RESPOSTA A PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO Trata-se de resposta a pedido de impugnação apresentado pela sociedade empresária INCORP TECHNOLOGY INFORMÁTICA LTDA EPP, referente ao Edital de Pregão Eletrônico n.º 21/2014. I - DA ADMISSIBILIDADE: Nos temos do disposto no art. 18 do Decreto 5.450 de 31/05/2005, é cabível a impugnação, por qualquer pessoa, do ato convocatório do pregão na forma eletrônica até dois dias úteis da data fixada para abertura da sessão pública; Desse modo, observa-se que a Impugnante encaminhou sua petição, via correio eletrônico, no dia 19 de maio de 2014 às 17:19 e considerando que a abertura da sessão pública do pregão estava agendada para o dia 21/05/2014 e que o expediente nessa Autarquia é de 08:00 às 17:00 a presente Impugnação apresenta-se intempestiva. Contudo, a fim de que sejam verificados os pontos ora impugnados e afastar quaisquer possibilidade de prejuízo aos princípios constitucionais e legais que regem esta licitação, o pregoeiro, bem como a equipe técnica analisou o documento enviado. Sobre as manifestações da sociedade empresária acima mencionada, seguem considerações: II - DOS PONTOS QUESTIONADOS E AS RESPOSTAS: 1 Sorteio Eletrônico: A licitante alega que o sorteio eletrônico é proibido pela legislação vigente. R.: O trecho destacado pela própria licitante, responde a sua colocação: Lei 8.666/93 Art. 45 (...) 2 o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no 2 o do art. 3 o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo (grifo nosso) Acontece que o ato público a que se refere a legislação acima, no caso de um pregão eletrônico é sessão pública de realização no ambiente da Internet, no site do Comprasnet. Veja que a legislação não estabelece que o ato público deva ser presencial. Caso assim fosse, a própria forma eletrônica do Pregão seria ilegal, já que a abertura de proposta e análise de documentos de habilitação devem ocorrer em sessão pública. Corrobora a esses argumentos o próprio Decreto que regulamenta o Pregão Eletrônico:
Decreto 5.450/2005: Art. 2 o O pregão, na forma eletrônica, como modalidade de licitação do tipo menor preço, realizar-se-á quando a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns for feita à distância em sessão pública, por meio de sistema que promova a comunicação pela internet. Art. 11. Caberá ao pregoeiro, em especial: (...) III - conduzir a sessão pública na internet; (grifo nosso) Ressalte-se ainda que o sorteio ocorre de forma eletrônica e automatizada pelo sistema Comprasnet e sem qualquer interferência do Pregoeiro. Desta forma, este item do Edital está aderente à legislação, razão pela qual será mantida a redação. 2 A Licitante informa que a redação do Edital ao informar que caso a desconexão do pregoeiro ocorra por mais de sessenta minutos a sessão será suspensa e reaberta em data a ser reagendada e comunicada no Comprasnet, está em conflito com o Decreto 5.450/2005. R.: Ocorre que a intenção do Edital é não ficar tão restrito a 10 minutos, já que há momentos que mesmo que o pregoeiro fique desconectado, a sessão pode transcorrer sem prejuízo aos atos nela ocorridos. Ainda assim, a fim de que não exista discrepância com a legislação em vigor fica-se estabelecida a alteração para o item na seguinte forma: 12.2. No caso de desconexão do Pregoeiro persistir por tempo superior a dez (10) minutos, a sessão do Pregão será suspensa automaticamente e reiniciará somente após comunicação expressa aos participantes no sítio www.comprasnet.gov.br. 3 - No ponto seguinte, a licitante informa que o item 14.7 do edital criaria uma discricionariedade ao Pregoeiro de aceitar ou não uma proposta que esteja acima do preço. R.: Esse entendimento da licitante não é correto. O próprio item afirma que valor estipulado no item 6.1 do Edital é teto para contratação/aquisição. E na forma do Decreto 5.450/2005, em seu Art. 22, 2º não deixa margem para dúvidas: 2o O pregoeiro verificará as propostas apresentadas, desclassificando aquelas que não estejam em conformidade com os requisitos estabelecidos no edital. Como faz o Edital, este estipula, dentre outros critérios para aceitação, o valor máximo aceitável após a etapa de lances e a negociação é aquele do Item 6.1. Ao pregoeiro não compete nada mais a não ser desclassificar a proposta.
De forma a deixar mais clara a regra editalícia, a redação do item 14.7 passa a ser a seguinte: 14.7. O valor de referencia estipulado no item 6.1. deste edital será o valor máximo para aquisição. Se após as etapas de lances e negociação o valor obtido for superior ao máximo aqui definido o pregoeiro desclassificará a proposta. 4 - A impugnante afirma que o Edital é omisso quanto ao prazo de envio dos documentos originais ou cópias autenticadas por parte da licitante vencedora, quando do término da sessão. R.: Informamos que alteraremos o item a fim de deixar claro com a seguinte redação: Os documentos de habilitação complementar, bem como a proposta ajustada ao valor final deverão ser encaminhados à sede do Cofen no prazo de três dias úteis após a adjudicação do objeto por parte do Pregoeiro, caso a sessão termine sem recurso admitido, ou após decisão do Pregoeiro, em caso de recurso admitido, e que não tenha implicado na inabilitação da vencedora. 5 A impugnante alega que o Edital fere os princípios legais ao estabelecer em seu item 17.2. que o Pregoeiro fará juízo de admissibilidade da intenção de recurso, aceitando-a ou motivadamente, rejeitando-a em campo próprio do Sistema. R.: Primeiramente, analisamos o que o próprio Edital diz: aceitando-a ou, motivadamente, rejeitando-a em campo próprio do Sistema. Nota-se então que o Sistema, disponibilizado pelo Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão, prevê tal situação, ou seja, há um campo próprio para o juízo de admissibilidade, o que demonstra, trata-se minimamente de uma questão possível e prevista. Isso decorre do que estipula o Art. 26, 1º, do Decreto Federal 5.450/2005: 1 o A falta de manifestação imediata e motivada do licitante quanto à intenção de recorrer, nos termos do caput, importará na decadência desse direito, ficando o pregoeiro autorizado a adjudicar o objeto ao licitante declarado vencedor. (grifo nosso) De certo o que será analisado naquele instante da sessão pública, no momento que após o prazo para interposição de recurso, é se esta manifestação possui os requisitos básico para sua admissão. O pregoeiro é incumbido de proceder ao juízo de admissibilidade do recurso, verificando a presença dos pressupostos recursais. Nesta seara é oportuna a jurisprudência do TCU, conforme a seguir: 10.4. Isto posto, tem-se, portanto, que o juízo de admissibilidade da intenção de recorrer, na modalidade pregão - tanto eletrônico como presencial -, levado a efeito pelo Pregoeiro, deve se limitar à análise acerca da presença dos pressupostos recursais(sucumbência, tempestividade, legitimidade, interesse e motivação), sendo vedado a este agente analisar, de antemão, o próprio mérito recursal, em que pese-lhe
ser lícito examinar se os motivos apresentados na intenção de recorrer possuem, em tese, um mínimo de plausibilidade para seu seguimento. TCU Acórdão 339/2010 Plenário, disponível em http://pt.scribd.com/doc/74494983/tcu-ac6rdao. Acesso em 06 de outubro de 2012. Então, o momento do juízo de admissibilidade não trata da análise do recurso em si, mas apenas se na manifestação do interessado há os preceitos fundamentais para sua aceitação e evitar a presença de recursos que sejam meramente protelatórios. Desta forma, não há que ser alterado na redação do Edital. 6 - A Impugnante questiona a redação do prazo para apresentação da Prova de Conceito. R.: De fato há um equívoco na redação do item. A redação será alterada para a seguinte: A licitante que for provisoriamente classificada em primeiro lugar por apresentar o menor preço global deverá, no prazo máximo de cinco dias, apresentar-se na sede do COFEN para participar da Prova de Conceito, em data e horário agendado. Na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis devidamente comprovados, a prova de conceito poderá ser remarcada. Neste caso a comunicação será realizada através de publicação no Diário Oficial da União e no Portal Cofen (www.portalcofen.gov.br) com antecedência de 5 (cinco) dias. 7 A impugnante afirma que o Edital e a Minuta do Contrato estão irregulares ao condicionar o pagamento dos serviços executados à apresentação das Certidões Negativas do INSS, Receita Federal, Estadual e Municipal, FGTS e CNDT. R.: Ocorre que é pacífica a jurisprudência do Tribunal de Contas da União no sentido que, nos pagamentos efetuados pela Administração, decorrente ou não de contratação para pronta entrega, inclusive nos contratos de execução continuada ou parcelada, é obrigatória a exigência da documentação relativa à regularidade para com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e Fazenda Federal, além, da Seguridade Social (CND). Podem ser citados os julgados: Acórdãos 593/2005 Primeira Câmara, 251/2005 Plenário, 984/2004 Plenário, 295/2004 Segunda Câmara, 1.708/2003 Plenário, 208/2000 Plenário, e Decisões 407/2002 2ª Câmara, 559/2001 Plenário, 386/2001 Plenário, 182/1999 1ª Câmara, 472/1999 Plenário, 377/1997 Plenário. Ainda que a determinação em seus acordãos pareça o TCU não atuar no nível Estadual e Municipal, ela trata do pagamento condicionado à verificação da regularidade em relação à Fazenda Estadual e a Municipal, por a questão verificar-se só se coloca por tratarem de guardar estrita relação comas exigências de habilitação da licitação, quer de regularidade, quer de qualificação, inteligência do inc. XIII do art. 55 da Lei 8.666/93. Ocorre ainda que o Cofen, como Autarquia da administração indireta e sujeita ao controle da Corte de Contas supramencionada que o descumprimento das determinações do Tribunal de
Contas da União pode ensejar aos responsáveis a aplicação da multa prevista no art. 58 da Lei nº 8.443/92. Assim, a redação permanece como a do Edital. 8 - A última questão apontada pela impugnante trata da apresentação de atestado de capacidade técnica. a) No que se refere à forma do atestado: A forma com que o atestado de capacidade técnica for apresentado não deve implicar na inabilitação da empresa, já que o que se pretende com o documento é analisar a capacidade técnica-operacional da licitante. Com este documento, o que se deve ter em mente é se a empresa possui requisitos profissionais e operacionais para executar o objeto a ser licitado. Iremos alterar a redação para a seguinte a fim de que não pairem dúvidas: e) O(s) atestado(s) de capacidade técnica devem ser emitidos em nome da proponente e seu CNPJ. b) No que se refere à exigências dos quantitativos colocados de 40.000 e com abrangência nacional: Quanto à exigência do Atestado de Capacidade Técnica, ressalta-se que é possível e desejável quando tiver como finalidade única e exclusiva averiguar se a empresa contratada detém o conhecimento técnico e a capacidade operacional inerentes às especificidades envolvidas na prestação do serviço, de forma a garantir a execução do contrato, a segurança e a perfeição do serviço. Da previsão do item 15.3.1, alínea b, infere-se que a quantidade indicada, 40 mil votos, serve tão somente para garantir a capacidade técnica esperada para tal serviço, na medida em que permite que se exija comprovação de aptidão em objeto compatível em características e quantidades mínimas com o objeto da licitação, ampliando aí a participação de empresas licitantes ao invés restringir esta competição. Registre-se que 40.000 é um número consideravelmente pequeno ao levarmos em conta o público apto a votar nas eleições do Sistema Cofen/ Conselhos Regioanis é de 850.000 profissionais. A abrangência da eleição é nacional como se verifica no Termo de Referência. O instrumento convocatório em nenhum momento afirma que a licitante deverá comprovar que prestou serviços de eleição Web em todos os estados da Federação. Apenas que realizou um serviço em âmbito nacional, ou seja, na mesma proporção das eleições do Cofen. Isto está aderente à regra definida no Instituto Federal de Licitações (Lei 8.666/1993) em seu Art. 30, inciso II: comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do
pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; (grifo nosso) Desta forma, somente procederemos com a alteração do item e. III - CONCLUSÃO: Ante ao exposto, acatamos PARCIALMENTE a impugnação apresentada pela sociedade empresária INCORP TECHNOLOGY. Como as mudanças não alteram a formulação da proposta e considerando ainda que o Pregão Eletrônico nº 21/2014 encontra-se suspenso no Comprasnet até o término da análise de impugnações apresentadas, comunico que daremos prosseguimento ao procedimento licitatório considerando as alterações apostadas acima e sem reabertura do prazo. Brasília, 28 de maio de 2014. Alexandre Tadeu dos Santos Barreira Pregoeiro