Proposta de implantação de um sistema de armazenagem automática através de transelevadores no depósito de uma indústria calçadista



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Transcrição:

Proposta de implantação de um sistema de armazenagem automática através de transelevadores no depósito de uma indústria calçadista José de Souza (ISI SIM) souza.jose@senairs.org.br Eraldo Almeida Camargo (FACCAT) eraldoac@gmail.com Jesse Deecken Júnior (FACCAT) jesse@bebece.com.br Leonardo Rodrigues (FACCAT) leonardorodrigues@faccat.br João Alvarez Peixoto (ISI SIM) joao.peixoto@senairs.org.br Resumo: O presente projeto traz uma proposta de implantação de um sistema de armazenagem automática através de transelevadores em uma indústria calçadista. Para tanto foi necessário pesquisar outros trabalhos e artigos sobre sistemas de armazenagem automática em armazéns bem com outros sistemas de armazenagem utilizados em indústrias calçadistas. Pode-se observar também as vantagens de se utilizar esse novo sistema de armazenagem automática em relação ao existente na empresa que é feito através de uma empilhadeira. Palavras-chave: Movimentação e transporte; Transelevador; Armazenagem. Abstract: O presente projeto traz uma proposta de implantação de um sistema de armazenagem automática através de transelevadores em uma indústria calçadista. Para tanto foi necessário pesquisar outros trabalhos e artigos sobre sistemas de armazenagem automática em armazéns bem com outros sistemas de armazenagem utilizados em indústrias calçadistas. Pode-se observar também as vantagens de se utilizar esse novo sistema de armazenagem automática em relação ao existente na empresa que é feito através de uma empilhadeira. Keywords: Movimentação e transporte; Transelevador; Armazenagem. 1. Introdução De acordo com Dembogurski, Oliveira e Neumann (2008), as expectativas dos clientes vêm crescendo e em virtude disso as empresas devem atender a essas para se manterem competitivas no mercado. Com isso as empresas estão dando mais atenção à qualidade, a redução de custos desnecessários e também procurando formas de melhorar seus processos internos a fim de reduzir a sua variabilidade. Vários são os conceitos de competitividade, um deles é esse: Competitividade é a capacidade da empresa formular e implementar estratégias concorrenciais, que lhe permite ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado (SOUSA e VASCONCELLOS, 2000 p.89). 1

Atualmente para as empresas serem competitivas, Fabrício, Cabral e Subramanian (2007) afirmam que estas devem procurar gerenciar seus sistemas de produção de forma a reduzir custos, aumentar a produtividade e principalmente ter flexibilidade no atendimento ao cliente. A busca pela redução de custos é um objetivo comum e sempre presente em toda e qualquer tipo de organização. Pois não há duvida de que a empresa que conseguir uma estratégia de redução de custos terá um enorme impacto no que diz respeito à vantagem competitiva (FESTUGATTO et al., 2006). No contexto das indústrias calçadistas, o termo competitividade também está presente, cabendo a essas utilizar todos os recursos e técnicas disponíveis e possíveis para poder se manter no mercado. A logística vem ganhando maior importância nas organizações e tem sido considerada como uma das armas de diferencial competitivo pelas empresas, pois a cada dia surgem novas tecnologias de automação que facilitam e modernizam os sistemas de produção, e por esse motivo as empresas estão investindo mais em novos centros de distribuição, construção ou readequação de layouts, equipamentos de movimentação e armazenagem, softwares de gestão, bem como em consultorias, para com isso tornarem-se empresas mais competitivas e com custos mais baixos (MELO e OLIVEIRA, 2006). Conforme Melo e Oliveira (2006), nos últimos 20 anos a logística a nível mundial vem sofrendo diversas transformações, de forma que as atividades que antes estavam voltadas para o atendimento das necessidades emergenciais do mercado interno e, em virtude as mudanças ambientais as empresas foram obrigadas a se modernizar e também a ampliar sua área de atuação, e o Brasil não fugiu a essa regra. Nesse sentido, Stock; Lambert (2001 apud MILAN, PRETTO e BASSO, 2007), observam que o setor de armazenagem se enquadra como parte integrante de qualquer sistema logístico e desempenha um importante papel que é o de prover um nível de serviço ao cliente final com o menor custo possível. Boversox; Closs (2001 apud MILAN, PRETTO e BASSO, 2007), ressaltam a importância de se reduzir pontos percentuais no que se refere aos recursos comprometidos com estoques, pois isso resultará em redução de custos e também em aumento de lucratividade e rentabilidade da empresa. Este projeto tem por finalidade propor a implantação de um sistema de armazenagem automática através de transelevadores em uma indústria calçadista do Vale do Paranhana. Será realizado um estudo da viabilidade desse projeto através do levantamento de custos e também de outras dificuldades que possam ocorrer para implantar o mesmo. O projeto está estruturado conforme segue: a seção 2 apresenta o referencial teórico sobre o tema, a seção 3 os objetivos, a seção 4 apresenta o detalhamento do cenário, a seção 5 cita os fatores relacionados às leis de movimentação, a seção 6 apresenta os requisitos de custos de implantação, a seção 7 apresenta o parecer dos proponentes do projeto e a seção 8 traz a conclusão. 2

2 Referencial teórico 2.1 Indústria calçadista No Brasil a história dos calçados teve inicio em 1824, de forma artesanal e foi na Região do Vale dos Sinos no Rio Grande do Sul. A produção de calçados ganhou mais força após a Guerra do Paraguai, pois a partir desse momento surgiu a necessidade de ampliar o mercado consumidor iniciando também a fabricação de componentes e máquinas para a produção. No inicio da década de 1960 surgiu a necessidade de ampliar a comercialização de calçados para outros países. A primeira exportação de calçados brasileiros em larga escala ocorreu em 1968 para os Estados Unidos. De acordo com pesquisa feita pela Abicalçados, em 2007 havia 7.830 empresas no Brasil, que juntas empregavam mais de 300 mil pessoas (ABICALÇADOS, 2009). No que diz respeito à estrutura do setor calçadista, pode se dizer que existe uma variedade muito grande de fornecedores de matéria prima, máquinas e componentes que aliada à tecnologia de produtos e inovações, faz com que o setor calçadista brasileiro seja um dos mais importantes do mundo (ABICALÇADOS, 2009). No entanto Leite (2007, p. 7) afirma que: As tecnologias utilizadas no setor de calçados têm se alterado de maneira lenta durante toda a sua trajetória histórica. Antes da Revolução Industrial, a fabricação dos calçados era feita de modo artesanal sem a utilização de qualquer tipo de máquina. Após a Revolução Industrial, a máquina é inserida no processo de fabricação do calçado, mas devido a questões de custo e de operação o processo produtivo guarda ainda muitas características e modos de produção artesanal, isto é, embora nos últimos anos a presença da automação tenha se inserido no processo produtivo de muitas empresas dos países desenvolvidos, o interior das empresas de calçados dos países em desenvolvimento (por exemplo, Brasil) é caracterizado pela mescla de trabalhos mecânicos e artesanais. 2.2 Automação Conforme Turner (2004), a automação produziu um enorme efeito econômico, político e social durante os últimos 20 anos, pois é difícil imaginar hoje como seria possível sem o auxilio da automação. Turner (2004) diz ainda que apesar de se considerar automação um desenvolvimento contemporâneo, a história conta que já se utilizava técnicas mecânicas para reduzir ou eliminar o trabalho requerido em processos laboriosos. Por exemplo, tecelagem e impressão, ambos os processos de labor intensivo, atingiram estágios bem avançados de automação utilizando métodos mecânicos, isso muito antes da revolução industrial. 2.3 A função dos armazéns e depósitos De acordo com Moura (1997 apud Melo e Oliveira, 2006) as atividades de estocagem, normalmente não agregam valor ao produto, podendo ainda em muitos casos aumentar de forma significativa os custos do mesmo. Por outro lado, se a armazenagem for utilizada de forma adequada pode ser um fator importante no que diz respeito a vantagem competitiva. 3

Conforme Stock; Lambert (2001 apud MILAN, PRETTO e BASSO, 2007), a armazenagem é utilizada em todas as fases da logística, sendo que existem dois tipos de estoques, são eles: matérias-primas, componentes e partes, que são intrínsecos às atividades de suprimento e produtos acabados, que são direcionados às atividades de distribuição física. Esses autores destacam ainda que existem três funções básicas da armazenagem, que são: (i) movimentação de materiais: isso inclui várias atividades, tais como: recebimento, transferência ou separação, seleção de pedidos de clientes e embarque; (ii) estocagem: essa função pode ser temporária ou semipermanente, e caracteriza-se pela estocagem dos materiais ou produtos necessários ao reabastecimento do estoque; (iii) transferência de informações: Aqui está a principal função da armazenagem, e esta ocorre simultaneamente as outras funções, e tem uma importância estratégica e operacional. 2.4 Transelevadores Milan, Pretto e Basso (2007) definem transelevadores como plataformas que são controladas por meio eletrônico e são utilizadas para apanhar e armazenar os materiais e as mercadorias que são geralmente paletizadas, apartir de endereços alocados nas estantes, sendo assim projetados com o objetivo de maximizar o espaço físico de armazenagem e reduzir a necessidade de mão-de-obra. 3 Objetivos 3.1 Objetivo Geral Propor um sistema de armazenagem automática através de transelevadores em uma indústria calçadista do Vale do Paranhana. 3.2 Objetivos Específicos a) Aumentar a capacidade de armazenagem do depósito; b) Melhorar o controle de estoque e diminuir os custos com movimentação; c) Facilitar a movimentação de materiais no depósito; d) Agilizar o abastecimento de materiais ao setor de corte. 4 Detalhamento do cenário 4.1 Tipo de movimentação e transporte atual O processo atual se inicia com o recebimento da matéria-prima dos fornecedores, este material é colocado no depósito (anexo1), depois ele passa por uma conferência conforme cartela padrão e se o material estiver conforme é lançado no estoque e colocado nos paletes. Hoje no depósito é colocado todo tipo de matéria-prima como: laminado sintético, forros, formas, navalhas, sapato pronto, entre outros. Ele possui 6 prateleiras de 40 metros de 4

comprimento por 8 metros de altura e 1,4 metros de profundidade com capacidade para colocar 680 paletes. Na produção o almoxarifado recebe as ordens de serviço a ser fabricado, o mesmo retira o material dos paletes e faz a separação e depois passa para fazer as dobrar (anexo2), logo após este material é levado com uma empilhadeira para o setor de corte (anexo3). Figura 1. Imagem ilustrativa da área estudada 4.1.1 Fluxograma atual Após o recebimento das remessas da programação (1 figura2) o almoxarifado começa a separar o material (2 figura2) para mandar para o setor de dobra (3 figura2), após este processo o material é enviado para o corte (4 figura2), a movimentação entre os setores é feita por uma empilhadeira, distância percorrida de 150 metro. Figura 2. Imagem do fluxograma atual 5

4.2 Tipo de movimentação e transporte proposto O projeto busca automatizar algumas funções do recebimento, entrada no estoque e envio de matéria-prima para os setores. 1 - A implantação de um sistema de transelevador que se localizará nos fundos do pavilhão (conforme layout em anexo), com ele aumentará a capacidade de armazenamento em 66 % e automatizará e armazenamento de materiais, tendo um sistema que localiza onde o material esta e faz a retirada do mesmo automaticamente. 2 Alteração do setor de dobra na frente das prateleiras para diminuir a movimentar interna do depósito. 3 Sistema de carrinhos com trilhos para o envio de materiais do depósito para o setor de corte. Figura 3. Imagem de um transelevador 4.2.1 Movimentação Fonte: Mecalux (2013) Após o recebimento das remessas da programação (1 imagem) o almoxarifado programa através de um sistema a retirada de materiais das prateleiras (2 imagem) e envia para o setor de dobra que agora esta na frente do prédio (3 imagem), após este processo o material é enviado para o corte (4 imagem), no sistema novo esta movimentação é feita através de um carrinho que se locomove em trilhos. 6

Figura 4 Imagem do fluxograma proposto 5 Fatores relacionados as leis de movimentação Segundo a NR 11, Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais (111.000-4), os fatores relacionados ao processo a ser implantado seguem abaixo: 11.1. Normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. 11.1.1. Os poços de elevadores e monta-cargas deverão ser cercados, solidamente, em toda sua altura, exceto as portas ou cancelas necessárias nos pavimentos. (111.001-2 / I2) 11.1.3. Os equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais como ascensores, elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes, transportadores de diferentes tipos, serão calculados e construídos de maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência e segurança e conservados em perfeitas condições de trabalho. (111.003-9 / I2) 11.1.3.1. Especial atenção será dada aos cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e ganchos que deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas partes defeituosas. (111.004-7 / I2) 11.1.3.2. Em todo o equipamento será indicado, em lugar visível, a carga máxima de trabalho permitida. (111.005-5 / I1) 11.1.5. Nos equipamentos de transporte, com força motriz própria, o operador deverá receber treinamento específico, dado pela empresa, que o habilitará nessa função. (111.008-0 / I1) 11.1.6. Os operadores de equipamentos de transporte motorizado deverão ser habilitados e só poderão dirigir se durante o horário de trabalho portarem um cartão de identificação, com o nome e fotografia, em lugar visível. (111.009-8 / I1) 7

11.1.6.1. O cartão terá a validade de 1 (um) ano, salvo imprevisto, e, para a revalidação, o empregado deverá passar por exame de saúde completo, por conta do empregador. (111.010-1 / I1) 11.1.7. Os equipamentos de transporte motorizados deverão possuir sinal de advertência sonora (buzina). (111.011-0 / I1) 11.1.8. Todos os transportadores industriais serão permanentemente inspecionados e as peças defeituosas, ou que apresentem deficiências, deverão ser imediatamente substituídas. (111.012-8 / I1) 11.3. Armazenamento de materiais. 11.3.1. O peso do material armazenado não poderá exceder a capacidade de carga calculada para o piso. (111.031-4 / I1) 11.3.2. O material armazenado deverá ser disposto de forma a evitar a obstrução de portas, equipamentos contra incêndio, saídas de emergências, etc. (111.032-2 / I1) 11.3.3. Material empilhado deverá ficar afastado das estruturas laterais do prédio a uma distância de pelo menos 0,50m (cinquenta centímetros). (111.033-0 / I1) 11.3.4. A disposição da carga não deverá dificultar o trânsito, a iluminação, e o acesso às saídas de emergência. (111.034-9 / I1) 11.3.5. O armazenamento deverá obedecer aos requisitos de segurança especiais a cada tipo de material. 6 Requisitos de custos de implantação Para o orçamento de implantação das automatizações, acionamos três empresas para visitar a empresa e avaliar a proposta de trabalho, são elas: CASSIOLI (www.cassioli.com.br); MECALUX (www.mecalux.com.br) e SCHEFFER (www.schefferlogistica.com.br). Para tal orçamento as empresas precisam fazer uma visitação in loco com equipe técnica e montar um projeto detalhado, não houve tempo hábil para tais orçamentos que estão em andamento, porém podemos citar algumas previsões de reduções de custos após as implantações dos processos: Armazenamento com transelevadores: Quanto à otimização do espaço de almoxarifado - com a implantação da nova técnica, visa se aumentar em torno de 66% de espaço físico para armazenagem. Sendo que a empresa continua em crescimento contínuo, ela teria que construir outro pavilhão de 500 metros quadrados a um custo de R$ 600,00 / metro quadrado para alocar insumos para tal crescimento, assim com o espaço redimensionado este investimento de R$ 300.000,00 não será necessário. Quanto ao tempo e mão de obra no processo de armazenagem e localização de produtos com o processo automático, se economizaria em mão de obra operacional dentro do setor, esta economia seria mensal e estimada em R$ 5.000,00. Quanto à agilidade de atendimento à produção e setor comercial esta agilidade no processo de atendimento aos clientes internos e externos, mesmo sendo de vital importância para a competitividade da empresa no mercado de trabalho, é difícil de ser dimensionado, 8

sabe-se que aumentará em eficiência de produção nos setores posteriores e eficiência no atendimento aos clientes do setor. Transporte dos insumos através de trilhos: Sendo o setor de armazenamento longe do principal setor de consumo de insumos, o corte, com a implantação de trilhos para o transporte de produtos esta movimentação se tornará automatizada, assim se ganha tempo em operadores e empilhadeiras, esta redução de custos está prevista em R$ 10.000,00 mensais, considerando salários, riscos e equipamento. 7 Análises e conclusões Após a análise detalhada dos cenários anteriores e posteriores à implantação do objeto do projeto, concluímos que devemos manter o foco na viabilização de tais equipamentos para a empresa em questão. Mesmo não tendo ainda os custos reais de implantação, a redução de custos e a não necessidade de investimentos em novos espaços de armazenamento, mostram a viabilização da aquisição das automatizações no setor. O projeto tem alguns pontos que não foram muito aprofundados, como por exemplo a questão do orçamento, mas independente disso, pode-se perceber que se fosse implantado, o sistema seguramente traria um retorno muito positivo, no que diz respeito ao aumento da capacidade de armazenagem do depósito em estudo, bem como os materiais ficariam melhor organizados e com maior facilidade de realizar a movimentação e o transporte desses materiais para a produção Conforme estudo do projeto pude perceber que na área de movimentação e transporte à constantes inovações que podemos implantar em nossas empresas, com o estudo do projeto podemos ver que com uma analise detalhada do processo à perdas por movimentação, perdas que com o projeto ficaram bastante evidentes, podendo assim focar nas melhorias. No primeiro momento, ao ver a ideia de custos de implantações dos transelevadores, fiquei resistente a ideia, porém agora vendo as possibilidades de reduções de custos gerados como resultado de tais implantações, isso me fez refletir, não somente para este projeto, mas sim para minha carreira, a importância de se fazer uma análise detalhada de viabilidade de custos antes de se formar preconceitos às inovações da tecnologia. Referências ABICALÇADOS - Associação Brasileira das Indústrias de Calçados. Resenha estatística. São Paulo, 2009. DEMBOGURSKI, R. A.; OLIVEIRA, M.; NEUMANN, C. Balanceamento de linha de produção. Anais: XXVIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Rio de Janeiro, 2008. FABRICIO, A. S. F.; CABRAL, L. A. F.; SUBRAMANIAN, A. Problema de dimensionamento de lotes e sequenciamento da produção: indústria de bebidas. Anais: XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Foz do Iguaçu, 2007. FESTUGATTO, J. R. et. al. Aplicação da metodologia de balanceamento de linhas na empresa Atlas Eletrodomésticos Ltda. Anais: XXVI Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Fortaleza, 2006. LEITE, A. A. M. A importância do conhecimento para o desenvolvimento do setor calçadista brasileiro. Anais: XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Foz do Iguaçu, 2007. 9

MELO, I. H. B. S; OLIVEIRA, M. V. S. S. Automação da armazenagem: o caso da Multi Distribuidora. Anais: XIII Simpósio de Engenharia de Produção. Bauru, 2006. MILAN, G. S.; PRETTO, M. R.; BASSO, L. C. Um estudo de caso sobre o funcionamento de um armazém automatizado. Revista Cientifica Eletrônica de Administração; a. v. 13, n. 1, jan-abr 2007. SOUSA, W. H.; VASCONCELLOS, E. P. G. A competitividade das empresas do setor de embalagens para alimentos: um estudo de caso. Rev. adm. empres. São Paulo, v. 40, n. 1, mar. 2000. TURNER, L. W. Eletrônica Aplicada. Curitiba. Hemus, 2004. ANEXOS Depósito existente Setor de dobra (mesa para dobrar o material) 10

Movimentação atual do material para o setor de corte 11