DIAGNÓSTICO SOBRE SAÚDE, SEGURANÇA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA EMPRESA DE MINERAIS NÃO METÁLICOS DA PARAÍBA Isabel Cristina Farias QUIRINO 1, Vera Lúcia Meira de Morais SILVA 2, Lígia Maria Ribeiro LIMA 2 1 Especialista em Gestão Ambiental na Indústria, cristinaa.quirino@gmail.com 2 Departamento de Química, Universidade Estadual da Paraíba-UEPB, Campus I, Campina Grande-PB. E-mail: meiravlms@gmail.com. Telefone: (83)3315 3356. 3 Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Estadual da Paraíba UEPB, Campus I, Campina Grande-PB. E-mail: ligiauepb@gmail.com. Telefone: (83) 3315 33. RESUMO O enfoque que se dá atualmente sobre educação ambiental pode traduzir de forma plural, o novo pensar dos gestores empresariais, os gestores da esfera pública e os gestores da área educacional, para buscar modelos e diretrizes que contemplem o crescimento da sociedade, simultaneamente às práticas de sustentabilidade voltadas para as gerações futuras. Diante destas considerações preliminares, surge a questão que norteia este estudo, numa perspectiva de diagnosticar a gestão empresarial e sua interface diante das políticas voltadas para a educação ambiental e sustentabilidade, no que tange a um enfoque sobre educação ambiental numa pequena empresa de minerais não-metálicos. PALAVRAS CHAVE: Saúde, Segurança, Educação Ambiental 1 INTRODUÇÃO Considerando as mudanças no ambiente relativamente estável das organizações empresariais nas décadas de 60 e 70 e as transformações no modelo de competitividade do mercado, cristalizado na busca da qualidade, flexibilidade e visão de futuro, é que se formou o cenário de um novo paradigma no modelo de gestão empresarial. Com o passar dos anos, este modelo se fortaleceu, através de estratégias e alternativas que garantindo o crescimento, o lucro, a competitividade e a sobrevivência no mercado altamente competitivo, tivessem, também, um compromisso com as aspirações da sociedade, no sentido macro. Assim, as organizações empresariais tiveram que quebrar paradigmas tradicionais, e assumirem novos modelos de gestão que contribuíssem de alguma forma, para a sustentabilidade da comunidade onde estão inseridas, a sociedade e o meio ambiente.
As organizações que decidem assumir suas responsabilidades sociais defrontam-se com muitas barreiras, que constituem o modelo de gestão tradicional, cujo foco sempre esteve direcionado para a relação custo-benefício: Porém, as exigências da sociedade moderna apontam um novo pensar nas decisões do mundo empresarial, custo, sim, benefícios também, mas, na perspectiva de, aliar vantagens e competitividade, à qualidade de vida, preservação dos recursos naturais, e compromisso com as gerações futuras, constituindo uma nova forma de lucro, o lucro social. Este trabalho enfoca a Educação Ambiental em uma pequena empresa de materiais não metálicos, envolvendo aspectos relacionados à saúde, segurança no trabalho e higiene pessoal e coletiva de seus colaboradores, procurando diagnosticar o perfil da empresa e de seus colaboradores para que, posteriormente se possa acrescentar novas práticas, que melhorem e/ou suavizem a rotina dos trabalhadores na empresa, a partir de estudos na área enfocada, com base em um conhecimento de ordem cientifica. 2 METODOLOGIA A metodologia utilizada foi a aplicação de questionários. Como instrumento de pesquisa foram aplicados dois questionários a uma amostragem de aproximadamente 50% dos colaboradores da Empresa, a qual é composta por um total de 47 funcionários. Os questionários versam sobre saúde e segurança do trabalho, higiene pessoal e coletiva e ainda, meio ambiente e qualidade de vida.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Uma das primeiras perguntas se refere ao grau de escolaridade do total de colaboradores da empresa. O resultado obtido pode ser observado na Figura 1, 81% tem o ensino fundamental, os do ensino médio (2 Grau) completo são 7,0%, os de ensino médio (2 Grau) incompleto são 4,0%, os não alfabetizados foram 6,0% e o menor índice foi de 2,0% corresponde ao ensino superior. Figura 1 Distribuição percentual segundo o grau de escolaridade Fonte: própria (2012). 3.1 Análise do Questionário/Diagnóstico: (Saúde e Segurança do Trabalho Higiene Pessoal e Coletiva) A seguir estão relacionadas as respostas fornecidas pelos colaboradores quando da aplicação do questionário. Nas Figuras 2 e 3 podem ser vistas as respostas obtidas quando os colaboradores foram arguidos sobre o fato de achar que o seu trabalho lhes expõe a risco e se conheciam exatamente a importância do uso dos equipamentos de proteção individual (e coletiva), respectivamente.
FIGURA 2 Risco oferecido pelo trabalho FIGURA 3 Conhecimento da importância dos EPI s Nas Figuras 4 e 5 podem ser observadas as respostas quando arguidos se na realização de seu trabalho junto a minerais não-metálicos, obedecem às normas de como usar o Equipamento de Proteção Individual e se consideram importante a empresa promover treinamento em primeiros socorros, respectivamente. FIGURA 4 Obedecem às normas de como Usar os Equipamentos de Proteção Individual
FIGURA 5 Importância de Cursos e Treinamento em Primeiros Socorros Quando indagados se achavam que a Higiene é um fator que indica Segurança, todos os entrevisados assinalaram que sim. As respostas fornecidas ao serem indagados se tinham conhecimento das doenças decorrentes da falta de limpeza dos locais de trabalho, de instalações sanitárias, vestiários, refeitórios, estão mostradas de forma percentual na Figura 6. FIGURA 6 Conhecimento de Doenças Devido a Falta de Limpeza A partir da análise de todas as respostas quanto à saúde e segurança do trabalho e higiene pessoal e coletiva, pode-se perceber que quase 50% dos entrevistados não se acha exposta grandemente a risco no trabalho, a maioria respondeu saber a importância do uso de equipamentos de segurança, afirmando fazer uso de tais equipamentos e ainda obedecendo às normas de segurança. Mesmo assim, 90% deles respondeu que é muito importante a empresa promover treinamento de primeiros socorros. Mais de 50% dos entrevistados afirmaram que conhecem as doenças decorrentes da falta de limpeza. Apesar de tudo isto, no
questionário correspondente ao gerente supervisor, o mesmo afirmou que a norma mais comumente descumprida é o uso de equipamentos de proteção e que há sim locais de riscos na empresa. Talvez os colaboradores não tenham relatado mais claramente tais fatos simplesmente por cautela. 3.2 Análise do Questionário/Diagnóstico: (Meio Ambiente ) A primeira pergunta relacionado ao meio ambiente, foi uma questão aberta: O que significa Meio Ambiente para você? A qual foi respondida de maneira simples, no linguajar característico dos colaboradores da empresa em estudo. De modo geral eles responderam que meio ambiente é o lugar onde vivemos e devemos cuida bem dele. Dando continuidade ao questionário, foi feita a pergunta: Você considera importante que as empresas implantem Educação Ambiental? A grande maioria respondeu que sim. Outra questão foi: Em sua opinião, a sua atividade causa algum tipo de impacto ao Meio Ambiente? As respostas a essa questão podem ser observadas na Figura 7. FIGURA 7 Atividade Causa Impacto ao Meio Ambiente Quando indagados se eram conscientes de que o lixo produzido, na Indústria, teria que ter um destino diferente do lixo produzido em suas casas, todos os
entrevistados assinalaram sim, revelando, a conscientização de que o lixo da empresa não é um lixo comum, portanto deve ter um destino específico. Quando arguidos se sabiam o que é Coleta Seletiva, a grande maioria, 90%, respondeu que sim. Porém, quando questionados se selecionavam o lixo, pouco mais de 50% respondeu que sim. Isto mostra uma certa ambigüidade. Eles sabem o que é coleta seletiva, mas, baseado na resposta seguinte, não devem estar usando tal coleta, uma vez que quase 50% respondeu não fazer separação do lixo. Quando foi perguntado: Você acha que produz no seu trabalho algum tipo de resíduo capaz de causar danos ambientais ou danos à saúde da população? 90% dos colaboradores entrevistados respondeu que sim, acenando para o pesquisador que os mesmos estão cientes de que os resíduos produzidos pela atividade dos mesmos, é capaz de causar danos ao meio ambiente. Quanto à pergunta: Já assistiram a alguma palestra abordando o tema Importância da Qualidade e Preservação da Água?. Apenas 70% dos entrevistados afirmaram que sim. O fato de aproximadamente 30% dos entrevistados não ter assistido a nenhuma palestra sobre o tema, sugere-se a necessidade de uma ação continuada, para alcançar através das palestras os novos funcionários admitidos, principalmente porque o cuidado com a água é um fator importante dentro do processo produtivo de uma empresa. Indagados se conheciam o Programa 5S, todos os entrevistados responderam que não, levando a crer, de imediato, que há uma iminência na empresa de procurar levar ao conhecimento de seus colaboradores o que é o Programa 5S. Do mesmo modo que a pergunta anterior, também foi indagado aos entrevistados se os mesmos sabiam o que significa os 4R'S. A esta questão, apenas um entrevistado assinalou que sim. O resultado, assim como na questão antecedente, também demonstrou a urgente necessidade que tem a empresa que
serviu como campo prático desta pesquisa, em adotar em tempo hábil, orientações aos seus colaboradores quanto ao significado e aplicabilidade dos 4R`S. Na questão: Você acha importante que as Empresas realizem ações ou participem de campanhas com o fim de promover melhorias no Meio Ambiente e/ou promover melhorias para a população de seu entorno, todos os entrevistados assinalaram que sim. Os participantes da pesquisa foram questionados se podiam ser considerados pessoas Socialmente Responsáveis, dos entrevistados, 76% consideraram-se muito responsáveis socialmente, como pode ser observado na Figura 15. Isto demonstra uma atitude facilitadora para o desenvolvimento de boas práticas no processo da educação e gestão ambiental. Quando indagados sobre a pergunta discursiva: O que você acha que faz para contribuir com a preservação do Meio Ambiente, as respostas dos entrevistados foram bastante interessantes, em algumas delas, os mesmos demonstravam preocupação com diversos aspectos ambientais, algumas das quais se acham transcritas a seguir, encerrando esta análise: Não desmatar; não jogar lixo, separar metais, plásticos, papel e plantas; não destruir a natureza, não sujar, não poluir o meio ambiente; orientar as pessoas a não jogar lixo nos rios, no chão a não desmatar e reciclar os lixos, protegendo assim a nossa maior riqueza que é o nosso planeta; ter diversas palestras em clubes sobre o mesmo, para que os leigos se conscientizavam; fazer reciclagem na empresa e na cidade, isso poderia melhorar um pouco o nosso mundo.
4 CONCLUSÃO Os dados coletados através de questionários aplicados a uma amostra de 22 colaboradores da empresa de minerais não metálicos em estudo, possibilitaram diagnosticar na empresa, pontos favoráveis como o fato de que seus colaboradores apresentaram um conhecimento quanto às questões ambientais, como também a postura da empresa face ao meio ambiente onde a mesma se acha inserida. No que se refere à existência da consciência das questões relacionadas à Educação Ambiental, os gestores da empresa pesquisada concordaram que é necessário desenvolve-la. Mas, pelo menos por enquanto, não possui ações sistematizadas para por em prática. Todavia, aos poucos, a empresa vem buscando práticas e ferramentas que possam contribuir para o bom funcionamento do meio ambiente.
REFERÊNCIAS ABREU, Dôra. Sem EA, nada feito: Educação Ambiental da ISO 14001/Maria Auxiliadora de Abreu Macedo/Salvador: Casa da Qualidade Editora, 2000.v 1. 106p. CENTRO DE QUALIDADE SEGURANÇA E PRODUTIVIDADE, Gestão Ambiental, Benefícios da Iso 14001 Para as Empresas, disponível em www.qsp.org.br/beneficios_14001.shtml. Acessado em setembro 2012. DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: Princípios e práticas. 8 ed. São Paulo: Gaia Ltda, 2004. GONÇALVES, Múcio Tosta. Política florestal e interesses agroindustriais no estado de Minas Gerais: um estudo do Instituto Estadual de Florestas-IEF. Dissertação de mestrado apresentada ao DCP-UFMG. Belo Horizonte, 1990. LUZ, et al. Tratamento de minérios. 4 ed. Rio de Janeiro, CETEM/MCT, 2004. SOUZA, C. A. Sistemas integrados de gestão empresarial: estudos de casos de implementação de sistemas ERP. Dissertação de Mestrado, São Paulo: FEA/USP. 2000. VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.