Palavras-chaves: Educação em Saúde, Qualidade de vida, Abrigo.



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Transcrição:

EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM UMA INSTITUIÇÃO BENEFICENTE À TERCEIRA IDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA Cláudia Karine Carmo de Noronha FACID 1 Brena Luiza Gomes de Castro FACID 1 Camila Ravenna Carmo Noronha CEUT 2 Marcia Milânes de Almeida Orientadora 3 Cassia Carolline Nepomuceno de Noronha Co-orientadora 4 RESUMO Este trabalho consiste em um relato de experiência sobre a vivência durante estágio em um abrigo para idosos em Teresina, com o desenvolvimento de atividades educativas e interação social e bem estar. A educação popular em saúde apresenta-se como possibilidade teórica e metodológica, para transformar as tradicionais práticas de educação em saúde em práticas pedagógicas que levem à superação das situações que limitam o viver, com o máximo de qualidade de vida que todos nós merecemos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o termo saúde refere-se ao bem-estar físico, mental e social, levando as políticas e programas que promovem saúde e relações sociais a desenvolver projetos voltados ao envelhecimento saudável, os quais são tão importantes quanto aqueles que melhoram as condições físicas de saúde. Além de socializar a experiência vivida, o relato teve como objetivo incentivar os demais acadêmicos de enfermagem a desenvolver atividades de educação em saúde com populações diversas, atendendo as necessidades apresentadas, voltando à atenção ao bem-estar; discutir o processo de educação em saúde. Através da disciplina tivemos a oportunidade de acompanhar atividades em um abrigo, que durante o período em que foi desenvolvida realizou-se atividades educativas como práticas de lazer, cultura e informações. As atividades educativas realizadas na instituição com os idosos foram seguidas pelos estudantes, os quais visitavam uma vez por semana o abrigo, onde realizavam tais atividades. Conclui-se que, o apoio a instituições beneficentes promove a atenção a populações diversas, sendo a atenção mais bem direcionada, fazendo grande diferença para o completo bem-estar, e que com a união de professores, alunos e criatividade de cada um, atividades educativas simples podem fazer a diferença para o bem-estar das pessoas. Palavras-chaves: Educação em Saúde, Qualidade de vida, Abrigo. 1 Acadêmica de Enfermagem do bloco VII, Faculdade Integral Diferencial FACID 2 Acadêmica de Enfermagem do bloco V, Centro de Ensino Unificado De Teresina. Faculdade de Ciências Humanas e Juridicas de Teresina CEUT. 3 Orientadora Mestranda em Enfermagem 4 Co-orientadora Enfermeira

1 INTRODUÇÃO Sabe-se que o envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que vem adquirindo características peculiares no Brasil, que com a mudança de perfil de morbi-mortalidade as doenças estão passando de infecto-contagiosa para crônico-degenerativa. Diante desse quadro vê-se a importância de se oferecer aos idosos, alternativas que atendam às diferentes condições biológicas, psicológicas e sociais dos mesmos, valorizando a promoção da saúde e a prevenção das incapacidades que essas doenças podem desvirtuar nas pessoas. É necessário que o idoso se sinta bem e importante no meio em que vivem. Para isso as ações de saúde pública exigem políticas específicas, as quais devem ter como objetivo maior a integração do idoso ao seu meio, procurando mantê-lo com o máximo de capacidade funcional e independência física e mental, na tentativa de evitar ou minimizar as conseqüências das doenças crônicas sobre o organismo 1. Para Barroso 1 (1999) (apud MOURA e CAMARGOS, 2005), mesmo na velhice extrema é importante que as pessoas não percam o interesse pelas alegrias da vida. É igualmente essencial que prossigam desenvolvendo tarefas físicas e intelectuais e que a sociedade continue a se beneficiar com sua eficiência. O termo saúde refere-se ao bemestar físico, mental e social, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Por isso, em um projeto voltado ao envelhecimento saudável, as políticas e programas que promovem saúde mental e relações sociais são tão importantes quanto aquelas que melhoram as condições físicas de saúde 2. Qualidade de vida é um termo que vem sido constantemente usado desde os meios acadêmicos até mesmo em nosso cotidiano. É uma área de interesse de diversas áreas como: Medicina, Psicologia, Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, assim como do Marketing, da Economia e de outras áreas direta ou indiretamente relacionadas ao ser humano e ao seu bem-estar. Todos querem gozar de qualidade de vida (QV), independente de sua idade, raça, religião e meio sócio-cultural. Com relação ao idoso, para este ter boa QV, irá envolver questões além de ter bom suporte social, contato com a família, como alguma doença que ela esteja sob controle, e dispor de políticas públicas elaboradas pelo governo em benefício da pessoa idosa 3. As atividades físicas trazem consigo benefícios diversos à saúde, tais como: aumento do tônus e trofismo musculares, ganho de massa óssea, diminuição dos níveis de pressão arterial, glicose e colesterol, normalização do peso corporal e diminuição do stress, fatores muito importante para a condição de saúde do idoso 4. A educação popular em saúde apresenta-se como portadora da coerência política da participação social e das possibilidades teóricas e metodológicas, para transformar as tradicionais práticas de educação em saúde em práticas pedagógicas que levem à superação das

situações que limitam o viver, com o máximo de qualidade de vida que todos nós merecemos. É entendida como prática transveral que proporciona a articulação entre todos os níveis de gestão do sistema, representando dispositivo essencial tanto para formulação da política de saúde de forma compartilhada, como às ações que acontecem na relação direta dos serviços com os usuários 5. Além de socializar a experiência vivida, o relato teve como objetivo incentivar os demais acadêmicos de enfermagem a desenvolver atividades de educação em saúde com populações diversas, atendendo as necessidades apresentadas, voltando à atenção ao bemestar; discutir o processo de educação em saúde. 2 DESENVOLVIMENTO Este estudo descreve um relato da experiência de alunos de enfermagem que durante um período de 6 meses desenvolveram atividades de educação continuada em determinado abrigo, acompanharam o cuidado com a pessoa idosa, através do desenvolvimento da disciplina de Enfermagem em Educação em Saúde oferecido pelo curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Integral Diferencial FACID, a qual visa vivenciar práticas educativas em saúde comunitária, despertar nos discentes pensamentos críticos sobre a atuação do enfermeiro na educação em saúde, assim como desenvolver práticas de enfermagem relacionadas não só com a pessoa idosa,mas como a comunidade em geral e identificar as modificações bio-psicosociais de comunidades. Através da disciplina tivemos a oportunidade de acompanhar atividades em um abrigo, tendo contato com o envelhecer, contudo a teoria para sustentação de idéias não é suficiente, por isso a Faculdade cria vínculos com entidades de apoio a pessoa idosa, que não possui fins lucrativos. Com essa associação de entidade-faculdade os alunos de graduação em enfermagem, tem a oportunidade de assistir a pessoa idosa desenvolvendo atividades do seu dia-a-dia. A instituição beneficente busca uma melhoria na qualidade de vida do idoso, visto que atende a todas as suas necessidades básicas, como lazer, cultura, religião e saúde, tendo em sua estrutura uma sala com equipamentos de fisioterapia para ajudar na mobilidade física. A vivência dessa prática se desenvolveu em uma casa de apoio a pessoa idosa, nomeada por Vila do Ancião, a qual consta com instalações individuais para cada idoso, sustentada apenas com doações, aposentadorias para custeio de despesas de cada idoso e associações, como é o caso da faculdade em questão. Cada instalação é composta por um banheiro e um espaço que se dividia em cozinha, sala e quarto, sendo muitos deles mobiliados pelos próprios idosos, a área externa de cada um continha uma pia para que o mesmo pudesse lavar algumas peças de roupas. A instituição dispunha ainda de uma área externa bem ampla, onde eram desenvolvidas as atividades e uma igreja.

Durante o período em que foi desenvolvida a educação em saúde com a população que lá se apresentava, pode-se realizar atividades educativas como práticas de lazer, cultura e informações. 3 METODOLOGIA As atividades educativas realizadas na instituição com os idosas, foram seguidas pelos estudantes, os quais visitavam uma vez por semana o abrigo, onde realizavam atividades educativas, que por sua vez, ajudavam os idosos a adquirirem melhor qualidade de vida a partir do momento em que lhes proporcionavam momentos de descontração e divertimento. Para desenvolvimento das atividades era feito uma avaliação das necessidades de cada idoso, onde a partir daí se desenvolviam práticas do próprio dia-a-dia, mas que estavam se tornando esquecidas por eles. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao sugerir a instituição, a parceria de faculdade com a casa de apoio, viu-se um interesse enorme por parte da mesma, visto que traria benefícios a saúde e bemestar dos idosos. Contudo, nos primeiros dias do desenvolvimento das praticas com os idosos foi sentida uma resistência por parte dos mesmos de participar das atividades sugeridas, porem após um convívio de poucos dias já se via um interesse por parte dos mesmo da presença dos estudantes para estarem presentes na instituição, desenvolvendo as atividades de educação em saúde. Apesar de ser sugerido ao aluno um cronograma para seguir, os mesmo ao verem a necessidade dos idosos faziam seu próprio cronograma, a fim de interagir o idoso no seu momento, sem forçá-lo a fazer algo que não quisessem. Os alunos no momento de interagir com os idosos se dividiam em duplas para adentrar nas instalações de cada idoso sem o expor tanto. Através dessa vivência percebeu-se que a população idosa que lá mora é uma classe que necessita de muita atenção, pois os mesmos, ou pelos menos alguns deles, ao serem deixados nessa casa são esquecidos pelos familiares, ou são visitados poucas vezes no mês, tornandoos carentes de atenção e cuidado. 5 CONCLUSÃO Conclui-se que, com apoio de instituições beneficentes a atenção a determinados tipos de população são mais bem direcionados, fazendo grande diferença para o completo bem-estar, e que com a união de professores, alunos e criatividade de cada um, atividades educativas simples podem fazer a diferença para o bem-estar das pessoas, sendo elas idosas ou não. É necessário ainda conscientizar a população em geral e poder público sobre a necessidade de atividades educativas com a população idosa, levando projetos a órgãos que possam patrocinar uma melhoria para a condição de vida dessa população promovendo um envelhecimento saudável. Em nossos encontros com os idosos da Vila do Ancião foi prestada aos mesmos a oportunidade de obterem informações sobre cuidados com a saúde, bem como

foram geradas condições de lazer e cultura, além de estimular o idoso para a vida e as atividades, resgatando a vontade de viver, com isso tornando a velhice mais ativa e saudável. Concluímos com isso que as práticas de ações educativas propiciam uma melhoria da qualidade de vida. REFERÊNCIAS 1.MOURA, L.F de; CAMARGOS, A.T. Atividades educativas como meio de socialização de idosos institucionalizados. Anais do 8º Encontro de Extensão da UFMG. Belo Horizonte, 2005. 2.WORLD HEALTH ORGANIZATION. Envelhecimento ativo: uma política de saúde / World Health Organization; tradução Suzana Gontijo. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005. 3.MIRANDA, L.C. Qualidade de vida em idosos: breves reflexões. Publicado em: 10.11.2008. Disponível em: http://www.cuidardeidosos.com.br/qualida de-de-vida-em-idosos-breves-reflexoes/. Acessado em: 06.06.11. 4.ANDERSON, M.I.P; ASSIS, M.de; PACHECO, L.C; SILVA, E.A.da; MENEZES, I.S; DUARTE, T.; STORINO, F. e MOTT, L. Saúde e qualidade de vida na terceira idade. UnATI. UERJ. Rio de Janeiro. nº 1 p. 1-44, 1998. 5. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Caderno de educação popular e saúde / Ministério da Saúde, Secretariade Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. - Brasília: Ministério da Saúde, 2007.