AS VULNERABILIDADES DA ECONOMIA E DA SOCIEDADE BRASILEIRA EM RELAÇÃO ÀS MUDANÇAS DO CLIMA Jacques Marcovitch USP
Estado de Santa Catarina Eventos Extremos Nov/2008 Os desastres provocados pelo impacto das chuvas afetaram 60 cidades e 1,5 milhões de pessoas, com 133 mortes, 22 desaparecidos e mais de 78.000 habitantes forçados a sair de suas casas.
EVENTOS EXTREMOS NO BRASIL: CAUSAS E IMPACTOS 26 de novembro de 2009 (8h30 às 13h00) Mudanças Climáticas e seus Impactos em Áreas Estratégicas para o Brasil. Carlos Nobre (INPE e IPCC) Seca no Sul do País Gilberto Diniz (Universidade Federal de Pelotas RGS) Chuvas, Cheias e Deslizamentos em Santa Catarina Reinaldo Haas (Universidade Federal de Santa Catarina) Cheias e Inundações no Norte e Nordeste Antônio Ocimar Manzi (INPA) Apresentação do Livro e do Documentário Conhecer para sustentar: Um novo olhar sobre o Vale do Itajaí TRANSMISSÃO AO VIVO: http://www.iptv.usp.br/portal/home.jsp# Link pelo portal digital www.economiadoclima.org.br
Estudo Economia das Mudanças Climáticas no Brasil Horizonte de Tempo : 2050 Características do Estudo Espacialização: Escala Municipal com os pixels 50x50 km do CPTEC. Periodização: EMBRAPA dados com intervalos de 10 dias. IPEA dados mensais e trimestrais. MEG /USP dados anuais Modelos de Clima: Seis cenários resultando de três modelos regionais de clima x cenários A2 e B2 do IPCC Modelos Econômicos: Dois cenários sendo um cenário de inação relacionado a uma trajetória normal correspondente ao A2 do IPCC e um cenário relacionado a uma trajetória mais responsável que corresponde ao B2.
Estudo Economia das Mudanças Climáticas no Brasil Vulnerabilidades e Competências : Recursos Hídricos e Nordeste (FBDS) Produção Agrícola (EMBRAPA e IPEA) Demanda e Confiabilidade no Setor de Energia (COPPE/UFRJ) Biodiversidade e a Amazônia (IPAM, CSERGE) Elevação dos níveis do mar (COPPE/UFRJ) Saúde humana e migração (CEDEPLAR / FIOCRUZ/IPEA) Uso da terra e competição entre produção de alimentos, biocombustíveis e conservação florestal (IPEA)
Estudo Economia das Mudanças Climáticas no Brasil Figura 1 Fluxograma simplificado do estudo Mitigação Setorial Aquecimento Global Mudanças Climáticas Mitigação Setorial Rec.Hídr Biodiversidade Agricultura & Florestas Competição Food-Fuel-Forest (Inclui Amazônia & Biocombustíveis Energia Elevaç.Níveis Mar Desastres Naturais Adaptação Natural Desenvolvimento Sustentável Modelo macroeconômico de Equilíbrio Geral - CGE População & Migração Saúde Adaptação Impactos Ambientais Impacts Econômicos Impactos Sociais
Estudo Economia das Mudanças Climáticas no Brasil Cenário de altas emissões Fonte: Marengo, 2009, Marengo et al (2007).
Estudo Economia das Mudanças Climáticas no Brasil Modelo de Equilíbrio Geral Computável (EGC-USP) Análise setorial inter-relacionada, integrada a diferentes cenários climáticos e econômicos Cenários com mensuração dos impactos econômicos e distributivos em nível nacional, regional e setorial. Cenário Normal A2 : premissa de inação quanto às ações de mitigação e adaptação. Cenário Responsável B2 : estima as tendências dos impactos incorporando medidas de mitigação e adaptação.
Estudo Economia das Mudanças Climáticas no Brasil Os estudos de mitigação de gases de efeito estufa incluem as análises de custos de oportunidade para a: Intensificação do uso de biocombustíveis e a eficiência energética (COPPE/UFRJ) Redução de Emissões por Desflorestamento Evitado na Amazônia (IPAM, CSERGE) Práticas agrícolas inovadoras e mudanças no uso do solo (EMBRAPA/UNICAMP)
Entidades Consorciadas e Coordenadores INPE/CPTEC/MCT EMBRAPA UNICAMP IPEA COPPE/ UFRJ FDBS CEDEPLAR/ UFMG FIOCRUZ IPAM CSERGE FIPE/ USP José Marengo Eduardo Assad Hilton Pinto José Feres Roberto Schaeffer e Alexandre Szklo energia; Emilio La Rovere biocombustiveis; Paulo Cesar Rosman aumento do nível do mar Eneas Salati Alisson Barbieri Ulisses Canfalonieri Paulo Moutinho Bernardo Strassburg Eduardo Haddad e Carlos Azzoni
Governança Comitê Consultivo sediado na Academia Brasileira de Ciências Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas responsável pelas consultas públicas sobre os resultados. Coordenação Jacques Marcovitch ( Universidade de São Paulo), Sergio Margulis (Banco Mundial) Carolina Dubeux (COPPE/UFRJ) Estudo apoiado pelos MRE, MCT, MMA, EMBRAPA, IPEA, FAPESP e Governo Britânico
Membros do Comitê Consultivo Carlos Afonso Nobre (ABC/INPE), Carlos Henrique de Brito Cruz (FAPESP), Carlos Roberto Azzoni (FEA/USP), Fábio Feldman (FPMC), Israel Klabin (FBDS), Suzanna Kahn Ribeiro (MMA), José Domingos Gonzalez Miguez (MCT), José Goldemberg (IEE/USP), Luciano Coutinho (BNDES), Luiz Gylvan Meira Filho (IEA/USP), Luiz Manuel Rebelo Fernandes (FINEP), Luiz Pinguelli Rosa (COPPE/UFRJ FBMC), Marcio Pochmann (IPEA), Marco Antonio Zago (CNPq), Marcos Sawaya Jank (UNICA), Pedro Leite da Silva Dias (LNCC/CNPq/MCT), Sérgio Barbosa Serra (MRE), Temistocles Marcelos (FBOMS), Thelma Krug (IAI/INPE).
Recomendações de Políticas Públicas 1. Produção de alimentos 2. Saúde e inclusão social 3. Energia 4. Política territorial e uso do solo 5. Ações regionais: Amazônia; Nordeste; Mata Atlântica e Cerrado; e Zonas costeiras 6. Financiamento do desenvolvimento 7. Ciência, tecnologia e formação de recursos humanos
Políticas Publicas : Financiamento do desenvolvimento Integrar as políticas de mudanças climáticas e as políticas ambientais ás políticas de desenvolvimento Desenvolver mecanismos indutores de mitigação que combinem custos de abatimento negativos e penalidades (bônus e ônus) Dar seguimento a estudos de impactos ambientais nos âmbitos setoriais, regionais, econômicos e sociais Relacionar a política de crédito governamental e os regimes tributários a indicadores sócio-ambientais e tecnológicos Aperfeiçoar os mecanismos de indução eficiência energética, reduzindo os entraves para sua plena operacionalização Amazônia
Portal digital Acompanhe a discussão do Estudo Economia das Mudanças Climáticas no Brasil Pelo portal digital www.economiadoclima.org.br
Recomendações de Políticas Públicas 1. Produção de alimentos 2. Saúde e inclusão social 3. Energia 4. Política territorial e uso do solo 5. Ações regionais: Amazônia; Nordeste; Mata Atlântica e Cerrado; e Zonas costeiras 6. Ciência, tecnologia e formação de recursos humanos
1. Produção de Alimentos Promover o plantio direto e a substituição de pastagens degradadas por sistemas agro-silvo-pastoris Focar o melhoramento genético e a biotecnologia como alternativas de adaptação na agricultura Induzir a adaptação regional de cultivares mais tolerantes à seca e ao calor Induzir programas de governo que tendem a estabelecer uma rentabilidade adequada para a agricultura familiar Fortalecer os processos de extensão rural para transferência de tecnologia relacionada a gestão da seca e do calor, informação e treinamento aos agricultores familiares
2. Saúde e Inclusão Social Reforçar a vigilância epidemiológica e sistemas de alerta precoce, principalmente nas áreas vulneráveis como semi-árido nordestino e zonas costeiras específicas Usar os Fundos Constitucionais Regionais já existentes para aumentar a capacidade de resposta das regiões menos desenvolvidas Criar fundos específicos, contemplando financiamento internacional e parcerias com outros países
3 A. Energia Certificar o processo de produção de bioenergéticos para o cumprimento de normas ambientais e sociais Diversificar a matriz energética brasileira, aumentando a capacidade instalada com novas fontes de energia notadamente com gás natural, geração eólica e bagaço de cana Promover a co-geração a partir da biomassa, a otimização da combustão e recuperação de vapor no setor industrial, além da substituição de biomassas nãorenováveis (lenha e carvão vegetal de desmatamentos) por biomassas exclusivamente de plantações
3 B. Energia Aumentar a informação técnica, aprimorar os incentivos de eficiência energética e de substituição por fontes mais limpas, entre elas a substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes no setor residencial Atualização dos códigos municipais de obras para incluir critérios de sustentabilidade, como: controles de iluminação e índices de densidade da potência interna instalada obrigatoriedade de criação da estrutura hidráulica para posterior instalação dos sistemas de aquecimento térmico liberação mais rápida ( fast track ) para licenças de construção ou operação para projetos que incluam índices mínimos de eficiência energética para novas construções ou reformas
4. Política territorial e uso do solo Delinear, programar e monitorar, em todas as regiões do País, políticas de ordenamento do uso do solo e regularização da propriedade rural.
5. Ações regionais Amazônia Reforçar os mecanismos legais e financeiros existentes para sustar o desmatamento da Amazônia Considerar os mecanismos de incentivos como a redução das emissões por desmatamento e degradação florestal (REDD), incluindo a conservação e o manejo florestal sustentável. Os mecanismos devem abranger recursos de diferentes fontes, incluindo contribuições voluntárias para o Fundo Amazônia e outras formas de captação advindas de instrumentos de mercado
5. Ações regionais Nordeste Fortalecer programas de assistência e desenvolvimento rural Enfocar as medidas de adaptação que atenuem as desigualdades regionais, incluindo políticas de transferência de renda com porta de saída Identificar as vulnerabilidades, quantificando contingentes populacionais especialmente no semi-árido nordestino e Amazônia
5. Ações regionais Mata Atlântica e Cerrado Fomentar a proteção da biodiversidade e a criação e expansão de corredores ecológicos
5. Ações regionais Zonas Costeiras Iniciar, em regiões de baixadas de lagoas e baías, o processo de desfazimento e transferência de áreas urbanizadas em regiões a serem alagadas, ou que passarão a ter crescentes problemas de inundação Transformar áreas desocupadas em parques ou áreas de recreação, a serem eventualmente inundadas, transformando-as em áreas de amortecimento de inundação
7. Ciência, tecnologia e formação de recursos humanos Aumentar o grau de conhecimento científico sobre as mudanças do clima e seus impactos criando novas ferramentas que permitam avaliar mais detalhadamente e com maior grau de precisão estes impactos no Brasil Investir na elaboração de modelos climáticos mais complexos e refinados e buscar a compatibilidade na tendência entre os diferentes modelos Mapear detalhadamente as áreas favoráveis à irrigação e cruzar dados dessas áreas com disponibilidade de água presente e futura Fazer o mapeamento altimétrico detalhado das zonas costeiras, especialmente zonas de baixadas, monitorar a mobilidade da linha costeira e atualizar a cartografia terrestre da faixa costeira
7. Ciência, tecnologia e formação de recursos humanos Desenvolver novas tecnologias, nos campos agrícola e industrial, integrando a comunicação com centros de pesquisas ou de divulgação técnica; Capacitar a mão-de-obra local às novas demandas de um setor especializado nas regiões com grande previsão de mudança na estrutura de emprego (mecanização ou chegada da cana-de-açúcar); Elaborar diretrizes e normas técnicas para obras costeiras e marítimas que incorporem os possíveis impactos de mudança global do clima; Formar recursos humanos especializados em todas as áreas;