Biocursos Pós graduação em traumato-ortopedia com ênfase em terapia Manual Ítalo Ismüller Pereira Caldas Efetividade da prática de alongamentos e fortalecimentos no controle álgico da coluna lombar não específica: revisão de literatura. Manaus 2017
Ítalo Ismüller Pereira Caldas Efetividade da prática de alongamentos e fortalecimentos no controle álgico da coluna lombar não específica: revisão de literatura. Manaus 2017
Efetividade da prática de alongamentos e fortalecimentos no controle álgico da coluna lombar não específica: revisão de literatura. Autor: Ítalo Ismüller Pereira Caldas millercsf@gmail.com Orientador: Flaviano Gonçalves Lopes de Souza Pós-graduação em: traumato-ortopedia com ênfase em terapia manual - Biocursos Resumo Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 65% a 80% da população mundial terão pelo menos dois episódios de lombalgia (dor na coluna lombar) algum período da vida. A dor também pode originar a má postura. Por exemplo, uma compressão da raiz nervosa pode acarretar uma escoliose lombar antálgica. No entanto, a dor é uma sensação subjetiva e multifatorial, o que influencia a sua compreensão e manifestação, dificultando uma avaliação objetiva na pratica clinica. Metodologia: Esta pesquisa, quanto ao problema, desenvolve-se a partir de estudo qualitativo. Quanto aos seus objetivos, classifica-se enquanto pesquisa exploratória. E em relação aos seus procedimentos técnicos utilizados, molda-se ao formato de pesquisa bibliográfica. Resultados: Na literatura, os estudos voltados à análise dos alongamentos associados ao fortalecimento de musculatura de sustentação da coluna lombar demonstram efetividade no controle de quadros incapacitantes, entretanto, exercícios terapêuticos é provavelmente o tratamento conservativo mais usado por indivíduos sujeitos a lesões de coluna lombar. Palavras Chave: dor lombar, fortalecimento, alongamento. 1. Introdução Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 65% a 80% da população mundial terão pelo menos dois episódios de lombalgia (dor na coluna lombar) algum período da vida¹. Coluna vertebral funciona como uma barra elástica modificada, fornecendo uma base rígida e flexível. Trata-se de uma estrutura complexa que proporciona união entre os membros superiores e inferiores. As vértebras estão ordenadas em quatro curvaturas, que possibilita o apoio da coluna, favorecendo uma resposta à carga com um mecanismo parecido a uma mola. Essas curvaturas que viabilizam equilíbrio e fortalecem a coluna vertebral².
O sistema de estabilização da coluna é dividido em três subsistemas: passivo, ativo e neural. As vértebras, os discos intervertebrais, as cápsulas articulares e os ligamentos, bem como, as propriedades mecânicas passivas dos músculos, constituem subsistema passivo. Todos os músculos e tendões que rodeiam a coluna e podem aplicar cargas sobre ela formam o subsistema ativo. Os nervos periféricos e o sistema nervoso central compreendem o subsistema neural, o qual controla os sinais enviados pelos receptores localizados nas estruturas passivas que sinalizam o subsistema ativo para fornecer estabilidade necessária³. As intervenções fundamentais são definidas como práticas ou habilidades que todos os pacientes com lesão da coluna devem aprender independente de sua capacidade funcional no momento do exame e do tratamento inicial. As intervenções incluem consciência da posição neutra da coluna, controle do movimento seguro e dos efeitos das atividades da vida diária, treinamento de movimento corporal básico, exercícios de estabilização da coluna e treinamento funcional da mecânica corporal básica 4. A dor lombar é definida como uma condição clinica de dor moderada a intensa na região mais inferior da coluna vertebral. Essa dor, que pode ou não se tornar crônica, provem de diversas causas, dentre as quais podemos citar: doenças inflamatórias, degenerativas, defeitos congênitos, debilidade muscular, predisposição reumática, sinais de degeneração da coluna, discos intervertebrais e má postura 5. A dor também pode originar a má postura. Por exemplo, uma compressão da raiz nervosa pode acarretar uma escoliose lombar antálgica. Desta forma, avaliar as alterações posturais através de estudo de imagens e correlaciona-las com dores e discussões musculoesqueléticas facilitam a identificação de fatores etiológicos das doenças que afetam o aparelho locomotor 6. Neste contexto, este estudo objetiva, por meio da revisão da literatura, fornecer evidências quanto à prática de alongamentos e fortalecimentos para a o segmento da coluna lombar, com fins de controle álgico musculoesquelético. 2. Fundamentação Teórica
Em academias de ginástica são necessários como aplicabilidade preventiva à coluna, exercícios resistidos associados a alongamentos específicos. As reclamações de pessoas sedentárias com quadros álgicos, quando reavaliados num período médio de três meses, dificilmente relatavam parestesias e quadros álgicos anteriores relativas à coluna. Com o aumento gradual de indivíduos com lombalgia sempre expressivos em variados segmentos da população, talvez mais importante que prevenir a recidiva de lombalgia é evitar que ela retorne; se não tomadas providências quanto à mudança de hábitos, os riscos de recaída são de 60% no mesmo ano ou no seguinte, sendo a falta de exercícios um dos fatores que causam a cronicidade das dores na coluna 9. Na avaliação do programa de alongamento muscular houve redução dos escores, melhorando, a capacidade para a realização das atividades físicofuncionais dos indivíduos, entretanto a análise estatística não demonstrou grau de significância (p 0,066). A redução do quadro de lombalgia ocasionada pelo programa de alongamento muscular está ligada ao alívio da tensão muscular, pois quando uma musculatura encontra-se em tensionada, pode acarretar pequenos deslizamentos nas vértebras gerando discopatias, pressionando os nervos e provocando dor na coluna. A amostra do presente estudo apresentou encurtamento de isquiotibiais. A rigidez dos músculos isquiotibiais descompensa pelo movimento da coluna lombar, que irá exercer mais carga sobre a coluna, acarretando menor mobilidade no quadril gerando dor na coluna lombar 10. Na elaboração de um programa de exercícios com a finalidade de proteger à coluna, se faz necessário fortalecer e alongar os membros superiores e inferiores, devido os movimentos para levantar, conduzir pesos, diminuindo a utilização da força na coluna. Entretanto, exercitar-se quando a postura não é observada nas atividades durante todo o dia e ao dormir de nada adianta. 3. Metodologia Esta pesquisa, quanto ao problema, desenvolve-se a partir de estudo qualitativo. Quanto aos seus objetivos, classifica-se enquanto pesquisa exploratória. E em relação aos seus procedimentos técnicos utilizados, moldase ao formato de pesquisa bibliográfica para realização deste estudo, foram
consideradas bibliografias encontradas nas bases de dados indexadas como SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), LILACS (Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e BIREME (Biblioteca Regional de Medicina). Os termos utilizados foram: dor lombar, alongamento e fortalecimento. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: a) lombalgia; b) nos últimos dez anos (2006-2016); c) estudos realizados com seres humanos; d) artigos publicados em inglês e português. Os critérios de exclusão para esta revisão foram: a) artigos de revisão bibliográfica; b) uso de fármacos no alívio da dor; c) obesos; d) idosos. Foram pesquisados 20 estudos, em seguida foi realizada uma leitura dos materiais que permitiu selecionar apenas dez artigos que atendessem aos critérios de inclusão. 4. Resultados e Discussão 4.1 Resultados Quadro 1: Estudos referentes as respostas dos exercícios de alongamentos e fortalecimentos e seus respectivos resultados. Autor Amostra Avaliou Resultados Conceição e Mergener (2012) Coury, Moreira e Dias (2009) Toscano e Egypto (2001) Machado e Bigolin (2010) Tahara et. Al. (2008) Puppin et. Al. (2011) 07 Exercícios estabilizadores da coluna e quadril; 06 Exercícios* NR 09 01 Alongamento muscular Exercícios de fortalecimento e alongamento para MMSS e MMII Exercícios de ante e retroversão pélvica, alongamentos de paravertebrais e anterior e posterior de coxa, fortalecimentos de abdominais, glúteos e extensores da coluna. 55 Exercícios de alongamento Houve melhora significativa da qualidade de vida, pois antes do tratamento era de 36,8% e depois diminuiu para 8% Exercícios com duração abaixo de dez semanas são ineficazes Melhora da capacidade para a realização das atividades físicas e funcionais. Diminuição da carga axial sobre a coluna. Melhora geral na capacidade funcional e no quadro álgico. Redução da dor, incapacidade funcional e no aumento da flexibilidade global.
NR - não referiu. *Não referiu qual exercício foi aplicado. MMSS- membros superiores. MMII- membros inferiores. Exercício de alongamentos e fortalecimentos trazem diversos benefícios ao indivíduo em decorrência da diminuição das tensões musculares sobre ligamentos e tendões contribuindo para a diminuição dos quadros álgicos e inflamatórios. 4.2 Discussão O quadro 1 mostra que a maioria dos estudos avaliaram indivíduos que apresentaram quadro de dor incapacitante e que envolvessem o segmento lombar. Seis estudos avaliaram a região lombar, onde cinco deles evidenciaram resultados positivos Toscano (2001), Tahara (2008), Machado (2010), Puppin (2011) quanto à execução de alongamentos voltados para lombalgia. Esses resultados indicam forte evidencia em relação às vantagens da prática de alongamentos para o combate de quadros álgicos incapacitantes. Ao avaliar os exercícios a redução do quadro de dor dos participantes Zero e Portes (2013) Albuquerque e Mejia (2014) Falcão e Sá (2007) é possível destacar a melhora dos quadros álgicos, entretanto houve uma pesquisa Hamill e Knutzen (2012) que cita que a redução dos quadros de dor somente é possível quando executados acima de dez semanas de tratamento. Ao avaliar o parâmetro de eficácia de programas de exercícios para a redução dos quadros de lombalgia houve cinco estudos; Conceição e Mergener (2012) Coury e Moreira (2009), Machado e Bigolin (2010), Tahara (2008) e Puppin (2011) que provam que a prática de exercícios como: fortalecimento da musculatura do segmento lombar proporciona redução do quadro álgico. 5. Conclusão Na literatura, os estudos voltados à análise dos alongamentos associados ao fortalecimento de musculatura de sustentação da coluna lombar demonstra efetividade no controle de quadros incapacitantes. A padronização de exercícios faz necessário para diminuir os riscos de interpretações errôneas de qual a modalidade é mais apropriada a uma determinada população acometida por dor lombar inespecífica.
6. Referências Bibliográficas 1. ZERO, J.R. ; PORTES, L.A. Orientação postural e análise do peso da mochila de alunos do primeiro e segundo ano do ensino fundamental no município de Leme /SP. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.12, n.5, setembro/ outubro, 2013. 2. HAMILL, J.; KNUTZEN, K. Bases biomecânicas do movimento humano. 3 Ed. Barueri, SP: Manole, 2012. 3. FREITAS, C.D. Reabilitação dinâmico-funcional da coluna lombar. São Paulo, SP: Phorte, 2012. 4. KISNER, C.; COLBY, L.A. Exercícios Terapêuticos: fundamentos e técnicas. 5 Ed. Barueri, SP: Manole, 2009. 5. ALBUQUERQUE, M.I.S.; MEJIA, D.P.M. Os benefícios do alongamento no alívio das dores lombares. 6. FALCÃO, F.R.C.; SÁ, C.N. Correlação dos desvios posturais com dores musculoesqueléticas. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, Salvador / Ba, v.6, n.1, jan/ abr, 2007. 7. CONCEIÇÃO, J.S.; MERGENER, C.R.; Eficácia do método Pilates no solo em pacientes com lombalgia crônica. Relato de casos. Revista Dor. São Paulo, v.13n. 4, out-dez, 2012. 8. COURY, H.J.C.G.; MOUREIRA, R.F.C.; DIAS, N.B. Evaluation of the effectiveness of workplace exercise in controlling neck, shoulder and low back pain: a systematic review. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 13, n. 6, nov/ dec. 2009. 9. TOSCANO, J.J.O.; EGYPTO, E.P. A influência do sedentarismo na prevalência de lombalgia. Revista Brasileira de Esporte, João pessoa/ PB. v.7, n.4, ju/ ago, 2001.
10. MACHADO, G.F.; BIGOLIN, S.E. Comparative study of cases between neural mobilization and a muscular elongation program on chronic backache. Fisioter. Mov, Ijuí/ RS. v.23, n.4, out/ dez, 2010. 11. TAHARA, Noemia; GATTI, Ariane Cristiane; Rafachio, Elisabete Cristina Balduino; WALSH, Isabel Aparecida Porcatti. Efeitos de um programa educacional e de exercícios fisioterapêutico na avaliação da dor e da capacidade funcional de indivíduo com lombalgia: relato de caso. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v. 12, n.1, p. 61-66, jan/ abr. 2008. 12. PUPPIN, Maria Angélica Ferreira Leal; MARQUES, Amélia Pasqual; SILVA, Ary Gomes da; NETO, Henrique de Azevedo Futuro. Alongamento Muscular na dor lombar crônica inespecífica: uma estratégia do método GDS. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.18, n.2, p. 116-121, abr/ jun. 2011.