UNIFACS - UNIVERSIDADE SALVADOR Departamento de Ciências Sociais Aplicadas Programa de Pós-graduação em Planejamento Regional e Urbano - PPDRU Disciplina Metodologa das Ciências Sociais Aplicadas II Notas sobre como elaborar um projeto de pesquisa a. Defina seu interesse de estudo lembrando: Este é um programa Stricto sensu 1. Isto implica na produção e/ou obtenção de conhecimento. Simplificando muito e colocando em termos práticos, não se trata da elaboração de um projeto executivo ou empresarial para a solução de alguma coisa, mas de um projeto para a busca de conhecimento sobre alguma coisa. O objetivo geral de um projeto executivo é fazer alguma coisa, o de um projeto acadêmico é identificar, examinar, destacar, localizar, focar, explorar, apresentar o conhecimento científico ( as razões ou motivos) que poderão indicar/justificar uma determinada ação (objetivo de um projeto executivo, tal como instrumentalizar ou justificar uma proposta de política pública, um arranjo produtivo, uma cooperativa, um plano; etc.). b. Defina seu interesse de estudo lembrando o regimento do curso: Art. 1º. O Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano Mestrado e Doutorado - de natureza acadêmica, através das suas áreas de concentração e linhas de pesquisa, visa promover a formação de mestres e doutores em desenvolvimento regional e urbano com o objetivo de formar e capacitar profissionais para o exercício das atividades de ensino, pesquisa e extensão, assessoria e consultoria em instituições públicas e privadas e da sociedade civil. Parágrafo único. As áreas de concentração a que se refere o caput deste artigo e suas respectivas linhas de pesquisa são as seguintes: I Área de Concentração em Processos Urbanos e Regionais do Desenvolvimento As transformações em curso na sociedade e na economia hoje, que se identificam com a substituição de formas modernas de produção e de consumo por modos internacionalizados de movimentos do capital e do trabalho, têm desdobramentos progressivos e cumulativos na concentração do capital, na mobilidade do trabalho e na territorialidade do sistema produtivo. Os aspectos Parecer CFE no 977/65, aprovado em 3 dez. 1965, alterado posteriormente em partes, mas a essência permanece.
econômicos, sociais, políticos, institucionais, culturais e ideológicos desses movimentos, interagem nos planos internacionais, nacionais e regionais, tendo a urbanização como uma referencia de modos de vida, incerteza de renda e exclusão social. Neste contexto, os estudos regionais são revitalizados e ganham atualidade, assim como oferecem ferramentas valiosas para políticas econômicas, sociais e culturais. Surgem novas instancias para políticas públicas, nas escalas macro, meso e microeconômicas, onde a dimensão regional e a urbana se complementam. Linhas de pesquisa desta área: (i). Desenvolvimento e políticas regionais O programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador, desde seu início, tem manifestado uma vocação para trabalhar com a perspectiva de desenvolvimento e políticas regionais, com um conjunto de matérias que ligam o ensino da teoria do desenvolvimento regional e urbano aos problemas práticos da atualidade e com uma atividade de pesquisa voltada para o contexto regional atual do país. Trata da leitura crítica das teorias econômicas e sociais da dimensão regional, com análise de sua aplicação contrastando a problemática dos países e das regiões subdesenvolvidas com a dos países e regiões que sustentaram as formações dessas teorias. Abrange a territorialidade das políticas públicas em geral, tanto como compreende políticas específicas para a transformação de regiões. (ii). Desenvolvimento, políticas urbanas e redes de cidades Da mesma forma o Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador vem desde seu início trabalhando a questão urbana Cidades e Rede de Cidades a cidade como centro de região, os processos de crescimento urbano, suas causas e conseqüências, as transformações da cidade, as tecnologias sociais para redução das desigualdades sócio econômicas culturais e a preservação do meio ambiente. O funcionamento, implantação e gestão dos serviços urbanos e regionais: água, energia, coleta de resíduos sólidos ou líquidos e o de segurança social. II Área de Concentração em Turismo e Desenvolvimento É lugar comum que o turismo foi a atividade legítima de serviços que mais cresceu no último quarto do século XX. A expansão do turismo é um fenômeno que surge nas nações e nos grupos sociais mais ricos e que se populariza a grupos de renda média. Representou uma modificação substancial das formas de consumo, com efeitos importantes na produção de equipamentos de uso público e com formação de novos circuitos de negócios. Esse campo de interesses econômicos tem um transbordamento de efeitos para as regiões periféricas, onde passou a ser um componente essencial da formação da taxa de crescimento de renda.
Linha de pesquisa desta área (iii). Circuitos Internacionais e Locais do Turismo No programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador formou-se um espaço importante de trabalho na área de turismo, dos circuitos internacionais e locais, contemplando a mecânica do turismo na região em seu conjunto e trabalhando sobre as ligações entre a atividade do turismo e a valorização cultural, bem como sobre os impactos socioambientais desta atividade em regiões periféricas e as possibilidades de seu planejamento e de sua implementação como vetor de desenvolvimento local. c. Responda a pergunta: O que tem desejo de estudar/compreender/buscar uma explicação para /explorar para compreender nas áreas de concentração e linhas de pesquisa do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano? d. Com a resposta a essa pergunta em mente, se elabora o projeto de pesquisa: I - Estrutura do Projeto Formalmente um projeto de pesquisa não possui modelo. O PPDRU apresenta, a seguir, um roteiro de projeto que facilita a compreensão e conseqüentemente a orientação através de uma padronização. Esta sugestão de roteiro não pretende e não pode restringir a liberdade acadêmica implícita à pesquisa, caracterizando apenas em um instrumento de facilitação de diálogo para auxílio do aluno. Para este trabalho teremos a seguinte estrutura: 1. Introdução; 2. Tema; 3. Problema; 4. Objetivos; 5. Justificativa; 6. Hipótese; 7. Metodologia; 8. Referencial teórico; 9. Indicação Preliminar das Referências Bibliográficas; 10. Cronograma; 11. Proposta preliminar de sumário?.
II Desenvolvimento: 1. Introdução de projeto O objetivo da introdução é trazer o leitor do texto do projeto para o assunto, mostrando ao mesmo tempo a importância deste assunto para a sociedade e para a academia. Termina com a indicação do tema e de sua importância dentro do assunto abordado. Como um texto acadêmico, desde o início deve-se buscar apoio na literatura ou dados científicos. De uma forma prática pode-se aproximar do assunto de forma lógica, ligando-se com aspectos sociais e econômicos contemporâneos. 2. Tema 2.1. Delimitação do Tema Cada tema tem seus limites implícitos, de acordo com sua estruturação original, sem que a vontade do pesquisador influa nestes limites. A delimitação deve ser clara e decorre da forma de abordar o tema. Citamos como exemplos: Em relação ao espaço: Regiões são limites, assim como unidades administrativas ou determinado tipo de produção etc. Em relação à atividade: o comércio é um limite (geral) e o comércio de sapatos é outro, assim como a atividade fabril é um limite e a fabricação de sapatos é outro. Em relação a serviços, á área atendida por um determinado serviço é um limite, assim como a população atendida pelo serviço. Em relação ao tempo: um período histórico consagrado pode ser um limite assim como um determinado marco legal que reestrutura o setor. Tem de existir um causa para o estabelecimento de período temporal. 2.2. A possibilidade de erro se dá no recorte indevido, quando se fraciona um objeto provocando a perda da sua unidade estrutural ou natural. 3. Problema (definição ou caracterização do) Após a delimitação do tema é necessário indicar ou explicitar o que dentro deste tema é o seu problema da pesquisa. 3.1. Aqui a se dá a problematização através da apresentação de todos os aspectos que incidem sobre o problema, considerando-os na medida certa
com que cada um incide, fazendo surgir a questão original (ou não) 2 da pesquisa. O Problema é o todo apresentado e pode-se resumi-lo como a questão principal que surge ao final da problematização, seguida da interrogação. 3.2. Uma outra forma de problematizar é a apresentação de perguntas norteadoras que seguem o discurso ou o conhecimento expresso pelo autor do projeto de outras teorias. Explicitando ao final de cada autor específico uma determinada questão que ficou e que norteará o estudo exploratório, confrontando-se pouco a pouco todos os ângulos do problema implícito nessas perguntas até a questão fundamental (a principal) que será a síntese da problematização. 4. Objetivos 4.1. Objetivo Geral Onde queremos chegar com o trabalho. É único, só existe um objetivo geral de fato, os demais são secundários ou conseqüentes. O Objetivo geral é definido por um verbo no infinitivo. Após a apresentação do problema é normal o questionamento sobre o que queremos com o mesmo. 4.2. O erro no objetivo geral é desastroso para a pesquisa, gerando vieses e desfocando o trabalho. 4.3. Em termos acadêmicos existe uma polêmica perene sobre objetivos acadêmicos e os objetivos executivos. De uma forma abrangente, objetivos gerais acadêmicos permitirão a estruturação de objetivos executivos (são geradores de conhecimento para a sociedade, permitem a existência de objetivos executivos ). 4.4. Objetivos Específicos São os objetivos que (se forem atingidos) permitirão chegar ao objetivo geral. Eles são as verdadeiras chaves para as respostas às perguntas norteadoras ou são decorrentes das necessidades de comprovação das hipóteses de pesquisa ou de respostas as perguntas norteadoras. 5. Justificativa (teórica e prática) 5.1. A teórica se dá em relação aos questionamentos de outros pesquisadores, ou em complementação a pesquisa anterior dos diversos Para uma dissertação de mestrado não é necessário que seja uma questão original, mas é lógico que esta norma não se aplica a um mesmo e exato objeto de pesquisa. Aplica-se ao conhecimento explorado em outros trabalhos e não aos objetos. Já para a tese de doutorado é necessária a busca de uma nova abordagem do conhecimento, de um no ponto de vista, de uma nova teoria ou organização.
autores que abordaram o tema ou como decorrência da compreensão destas determinadas teorias em determinado sentido. 5.2. A prática é resultado da capacidade do autor do projeto, do curso, da existência de meios e de tempo. Enfim todos os fatores que possibilitam a consecução da pesquisa. Etc. 6. Hipótese(s) Uma hipótese, uma resposta provisória, é natural para a existência de uma pergunta, daí a sua utilidade para a pesquisa orienta-se a pesquisa pela busca da validade da resposta provisória. Mesmo no trabalho exploratório, quando não se sabe tecnicamente ou metodologicamente uma resposta provável para um determinado problema, existe uma desconfiança, uma suspeita por parte do autor. Esta suspeita permite criar uma solução provisória que norteara os passos da pesquisa. Pode-se trabalhar sem uma hipótese, mas corre-se um risco maior de perda de tempo, de esforço, de objetividade. 6.1. Normalmente se reduz a possibilidade de se trabalhar sem uma hipótese à pesquisa exploratória de um caso (um Estudo de Caso Único ou Múltiplo). As perguntas norteadoras permitirão a construção da estrutura do caso, constructo, e do protocolo de pesquisa que possibilitará a realização do trabalho. O objetivo geral norteará a direção da pesquisa e de sua organização. A hipótese tem um destaque maior para as teses, pois, na verdade, tornase o centro do trabalho, aquilo que se quer comprovar. Nas dissertações, assim como nas teses, a hipótese permite estruturar o plano de investigação, a metodologia aplicada e a busca de referencial teórico. 6.2. Hipótese Básica ou Principal É uma resposta completa a problematização. Considera todos os aspectos apresentados até a questão principal, é exaustiva e lógica, não redundante, mas completa. É a resposta provisória ao problema que orienta a pesquisa. 6.3. Hipótese(s) Secundária(s) ou de Pesquisa Em qualquer método procuramos verificar se a hipótese, a resposta provisória, pode ser uma resposta válida. No entanto, uma resposta longa, que considere todos os aspectos da problematização carrega consigo a dificuldade de ser verificada, de ser examinada, daí a necessidade de decompor em hipóteses menores, que carreguem variáveis que possam ser
mensuradas, comparadas e avaliadas para o juízo sobre a veracidade da hipótese de pesquisa. Ao se confirmarem as hipóteses de pesquisa estaremos confirmando a que as contém, a Hipótese geral. 7. Metodologia de Pesquisa Geral e de Campo 7.1. Aspectos ou procedimentos metodológicos gerais (abordagens, métodos, técnicas). Existe só um método científico: Ele pressupõe que se deva indicar o assunto, dentro deste o tema; delimita-se o tema e dentro deste, novamente, se indica o problema; delimita-se o problema e todos os fatores que incidem sobre o mesmo e sua importância neste contexto; para a questão formulada (o problema) se busca uma explicação à luz d o conhecimento existente, caso não haja, estrutura-se uma hipótese (a resposta provisória) e se busca no conhecimento ou na pesquisa de campo a forma de comprová-la ou reprová-la. Desta forma existem dois níveis distintos de trabalho. O primeiro é na órbita da lógica, como será apresentado o conhecimento adquirido na pesquisa, sob forma de texto, para convencer quem lê que o conhecimento apresentado (e fruto da pe squisa) é verdadeiro. O segundo, contido pelo primeiro, mas não obrigado a que seja idêntico, versa sobre como se processa o trabalho de pesquisa. Quanto ao primeiro, métodos de abordagem, existem apenas cinco: indutivo; dedutivo; hipotético dedutivo; dialético e o recente estudo de caso. Quanto ao segundo, métodos de procedimento, existem em grande número e até podem ser criados outros especificamente para o seu trabalho. São exemplos: o Fenomenológico; o Estruturalista; o Estatístico; o Tipológico; o Comparativo; o Monográfico (muito semelhante ao estudo de caso); o Funcionalista; o Histórico e o Estudo de Caso entre outros. 7.2. Em uma monografia (de mestrado ou de doutorado) só pode existir um único método de abordagem aquele que dirige toda a lógica do trabalho, enquanto que podem existir vários métodos de procedimento, por exemplo: um para cada objetivo específico, um para cada grupo de objetivos específicos ou para buscar a resposta para cada pergunta norteadora. 7.3. O Erro pode surgir ao delinear-se uma metodologia complicada. A melhor solução é a mais simples, porém não simplória. 7.4. Atenção para a aplicabilidade do método de abordagem: 7.4.1. O método indutivo propõe criar conhecimento específico onde não existe, portanto é exploratório e seu resultado pode ser verdadeiro;
7.4.2. O dedutivo propõe que determinado conhecimento pesquisado pertença à estrutura ou categorias já existentes, portanto tem finalidade explicativa ou descritiva; 7.4.3. O dialético propõe encontrar uma síntese (não um resumo, mas um conhecimento composto a partir de uma tese e de sua antítese), portanto explicativo; 7.4.4. O hipotético dedutivo propõe a criação de uma hipótese, a partir de um arcabouço teórico, para que se tente não testa-la, mas falseá-la, encontrar uma falha na sustentação da hipótese, portanto tenta explicar a existência de determinado fato pelo aporte de uma teoria; 7.4.5. O último método, o estudo de caso, parte da dificuldade ou mesmo da impossibilidade para determinados problemas de se fixar um escopo genérico, obrigando o estudo daquele caso com a finalidade de conhecer, de explorar. Pode-se exemplificar: através do método hipotético dedutivo podemos buscar comprovar que determinada função da sociedade é desempenhada por determinada instituição a função da família, caso não soubéssemos (função manifesta: ordenar as relações sexuais, satisfazer as necessidades econômicas de seus membros, educação; função latente: disciplinar para a vida em um grupo maior). Para provar determinada característica da função poderemos utilizar um método de pesquisa específico, por exemplo: o método estatístico para comprovar o atendimento das necessidades econômicas dos membros do grupo ou o estudo de caso para compreender as relações intrafamiliares. Neste caso, se estivéssemos pela primeira vez tentando explicitar a função da família na sociedade, usaríamos o método hipotético dedutivo, como o de abordagem, criaríamos uma hipótese de que existe a função familiar e a descreveríamos detalhadamente, indicando todos os fatores que nos levaria a acreditar nesta hipótese. O método funcionalista seria o de procedimento, tentaríamos enquadrar a família nas funções manifestas de grupos sociais a luz de referenciais sociológicos aceitos. Os métodos Estatísticos e de estudo de caso seriam os métodos de pesquisa que permitiriam verificar se as variáveis escolhidas se comportam de modo a comprovar cada hipótese de\pesquisa. 7.5. É importante salientar que a escolha do método não pode dificultar o trabalho. 7.6. Para muitos autores, professores e cientistas existe uma dicotomia entre qualitativo e quantitativo. Bastando informar que se trata de um trabalho baseado no método qualitativo ou quantitativo para eximir-se de maiores explicações. Esta abordagem da metodologia implica ou é decorrente do foco do trabalho que pode ser a pesquisa ou o conhecimento. Exemplificando: se
parto de um referencial conhecido e aceito para verificar a sua aplicabilidade a um determinado caso ou a formulação de determinada hipótese, o cerne do trabalho será a pesquisa de campo, neste caso não existe a necessidade de uma formulação da lógica que seria usada na apropriação teórica, pois ela (a teoria) é aceita, é apenas uma descrição do que já existe e a verdadeira abordagem recai sobre a pesquisa de campo. É recorrente o uso desta forma de apresentação da metodologia em trabalhos que são de cunho dedutivo, hipotético dedutivo, ou estudos de caso. De fato, a abordagem pode ser qualitativa ou quantitativa, notadamente em trabalhos de menor envergadura como artigos e monografias de graduação, cabendo para trabalhos do nível de mestrado e doutorado um maior detalhamento. 7.7. É necessário indicar os aspectos, as variáveis, as categorias, as classes, as referências e os marcos referenciais (qualquer que seja o nome atribuído) nas duas abordagens, restando destacar que na abordagem qualitativa é necessário um aprofundamento maior, uma explicação do porque usar justamente aquelas variáveis (ou aqueles aspectos) para convencer quem lê da lógica da escolha ou do abandono de outras variáveis, assim como dos atores, a entrevista foi realizada com x porque ele é a pessoa que mais sabe a respeito do problema (aspectos, categorias, classes, referências, marcos etc.). 7.8. Metodologia da Pesquisa (de campo) A pesquisa de campo 3 é a fase de comprovação da teoria. 7.8.1. Caracterização da Metodologia (abordagens, métodos) Não é a repetição da metodologia empregada para o trabalho (que é a lógica que conduz tudo, inclusive a teoria que justifica o trabalho) é a metodologia da pesquisa de campo que irá permitir verificar a hipótese ou esclarecer o que se procura. Neste espaço se apresenta quais métodos ou qual o método será empregado para verificar o fenômeno que buscamos para comprovar a nossa hipótese (ou falseá -la). Exemplos de métodos de pesquisa de campo: quantitativo ou qualitativo ; pesquisa ação; estatístico, estudo de casos, estudo de múltiplos casos; etc. 7.8.2. Procedimentos de Pesquisa (técnicas) Existem muitas técnicas de pesquisa. Para cada área do conhecimento e naturalmente para cada subárea se criam técnicas específicas. Assim as O campo pode ser o conjunto de documentos, de pessoas, um território ou os registros deste território etc.
ciências humanas têm técnicas específicas e dentro desta área, a medicina possui suas técnicas mais adequadas e a epidemiologia tem, por sua vez, mais especificamente suas técnicas próprias. A área de ciências sociais aplicadas tem suas técnicas, a Arquitetura e Urbanismo terá as suas, a Economia outras, assim como o Direito. O Planejamento Regional e Urbano, por ser uma interface entre quase todas as áreas do conhecimento interdisciplinar e multidisciplinar implica em muitas e diversas possibilidades de técnicas de pesquisa como a Observação, a Entrevista, o Questionário, o Formulário, Medidas de Opinião e de Atitudes, Testes, Sociometria, Análise de Conteúdo, História de Vida, Pesquisa de Mercado, Pesquisa Sócio-econômica, Histórica, Bibliográfica, Documental, estudo de caso, História oral, etc. 7.8.3. Operacionalização da Pesquisa (universo, amostra) Quais são as variáveis e como se evidencia seus comportamentos, o que esperamos encontrar é mensurável quantitativamente ou só será evidenciado através da qualidade. Trata-se da delimitação do universo e da técnica amostral, se for o caso, e da técnica específica. Basicamente se responde as seguintes perguntas: É uma amostra probabilística? Por quê? É não probabilística? Por quê? É estratificada?por quê? É um conglomerado?por quê? É por cotas? É proporcional? Por acessibilidade? Etc. Questionário ou formulário? Entrevista aberta ou semi-estruturada?etc. Se a amostra é não probabilística, com quantos será composta? Qual é a forma de composição da amostra?será sorteio?como a amostra representará o espaço ou a população no espaço ou o fenômeno que buscamos? Como uma solução adequada a esta fase recomenda-se explicitar o que se vai fazer de fato: A amostra será composta por trabalhadores da cooperativa sorteados da relação de filiação...a entrevista será estruturada...os tópicos principais serão...as entrevistas passarão por uma análise de conteúdo com base na freqüência ou na recorrência de...posteriormente os fatos ou declarações comuns serão interpretados com apoio da sociologia compreeensivista...será aplicado um questionário fechado (ou formulário), apêndice...a tabulação seguirá o modelo
tradicional...posteriormente buscar-se-á a existência de correlações com base no coeficiente de Pearson reduzido... 8. Referencial Teórico (amparo da pesquisa como um todo e da pesquisa de campo) O referencial teórico não é a apresentação do que os outros disseram pura e simplesmente. É a apresentação do que já foi dito e se aplica ao tema e ao problema da pesquisa. O que existe em tal autor que pode ser encontrado no objeto de estudo? O que do tema pode ser correlacionado com a teoria? Desta forma será necessária uma aproximação do que aquele autor conceituou ou explicitou no entender do aluno - e posteriormente o que destes conceitos aplica-se ao objeto do projeto. 9. Indicação Preliminar das Referências Bibliográficas (sugere-se separar as usadas na elaboração do projeto das que serão consultadas no decorrer da pesquisa) 10.Cronograma (Etapa por etapa) III- Proposta Preliminar do Sumário da monografia (se for o caso) GUIA PARA ELABORAÇÃO DE SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1.1. Considerações iniciais (apresentação e delimitação do tema) 1.2. Objetivos 1.2.1. Geral 1.2.2. Específicos 1.3. Justificativa (teórica e prática) 1.4. Problema (definição ou caracterização do) 1.4.1. Hipótese(s) 1.4.1.1. Básica 1.4.1.2. Secundária(s) 1.5. Aspectos ou procedimentos metodológicos (metodologia geral da dissertação abordagens, métodos, técnicas). 1.6. Estrutura ou organização ou desenvolvimento da dissertação 1.7. Dificuldades e limitações 1.8. Referencial teórico utilizado (descrição) 2. CAPÍTULO DE DESENVOLVIMENTO DO TEMA I FUNDAMENTAÇÃO OU REVISÃO TEÓRICA OU CAMPO DO CONHECIMENTO
3. CAPÍTULO DE DESENVOLVIMENTO DO TEMA II (... ) 4. CAPÍTULO DE DESENVOLVIMENTO DO TEMA III METODOLOGIA DA PESQUISA (O CAMPO) 4.1. Caracterização da metodologia (abordagens, métodos) 4.2. Procedimentos de pesquisa (técnicas) 4.3. Operacionalização da pesquisa (universo, amostra) 5. CAPÍTULO DE DESENVOLVIMENTO DO TEMA IV ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO 6. CONCLUSÃO REFERÊNCIA APÊNDICE(S) ANEXO(S) IV- As normas para redação são as do manual de redação do texto científico UFBA-UNIFACS. O manual foi adotado com a finalidade explícita de manter as normas brasileiras, para efeito de elaboração de trabalhos científicos, fixas, imutáveis até nova edição do manual, para facilitar o trabalho no strictu senso sujeito, durante a elaboração de teses e dissertações, a várias novas edições das normas brasileiras. V Esquema da apropriação do objeto e do problema O presente guia de elaboração de projetos foi construído com base nos pressupostos de preparação de projetos de vários autores de diferentes áreas do conhecimento que se imbricam sobre o planejamento do desenvolvimento regional e urbano. É uma aproximação das idéias de diferentes professores do programa com grande experiência em elaboração de projetos, coletadas durante os últimos cinco anos. Em nada contradiz autores reconhecidos, que adotam terminologias diferenciadas para os mesmos passos, como o esquema de Quivy (1998) a seguir. Vamos à prática. Cada caso é um caso!
Fonte: Raymond Quivy e Luc Van Champenhouldt, Manual de investigação em Ciências Sociais, Gradiva. Porto. Portugal. 1998. 4 O primeiro passo é a tradicional Regra II do Discurso do Método de René Descartes, agora designada pergunta norteadora, a exploração que se segue nada mais é que regra III do mesmo autor, as quais permitem formular a verdadeira problemática, que por sua vez gera o modelo de análise, consequentemente permite observar, gerar informações que analisadas permitirão a conclusão. A ruptura é, ao mesmo tempo, a quebra dos paradigmas (revolução científica?) e o cuid ado em fugir de generalizações fáceis (Popper?). A construção é a fase do desenho da metodologia do trabalho e a verificação é a apresentação dos resultados da pesquisa de campo e sua verificação junto às hipóteses ou perguntas norteadoras.