Luís Lima Fortes O PAPEL DO SUPERVISOR NA MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA PERSPECTIVA ESCOLA/COMUNIDADE Estudo de caso Escola do EBI nº12 de Tira-Chapéu Trabalho Científico apresentado no Instituto Superior de Educação como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharelato em Supervisão e Orientação Pedagógicas, sob orientação do Mestre José Mário Mendes Correia.
O júri: Presidente Arguente Orientador Praia,, de de 200 ii
Dedicatória Dedico este trabalho à minha mãe que desde sempre foi a minha professora, valorizando a relação escola família e, com todas as suas limitações, ensinou-me a soletrar os primeiros rudimentos escritos; Aos meus filhos, fonte de inspiração para as minhas realizações; À Querida Fló que, à sua maneira, empurrou-me para a realização deste trabalho. iii
Agradecimentos Um trabalho desta natureza não podia chegar ao fim com a qualidade que tem sem a colaboração de um conjunto de pessoas de boa vontade que de uma forma ou de outra empregaram o seu precioso tempo na construção do mesmo. A todos, os meus sinceros e profundos agradecimentos. Por não ser possível fazer referência a todos, pedimos licença para distinguir aqueles que mais se entregaram para que este trabalho projectado fosse concretizado, dirigindo uma palavra de profunda gratidão e de louvor. Ao Mestre José Mário Medes Correia, Director da Rádio e Novas Tecnologias Educativas, que aceitou ser meu orientador neste trabalho, dando todo o seu apoio para a sua finalização. Ao meu irmão Doutor Paulino Lima Fortes que, sem hesitar, prontificou-se em me ajudar nos momentos mais críticos deste trabalho. Ao Ministérios da Educação e Ensino Superior que colocou à minha disposição mais uma oportunidade de formação para melhorar a minha qualidade de intervenção pedagógica do dia-a-dia profissional. Aos directores, professores, alunos e pais/encarregados de educação da escola do Ensino Básico nº 12 de Tira Chapéu por terem respondido aos inquéritos que serviram de base do estudo de caso deste trabalho. Aos amigos Zézinha e Dias pelo apoio prestado. iv
SUMÁRIO O presente trabalho de carácter científico reflecte um estudo do possível papel do supervisor pedagógico na mediação pedagógica e uma análise desta mediação na relação entre a escola do Ensino Básico Integrado (EBI) nº 12, de Tira Chapéu, e a respectiva comunidade educativa. A relação escola/comunidade educativa em Cabo Verde não tem sido suficientemente activa ou profícua, havendo inclusivamente casos em que é marcada por conflitos entre as partes devido ao desconhecimento ou a não clarificação dos papéis que cabem a cada um dos actores. Apesar dessa situação, não estão identificados os possíveis interventores que possam mediar a referida relação. Esta situação tem raízes na predominância, entre nós, de pedagogias tradicionalistas e tecnicistas segundo as quais a escola se encontra fechada sobre si mesma, como se não fosse parte integrante e activa do sistema de vida da comunidade. Hoje, apesar das reformas de ensino realizadas em Cabo Verde e a consequente adopção de pedagogias modernas, da apropriação do conceito de escola inclusiva na política educacional, para além da aprovação de várias medidas legais que estimulam a participação dos pais e encarregados de educação e associações afins na gestão das escolas, continuamos a deparar com reclamações por parte de escolas em relação à fraca presença dos pais e encarregados de educação, da prática por parte de alguns alunos de actos de violência, bem como a indiferença das restantes instituições da comunidade na relação com a escola. Neste trabalho, apresentamos uma revisão bibliográfica da supervisão e mediação pedagógicas e a nossa reflexão sobre a relação escola/comunidade. De seguida, apresentamos a caracterização da escola do Ensino Básico da comunidade de Tira Chapéu e o estudo empírico baseado no inquérito por questionário dirigido aos alunos, professores, gestores, pais encarregados de educação, coordenadores pedagógicos e inspectores, com o fito de analisar o estado do relacionamento da escola de Tira Chapéu com a mesma comunidade educativa e daí deduzir reflexões sobre o papel do supervisor pedagógico na mediação desta relação e tirar conclusões que nos ajudam a aceitar ou rejeitar as hipóteses levantadas na investigação. A análise qualitativa dos dados foi executada na conhecida ferramenta Excel. v
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS UTILIZADAS BM Banco Mundial DIFOP.. Direcção de Informação, Formação e Organização Pedagógica EBI Ensino Básico Integrado ETC.. Escola de Tira Chapéu EHEPPE.. Escola de Habilitação Professores de Posto Escolar Excel Programa da Microsoft para tratamento de dados IDH. Índice de Desenvolvimento Humano INE Instituto Nacional de Estatística IGE Inspecção-geral de Ensino IP Instituto Pedagógico ISE Instituto Superior de Educação LBSE Lei de Base do Sistema Educativo MEES Ministério de Educação e Ensino Superior ONU. Organização Das Nações Unidas PIB Produto Interno Bruto PREBA Projecto Renovação e Extensão do Ensino Básico PRESE. Projecto Renovação e Extensão do Ensino Secundário US$... Dólares vi
ÍNDICE GERAL CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO.......1 1.1 Contextualização do problema....1 1.2 Relevância do tema... 3 1.3 Objectivos do estudo.4 1.3.1 Objectivos gerais....4 1.3.2 Objectivos específicos.... 4 1.4 Hipóteses...5 1.5 Metodologia......5 1.5.1 Métodos e técnicas.... 5 1.5.2 Abrangência do estudo..... 6 1.5.3 A amostra..... 6 1.6 Organização do estudo. 6 1.7 Limitações e constrangimentos ao estudo..7 CAPITULO II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. 8 2.1 Supervisão Pedagógica....8 2.1.1 Conceito de supervisão pedagógica... 8 2.2 Cenários, e Práticas da Supervisão Pedagógica.11 2.2.1 Cenários da supervisão pedagógica..... 11 i. Cenário Imitação artesanal 12 ii. Cenário Aprendizagem pela descoberta guiada 13 iii. Cenário Behaviorista...14 iv. Cenário Clínico....14 v. Cenário Psico-pedagógico.15 vi. Cenário Pessoalista...17 vii. Cenário Reflexivo... 18 viii. Cenário Ecológico...19 ix. Cenário Dialógico....19 x. Cenário Integrador..20 2.2.2 Práticas da supervisão pedagógicas.....21 a) Pressupostos.. 21 b) Tarefas e etapas.23 vii
2.3. Perfil do Supervisor Pedagógico.. 25 2.3.1 Fundamentação...... 25 2.3.2 Atitude reflexiva..... 26 2.3.3 Competências Profissionais........28 2.3.4 Capacidade cognitiva...... 29 CAPITULO III. O PAPEL DO SUPERVISOR NA MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA....31 3.1 Mediação Pedagógica. 31 3.1.1 Visão tradicional...... 32 3.1.2 Visão progressista....... 33 3.1.3 Visão construtivista.......34 3.2 O supervisor na mediação pedagógica.... 34 CAPÍTULO IV. A SUPERVISÃO NA EDUCAÇÃO EM CABO VERDE -1975 A 2006... 36 4.1 Aspectos geográficos, demográficos e socio-económico. 36 4.1.1 Geografia e demografia....36 4.1.2 Aspectos sócio económicos....37 4.2 Acção supervisiva no sistema educativo cabo-verdiano de 1975 a 200... 38 CAPÍTULO V. CARACTERIZAÇAO DA ESCOLA DO EBI DE TIRA -CHAPÉU... 41 CAPITULO VI. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS... 44 6.1 Caracterização dos inquiridos.. 44 6.1.1 Caracterização dos alunos e dos pais/encarregados de educação.... 44 6.1.2 Caracterização dos professores... 45 6.1.3 Caracterização coordenadores pedagógicos......45 6.1.4 Caracterização inspectores escolares... 46 6.2 Análise descritiva das afirmações 46 6.2.1 Afirmações dos alunos....... 46 6.2.2 Afirmações dos pais/encarregados de educação....... 47 6.2.3 Afirmações dos professores... 48 6.2.4 Resultado global dos dados recolhidos entre os inquiridos por questionário.... 50 6.3 Analise de conteúdo das entrevistas.... 51 6.3.1 Opinião dos entrevistados... 51 a) Coordenadores pedagógicos......51 b) Inspectores pedagógicos..... 53 c) Gestora do Pólo.54 CAPÍTULO VI. CONCLUSÃO... 55 RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES......58 BIBLIOGRAFIA.. 59 viii
ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1 Síntese da noção de Supervisão [Fonte: Flávia Vieira (2006:10)] 10 Quadro 2 Cenários Supervisivo [Fonte: Alarcão e Tavares (2003:17-44)] 12 Quadro nº 3 Tarefas do supervisor baseadas nos papéis que desempenham 23 Quadro nº 4 Competências e Funções do Supervisor. 27 Quadro nº 5 Alunos do Pólo nº 12 de TC 06/07. 41 Quadro nº 6 Habilitações profissionais dos docentes do Pólo nº 12 de TC. 42 Quadro nº 7 Abandono e aproveitamento dos alunos ano 2006/2007. 43 Quadro nº 8 Resultado percentual de cada resposta dada pelos alunos. 47 Quadro nº 9 Afirmações positivas e negativas dos pais encarreg. de educação. 48 Quadro nº 10 Itens seleccionados para o questionário aos professores. 48 Quadro nº 11 Afirmações e negações dos professores. 49 Quadro nº 12 Respostas dos coordenadores pedagógicos. 52 Quadro nº 13 Respostas dos inspectores escolares. 53 ÍNDICE DE FIGURAS Figura nº 1 Relação acções do supervisor e supervisado [Fonte: Sá-Chaves] 22 Figura nº 2 Fase do ciclo da Supervisão segundo Stones 24 ix
ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico nº 1 Alunos e alunas do Pólo nº 12 de TC 06/07 42 Gráfico nº 2 Habilitações profissionais dos professores do Pólo nº 12 de TC. 42 Gráfico nº 3 Retidos por ano de escolaridade no Pólo nº 12 de TC 2006/2007 43 Gráfico nº 4 Encarregado de educação dos alunos inquiridos 44 Gráfico nº 5 Família completa (pai e mãe) e incompleta como encarreg. de educ. 45 Gráfico nº 6 Habilitação profissional dos professores inquiridos 45 Gráfico nº 7 Habilitação profissional dos Coordenadores Pedagógicos. 45 Gráfico nº 8 Habilitação profissional dos inspectores pedagógicos Inquiridos 46 Gráfico nº 9 Resultado das opiniões dos alunos inquiridos 46 Gráfico nº 10 Resultado global das respostas dos alunos inquiridos. 47 Gráfico nº 11 Respostas dos pais/encarregados de educação (por item) 47 Gráfico nº 12 Resultado do questionário aos professores (por item) 49 Gráfico nº 13 Percentagem global das afirmações positivas e negativas dos professores 50 Gráfico nº 14 Resultados globais dos inquéritos (alunos, professores e pais/encar. de Educ.) 50 Gráfico nº 15 Resul. Globais dos inquiridos por questionário 51 x