Biologia floral do meloeiro em função de doses de nitrogênio em ambiente protegido.



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RELATÓRIO PROJETO DE ATIVIDADE DE PESQUISA Nº 021/ Projeto: PRODUTO ORGANOMINERAL VITAN NA PRODUÇÃO DE BATATA

Transcrição:

Biologia floral do meloeiro em função de doses de nitrogênio em ambiente protegido. Roberto Cleiton Fernandes de Queiroga 1 ; Mário Puiatti 1 ; Paulo Cezar Rezende Fontes 1 ; Paulo Roberto Cecon 2 ; Ancélio Ricardo de Oliveira Gondim 1. 1 UFV - Departamento de Fitotecnia. Viçosa-MG, CEP: 36571-000. E-mail: robertocleiton@hotmail.com 2 UFV Departamento de informática. Viçosa-MG, CEP: 36571-000. RESUMO Foi realizado em Viçosa-MG um experimento em casa de vegetação com o objetivo de avaliar o comportamento floral de duas cultivares de meloeiro de fruto rendilhado Charentais e Torreon em cinco doses de N (0, 90, 180, 360, e 540 kg ha -1 ), no delineamento de blocos ao acaso em parcela sub-dividida, com quatro repetições. A Torreon apresentou, em relação à Charentais menor número de dias para a emissão da primeira flor hermafrodita, menor número de flores masculinas e totais, e maior número de flores hermafroditas, contribuindo para a menor relação de flores masculinas e hermafroditas, independente da dose de N. Exceto na dose zero de N, a Charentais emitiu flores masculinas por mais dias enquanto que na dose zero de N emitiu flores hermafroditas por um dia a menos que a Torreon. Palavras-chave : Cucumis melo L., melão rendilhado, cultivares, florescimento. ABSTRACT - Biology floral of the melon plant in function of nitrogen doses in greenhouse. It was carried out in Viçosa MG a greenhouse experiment for evaluating the floral behavior of two muskmelon cultivars of net fruit Charentais and Torreon in five doses of N (0, 90, 180, 360, and 540 kg ha -1 ) in the design in randomized complete blocks in a split plot scheme, with four replications. The Torreon it presented, in relation to the 'Charentais' smaller number of days for the emission of the first flower hermaphrodite, smaller number of masculine flowers and total, and larger number of hermaphrodite flowers, contributing for to smallest relationship of masculine and hermaphrodite flowers, independent of the dose of N. Except in the dose zero of N, the 'Charentais emitted masculine flowers for more days while in the dose zero of N it emitted hermaphrodite flowers for one day unless the 'Torreon.'

Keywords: Cucumis melo L., net melon, cultivars, bloom. O melão rendilhado é uma olerícola que vem sendo cultivada em ambiente protegido visto que no período chuvoso é impraticável o seu cultivo em condições de campo (Gusmão et al.,2000). Do ponto de vista morfológico, o conhecimento da biologia floral é fundamental para o melhoramento genético e manejo no cultivo de uma espécie. São descritas três fases no desenvolvimento do meloeiro, em que a segunda fase é caracterizada pelo aparecimento das primeiras flores até os primeiros frutos; esta fase é de grande importância pelos tratos culturais empregados bem como pelas exigências nutricionais da planta para boa produção (Crisóstomo, et al., 2004). Na formação de estruturas vegetativas, florescimento e crescimento dos frutos é importante o suprimento adequado de nitrogênio (Tapia e Gutierrez, 1997). Nesta cultura, a carência de nitrogênio diminui o número de flores hermafroditas; por outro lado, o excesso pode levar a redução na frutificação, além do colapso no metabolismo da planta no momento do crescimento do fruto (Pedrosa, 1995). O objetivo deste trabalho foi avaliar a biologia floral de duas cultivares de meloeiro de fruto rendilhado, em cinco doses de N, em cultivo protegido nas condições de Viçosa-MG. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em casa de vegetação na área experimental do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa, no período de novembro de 2004 a fevereiro de 2005. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, em parcela sub-dividida. Na parcela constaram cinco doses de N (0, 90, 180, 360 e 540 kg ha -1 de N), aplicado na forma de uréia; nas sub-parcelas foram alocadas as cultivares de melão de fruto rendilhado Charentais e Torreon, com quatro repetições. A semeadura foi feita no dia 26/11/2004 em bandejas de poliestireno de 128 células. A cultura foi estabelecida por meio do transplante direto, no espaçamento de 1,0 x 0,3 m, aos 17 dias após semeadura. Durante o ciclo da cultura as plantas foram conduzidas verticalmente, em haste única com uso de fitilhos fixados em bambu, disposto horizontalmente, a 1,80m do solo. Iniciando o florescimento, foram efetuadas anotações diárias das flores masculinas e hermafroditas emitidas, em todas as plantas da parcela, obtendo-se os dados para as variáveis: dias do transplante até a emissão da primeira flor masculina e hermafrodita; número de flores emitidas por planta; relação entre flores masculinas e hermafroditas e dias emitindo flores. Foi realizada a análise de variância para as variáveis estudadas e, independente da interação dos fatores, contrastou-se o comportamento das cultivares para cada dose de N. Sendo esta a comparação de interesse, usou-se o teste de Tukey a 1% de

probabilidade. O efeito contrário, do estudo das doses, e seus efeitos sob as cultivares não foi relatado no presente estudo, em virtude disso, não foi feita a análise de regressão. RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se efeito da interação dos fatores (cultivar x dose de N) em todas as características avaliadas, exceto no número de dias para emissão da primeira flor masculina e no número de dias emitindo flores masculinas e hermafroditas. No estudo das cultivares em cada dose, não foi observada diferenças entre cultivares independente da dose de N, no número de dias para a emissão da primeira flor masculina (Tabela 1). Em relação às flores hermafroditas (DE1FH), observou-se que a Torreon apresentou menor número de dias para o surgimento destas flores, comparado com a Charentais, exceto na dose de 540 Kg ha -1 de N (Tabela 1). Em ambas cultivares, obteve-se na dose de 360 Kg ha -1 de N menores valores (33,0 e 40,0) no número de dias para emissão da primeira flor hermafrodita para Torreon e Charentais, respectivamente. No meloeiro, a carência de N leva a um colapso no metabolismo da planta, limitando seu crescimento vegetativo como um todo (Pedrosa, 1995), afetando o processo fotossintético e produção de assimilados demandados para o crescimento da planta. A cultivar Charentais apresentou maior número de flores masculinas e totais e menor de hermafroditas em todas as doses de N, comparado com a Torreon. O nitrogênio promove modificações morfo-fisiológicas na planta, e desta forma, influencia na formação de estruturas vegetativas, florescimento e crescimento dos frutos sendo, por isso, importante o suprimento adequado de N (Tapia e Gutierrez, 1997) e o conhecimento da biologia floral, sendo esse fundamental para o melhoramento genético e cultivo de determinada espécie (Crisóstomo et al.,2004). Observou-se que a Charentais apresentou maior valor na relação de flores masculinas e hermafroditas, independente da dose de N utilizada em relação a Torreon. Este resultado foi obtido em função da cultivar Torreon apresentar menor número de flores masculinas e maior número de flores hermafroditas, independente da dose de N, reduzindo assim essa relação. Exceto na ausência de N, a cultivar Charentais apresentou maior número de dias emitindo flores masculinas, comparado a Torreon, entretanto para o número de dias emitindo flores hermafroditas não se observou diferença entre as cultivares, exceto na dose 0 Kg ha -1 de N, em que a Torreon emitiu flores por quase dois dias a mais que a Charentais.

Conclui-se que a Torreon foi mias precoce para a emissão da primeira flor hermafrodita, emitiu menor número de flores masculinas e totais, e maior número de flores hermafroditas resultando em menor relação de flores masculinas e hermafroditas, independente da dose de N. Na presença de N, em qualquer dose de N utilizada, a Charentais emitiu flores masculinas por mais dias não havendo diferenças para flores hermafroditas. LITERATURA CITADA CRISÓSTOMO, J.R.;FALCÃO, L.F.; ARAGÃO, F.A.S.; FREITAS, J.G.; SILVA, J.F.; SANTOS, F.H.C. Biologia floral do meloeiro no Ceará: emissão, duração e relação de flores masculinas/hermafroditas. Horticultura Brasileira, v.22, n.2, julho, 2004, suplemento CD-ROM. GUSMÃO,S.A.L.; PÁDUA, J.G.; GUSMÃO, M.T.A.; BRAZ, L.T. Efeito do sistema de condução, espaçamento e desfolhamento na produção de melão rendilhado, nas condições de Jaboticabal-SP, 1999. Horticultura Brasileira, v. 18, n.3, p.569-571, 2000. (Suplemento). PEDROSA, J.F. Fitotecnia da cultura do melão. Petrolina, PE: Embrapa-CPATSA, 1999. 16p. Apostila. Trabalho apresentado no curso de Hortaliças Irrigadas no Nordeste Brasileiro, 5, 1999, Petrolina-PE. TAPIA, M.L.; GUTIERREZ, V. Distribution pattern of dry weight, nitrogen, phosphorum e potassium through tomato ontogenesis. Journal of Plant Nutrition, v.20, n.6, p. 783-791, 1997. Tabela 1 Valores médios de dias para emissão da primeira flor masculina e hermafrodita (DE1FM; DE1FH), número de flores masculinas e hermafroditas (NFM; NFH), número de flores totais (NFT), relação de flores masculinas e hermafroditas (RMH) e dias emitindo flores masculinas e hermafroditas (DEFM; DEFH) de duas cultivares de meloeiro Chatentais e Torreon em cinco doses de nitrogênio. Viçosa MG, UFV, 2005. DE1FM DE1FH NFM NFH DOSES Charentais Torreon Charentais Torreon Charentais Torreon Charentais Torreon (Kg.ha -1 ) 0 26,0 a 24,8 a 46,8 a 44,3 b 29,4 a 21,5 b 1,9 b 3,5 a 90 22,3 a 21,3 a 40,8 a 35,8 b 41,6 a 22,7 b 2,2 b 3,7 a 180 22,8 a 22,8 a 43,3 a 34,8 b 41,2 a 21,9 b 2,6 b 3,4 a 360 22,8 a 22,0 a 40,0 a 33,0 b 43,1 a 23,4 b 3,2 b 4,3 a 540 23,8 a 22,8 a 41,0 a 39,3 a 39,1 a 24,2 b 3,3 b 4,2 a Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre sí ao nível de 5 % de probabilidade pelo teste Tukey....Continuação da tabela... NFT RMH DEFM DEFH Charentais Torreon Charentais Torreon Charentais Torreon Charentais Torreon 31,0a 25,0 b 15,7 a 6,2 b 39,8 a 39,8 a 25,0b 26,8 a 43,8 a 26,4 b 19,1 a 6,2 b 41,8 a 38,0 b 27,3 a 26,3 a 43,5 a 25,3 b 16,1 a 6,4 b 41,3 a 38,8 b 27,3 a 27,0 a 46,3 a 27,7 b 13,7 a 5,4 b 41,3 a 37,3 b 28,3 a 27,8 a 42,4 a 28,4 b 11,9 a 5,9 b 40,0 a 38,0 b 27,8 a 27,8 a

Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre sí ao nível de 5 % de probabilidade pelo teste Tukey.