RESUMO EXPANDIDO Linha Temática: Universidade e Escola O Pibid e as contribuições das oficinas no Ensino de Biologia em Cursos Técnicos Profissionalizantes Introdução MORAIS, Chrysna Gabriella Pereira; Professora Supervisora do Subprojeto Biologia - Educação Profissional gabriella_morais@hotmail.com SANTOS, Magno Clery da Palma. Coordenador do Subprojeto Interdisciplinar-Educação Ambiental clerypiata@gmail.com O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência - PIBID pode ser entendido como uma aliança entre a escola e a universidade. Através dele, os alunos dos cursos de licenciatura têm a possibilidade de se inserir no ambiente escolar, o que costumava acontecer apenas nos momentos de estágio. Por outro lado, os professores podem aprimorar suas práticas, estabelecendo trocas de ideias com os bolsistas. Para os alunos, traz a possibilidade de aulas mais dinâmicas, incorporando metodologias inovadoras, com a execução de oficinas direcionadas ao conteúdo da disciplina. Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar. Foi assim, socialmente aprendendo, que ao longo dos tempos mulheres e homens perceberam que era possível - depois, preciso - trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar. (FREIRE, 1996). As atividades desenvolvidas no projeto podem ser classificadas em algumas etapas: encontros para estudo e reflexão de temas como etnografia, interdisciplinaridade, experimentação, produção de material didático, saberes docentes; observações do cotidiano escolar; planejamento e intervenções didáticas; replanejamento, objetivando avaliar todo o percurso trilhado no período de desenvolvimento do projeto. Tais atividades resultam na produção individual de relatórios mensais, o que além de permitir a avaliação e reelaboração da prática, possibilita o constante desenvolvimento de habilidades na escrita.
Os bolsistas, supervisores e coordenadores dispõem do acesso ao Ambiente Virtual de Aprendizagem, no qual são inseridas as diversas produções realizadas através do Programa. Assim, através da aliança entre o ensino, a pesquisa e a extensão, tem-se a possibilidade de produção de trabalhos pelos alunos, supervisores e bolsistas, contribuindo para a formação dos mesmos e socialização de resultados obtidos com o projeto. O domínio de questões relacionadas à Biologia leva o indivíduo a compreender diversas questões, como os atuais problemas ambientais, os avanços na genética, as questões relacionadas à saúde, entre outros. Como o Projeto está sendo realizado em uma escola de ensino Médio Integrado, vale ressaltar que de acordo com o PARECER CNE/CEB Nº 16/99, os sistemas de ensino possuem autonomia para elaboração de seu currículo, de acordo com as necessidades de sua realidade como escola profissional. Para Araújo (S/D), é no Ensino Médio que são desenvolvidos a autonomia intelectual e o pensamento crítico. É também nesse estágio que se tem a compreensão dos aspectos científicos e tecnológicos, essenciais para a educação profissional. Cabe ao professor buscar estratégias para despertar o interesse dos alunos pelo que é ensinado. Soares (2008) sugere a utilização de jogos capazes de criar discussões significativas sobre o assunto. Para o autor, o jogo deve ser cuidadosamente estudado a fim de manter desafios que permitam a motivação pela atividade. Desde 1838, com o ensino público secundário no Brasil, os materiais didáticos utilizados para o ensino de ciências já mostravam ter grande importância. (Barra, 1986). Para a autora, a história aponta diversos movimentos que objetivaram melhorar o ensino de ciências nas escolas brasileiras através da inserção de novos materiais didáticos. Esse trabalho tem como objetivo discutir as contribuições do Projeto Pibid para a ação do professor na abordagem do conteúdo de Biologia. Para isso, trago aqui algumas abordagens sobre as oficinas e jogos realizados nas aulas da disciplina em três turmas do Ensino Médio Profissionalizante, auxiliando no processo de ensinoaprendizagem em Biologia. Metodologia Local da pesquisa
O PIBID tem como uma de suas escolas parceiras o Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde Adélia Teixeira, uma unidade de Ensino Médio Integrado, que oferece quatro cursos técnicos: Técnico em Enfermagem, Técnico em Nutrição e Dietética, Técnico em Segurança do Trabalho e Técnico em Análises Clínicas. A escola possui um total de 961 alunos, aproximadamente 70 professores e quatro membros na direção. Nos turnos matutino e vespertino, a escola atende ao público que ingressa no Ensino Médio, com cursos que duram quatro anos. No noturno, oferece os cursos nas modalidades Profissionalizante Subsequente (Prosub), em quatro módulos e Profissionalizante da Educação de Jovens e Adultos (Proeja), em cinco módulos. O PIBID (subprojeto Biologia) está sendo desenvolvido com as turmas de segundo ano matutino nos cursos de Nutrição, Enfermagem e Segurança do Trabalho. Leciono a disciplina de Biologia nas três turmas, além de Biologia, Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho (BMASST) na última. Essa pesquisa foi desenvolvida a partir da minha análise, enquanto supervisora, sobre as contribuições trazidas pelas oficinas nas aulas de Biologia. Após a descrição, discuto a importância delas para a aprendizagem dos alunos, relatando a relevância de atividades como essas para enriquecimento da prática pedagógica. Material de Estudo No Projeto Pibid, subprojeto Biologia, foram realizadas até o momento duas oficinas. Esse trabalho abordará a primeira delas, relacionada ao conteúdo Citoplasma, que objetivou a compreensão sobre as organelas nele encontradas. Optamos por desenvolver as mesmas oficinas nas três turmas de Biologia. Os resultados serão abordados sem especificar a turma de aplicação da oficina. E, embora reconheça que os resultados obtidos não são os mesmos, pois são peculiares em cada contexto, nesse trabalho não busco discriminar e comparar os resultados entre as turmas, mas estabelecer discussões gerais sobre suas contribuições para minha atividade docente. Resultados e Discussão A oficina foi intitulada como Montagem de maquetes de Citoplasma, que foi seguida da aplicação do jogo sobre Organelas Citoplasmáticas. Nesse trabalho, a oficina será descrita seguindo-se algumas discussões sobre sua contribuição.
A realização de oficinas deu sequência às aulas expositivas sobre o citoplasma e organelas. Anteriormente, ressaltei nas aulas expositivas alguns aspectos como: organelas específicas de células animais ou vegetais, semelhanças e diferenças entre células procariontes ou eucariontes; e formas e funções de cada organela citoplasmática. Foi solicitado aos alunos que realizassem a montagem de células animais em grupos, que foram apresentadas posteriormente. A elaboração das maquetes desenvolveu nos alunos habilidades na identificação visual de estruturas celulares e a utilização de diferentes materiais por cada grupo enriqueceu a prática, pois os mesmos estabeleciam relações entre as organelas representadas e os materiais que utilizaram. As bolsistas produziram uma maquete de célula procariótica e outra vegetal, que após as apresentações foram comparadas com as produzidas pelos alunos. Nesse momento, foram demonstradas as principais diferenças entre a célula procariótica e eucariótica; e entre a célula animal e vegetal. A construção do conhecimento através dessas atividades possibilitou avanços na aprendizagem sobre organelas citoplasmáticas. Alguns alunos chegaram a relatar que na avaliação se recordaram de algumas organelas fazendo associações a partir da maquete que produziram. Referiam-se aos materiais que tinham utilizado, às discussões no grupo sobre o aspecto que determinada organela possuía e à própria demonstração das produções, feita pelos alunos de cada grupo. A finalização através do jogo, onde o objetivo era associar a imagem da organela ao nome e função exercida, auxiliou na produção de conhecimentos de forma lúdica, contribuindo ainda para a integração entre os alunos. Os materiais produzidos pelos bolsistas trouxeram contribuições para minha prática, pois me permitiu estabelecer comparações visuais remetendo aos diferentes tipos celulares, os quais abordei no início do ano letivo. Assim, embora os alunos já tivessem no caderno as imagens sobre células eucariontes (animal e vegetal), e procarionte, foi nesse momento que puderam visualizar melhor as características que definiam cada tipo celular. A utilização de jogos bem elaborados pode auxiliar o educador a propor discussões bastante significativas sobre determinados temas. Para Soares (2008), é necessário que o nível de dificuldade dos jogos seja desafiador de forma que motive os alunos. Por fim, o Pibid tem trazido contribuições na formação profissional de licenciados que tem a possibilidade de se inserir no campo de atuação, a escola. Auxilia
também na aprendizagem dos alunos e na atividade do professor, que aliado às aulas expositivas, tem a possibilidade de abordar os conteúdos de forma mais atrativa. Assim, de diversas formas, observamos a importância desse projeto na construção dos conhecimentos. Considerações Para Freire (1996), a docência e a discência se complementam, pois quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Isso tem sido observado em nossas práticas do Projeto Pibid, pois muitas têm trazido contribuições para os alunos, bolsistas e supervisores. Através de oficinas antecedidas por períodos de observações das aulas, tem sido possível a aprendizagem de conteúdos de Biologia de formas lúdicas. Os bolsistas têm a possibilidade do contato com o ambiente escolar, inserindo-se na profissão e ao professor da disciplina, supervisor no projeto, é dada a possibilidade de enriquecimento profissional, com o aprimoramento de suas práticas. Além das contribuições para coordenadores, bolsistas e supervisores, através dos estudos realizados semanalmente e produções escritas que acontecem periodicamente. Observa-se através do projeto, a efetivação da aliança entre ensino, pesquisa, e extensão, essencial para a boa formação profissional. Referências ARAUJO, R.M.L. A reforma da educação profissional sob a ótica da noção de competências. Disponível em: <http://www.senac.br/bts/283/boltec283a.htm >. Acesso em: 10 nov.2014. BARRA, V.M.; LORENS, K. M. Produção de Materiais Didáticos de Ciências no Brasil: Período de 1950 a 1980. Universidade Federal do Paraná, 1986. BRASIL. PARECER CNE/CEB Nº 16/99. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf_legislacao/tecnico/legisla_tecnico_parecer 1699.pdf.> Acesso em: 10 nov.2014. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 39. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. SOARES, M. Jogos para o ensino de química: teoria, métodos e aplicações. Ed. Ex Libris. Guarapari.ES: 2008.