A ARTROSE NA TERCEIRA IDADE: UM ESTUDO DE CASO

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Transcrição:

A ARTROSE NA TERCEIRA IDADE: UM ESTUDO DE CASO Carla Simone Pessota Ribeiro ¹, Guilherme Bolzan¹, Anna Raquel Zappe¹, Andriele Gasparetto², Carla Mai². ¹ Acadêmicos do curso de Fisioterapia- Centro Universitário Franciscano- UNIFRA- Santa Maria- RS. ² Docentes do curso de Fisioterapia- Centro Universitário Franciscano- UNIFRA- Santa Maria- RS. Resumo: A Artrose ou Osteoartrose é uma doença articular degenerativa, uma resposta complexa dos tecidos articulares à idade, fatores genéticos e ambientais. É a principal causa de dor articular e incapacidade nos pacientes de meia idade e idosos. As ações do fisioterapeuta não se restringem apenas ao ato técnico, mas se expandem por ações que possam mais que desenvolver as ações de saúde aos indivíduos, educá-los, tendo um sentido mais amplo, com grande responsabilidade social. O objetivo do estudo foi relatar o caso de uma idosa com diagnóstico clínico de artrose no joelho e quadril, investigando sua rotina e relatando as ações da fisioterapia na promoção da saúde. Este relato ocorreu a partir da disciplina de Fisioterapia e Promoção da Saúde I, referente ao terceiro semestre do curso de graduação em Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano. Percebeu-se a importância da fisioterapia na promoção da saúde, no momento em que proporciona ao indivíduo uma melhor qualidade de vida. Palavras chave: Artrose, Fisioterapia, Promoção da saúde. Abstract: Arthritis or Osteoarthritis is a degenerative joint disease, a complex response of joint tissues to age, genetic and environmental factors. It is the leading cause of joint pain and disability in middle aged and elderly. The therapist's actions are not restricted to the technical act, but actions that can span more than developing health actions to individuals, educating them, taking a broader sense, with great social responsibility. The purpose of this study was to report the case of an elderly woman with a clinical diagnosis of osteoarthritis in the knee and hip, investigating and reporting on its routine actions of physiotherapy in health promotion. This report came from the discipline of Physiotherapy and Health Promotion I, for the third semester of undergraduate physiotherapy students of Franciscan University Center. He realized the importance of physiotherapy in health promotion at the moment that gives the individual a better quality of life. Keywords: Osteoarthritis, Physiotherapy, Health promotion. 1 INTRODUÇÃO A Artrose ou Osteoartrose é uma doença articular degenerativa, uma resposta complexa dos tecidos articulares à idade, fatores genéticos e ambientais [1]. Caracteriza-se por uma degeneração da cartilagem, remodelamento e hipercrescimento ósseo. É a principal causa de dor articular e incapacidade nos pacientes de meia idade e idosos. A dor crônica é fator limitante de funções, aumenta a agitação, o risco de estresse emocional e de mortalidade, afetando parte do corpo, ou regiões, e limitando o funcionamento físico dos indivíduos idosos [2]. A literatura aponta o impacto da dor nas atividades diárias e a influência dos altos níveis de inabilidade funcional na maior fragilidade e níveis aumentados de

comorbidades nesses pacientes. As ações do fisioterapeuta não se restringem apenas ao ato técnico, mas se expandem por ações que possam mais que desenvolver as ações de saúde aos indivíduos, educá-los, tendo um sentido mais amplo, com grande responsabilidade social. A fisioterapia, buscando a promoção da saúde, pode contribuir tanto na reabilitação quanto na conscientização da população idosa exercendo seu papel de agente promotor da saúde, colaborando para o envelhecimento saudável [3]. Além disso, a fisioterapia preventiva possibilita maior flexibilidade do movimento do corpo, coordenação, concentração, melhoria na postura, relaxamento muscular, diminuição da tensão, além de trabalhar a auto-estima. O objetivo do estudo foi relatar o caso de uma idosa com diagnóstico clínico de artrose no joelho e quadril, investigando sua rotina e relatando as ações da fisioterapia na promoção da saúde. 2 METODOLOGIA Este relato ocorreu a partir da disciplina de Fisioterapia e Promoção da Saúde I, referente ao terceiro semestre do curso de graduação em Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), onde foi possível acompanhar uma senhora com diagnóstico clínico de artrose. As atividades eram realizadas na comunidade, através da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Roberto Binato na cidade de Santa Maria, RS. Através dos agentes comunitários de saúde, os acadêmicos eram encaminhados aos pacientes que necessitavam de acompanhamento. As visitas foram realizadas nas segundas feiras, durante nove semanas, no período de setembro a novembro de 2010 possibilitando o acompanhamento da rotina diária dos pacientes, seus relatos de limitações, de dores e sua dificuldade de locomoção imposta pela doença. As visitas tinham como objetivo a promoção da saúde. 3 RESULTADOS Foi acompanhada uma paciente, sexo feminino, 74 anos, com diagnóstico clínico de artrose no joelho e quadril. A avaliação de sua rotina deu-se por meio de relatos em relação às dores e limitações impostas pela doença, aplicação de um questionário que serviu para conhecermos sua história de vida e observações feitas a cada visita, nestas nove semanas. O questionário, desenvolvido pelos acadêmicos, contava com perguntas sobre idade, peso, altura, estado civil, número de filhos, quantas pessoas moram na residência, sua profissão, se faz uso de bebidas alcoólicas e fumo, se pratica exercícios físicos, como avalia sua alimentação, patologias, casos de doenças hereditárias na família, medicações, incidência de dores, tempo, intensidade, o que piora, o que melhora, se tem acompanhamento médico e meio de transporte mais utilizado. A paciente era viúva, mãe de dois filhos, mora sozinha, ex costureira e doméstica aposentada, que não

faz uso de fumo ou bebidas alcoólicas, tem em média oito horas de sono por noite e considera sua alimentação saudável. Apresenta como patologias hipertensão, artrose e osteoporose, mas tem a artrose como principal fonte de dores e impossibilidade de locomoção. Não possui doenças hereditárias na família, não faz acompanhamento médico regular, em detrimento da sua dificuldade de locomoção e tem como meio de transporte mais viável o carro. Faz uso de medicação controlada, antihipertensivos e utiliza remédios para dor. Não pratica exercícios físicos regularmente e utiliza uma muleta para melhor se locomover. A paciente relatava muitas dores em decorrência da artrose, principalmente nos joelhos, e quadril. A partir disso, foi criada uma série de alongamentos que foram desenvolvidos com ela ao longo das visitas. 4 DISCUSSÃO O imobilismo leva à inativação do líquido sinovial, o qual nutre e lubrifica a articulação, levando à atrofia da cartilagem [4]. Associada à artrose a paciente apresentava quadro de osteoporose, assim sendo foi trabalhado maneiras de prevenir possíveis quedas, através de uma cartilha explicativa que foi desenvolvida para ela com base na Cartilha do Ministério da Saúde. Estas medidas tinham o objetivo de contribuir para uma melhor qualidade de vida da paciente. Ainda segundo seu questionário, viu-se que a idosa trabalhava no campo, quando jovem, podendo ter sido essa uma das causas de seus desgaste articular. Trabalhou durante toda sua vida, no campo, como costureira e doméstica. Hoje, aposentada, desenvolve atividades do lar. Atividades estas, que nos últimos dez anos ficaram comprometidas pela doença. Acerca de três anos utiliza uma muleta para melhor se locomover. Afirmou que dificilmente sai de casa, não pratica exercícios físicos em detrimento das exacerbadas dores que sente nas articulações, dores que pioram quando ela caminha. Assim sendo, só sai de casa, quando seu filho pode levá-la aos lugares de carro. Foi possível observar sua angústia por não mais poder desempenhar suas atividades com a mesma eficiência de anos atrás, sentimento expresso nitidamente nas conversas. Cerca de ¼ dos indivíduos com idade superior a 50 anos referem ter limitação ou dificuldade para fazer as suas atividades habituais, por causa de algum problema de saúde ou incapacitação [5]. Os idosos constituem o grupo mais suscetível à incapacidade funcional. Dentre os fatores que explicam este quadro destacam-se a maior prevalência de doenças e a redução do nível de atividade física, que ocorre nessa faixa etária. As visitas dos acadêmicos de fisioterapia tinham o intuito de promover a saúde. A promoção da saúde tem a finalidade de promover mudanças de comportamento organizacional, capazes de beneficiar a saúde das camadas mais amplas da população [6]. A partir disso e através dos relatos da paciente, foram trabalhados

os movimentos fisiológicos das articulações do ombro, joelho, quadril, punho, pé/tornozelo. Estes tinham o intuito de movimentar as articulações, auxiliando na secreção do liquido sinovial, o qual tem a função de lubrificar as articulações. Foram trabalhados alongamentos que visavam melhorar a flexibilidade muscular e a amplitude de movimento das articulações. A atividade física proporciona aos idosos oportunidade para uma vida mais ativa e independente, contribuindo para a manutenção da autonomia e melhor qualidade de vida [7]. A prevenção de quedas foi também trabalhada. Orientações foram passadas através de uma cartilha explicativa, que continha cuidados a serem tomados no intuito de prevenir possíveis quedas. As alterações próprias da idade no controle da postura e do andar provavelmente desempenham um papel maior em muitas quedas em idosos. Os idosos têm dificuldades na regulação das respostas relacionadas à velocidade e a precisão. As quedas são uma das principais causas de incapacitação entre os idosos [1]. A promoção da saúde representa uma estratégia promissora para enfrentar os múltiplos problemas de saúde que afetam as populações humanas e seus entornos [8]. Partindo de uma concepção ampla do processo saúde-doença e de seus determinantes, propõem-se a articulação de saberes técnicos e populares, e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para seu enfrentamento e resolução. Programas de promoção da saúde do idoso são cada vez mais requeridos em face das demandas crescentes do envelhecimento populacional [9]. A promoção da saúde é um tema em evidência na atualidade e que traz desafios para a ampliação das práticas no sentido de ressaltar os componentes socioeconômicos e culturais da saúde e a necessidade de políticas públicas e da participação social no processo de sua conquista. A importância da fisioterapia nas ESF vem se ampliando a cada dia, seja na reabilitação quanto na promoção da saúde. O fisioterapeuta vem adquirindo crescente importância nos serviços de atenção básica à saúde [10]. As práticas fisioterapêuticas podem ser desenvolvidas em todos os âmbitos de atenção à saúde e estas vão de acordo com as necessidades dos usuários da ESF. 5 CONCLUSÃO A partir desta disciplina e da possibilidade de acompanhar uma idosa com artrose no período de setembro a novembro de 2010, foi possível observar como é sua rotina devido à doença. Foi constatado que a artrose limitou seus movimentos comprometendo assim suas atividades de vida diária. As atividades desenvolvidas durante este período, como a prática de movimentação das principais articulações, os alongamentos e as orientações de prevenção de quedas tiveram o intuito de contribuir para melhorar a qualidade de vida da paciente. Percebeu-se a importância

da fisioterapia na promoção da saúde, no momento em que proporciona ao indivíduo uma melhor qualidade de vida. REFERÊNCIAS [6] Candeias, N. M. F. Conceitos de educação e de promoção em saúde: mudanças individuais e comportamentais. Revista de saúde pública, São Paulo, abr. 1997. Scielo [1]Yuaso, D.R; Sguizzatto, G. T. Gerontologia. A velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo: Atheneu, 1996. p. 331-347. [2] Andrade, F. A; Pereira, L. V; Sousa, F. A. E. F. Mensuração da dor no idoso: uma revisão. Revista latino-americana de enfermagem, Ribeirão Preto, abr. 2006. Scielo [7] Salvador, E. P.; et al. Percepção do ambiente e prática de atividade física no lazer entre idosos. Revista de saúde pública, São Paulo, dez. 2009. Scielo [8] Buss, P.M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência e saúde coletiva. Rio de Janeiro, 2000. Scielo [3] Sampaio, F. V. S. Fisioterapia como estratégia de promoção da saúde em idosos. Fisioweb. Nov. 2010. Atualização Científica, Rio de Janeiro, n. 61, p. 7-10, set./out. 2003. [4] Raposo, A. C.; Lopéz, R. F. A. Efeitos da imobilização prolongada e atividade física. Revista digital. Buenos Aires, jul. 2002. Efdeportes.com. [5] Ministério da Saúde. Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis: Brasil, 15 capitais e Distrito Federal. Brasília; 2004. <http://www.inca.gov.br/inquerito/docs/co mpleta.pdf> Acesso em: 12 nov. 2010. [9] Assis, M.; Hartz, Z. M. A.;Valla. V. Programas de promoção da saúde do idoso: uma revisão da literatura cientifica no período de 1990 a 2002. Ciência e saúde coletiva, Rio de Janeiro, set. 2004. Scielo [10] Barbosa, E.G. et al. Experiência da fisioterapia no núcleo de apoio a saúde da família em Governador Valadares, MG. Fisioterapia em movimento. Curitiba, jun. 2010. Scielo