ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS



Documentos relacionados
GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

ei!t~ ~,.,,,' ~ "o;...,,'v,.~. "r GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

GoVERNO 00 EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazetldtl I

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Impugnação: Impugnante: Metalgráfica São Miguel Ltda PTA/AI: 02.

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - CONAT CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS - CRT

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda Contencioso Administrativo Tributário Conselho De Recursos Tributários 2" Câmara

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOSTRIBUTÁRIOS

ti.? ,S~ ~ \ ) .,. ~~v GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da FRUndl1, CONTENCIOSOADMINSTRATIVO TRIBUTARIO CONSELHODE RECURSOSTRIBUTÁRIOS

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA CONSELHO DE CONTRIBUINTES

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRiBUTÁRiOS

Base de cálculo= R$ 4.879,50

RESOLUÇÃO : Nº 31/11 CÂMARA DE JULGAMENTO SESSÃO : 44ª EM: 22/07/2011 PROCESSO : Nº 0132/2010 RECORRENTE : DIVISÃO DE PROCEDIMENTOS ADM.

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da FnzcruJn CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - CONAT CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS - CRT

Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Autuante : PALLOMA R. M. PESSOA GUERRA E CÉSAR JÚNIOR S. SILVA. Relatora : CONSª. GIANNI CUNHA DA SILVEIRA CAVALCANTE.

~1&i~ ;. \ I. ~",~ ~/ GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ

Secretaria da Fazenda COIIfTENCIIOSCllADl"sn~mIOT'RBITÁRO- CONAT CON5EI.HODE RECURSOSI"RBI1'ARKJs.. C R T

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS

Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS R E L A T Ó R I O

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /13/1ª Rito: Sumário PTA/AI:

SECRETARIA DE ESTADO DA RECEITA CONSELHO DE CONTRIBUINTES

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DA TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS ACÓRDÃO Nº 0115 /2015-CRF

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Nota Tributária do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais

RECURSO- RECURSO VOLUNTÁRIO ACÓRDÃO 4ª JJF Nº /03

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

RECURSO- RECURSO VOLUNTÁRIO ACÓRDÃO 4A JJF Nº /02

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA CONSELHO DE CONTRIBUINTES

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /13/2ª Rito: Sumário PTA/AI: Impugnação: 40.

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA Contencioso Administrativo Tributário Conselho de Recursos Tributários 1a Câmara de Julgamento

RESOLUÇÃO N ^ /2006 Ia CÂMARA SESSÃO DE 17/07/2006

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Impugnação: e Impugnante: F.L. Smidth Com. Industria Ltda.

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DA BAHIA PROCESSO- A.I. Nº /00 RECORRENTE- GERDAU S.A. RECORRIDA- FAZENDA PUBLICA ESTADUAL

Superior Tribunal de Justiça

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA CONSELHO DE CONTRIBUINTES RECURSO Nº (26.189) ACÓRDÃO Nº RECORRENTE TRANSOCEAN SEDCO FOREX BRASIL LTDA.

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazendn, CONTENCIOSOADMINSTRATIVOTRIBUTARIO CONSELHODE RECURSOSTRIBUTÁRIOS

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /11/3ª Rito: Sumário PTA/AI: Impugnação: 40.

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /10/3ª Rito: Sumário PTA/AI:

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DA BAHIA PROCESSO- A.I. Nº /00-5 RECORRENTE- JEQUITAIA TECIDOS LTDA.

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /12/1ª Rito: Ordinário PTA/AI: Recurso Inominado: 40.

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda, CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTARIO CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

f \;~ ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA

JUNTA DE REVISÃO FISCAL

GOVERNO DA PARAÍBA. Secretaria de Estado da Receita. Conselho de Recursos Fiscais

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /15/3ª Rito: Sumário PTA/AI: Impugnação: 40.

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA Contencioso Administrativo Tributário Conselho de RecursosTributários 1a Câmara de Julgamento

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA CONSELHO DE CONTRIBUINTES RECURSO Nº (23.816) ACORDÃO Nº RECORRENTE COMPANHIA BRASILEIRA DE OFFSHORE

Superior Tribunal de Justiça

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Operação de Venda Presencial com Entrega Interestadual

Publicado no Diário Oficial n o 4.412, de 10 de julho de

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO. CONAT CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS - CRT

Desembargador JOSÉ DIVINO DE OLIVEIRA Acórdão Nº E M E N T A

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

GOVERNO DA PARAÍBA. Secretaria de Estado da Receita. Conselho de Recursos Fiscais

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA CONSELHO DE CONTRIBUINTES. - Junta de Revisão Fiscal. - Conselheiro Eduardo Caetano Garcia

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO CARTILHA DO ADVOGADO

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA CONSELHO DE CONTRIBUINTES

GOVERNO DA PARAÍBA. Secretaria de Estado da Receita. Conselho de Recursos Fiscais

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda

Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

RECORRIDA : GERÊNCIA EXECUTIVA DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS PREPARADORA RRJP RECEBEDORIA DE RENDAS DE JOÃO PESSOA

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por ANA CAROLINA BRANDÃO SALGADO.

ARMAZENS GERAIS BREVE ESTUDO

DO Ó CATÃO E MARIA JOSÉ LOURENÇO DA SILVA

O processo é encaminhado pela julgadora singular à assessoria técnica do CAT para verificação dos documentos acostados pela impugnante.

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Sessão de 17 de setembro de CONSELHEIRO ANTONIO SILVA DUARTE - CONSELHEIRO GUSTAVO MENDES MOURA PIMENTEL

Guia do ICMS - São Paulo: Vending Machine - Máquinas Automáticas

GUERRA FISCAL: SÃO PAULO E ESPÍRITO SANTO ICMS - IMPORTAÇÃO

Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Fazenda Conselho de Contribuintes RECURSO Nº ACÓRDÃO Nº 13.

GOVERNO DA PARAÍBA. Secretaria de Estado da Receita. Conselho de Recursos Fiscais

VOL/CRF-326/2009 RECORRENTE: JMA COMÉRCIO

RECURSO Nº ACÓRDÃO Nº RECORRENTE MUNDIVOX TELECOMUNICAÇÕES LTDA RECORRIDA DÉCIMA SEGUNDA TURMA DA JUNTA DE REVISÃO FISCAL

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /15/3ª Rito: Sumário PTA/AI: Impugnação: 40.

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

ACÓRDÃO Nº 191/2015 RELATÓRIO

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /12/2ª Rito: Sumário PTA/AI: Impugnação: 40.

ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

GoVERNO 00 EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda,

EsTADO DO CEARÁ Secretaria,la Fazellda, CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTARIOS

CONSELHO DE RECUROS FISCAIS DO ESTADO DE RORAIMA RESOLUÇÃO Nº

Transcrição:

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS RESOLUÇÃO N 360/2010 2 8 CÂMARA DE JULGAMENTO SESSÃO ORDINÁRIA DE: 24/08/2010. PROCESSO N 1/4646/2008 AUTO DE INFRAÇÃO N 2/200810971 RECORRENTE: SKY BRASIL SERVIÇOS LTDA. RECORRIDO: Célula de Julgamento de 1a Instância RELATOR: ANTÔNIO GILSON ARAGÃO DE CARVALHO RELATÓRIO: EMENTA: TRANSPORTE DE MERCADORIA ACOMPANHADA DE DOCUMENTO FISCAL INIDÔNEO. Acusação fiscal que versa sobre transporte de mercadorias acompanhadas de documentos fiscais inidôneos, eis que os mesmos contêm declarações inexatas, haja vista a operação descrita ser incompatível com a efetivamente realizada, uma vez que a mesma se refere à Remessa por Conta de Contrato de Comodato sem, contudo, se enquadrar no referido tipo de contrato. Rejeitada preliminar de Diligência Fiscal. Auto de Infração IMPROCEDENTE. Recurso Voluntário Conhecido e provido. Decisão UNANIMIDADE DE VOTOS, nos termos do voto do Conselheiro Relator e em consonância com o Parecer do representante da Procuradoria Geral do Estado, modificado oralmente em sessão. Consta da inicial do presente processo que a empresa acima identificada transportava mercadoria acobertada por documento fiscal inidôneo, uma vez que a operação não era compatível com a descrita na nota fiscal. O processo em análise foi instruído com o Auto de Infração n 200810971-5, Informações Complementares, Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas nos 506764, 505974, 506763, 507679, 506760 e 507686, Notas Fiscais de nos53481, 53543, 54034, 53548, 53608, 53622 e 53549, Demonstrativo dos Cálculos do Auto de Infração, Consultas de contribuinte, Certificado de Guarda de Mercadoria n 620/2008, AR referente ao Auto de Infração e peça de defesa. to de infração traz o seguinte relato: ransporte de mercadoria acobertada por documentos fiscais inidôneos. A autuada emitiu as Notas Fiscais 53481, 53543, 53548, 53608, 53622 e 53549 para comerciantes varejistas e não destacou o ICMS sob o argumento de que se trata de uma operação em comodato, entretanto, após

análise dos fatos concluímos que a operação não se enquadra num contrato de comodato. (para maiores detalhes vide Informações Complementares)." A sanção aplicada ao fato foi a penalidade que se encontra prevista no artigo 123, inciso IIl, alínea "a" da Lei n 12.670/96, alterado pela Lei n 13.418/03, exigindo ICMS no valor de R$ 33.175,74 e multa do infrator no montante de R$ 58.545,44. Na Informação Complementar ao auto de infração (fls. 3 a 6), o autuante esclarece o seguinte: a) que ao analisar as notas fiscais nos53481, 53543, 53548, 53549, 53608, 53622 e 54034 lavrou o presente auto de infração, posto que a empresa autuada emitiu as referidas notas fiscais como Natureza da Operação: COMODATO, não destacando o valor do ICMS, entretanto tal procedimento foi efetuado com o intuito de burlar o Fisco, uma vez que se observa que tal operação não caracteriza um comodato; b) que de acordo com o artigo 579 do Código Civil Brasileiro "o comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto"; c) que de acordo com essa definição as mercadorias constantes nas notas fiscais nos 53481, 53543, 53548, 53549, 53608, 53622 e 54034, não podem ser objeto de comodato; d) que analisando o material descrito nas referidas notas fiscais observa-se que se tratam de equipamentos para recepção de sinal de TV a cabo via satélite da SKY, sendo que as empresas que constam como destinatárias das mercadorias são todas comerciantes pois apresentam as seguintes atividades principais: d.l) Satélite Center Comércio e Serviços de Instalação Ltda - Comércio Varejista Especializado de Eletrodoméstico; d.2) Luciano Schaitel- Comércio Atacadista de Equipamentos de Infonnática; d.3) Sydney Muel1er - Comércio Varejista Especializado de Eletrodoméstico; e) que não seria viável para o comandante oferecer em comodato dezenas de aparelhos para recepção de TV a cabo para um mesmo comodatário se o real intuito fosse que o mesmo usasse os referidos bens, pois basta um único aparelho para satisfazer todas as necessidades das comodatárias; f) que além disso, para obter um aparelho para recepção de TV a cabo via satélite pressupõe-se que fosse oferecido a assinatura para cada aparelho para que as comodatárias usassem os referidos bens, no entanto, na SKY não disponibilizou as assinaturas para os supostos comodatários; g) que o contrato feito pela SKY com os comodatários não se caracteriza como um contrato de comodato e sim, como um contrato de venda em consignação, já que o objetivo é que os aparelhos sejam vendidos ou repassados para terceiros e, portanto, os documentos foram considerados inidôneos com base no que dispõe o artigo 131, inciso III do Decreto n 24.569/1997; h) que conclui-se que a natureza da operação descrita nas notas fiscais nos 53481, 53543, 53548, 53549, 53608, 53622 e 54034 comodato, não condiz com a realidade e que só foi utilizada com o intuito de tentar burlar a fiscalização para não pagar o ICMS, pois um contrato de comodato se caracteriza por: h.l) ser um contrato pessoal e de uso; h.2) se referir a coisas não fungíveis; h.3) ter sido oferecida uma grande quantidade de antenas para quatro empresas, sendo que bastava um único aparelho para satisfazer as necessidades de cada uma; h.4) não ter sido oferecida a assinatura para que as empresas recepcionasseni cisinal, logo, essas antenas não podem ser usadas pelas compdatárias e, portanto, o objetivo é que repassem os aparelhos; h.5) que desse modo, fica a autua' a obrigada ao pagamento do ICMS no valor de R$ 33.175,74 e multa no montante de R$ 5.545,44. ua manifestação defensória a autuada alega que: a a impugnante tem por objeto, dentre outras atividades, a prestação de serviços de te omuni ções na modalidade de televisão por assinatura via Direct-To-Home (DTH), sendo que ch nte dquire um equipamento decodificador e formaliza sua adesão à base de assinantes da d te por intermédio da assinatura de um contrato de prestação de serviços;

," b) aduz que remete a título de comodato a seus parceiros comerciais, as antenas, os receptores de sinal, os cabos, os conectores e os kits que devem ser instalados no domicílio do tomador dos serviços para que em conjunto com o equipamento decodificador já adquirido, componham o sistema necessário para a efetiva recepção dos sinais DTH transmitidos pela impugnante; c) assevera que entre os dias 12 e ]3 -de agosto de 2008 remeteu antenas, LNBs, kits, cabos e conectores para seus parceiros comerciais localizados no Estado do Ceará, ocasião em que não destacou o ICMS devido nas operações, tanto em virtude da natureza das remessas realizadas, quanto do fato de que os bens remetidos consistiam em bens de seu ativo permanente, no entanto, a fiscalização descaracterizou as operações considerando como vendas exigindo ICMS em favor do Estado do Ceará, considerando que a operação teria sido acobertada por documentos fiscais inidôneos e apreendendo as mercadorias objeto das operações amparadas pelas notas fiscais autuadas; d) a defendente discorre fartamente sobre contrato de comodato e o modo de operar da empresa, colacionando, ainda, jurisprudência sobre o assunto; e) por fim, questiona o fato de que a fiscalização não pode alterar a definição do conceito de operações em empréstimos tomado do Direito Civil para alargar o campo de incidência do ICMS e exigir imposto sobre operações não tributáveis. No julgamento de primeira instância, a autoridade julgadora decidiu pela procedência da ação fiscal entendendo, dentre outros argumentos, que: a) no que diz respeito ao questionamento de que se trata de operação de contrato de comodato firmado entre a impugnante e seus clientes localizados no Estado do Ceará, convém esclarecer que a julgar pelos quantitativos de equipamentos grafados nas Notas Fiscais nos 53481, 53543, 53548, 53549, 53608, 53622 e 54034, descaracteriza totalmente uma operação de contrato de mútuo; b) que não foi firmado contrato relativo às mercadorias objeto de autuação, porquanto, os contratos trazidos à colação pela defendente se refere a outros equipamentos anteriormente enviados, haja vista que firmados em data bem anteriores ao presente caso e, portanto, sem nenhuma validade jurídica. Com efeito, se há um contrato firmado entre partes, no caso presente, o contrato de comodato, é necessário que esses equipamentos possam um dia ser devolvidos e devem se referir fielmente àquela mesma circunstância, uma vez que tal operação se caracteriza como isenta de cobrança de ICMS; c) que a cada remessa, há de existir um contrato firmado em cartório entre as partes. Inconformada com a decisão singular, a autuada dela recorre, conforme Recurso Voluntário que repousa nas fls. ]] 7 a 131 do p. processo, alegando em seu favor, basicamente, os mesmos argumentos utilizados na impugnação apresentada, conforme fls. 33 a 44 do p. processo. A Consultoria Tributária opinou, conforme Parecer no204/2010, pela confirmação da decisão singular condenatória de primeiro grau. Todavia, o nobre Procurador modificou a decisão oralmente em sessão. síntese, este é o relatório. OTO DO RELATOR Aduz a peça vestibular dos presentes autos que o autuado incorreu no ilícito fiscal, dizendo a empresa acima identificada transportava mercadoria acobertada por documentos s inidôneos, tendo em vista que a autuada emitiu várias notas fiscais para comerciantes istas e não destacou o imposto sob o argumento de que se trata de uma operação em comodato.

A propósito, comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis, para uso durante certo prazo e posterior devolução da coisa emprestada, findo o prazo do empréstimo. O comodato se completa com a tradição do objeto. será comodato, A gratuidade do empréstimo é indispensável, pois se houver ônus ou pagamento não e sim contrato de locação da coisa. Diz o art. 579 do Código Civil que: Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto. O comodato tem as seguintes características: a) gratuidade do contrato; b) conclusão do contrato com a tradição da coisa, e c) infungibilidade do objeto; A extinção do comodato ocorre nas seguintes hipóteses: a) em decorrência do término do prazo contratual, ou este não existindo, findo o período de utilização para o qual foi acordado, a exemplo de término da obra. b) pela resolução do contrato feita pelo comodante em decorrência de quebra de cláusula contratual, sobretudo no uso inadequado do bem por parte do comodatário; no artigo 581; c) por sentença do juiz, a pedido do comodante, provada a necessidade urgente prevista d) pela morte do comodatário se a coisa emprestada era para uso exclusivo e pessoal do comodatário, não sendo neste caso repassado aos herdeiros. Convém ressaltar que o art. 4 do RICMS, prevê o seguinte: "Art. 4 O ICMS não incide sobre: VIII - operações resultantes de comodato, locação ou arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário, observado o disposto no artigo 662; Parágrafo único. Para os efeitos do inciso VIII deste artigo, entende-se por: I - comodato: a operação de empréstimo a título gratuito de bens móveis infungíveis, a qual se perfaz com a simples tradição do objeto, mediante contrato escrito; Pelo visto, as operações resultantes de celebração de contratos de locação ou comodato, em razão de não implicarem em circulação de mercadorias, por não haver mudança de titularidade, mas apenas deslocamento físico, não poderão materializar o fato gerador do ICMS. Neste sentido, também, é o entendimento do Supremo Tribunal Federal, vejamos: ICMS. MODELOS E MOLDES. COMODATO. Provido o recurso para afastar a incidência do ICMS sobre a remessa de moldes e modelos, sob o regi e de comodato, para outros Estados, ex vi do art. 334, III, do DL n. 406/68 e da Súmula n. 57 do STF. REsp I59.832-SP, ReI. Min. Milton Luiz Pereira, julgado em 151212001. " úmula 573: Não constitui Fato Gerador do Imposto de Circulação de Mercadorias a saída física de máquinas, utensílio e implementos a título de comodato." Cumpre destacar, que no processo a empresa autuada anexou alguns contratos com as arceiras, o que denota, na realidade, que os equipamentos não têm o objetivo de ser cializado. ~

Todavia, malgrado o exposto propus diligência fiscal no sentido de solicitar da autuada os contratos celebrados com as parceiras domiciliadas no Estado do Ceará, contudo entendeu este colegiado, por maioria de votos, que é despiciendo tal proposta, por entenderem que o processo está devidamente instruído. Isto posto, com esteio nas razões de fato e direito ora evidenciadas, no mérito, voto pela improcedência da presente ação fiscal em conformidade com o Parecer do representante da Procuradoria Geral do Estado, modificado oralmente em sessão. DECISÃO: RESOLVEM, os membros da 2 3 Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos Tributários, resolvem, por unanimidade de votos, conhecer do Recurso Voluntário. Com referência a solicitação de Diligência suscitada pelo conselheiro relator - Afastada por maioria de votos. Vencido o voto do proponente. No mérito, por unanimidade de votos, a 2 3 Câmara resolve dar provimento ao recurso interposto, para modificar a decisão proferida em 1 3 Instância, e julgar improcedente a presente ação fiscal nos termos do voto do Conselheiro Relator e de acordo com o Parecer do representante da Procuradoria Geral do Estado, modificado oralmente em sessão. ~ À.J--- Samuel Aragão Silva CO f~~marq.esneto CONSEL~~. 1n (),-\L~~~~ Ubirlttan Ferreira de Andrade PROCURADOR DO ESTADO Marcos Antônio Brasil ~ Sebastião Almeida Araújo Tereza Cristina Homsi Cavalcante CONSULTORA TRlBUT ÁRIA