ANEXO (a que se refere o artigo 1.º do Despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada n.º 34/2016, de 3 de maio) REGULAMENTO INTERNO DA SUPERINTENDÊNCIA DO MATERIAL CAPÍTULO I Disposições gerais Artigo 1.º Objeto O presente regulamento interno define a estrutura e o funcionamento da Superintendência do Material (SM). Artigo 2.º Natureza A SM é um órgão central de administração e direção da Marinha. Artigo 3.º Missão A SM tem por missão assegurar as atividades da Marinha no domínio da administração dos recursos do material, sem prejuízo das competências de outras entidades. Artigo 4.º À SM compete: a) Assegurar as atividades da Marinha no domínio da administração dos recursos do material, compreendendo os recursos de infraestruturas, nos aspetos técnicos e logísticos do ciclo de vida do material naval, nomeadamente na conceção, desenvolvimento, produção ou aquisição, operação e sustentação, onde se inclui o abastecimento, a manutenção e o respetivo abate; b) Apoiar, nas suas áreas de responsabilidade, as unidades operacionais, sem prejuízo das competências de outros órgãos da Marinha, bem como apoiar outras estruturas, no âmbito da defesa nacional e nos termos das orientações estabelecidas; c) Elaborar diretivas, planos, estudos, propostas, informações e pareceres relativos à administração dos recursos do material e de infraestruturas e aprovar os respetivos normativos funcionais e técnicos; d) Implementar e contribuir para a elaboração de doutrina básica da Marinha, na sua área de responsabilidade; e) Elaborar e implementar a doutrina setorial que regula a administração dos recursos do material, nomeadamente do material naval, que inclui as unidades navais, unidades auxiliares de Marinha, meios de ação naval, equipamento de mergulho e outro material de guerra, simuladores, infraestruturas, viaturas táticas, viaturas administrativas e transportes fluviais; f) Assegurar a representação da Marinha junto de entidades externas, no âmbito das suas competências. 1
Artigo 5.º Estrutura 1 - A SM compreende: a) O Superintendente do Material; b) A Direção de Abastecimento (DA); c) A Direção de Infraestruturas (DI); d) A Direção de Navios (DN); e) A Direção de Transportes (DT). 2 - A estrutura e o funcionamento da DA, DI, DN e DT são definidos nos respetivos regulamentos internos. Artigo 6.º Superintendente do Material 1 - Ao Superintendente do Material compete: a) Administrar a SM e os recursos do material e de infraestruturas da Marinha; b) Aprovar a diretiva setorial; c) Assegurar, no seu âmbito, as atividades relacionadas com o processo de gestão estratégica; d) Exercer a autoridade funcional e técnica no domínio da administração dos recursos do material e de infraestruturas; e) Garantir o tratamento dos assuntos relativos às infraestruturas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) instaladas em território nacional e afetas à Marinha; f) Propor e implementar a doutrina de gestão dos recursos do material e de infraestruturas; g) Aprovar as diretivas, normas e instruções no âmbito da sua autoridade técnica, nomeadamente no apoio logístico integrado, normalização, catalogação, qualidade e manutenção do material naval; h) Estabelecer as orientações para a atuação dos órgãos da SM, aprovar o plano de atividades setorial e assegurar a elaboração do respetivo relatório; i) Controlar e avaliar a execução do plano de atividades, a concretização dos objetivos definidos e a utilização dos recursos disponibilizados, por parte dos órgãos da SM; j) Propor, para aprovação, os regulamentos internos dos órgãos da SM; k) Assegurar a participação nos projetos de elaboração e alteração de atos legislativos e regulamentos administrativos sobre as matérias da sua competência; l) Definir as atividades de inspeção e auditoria a realizar nas unidades, estabelecimentos e órgãos (UEO), no âmbito das suas competências; m) Promover e participar em iniciativas de investigação, desenvolvimento e inovação (IDI), na sua área de responsabilidade, em coordenação com os demais órgãos com competências naquele âmbito; n) Convocar e presidir ao Conselho de Logística do Material (CLM); o) Promover as atividades relativas à fiscalização de servidões militares e de outras restrições ao direito de propriedade que interessem à Marinha; p) Emitir parecer sobre os assuntos relacionados com o Sistema de Formação Profissional da Marinha que tenham implicações no domínio dos recursos do material e de infraestruturas; q) Exercer as competências que, nas áreas administrativa e financeira, lhe sejam delegadas. 2 - O Superintendente do Material é apoiado por um gabinete e por um Coordenador dos Programas de Novos Meios Navais, bem como por um assistente técnico administrativo do Mapa de Pessoal Civil da Marinha (MPCM), na função de secretariado, e por um condutor. 2
3 - Na direta dependência do Superintendente do Material funciona o CLM. 4 - O Superintendente do Material é um vice-almirante, na direta dependência do Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA). CAPÍTULO II Gabinete do Superintendente do Material SECÇÃO I Disposições gerais Artigo 7.º Ao Gabinete do Superintendente do Material (GABSM) compete: a) Apoiar o Superintendente do Material no exercício das suas competências; b) Estudar e propor, em colaboração com os restantes órgãos da SM, a uniformização dos métodos e procedimentos relativos à administração dos recursos do material; c) Estudar e promover, em colaboração com os restantes órgãos da SM, a atualização dos normativos e publicações relativos à administração dos recursos do material; d) Colaborar no estudo dos projetos de diplomas que tenham implicações no domínio dos recursos do material; e) Atuar como entidade supervisora no âmbito da estrutura de gabinetes de gestão de projeto da SM; f) Assegurar a implementação, funcionamento, revisão e melhoria contínua da gestão da segurança e saúde no trabalho (SST), do ambiente e eficiência energética nos órgãos da SM, cumprindo com o normativo em vigor; g) Desencadear ações no sentido de promover a IDI no âmbito naval; h) Apoiar e coordenar as atividades protocolares do Superintendente; i) Apoiar e coordenar a ação dos órgãos da SM nas matérias que forem determinadas. Artigo 8.º Estrutura O GABSM compreende: a) O Chefe do GABSM; b) A Área de Assessoria; c) A Secção de Apoio (SAP); d) A Secção Administrativa e Financeira (SAF). SECÇÃO II Chefe do Gabinete do Superintendente do Material Artigo 9.º 1 - Ao Chefe do GABSM compete: a) Planear, organizar, dirigir e controlar a atividade do Gabinete; b) Representar a SM junto de entidades externas, tanto no domínio da coordenação intersetorial de Marinha, como no domínio internacional, no âmbito das suas competências; c) Coordenar as atividades de natureza administrativa inerentes à gestão do pessoal, como Autoridade de Controlo de Efetivos da SM; d) Executar os atos de natureza administrativa inerentes à gestão do pessoal do gabinete, nomeadamente, no âmbito da Sub-entidade contabilística de nível 3; 3
e) Coordenar a elaboração da diretiva setorial; f) Gerir, como Gestor do Mapa da Estratégia da SM, as atividades relacionadas com o processo de gestão estratégica; g) Exercer as funções de gestor de objetivos setoriais e de gestor de indicadores no âmbito do sistema de monitorização e controlo da gestão estratégica da SM; h) Exercer as funções de entidade supervisora do gabinete de gestão de projetos na SM; i) Exercer as funções de autoridade operacional dos sistemas de informação e comunicação automatizados da marinha, no âmbito do sistema integrado de informação do material e, ainda, as funções de chefe do grupo de controlo de configuração do Sistema Integrado de Informação do Material (SIIMAT); j) Exercer as funções de coordenador do Sistema Integrado de Gestão da área logística; k) Coordenar a ação dos órgãos da SM nas matérias transversais à Superintendência e nas que forem determinadas; l) Estudar e promover, em colaboração com os restantes órgãos da SM, a atualização dos normativos e publicações relativos à administração dos recursos do material e de infraestruturas da Marinha; m) Prestar assessoria e emitir pareceres, em colaboração com os restantes órgãos da SM, sobre matérias do âmbito dos recursos do material e de infraestruturas da Marinha; n) Exercer as funções de administrador de dados da área funcional, no âmbito da organização da administração de dados na Marinha. 2 - O Chefe do Gabinete do Superintendente do Material é um capitão-de-mar-e-guerra, na direta dependência do Superintendente do Material. SECÇÃO III Área de Assessoria Artigo 10.º À Área de Assessoria compete prestar apoio e elaborar relatórios, pareceres, informações e estudos sobre matérias do âmbito técnico, financeiro, SST e ambiente. Artigo 11.º Estrutura A Área de Assessoria compreende: a) O Núcleo de Assessoria Técnica; b) O Núcleo de Assessoria Financeira; c) O Núcleo de Assessoria para a Segurança e Saúde no Trabalho e Ambiente. Artigo 12.º Núcleo de Assessoria Técnica 1 - Ao Núcleo de Assessoria Técnica compete: a) Prestar assessoria e elaborar relatórios, pareceres, informações e estudos sobre matérias no âmbito dos recursos do material; b) Exercer as funções de administrador local do sistema de gestão de atividades de inspeção, no âmbito das atividades de auditoria e inspeção como entidade inspetora da SM; c) Exercer as funções de gestor de objetivos setoriais e de gestor de indicadores, no âmbito do sistema de monitorização e controlo da gestão estratégica da SM; d) Exercer as funções de coordenador setorial, no âmbito da atividade de planeamento integrado de Marinha; 4
e) Representar a SM em eventos, internos ou externos à Marinha, de natureza técnica para que seja nomeado. 2 - O Assessor Técnico é um capitão-de-fragata, da classe de engenheiros navais, na direta dependência do Chefe do GABSM. Artigo 13.º Núcleo de Assessoria Financeira 1 - Ao Núcleo de Assessoria Financeira compete: a) Coadjuvar o Superintendente do Material nas seguintes matérias: i) Definição de políticas setoriais de gestão, incluindo a afetação de recursos financeiros e outros ativos; ii) Aprovação da proposta orçamental da SM; iii) Aprovação do plano de atividades da SM; iv) Promover a execução de procedimentos de controlo interno; v) Aprovação da prestação de contas da SM no âmbito da Sub-entidade contabilística de nível 1; b) Prestar assessoria e elaborar relatórios, pareceres, informações e estudos sobre matérias do âmbito financeiro; c) Assegurar a supervisão da execução orçamental do setor; d) Assegurar a coordenação, interna e externa da SM, em assuntos de natureza administrativa e financeira; e) Elaborar a proposta orçamental da SM; f) Exercer as funções de gestor de objetivos setoriais e de gestor de indicadores, no âmbito do sistema de monitorização e controlo da gestão estratégica da SM. 2 - O Assessor Financeiro é um capitão-de-fragata, da classe de administração naval, na direta dependência do Chefe do GABSM. Artigo 14.º Núcleo de Assessoria para a Segurança e Saúde no Trabalho e Ambiente 1 - Ao Núcleo de Assessoria para a Segurança e Saúde no Trabalho e Ambiente (NSSTA) compete: a) Apoiar a Inspeção Geral de Marinha (IGM) e os órgãos da SM na implementação, funcionamento, revisão e melhoria contínua dos Sistemas de Gestão para a SST e Ambiente das UEO sob sua coordenação; b) Colaborar com a IGM no desenvolvimento do normativo constituinte do Sistemas de Gestão para a SST e Ambiente da Marinha; c) Realizar inspeções nas áreas de SST e ambiente, integrados na bolsa de inspetores da IGM; d) Apoiar os Núcleos de SST e Ambiente nas UEO sob sua coordenação, na realização de auditorias internas de análise de riscos e aspetos ambientais. 2 - O Assessor para a SST e Ambiente encontra-se na direta dependência do Chefe do GABSM. SECÇÃO IV Secção de Apoio À SAP compete: Artigo 15.º 5
a) Assegurar a execução das atividades de gestão da correspondência, recebida e produzida no Gabinete, de acordo com a doutrina em vigor na Marinha para a gestão documental; b) Assegurar a execução das atividades de gestão dos livros, normas, revistas e publicações de natureza militar, científica e técnica, recebidas no Gabinete, de acordo com a doutrina em vigor na Marinha para a gestão documental; c) Assegurar a execução das atividades de planeamento, execução e controlo das atividades de gestão do pessoal do Gabinete; d) Assegurar a execução das atividades de gestão e apoio à exploração do parque informático do Gabinete; e) Assegurar a execução das atividades de gestão informacional, de formação e apoio à exploração dos sistemas de informação no domínio do utilizador, de acordo com a doutrina em vigor na Marinha; f) Promover o registo e a atualização da informação presente no portal da SM na intranet; g) Promover a execução das atividades de limpeza das instalações do Gabinete. A SAP compreende: a) O Chefe da SAP; b) O Núcleo de Informática; c) A Secretaria. Artigo 16.º Estrutura Artigo 17.º Chefe da Secção de Apoio 1 - Ao Chefe da SAP compete: a) Gerir a informação no âmbito da gestão documental; b) Assegurar o exercício das funções de Oficial de Segurança da Unidade; c) Assegurar o exercício das funções de oficial de segurança do domínio do utilizador, no âmbito dos Sistemas de Informação e Comunicação Automatizados da Marinha; d) Gerir o portal da SM na Intranet. 2 - A chefia da SAP é assegurada, em acumulação interna, pelo Assessor Técnico, na direta dependência do Chefe do GABSM. Artigo 18.º Núcleo de Informática 1 - Ao Núcleo de Informática compete: a) Prestar apoio técnico aos utilizadores no âmbito dos sistemas de informação e das infraestruturas tecnológicas implementadas na SM; b) Assegurar a manutenção e a gestão dos sistemas de informação e das infraestruturas tecnológicas implementadas na SM, em articulação com a entidade que assegura o exercício da autoridade técnica; c) Assegurar o controlo de configuração de todos os serviços disponibilizados na SM e pela implementação das normas e procedimentos de segurança comuns a esses serviços; d) Propor o plano diretor de informática anual e garantir a sua execução após aprovação; e) Assegurar o exercício das funções de gestor operacional do domínio do utilizador; f) Assegurar o exercício das funções de administrador do domínio do utilizador. 2 - O Núcleo de Informática da SM depende funcionalmente do Núcleo de Informática da DI. 6
Artigo 19.º Secretaria 1 - À Secretaria compete: a) Receber, registar, classificar, distribuir, expedir e arquivar a correspondência recebida e produzida no Gabinete, de acordo com a doutrina em vigor na Marinha para a gestão documental; b) Receber, registar, classificar, distribuir e arquivar os livros, normas, revistas e publicações de natureza militar, científica e técnica, recebidas no Gabinete, de acordo com a doutrina em vigor na Marinha para a gestão documental; c) Editar, reproduzir, distribuir e arquivar os despachos, diretivas, ordens e outra documentação doutrinária recebida ou produzida no Gabinete, de acordo com a doutrina em vigor na Marinha para a gestão documental; d) Operar o terminal de acesso Military Message Handling System, na perspetiva do utilizador; e) Controlar e manter atualizado o registo das publicações e de material classificado; f) Controlar o arquivo de documentos classificados; g) Controlar a manter atualizados os processos individuais do pessoal que presta serviço no Gabinete; h) Executar tarefas de natureza administrativa inerentes à gestão do pessoal do Gabinete; i) Controlar e manter atualizados os chaveiros do Gabinete. 2 - O Chefe da Secretaria é um assistente técnico administrativo do MPCM, na direta dependência do Chefe da SAP. SECÇÃO V Secção Administrativa e Financeira Artigo 20.º 1 - À SAF compete: a) Elaborar a proposta e controlar a execução do orçamento de funcionamento do Gabinete e dos projetos de investimento; b) Coordenar a utilização e as ações de conservação das infraestruturas e espaços atribuídos à SM; c) Promover a atualização do inventário e cadastro dos bens de imobilizado e proceder periodicamente ao controlo das existências; d) Assegurar o cumprimento dos atos e da atividade do Gabinete no âmbito da Subentidade contabilística de nível 3; e) Executar das tarefas administrativas inerentes à contratação pública; o planeamento, coordenação e execução das atividades relativas à obtenção, receção e distribuição dos equipamentos, bens e serviços necessários ao funcionamento da SM e a respetiva contabilização, inventariação e cadastro; f) Executar as atividades relativas ao processamento das despesas e à movimentação e controlo de fundos, à elaboração dos planos financeiros e correspondentes projetos de orçamento, à organização do sistema contabilístico e elaboração da respetiva documentação e registos. 2 - A chefia da SAF é assegurada, em acumulação interna, pelo Assessor Financeiro, na direta dependência do Chefe do GABSM. 7
CAPÍTULO III Coordenador dos Programas de Novos Meios Navais Artigo 21.º 1 - Ao Coordenador dos Programas de Novos Meios Navais compete: a) Coordenar e controlar o trabalho das estruturas de missão de acompanhamento e de fiscalização dos programas de construção e transferência de meios navais, bem como garantir o planeamento, coordenação e controlo das ações da respetiva integração logística e operacional; b) Coordenar e controlar os processos relativos à musealização de meios navais em processo de abate; c) Prestar assessoria e elaborar relatórios, pareceres, informações e estudos sobre matérias do seu âmbito que forem determinadas pelo Superintendente do Material; d) Assegurar a articulação com as entidades externas à Marinha das ações realizadas no âmbito das suas competências, designadamente em matérias de natureza contratual e financeira, e de execução material; e) Representar a SM em eventos, internos ou externos à Marinha, para que seja nomeado. 2 - O Coordenador dos Programas de Novos Meios Navais é um oficial general, no ativo ou na reserva, na direta dependência do Superintendente do Material. CAPÍTULO IV Conselho de Logística do Material Artigo 22.º 1 - O CLM é o órgão de conselho do Superintendente do Material, ao qual compete emitir parecer sobre a preparação e a execução do planeamento logístico, bem como sobre outros assuntos de natureza técnica que lhe sejam apresentados pelo Superintendente do Material. 2 - O CLM tem a seguinte composição: a) O Superintendente do Material, que preside; b) O Diretor de Abastecimento; c) O Diretor de Infraestruturas; d) O Diretor de Navios; e) O Diretor de Transportes; f) O Chefe do GABSM. 3 - Sempre que a natureza dos assuntos a tratar o justifique, podem participar nas reuniões do CLM, a convite do Superintendente do Material, outras entidades. CAPÍTULO V Disposição final e transitória Artigo 23.º Disposição final e transitória Até aprovação do normativo interno que regule a organização e funcionamento do apoio jurídico na Marinha, mantém-se em vigor a estrutura e competências do Departamento Jurídico Económico e Contratual, aprovado pelo Despacho do CEMA n.º 35/2007, de 6 de julho. 8