidade e adote a abordagem a seguir descrita, também tendo em vista as futuras negociações com as outras duas instituições /1/16 REV 1 ap/fc 2
3 1. Base de dados comum sobre a situação dos dossiês legislativos Ponto 39: "A fim de facilitar a rastreabilidade das diferentes etapas no processo legislativo, as três instituições comprometem-se a identificar, até 31 de dezembro de 2016, formas de aprofundar o desenvolvimento de plataformas e instrumentos para esse efeito, tendo em vista criar uma base de dados comum específica sobre a situação dos dossiês legislativos." O primeiro passo para a criação de uma base de dados comum é proceder a uma avaliação técnica dos instrumentos existentes. Os serviços competentes das três instituições já começaram a trabalhar nesse sentido. Embora seja sobretudo de natureza técnica, uma avaliação deste tipo exige uma visão clara do que deverá ser o objetivo final. O disposto no AII é bastante genérico no que toca a este aspeto. Por conseguinte, o Conselho deverá fornecer uma orientação política para dirigir os trabalhos de forma a assegurar que realmente se cumpre o objetivo de aumentar a transparência. Isto é tanto mais importante na medida em que foi o Conselho que solicitou a base de dados nas negociações do AII, com a tónica na rastreabilidade e na facilidade de utilização. Deverão, por conseguinte, ter início os trabalhos de acordo com as seguintes orientações: A base de dados dos dossiês legislativos deverá ter por objetivo proporcionar clareza sobre o processo e indicar em que ponto é que este efetivamente está, não se resumindo apenas a uma simples lista de documentos que deixe a cargo do utilizador a árdua tarefa de os associar às diversas etapas do processo (sem prejuízo das regras ou políticas de cada instituição em matéria de publicação de documentos); Para o efeito, as etapas do processo a rastrear não deverão limitar-se às etapas formais indicadas no artigo 294.º do TFUE. Deverão, pelo contrário, refletir o processo legislativo na prática (por exemplo, no caso do processo legislativo ordinário, as etapas respeitantes à obtenção de mandatos no Parlamento Europeu e no Conselho ou à fase do trílogo); A apresentação geral dos dossiês deverá ser fácil de utilizar, visualmente atrativa e fácil de navegar, sobretudo para os utilizadores que têm menos conhecimentos sobre a UE e o seu processo legislativo ordinário /1/16 REV 1 ap/fc 3
4 2. Registo conjunto de atos delegados Ponto 29: As três instituições comprometem-se a criar, em estreita cooperação e até ao final de 2017, um registo funcional conjunto dos atos delegados que forneça, de forma estruturada e fácil de utilizar, informações destinadas a reforçar a transparência, facilitar o planeamento e permitir a rastreabilidade de todas as diferentes fases do ciclo de vida de um ato delegado. O Entendimento Comum sobre os atos delegados 1 prevê, como requisito adicional de transparência, que o registo substitua as caixas de correio eletrónicas utilizadas para a transmissão e receção de todos os documentos relativos a atos delegados. No Conselho, os preparativos técnicos internos tiveram início antes da adoção do AII e estão a decorrer os debates técnicos entre o Secretariado- -Geral do Conselho, o Parlamento e os serviços da Comissão. O registo terá uma dupla função: reforçar a transparência dos atos delegados e servir de instrumento prático para a comunicação entre as instituições. Por conseguinte, abrangerá a totalidade do ciclo de vida de um determinado ato delegado ou seja, desde o planeamento até à entrada em vigor e permitirá o acesso a uma cronologia que inclui todos os documentos relacionados com esse ato. Além disso, para efeitos de rastreabilidade, os utilizadores deverão ter a possibilidade de identificar todos os atos delegados (adotados ou em preparação) relacionados com um mesmo ato de base. Apesar de se dever procurar atingir a máxima transparência perante o público, para que esta abordagem integrada funcione na prática poderá ser necessário explorar a possibilidade de distinguir entre uma área de acesso público e uma área de acesso restrito. No entanto, uma tal área de acesso restrito deverá ser limitada às necessidades de funcionamento das instituições. 1 Anexo do AII, parte II, ponto /1/16 REV 1 ap/fc 4
5 3. Uma maior transparência do processo do trílogo, sem comprometer a sua eficácia Ponto 38: As três instituições deverão assegurar a transparência do processo legislativo, com base na legislação e na jurisprudência aplicáveis, incluindo o tratamento adequado das negociações trilaterais. O Parlamento Europeu e o Conselho são os principais responsáveis pelas modalidades práticas em que funcionam os trílogos. O processo do trílogo já demonstrou a sua eficácia como instrumento para gerir complexas negociações interinstitucionais num prazo relativamente limitado. Quando a legislação proposta diz respeito aos direitos dos cidadãos, das empresas ou de organizações, os trílogos suscitam grande interesse do público. No intuito de satisfazer as expectativas legítimas do público de ser mais bem informado sobre o processo sem afetar negativamente a sua "vitalidade e flexibilidade" (tal como reconhecidas na Declaração comum sobre as regras práticas do processo de codecisão 2 ) poder-se-ão explorar duas opções. A primeira consistiria em aumentar a transparência dos mandatos de negociação (do Conselho). A segunda visaria assegurar uma comunicação melhor e mais proativa dos resultados das negociações no âmbito do trílogo. 2 JO C 145 de , p. 5 (ponto 7) /1/16 REV 1 ap/fc 5
6 Mandatos de negociação do Conselho Para o Conselho, a comunicação no domínio do processo legislativo ordinário constitui um desafio especial, na medida em que o público e os meios de comunicação social demonstram mais interesse durante as fases intermédias da negociação (adoção de mandatos e trílogos bem sucedidos, em que a Presidência normalmente se sente na obrigação de manter a discrição) do que na fase da adoção formal. Em contrapartida, o Parlamento Europeu comunica permanentemente com os meios de comunicação social durante todas as fases intermédias do processo legislativo, bem como após a conclusão das negociações do trílogo. Hoje em dia esbatem-se as linhas de comunicação entre os canais institucionais e os média sociais que cada vez mais ultrapassam os primeiros na divulgação de informações ao público. Seria do interesse do Conselho melhorar a comunicação ao público dos resultados positivos alcançados durante as fases intermédias, por exemplo, quando adota um mandato de negociação, que o Conselho poderá esforçar-se por tornar público, salvo se existirem motivos válidos para não o fazer, ou quando a Presidência chega a um acordo com o Parlamento Europeu ou quando o Coreper aprova os resultados das negociações do trílogo. Isso também facilitaria ainda mais a rastreabilidade de um determinado dossiê. Comunicação ativa dos resultados dos trílogos Ponto 38: As três instituições deverão melhorar a comunicação com o público durante todo o processo legislativo e, em particular, deverão anunciar conjuntamente a conclusão bem sucedida do processo legislativo no âmbito do processo legislativo ordinário assim que tiverem chegado a acordo, nomeadamente através de conferências de imprensa conjuntas ou por outros meios adequados. O anúncio conjunto da conclusão bem sucedida do processo legislativo foi um elemento consagrado no AII anterior e reiterado na Declaração comum sobre as regras práticas do processo de codecisão 3. Não obstante, não é comum a emissão conjunta de comunicados de imprensa ou a realização conjunta de conferências de imprensa, mas são opções que poderiam ser exploradas. O Conselho poderá procurar chegar a um entendimento com o Parlamento Europeu para que pelo menos alguma comunicação factual dos resultados do trílogo possa ter lugar de forma mais coerente e imediatamente após o trílogo final. Este tipo de comunicação conjunta e, por conseguinte, coerente daria aos cidadãos uma imagem mais equilibrada dos progressos alcançados nas negociações. 3 Ponto /1/16 REV 1 ap/fc 6
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