APLICAÇÃO DA ESCALA DE VALORES MILOV NO CONTEXTO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS 1

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Transcrição:

APLICAÇÃO DA ESCALA DE VALORES MILOV NO CONTEXTO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS 1 Ana Claudia Da Rosa 2, Márcia Zampieri Grohmann 3, Jankel Dal osto Nunes 4. 1 Pesquisa de Iniciação Científica realizado no Curso de Administração da UFSM 2 Aluna do Curso de Administração da UFSM, Bolsista PIBIC/UFSM, ana.claudiadarosaa@gmail.com 3 Professora Orientadora, Doutora em Engenharia da Produção e Sistemas, Curso de Administração, marcia.zg@gmail.com 4 Bacharel em Administração pela UFSM, jankeldn@hotmail.com 1. Introdução O presente estudo trata de um dos aspectos culturais relevantes para as organizações: os valores pessoais dos consumidores. Nos últimos anos, o estudo dos valores tem despertado o interesse de vários pesquisadores e pesquisas recentes ressaltam a importância da mensuração e da investigação dos valores individuais no ambiente organizacional (CASTRO et al., 2009; REIS et al., 2010; GOUVEIA et al., 2009; TINOCO et al., 2010). Assim, para esta pesquisa foi utilizado o Modelo de Valores de Herche (1994), conhecido como MILOV. O Modelo apresenta 9 dimensões, as quais estão descritas no Quadro 1.

Quadro 1 Dimensões do modelo utilizado na pesquisa O problema desse estudo é: O perfil dos estudantes interfere nos valores pessoais? Para apoiar a resolução do problema, foi definido como objetivo principal identificar a influência do perfil dos estudantes nas variáveis de valores. E como objetivos auxiliares têm-se: identificar o perfil dos estudantes; mensurar cada um dos valores dos estudantes; e analisar as dimensões dos valores da escala MILOV. 2. Metodologia A pesquisa caracteriza-se por ser de caráter quantitativo e descritivo. Optou-se por realizar esse estudo junto a alunos de uma universidade devido ao longo tempo de aplicação da escala MILOV. Assim, foi selecionada uma amostra não probabilística de 220 alunos matriculados nos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Direito da UFSM, sendo que ao final do processo de coleta de dados obteve-se 216 questionários válidos. Os dados foram tabulados e analisados estatisticamente através do software SPSS. 3. Resultados e discussão Os resultados são apresentados respeitando a sequência: caracterização da amostra, caracterização dos valores dos respondentes através do cálculo de média e desvio-padrão e apresentação das diferenças significativas entre os grupos sobre seus valores. 3.1. Caracterização da amostra Os acadêmicos foram questionados sobre o gênero, faixa etária, estado civil, grau de instrução, curso, prática ou não de esportes, tempo semanal de prática de esportes, gasto pessoal mensal com produtos de saúde e higiene, gasto pessoal mensal com academia ou prática de esportes e renda mensal familiar. Compuseram a amostra 134 pessoas do sexo feminino (62%) e 82 pessoas do sexo masculino (38%). Em relação a faixa etária, a maioria dos acadêmicos, 195 (90,3%), estão na faixa de 18 à 25 anos; 12 pessoas (5,6%) na faixa de 26 à 35 anos; 7 pessoas (3,2%) de 15 à 17 anos e apenas 2 pessoas acima de 35 anos (1%). Quanto ao estado civil, 203 (94%) são solteiros; 11 (5,6%) casados e 2 acadêmicos se enquadram na categoria outros (0,4%). Foram 93 estudantes do curso de Administração (43,1%); 93 do curso de Ciências Contábeis; e 30 cursam Direito (13,9%). No que se refere ao grau de instrução dos questionados, a maioria (95%) possui ensino superior incompleto. Na questão de prática ou não de esportes, 127 (58,8%) responderam que praticam esportes; e 89 (41,2%) não praticam. Na questão: quanto tempo por semana você pratica esportes? dos que praticam, 15 (11,2%) praticam menos de 1 hora por semana; 66 (49,3%) praticam de 1 a 3 horas por

semana; 41 (30,6%) praticam de 4 a 6 horas por semana; e apenas 12 (8,9%), praticam mais de 7 horas por semana. Quanto ao gasto mensal pessoal em produtos de saúde e higiene, 110 pessoas (53,7%), gastam de R$20,00 a R$50,00; 24 (11,7%) gastam de R$51,00 a R$80,00; 45 (22%) gastam acima de R$80,00 e 26 (12,7%) gastam menos de R$20,00. No que se refere ao gasto pessoal mensal com academia ou prática de esportes, a maioria dos acadêmicos, 100 (51,8%) gastam menos de R$20,00; 37 (19,2%) gastam de R$20,00 a R$50,00; 35 (18,1%) gastam de R$51,00 a R$80,00; e apenas 21 pessoas (10,9%) gastam mais de R$80,00. E a última escala ordinal foi renda mensal familiar, apresentando 26 pessoas (12,6%) com renda familiar acima de R$8.001,00; 41 (19,8%) com renda entre R$5.001,00 e R$8.000,00; 65 (31,4%) com renda familiar entre R$2.501,00 e R$ 5.000,00; 38 (18,4%) com renda familiar entre R$1.501,00 a R$2.500,00; 26 (12,6%) com renda familiar entre R$901,00 a R$1.500,00; 7 (3,4%) tem renda familiar entre R$601,00 a R$900,00 e apenas 4 (1,9%) tem renda inferior a R$600,00. 3.2 A importância dos valores Para mensurar a importância dos valores junto aos acadêmicos, foram calculadas as médias e os desvios-padrões por variável de cada construto da escala analisada. No construto segurança, a variável Estar seguro financeiramente é muito importante para mim obteve maior média (4,23); enquanto isso, a afirmação de menor média, porem ainda considerada alta foi Estou sempre preocupado com minha segurança física (3,55). O próximo construto trata sobre auto respeito, com uma das médias mais altas obtidas, a afirmação de maior média foi Mais que tudo, eu devo ser capaz de respeitar quem eu sou (4,44); e o menor valor deste construto deu-se a variável Se alguém perde seu respeito próprio, nada pode compensar a perda (3,85). Já no construto imagem a afirmação Eu me empenho em manter uma alta consideração entre meus amigos teve a maior média (4,20); sendo, Eu me preocupo com o que os outros pensam de mim a afirmação que teve média mais baixa (3,01). Em relação ao construto exigência, a variável de maior média foi Eu me trato bem (4,10); já a menor média do construto deu-se a Satisfazer meus desejos é um trabalho de tempo integral para mim (2,87). A quinta dimensão é pertencer, o qual revelou como maior média a variável Eu necessito sentir que exista um lugar que eu possa chamar de lar (4,14); e o de menor média Eu desempenho um papel importante na minha família (3,85). O sexto construto (excitação) apresentou maior média na afirmação Eu gosto de fazer coisas fora do comum (3,43); e a variável de menor média foi eu me considero um caçador de emoções (2,72). O construto diversão apresentou como maior média na variável Divertir-se é importante para mim (4,20), e a menor média na afirmação Eu trabalho duro para me divertir (3,34). O penúltimo construto (relacionamento) teve a maior média na variável eu valorizo muito relacionamentos afetuosos com minha família e amigos (4,42), já a menor media obtida no construto foi eu faço questão de assegurar a qualquer pessoa que sua presença é bem-vinda e apreciada (3,59). Finalmente o construto realização, o qual apresentou a variável Ter retorno (feedback) no meu trabalho é importante para mim com maior media

(4,30);e como a menor média do construto a afirmação Fazer acontecer é uma prioridade para mim (3,91). Em relação aos desvios-padrões, evidenciou-se que segurança apresentou variações entre mínima 0,91 e máxima 1,00, demonstrando um desvio padrão elevado. O auto respeito apresentou entre 0,75 e 1,20, considerado bem elevado. O construto imagem apresentou min. de 0,89 e máx. de 1,23, diferença considerável. O mesmo acontece com exigência (0,86 e 1,11); pertencer (0,94 e 1,15); excitação (1,08 e 1,15); diversão (0,92 e 1,09); relacionamento (0,82 e 1,10); e realização o de menor diferença de desvio-padrão (0,88 e 0,99). 3.3 Influência do perfil do entrevistado na importância atribuída aos valores Com o objetivo de verificar a influência do perfil dos estudantes nas variáveis de valores, foram realizados cruzamentos entre as variáveis que buscaram identificar o perfil do entrevistado e o modelo proposto por Herche (1994). A análise do Teste T demonstra quais variáveis apresentam divergências significativas (p < 0,05). Em 10 variáveis, o gênero apresentou-se com diferenças significativas, são elas: duas variáveis em segurança, uma em auto respeito, uma em imagem, uma em exigência, uma em pertencer, uma em diversão, uma em relacionamento e, por fim, duas em realização. Em apenas uma variável de diversão os homens apresentaram médias significativamente maiores que as mulheres. No Teste T realizado em relação a práticas de esporte e valores, foram encontradas diferenças significativas em seis variáveis, são elas: uma variável do construto segurança, uma no construto diversão e em todas as quatro variáveis do construto excitação. Observa-se que em todas as seis variáveis as médias mais elevadas são as das pessoas que praticam esporte. Assim, conclui-se que os indivíduos que praticam esportes priorizam o valor de excitação, segurança e diversão. Os próximos dados analisados são as diferenças de percepções para idade, estado civil e curso de graduação com auxílio do Teste ANOVA. A primeira variável analisada foi à idade dos respondentes, no qual foram encontrados apenas dois resultados significativos. Na variável Sr4 ( Mesmo que outros possam discordar, eu não farei nada que ameace o meu respeito próprio ) os respondentes com idade entre 26 e 35 anos mostraram maior concordância (média 4,42) e na variável Fe3 ( Eu trabalho duro para me divertir ) apresentou maior concordância por parte dos indivíduos com idade entre 18 a 25 anos (média 3,39). Quanto ao estado civil dos respondentes, os acadêmicos casados apresentam maior média na seguinte variável Eu desempenho um papel importante na minha família (média 4,64), já os acadêmicos solteiros apresentam maior média na variável Divertir-se é importante para mim (média 4,24). Em relação ao curso de graduação dos acadêmicos foi encontrado significância em 17 variáveis. Observou-se que em três variáveis de segurança, Sd1, Sd3 e Sd4, que versavam sobre segurança física, geral e financeira, os estudantes de Administração apresentaram médias mais elevadas que os alunos de Ciências Contábeis. Em todas as outras 6 variáveis, os estudantes de Ciências Contábeis apresentaram médias maiores que os da Administração. Assim, auto respeito revela-se um valor

muito importante para os futuros contadores. Na variável Bw4 ( Eu me preocupo com que os outros pensam sobre mim ) os estudantes de Administração apresentaram maior concordância (média 3,24). Esses apresentaram maior concordância também na variável Sf3 ( Gosto de comprar as melhores coisas quando vou às compras ) com média de 3,69. Já na variável Sb2 ( Eu necessito sentir que exista um lugar que eu possa chamar de lar ) foram os acadêmicos de Ciências Contábeis que apresentaram maior média (média 4,37). Por fim, em todas as variáveis do construto excitação os respondentes do curso de Administração apresentaram maiores médias. E por fim, foi estudado se a renda mensal familiar influenciou no perfil dos alunos quanto a seus valores pessoais. Nesse sentido, as variáveis com diferenças significativas para renda do estudante, sendo 3 de auto respeito, 2 de excitação, 1 de exigência e 1 de relacionamento. Verificou-se que estudantes com renda familiar mensal entre R$ 901,00 a R$1.500,00 apresentam maiores médias nas 3 variáveis de auto respeito. Já as duas variáveis da dimensão de excitação, Ex1 ( Eu gosto de fazer coisas fora do comum ) e Ex2 ( Eu me esforço para preencher minha vida com atividades emocionantes ), quem obteve maior média foram os indivíduos com renda entre R$5.001,00 e R$8.000,00 (Ex1 = 3,68; Ex2 = 3,51). Por fim, indivíduos com renda mensal de R$601,00 e 900,00 apresentaram a maior média em duas variáveis, a variável Sf3 de exigência ( Gosto de comprar as melhores coisas quando vou às compras ) média de 3,86 e a variável Wr1 de relacionamento ( Eu sempre elogio os outros por seus esforços, mesmo que tenham fracassado ) média de 4,29. 4. Conclusões A proposta desse estudo é identificar se o perfil dos estudantes interfere nos valores pessoais dos universitários da área de ciências sociais e aplicadas da UFSM. Utilizou-se para isso o modelo MILOV de Herche (1994). A amostra é composta por acadêmicos em sua maioria do sexo feminino, solteiras, na faixa etária de 18 a 25 anos, realizando o curso de Administração ou Ciências Contábeis e praticam esporte em média de 1 a 3 horas por semana. A renda média familiar dos respondentes fica em torno de R$ 2.501,00 e R$ 5, 000,00. Com relação a suas despesas com saúde e higiene, a maioria gasta entre R$ 20,00 a R$ 50,00, já quanto ao gasto mensal com academia ou prática esportiva gastam menos de 20,00 por mês. Com esses resultados atingiu-se o objetivo de identificar o perfil dos estudantes. As maiores médias obtidas nas variáveis da MILOV estão nas dimensões de auto respeito, relacionamento e realização. E as menores médias estão na dimensão de excitação. E com relação aos desvios observados nas variáveis de valores, o menor desvio é 0,75 para a variável Sr5 relativa a mais que tudo, eu devo ser capaz de respeitar quem eu sou relativo à dimensão auto respeito (observando que essa também foi a variável que apresentou maior média dentre as analisadas). O maior desvio apresentado na escala de valores foi para a variável Bw2 relativa a eu me magoo facilmente com o que dizem sobre mim com um desvio de 1,23. Com essa análise de médias e desvios é possível atingir o objetivo de mensurar cada um dos valores dos estudantes. Com relação à influência do perfil os entrevistados nos valores, das 44 variáveis analisadas apenas 10 apresentam diferenças significativas quanto ao gênero. Dessas em apenas uma variável de

diversão os homens apresentam médias significativamente maiores que as mulheres. Já em relação às práticas de esporte e valores, são encontradas diferenças significativas em seis variáveis, são elas: uma no construto segurança, uma no construto diversão e em todas as quatro variáveis do construto excitação. Observa-se que em todas as seis variáveis as médias mais elevadas são as das pessoas que praticam esportes. Com relação à diferença de percepção pela idade foram encontrados apenas dois resultados significativos. Já quanto ao estado civil dos respondentes os casados apresentam maior média em uma variável de imagem e os acadêmicos solteiros apresentam maior média em uma variável de diversão. Foram também encontradas 17 variáveis com diferenças significativas quando se analisou os cursos dos estudantes, os acadêmicos de Administração apresentam médias maiores significativamente em todas as variáveis de segurança e excitação. Também os estudantes de Administração apresentam maior concordância com imagem e exigência. Já os estudantes de Ciências Contábeis tem maiores médias em todas as variáveis da dimensão auto respeito. Ainda os estudantes de Ciências Contábeis têm maiores médias em duas variáveis, uma de exigência e outra de pertencer. A diferença de perfil quanto a renda média familiar, observa-se que ela é significativa para 7 variáveis. Assim, estudantes com renda mais baixa, entre R$ 600,00 a 900,00, apresentam um maior grau de exigência e de relacionamento que os demais. Já os estudantes com renda média, entre R$900,00 a R$1.500,00, têm maior preocupação com auto respeito. Por fim, os estudantes de renda superior, entre R$5.000,00 a 8.000,00, apresentam maior preocupação com valores de excitação. 5. Palavras-Chave: valores; multi-itens measures of value; universitários 6. Referências Bibliográficas CASTRO, P.; CALVOSA, M.; WRIGHT, J.; CASADO, R. Prioridades Axiológicas e Expectativa de Sucesso: um estudo com os CEO s do Futuro. In: Encontro Científico da ANPAD. São Paulo: Anais do XXXIII EnANPAD, 2009. GOUVEIA, V.; MILFONT, T.; FISCHER, R.; COELHO, J. Teoria Funcionalista dos Valores Humanos: aplicações para organizações. RAM Revista de Administração Mackenzie, v. 10, 2009, p. 34-59. HERCHE, J. Measuring social values: a multi-item adaptation to the list of values (MILOV). Cambridge: Marketing Science Institute, 1994. REIS, G.; ANTONIO, F.; SANTOS, A; MARINHO, B. Os valores dos administradores de empresas mudam ao longo da carreira? Relações entre prioridades axiológicas e tempo de formado. RAM Revista de Administração Mackenzie, v. 11, n. 5. São Paulo, Oct. 2010. TINOCO, J.; ASSÊNCIO, E.; JOÃO, B.; CLARO, J. Influência dos Valores Individuais no Desempenho Empresarial: um estudo usando o inventário de valores de Schwartz. In: XIII Seminários em Administração - USP. São Paulo: XIII SEMEAD, 2010.