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Coordenação: ADRAL Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo, S.A. Equipa Técnica: Luís Cavaco Ana Cristina Bugio Ana Luísa Brejo Marta Figueira Consultoria externa: Maria Alberto Branco Outros colaboradores: Helena Limpinho Joana Bramão Linda Baixinho Paula Paulino Raquel Flores Rita Camacho Rosália Taborda Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 2

ÍNDICE I. INTRODUÇÃO...5 II. OBJECTIVOS E METODOLOGIA...8 II.1. OBJECTIVOS... 8 II.2. METODOLOGIA... 8 III. O CONTEXTO MACRO-ECONÓMICO DE DESENVOLVIMENTO DOS PROJECTOS CONCLUÍDOS ATÉ FINAL DE 2005...14 IV. AS REALIZAÇÕES...25 IV.1. ANÁLISE POR MEDIDA... 25 IV.2. ANÁLISE POR FUNDO ESTRUTURAL... 28 IV.3. ANÁLISE POR NATUREZA DO PROMOTOR... 31 IV.4. ANÁLISE POR ÁREA DE IMPLEMENTAÇÃO GEOGRÁFICA... 39 V. ANÁLISE DA REALIZAÇÃO DO PORALENTEJO MEDIDA A MEDIDA...52 V.1. Medida 1.3 Melhoria das Condições de Atractividade à Localização de Actividades Produtivas. 52 V.2. Medida 1.5 Coerência e Desenvolvimento das Capacidades Regionais... 56 V.3. Medida 1.6 Formação de Apoio ao Desenvolvimento Local... 62 V.4. Medida 2.1 Acção Integrada do Norte Alentejano... 68 V.5. Medida 2.2 Acção Integrada da Zona dos Mármores... 73 V.6. Medida 2.3 Acções Integradas do Norte Alentejano e da Zona dos Mármores... 77 V.7. Medida 3.3 Promoção da Empregabilidade e do Emprego ao Nível Local... 80 V.8. Medida 3.11 Agricultura e Desenvolvimento Rural... 86 V.8.1. Medida 3.11.5 Gestão de Recursos Hídricos e Emparcelamento... 86 V.8.2. Medida 3.11.7 Valorização do Ambiente e do Património Rural... 90 V.9. Medida 3.14 Desenvolvimento e afirmação do potencial económico da região... 95 V.10. Medida 4.3 Dinamização e Diversificação da Base Económica... 99 V.11. Medida 4.5 Valorização dos Recursos Humanos... 103 VI. OS EFEITOS...108 VI.1. INTRODUÇÃO... 108 VI.2. OS RESULTADOS DO INVESTIMENTO... 108 VI.3. A IMPORTÂNCIA DO INVESTIMENTO... 109 VI.3.1. Investimento per capita... 110 VI.3.2. Investimento por empresa... 114 VI.4. Infra-estruturas e equipamentos... 118 VI.4.1. Infra-estruturas e equipamentos com impacto na dinâmica económica... 120 VI.4.2. Efeitos das Infra-estruturas de apoio à dinâmica económica medida a medida... 128 VI.5. A qualificação dos recursos humanos... 133 VI.6. OS IMPACTOS DO PORALENTEJO NA CRIAÇÃO DE EMPRESAS E DE EMPREGO... 147 VI.7. CONTRIBUTO PARA OS OBJECTIVOS DO PORALENTEJO... 161 VI.7.1. Medida 1.3 Melhoria das Condições de Atractividade à Localização de Actividades Produtivas 163 Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 3

VI.7.2. Medida 1.5 Coerência e Desenvolvimento das Capacidades Regionais... 170 VI.7.3. Medida 1.6 Formação de Apoio ao Desenvolvimento Local... 177 VI.7.4. Medida 2.1 Acção Integrada do Norte Alentejano... 185 VI.7.5. Medida 2.2 Acção Integrada da Zona dos Mármores... 192 VI.7.6. Medida 3.3 Promoção da Empregabilidade e do Emprego ao Nível Local... 199 VI.7.7. Medida 3.11 Agricultura e Desenvolvimento Rural... 203 VI.7.8. Medida 3.14 Desenvolvimento e afirmação do potencial económico da região... 209 VI.7.9. Medida 4.3 Dinamização e Diversificação da Base Económica... 213 VI.7.10. Análise global... 216 VII. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...222 VII.1. Conclusões... 222 VII.2. Recomendações... 234 Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 4

Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 5

I. INTRODUÇÃO O presente Relatório constitui o produto final do Estudo de Monitorização dos Projectos Concluídos no âmbito do PorAlentejo, desenvolvido pela ADRAL, cujos objectivos, identificados em sede de documento metodológico, o qual faz parte integrante da adenda ao contrato de colaboração técnica e financeira estabelecido entre esta entidade e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, eram os seguintes: Analisar, ao nível do projecto, do eixo prioritário e do programa, o modo como cada projecto concluído concorre para a consecução dos objectivos gerais e específicos propostos para o eixo prioritário em que o projecto se inclui e para o próprio PO Regional; Analisar a forma como os projectos concluídos contribuem para os indicadores de monitorização estipulados para a medida em que se integram. Aquele trabalho, conforme consta do documento metodológico, incide sobre as seguintes medidas do PorAlentejo: Medida 1.3 Melhoria das Condições de Atractividade à Localização de Actividades Produtivas; Medida 1.5 Coerência e Desenvolvimento das Capacidades Regionais; Medida 1.6 Formação de Apoio ao Desenvolvimento Local; Medida 2.1 Acção Integrada do Norte Alentejano; Medida 2.2 Acção Integrada da Zona dos Mármores; Medida 2.3 Acção Integrada do Norte Alentejano e da Zona dos Mármores; Medida 3.3 Promoção da Empregabilidade e do Emprego a Nível Local; Medida 3.11 Agricultura e Desenvolvimento Rural (Acção 5 Gestão de Recursos Hídricos e Emparcelamento e Acção 7 Valorização do Ambiente e do Património Rural); Medida 3.14 Desenvolvimento e Afirmação do Potencial Económico da Região; Medida 4.3 Dinamização e Diversificação da Base Económica; Medida 4.5 Valorização dos Recursos Humanos. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 5

De acordo com o exposto no capítulo seguinte, relativo à aplicação da metodologia adoptada, o trabalho desenvolvido permitiu a realização de um vasto conjunto de análises sobre as realizações, resultados e impactos do leque diversificado de projectos concluídos no âmbito do PO Regional. Depois da apresentação de uma primeira versão preliminar, o presente documento constitui a versão final do Relatório do Estudo realizado. O presente documento encontra-se estruturado em seis capítulos, a saber: I. Introdução; II. Objectivos e Metodologia; III. O contexto macroeconómico de desenvolvimento dos projectos concluídos até final de 2005; IV. Análise da Realização do poralentejo medida a medida; V. As Realizações; VI. Os Efeitos; VII. Conclusões e Recomendações. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 6

Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 7

II. OBJECTIVOS E METODOLOGIA II.1. OBJECTIVOS O presente estudo teve por objectivo proceder à análise e monitorização dos projectos concluídos no âmbito do Programa Operacional Regional do Alentejo poralentejo, no período compreendido entre 1 de Janeiro de 2000 e 31 de Dezembro de 2005. O projecto constitui efectivamente a unidade através da qual o poralentejo se concretiza. É através do apoio a projectos concretos que o Programa se realiza, desse apoio resultando a concretização do projecto apoiado, do qual se espera a produção de um conjunto de efeitos mais ou menos imediatos, mais ou menos directos. Com o trabalho desenvolvido no âmbito deste estudo procurámos, então, identificar os resultados do Programa, bem como os impactos que podiam já vislumbrar-se, utilizando para o efeito o acompanhamento dos projectos apoiados, isto é, pressupondo a coerência interna do Programa Operacional Regional. Numa lógica bottom-up, procurámos identificar o contributo dos projectos concluídos para a concretização dos objectivos gerais e específicos do eixo prioritário em que cada projecto se integra, isto é, conhecer os resultados do poralentejo, bem como os respectivos impactos já detectáveis. II.2. METODOLOGIA No sentido de cobrir o conjunto de efeitos do apoio do poralentejo e de avaliar em que medida os projectos apoiados contribuíram para atingir os objectivos propostos, procurámos sistematizá-los e identificar as relações lógicas de contributo que lhes estão subjacentes, tendo em conta o carácter parcelar do presente estudo. Assim, procedemos à construção de uma matriz de objectivos que partiu dos objectivos das medidas objecto de estudo para os objectivos globais do Programa, tendo por base as Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 8

relações lógicas de contributo que entre elas se estabelecem, de acordo com a figura apresentada abaixo. Figura 1 Análise metodológica bottom-up Objectivos do Programa Objectivos dos Eixos Objectivos das medidas objecto de estudo Fonte: CCDRA (dossiers de projecto) Tratamento ADRAL Projectos concluídos no âmbito do PorAlentejo Para atingir os objectivos propostos para a elaboração do estudo, procurámos levar a cabo três tipos de análise: (i) por um lado, uma análise ao nível micro, centrada no projecto apoiado e concluído até Dezembro de 2005; (ii) por outro lado, uma análise ao nível da envolvente empresarial, centrada nas externalidades geradas pelo investimento apoiado; (iii) por outro, ainda, uma análise sectorial, através da qual procurámos identificar em que medida o investimento apoiado contribuiu para a alteração da base económica regional. Para concretizar estes diferentes níveis de análise foi necessário recorrer a um conjunto vasto e diversificado de informação, o qual incluiu dados relativos à candidatura dos projectos e respectiva execução, assim como à evolução posterior dos investimentos apoiados. Dada a inexistência da informação necessária em formato digital, foi imperativo recolhê-la, quer nos dossiers dos projectos concluídos até Dezembro de 2005, quer através de processos próprios. A informação recolhida nos dossiers de projecto permitiu identificar os desfasamentos entre a respectiva previsão e o realizado, bem como levantar alguns dos efeitos já identificados. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 9

Considerando os objectivos que nos propusemos atingir, bem como o conjunto de medidas seleccionadas para análise, as quais se apresentam direccionadas, na sua essência, para a dinamização económica da Região Alentejo, envidámos esforços destinados à obtenção de bases de dados com informação sólida e diversificada acerca dos projectos concluídos. Em primeiro lugar, a ADRAL procedeu à recolha detalhada dos processos de candidatura nos locais onde a informação estava disponível, o que significa que destacámos técnicos para efectuarem este processo de recolha nas instalações da CCDRA em Évora, Beja e Portalegre e ainda nas Direcções Regionais de Agricultura e de Economia do Alentejo, conforme a tabela abaixo apresentada. Por outro lado, dedicámos ainda uma parte do nosso tempo na Intervenção Desconcentrada do Emprego, Formação e Desenvolvimento Social, onde recolhemos alguma informação acerca dos projectos concluídos no quadro da Medida 3.3, com o apoio do Coordenador desta Medida. Tabela 1 - N.º total de processos de candidatura analisados e respectivos locais de recolha da informação Medida Local de consulta N.º total de projectos recolhidos 1.3 - Melhoria das Condições de Atractividade à CCDR Évora, Beja e 15 Localização de Actividades Produtivas Portalegre 1.5 - Coerência e Desenvolvimento das CCDR Évora 58 Capacidades Regionais 1.6 - Formação de Apoio ao Desenvolvimento Local CCDR Évora 98 2.1 Acção Integrada do Norte Alentejano CCDR Portalegre 57 2.2 Acção Integrada da Zona dos Mármores CCDR Évora 31 2.3 - Acção Integrada do Norte Alentejano e da Zona CCDR Évora 20 dos Mármores 3.3 - Promoção da Empregabilidade e do Emprego a IDEFDS Évora 0 nível local 3.11 - Agricultura e Desenvolvimento Rural (Acção 5 DRAAL 189 e Acção 7) 3.14 - Desenvolvimento e Afirmação do Potencial Direcção Regional de 3 Económico da Região Economia 4.3 - Dinamização e Diversificação da Base CCDR Beja 47 Económica 4.5 - Valorização dos Recursos Humanos CCDR Beja 18 Total de projectos 536 Fonte: CCDRA (dossiers de projecto) Tratamento ADRAL Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 10

No total, obtivemos informação detalhada acerca de 536 projectos concluídos no PO Regional nas medidas em análise, à excepção da Medida 3.3 onde não foi possível criar as condições necessárias à recolha dos dados presentes nos processos de candidatura. Os processos próprios de recolha de informação foram efectuados através do lançamento de inquéritos que permitiram, por um lado, colmatar falhas detectadas nos dossiers de projecto relativamente à respectiva realização e, por outro, recolher informação sobre a evolução do projecto. Esta recolha de informação por inquérito foi realizada com base em questionários distintos que procurámos adequar a cada tipo de projecto. Os questionários foram aplicados junto dos promotores/executores de cada projecto, preferencialmente através da aplicação presencial. Casos houveram, porém, em que se considerou mais adequada a recolha de informação via postal, por razões que se prendem com a própria natureza e localização das instituições contactadas. O processo de inquirição resultou na resposta relativa a um total de 484 projectos, correspondentes a uma taxa de resposta de 70,7%, distribuídos pelas diferentes NUTS III da Região Alentejo. Ainda de acordo com a metodologia de trabalho adoptada, sempre que foi possível, os técnicos encarregues do processo de aplicação dos inquéritos em cada sub-região, procederam a um registo fotográfico dos resultados obtidos com o cofinanciamento PorAlentejo de cada um dos projectos. Este registo fotográfico dará origem, no relatório final deste Estudo, às fichas de caracterização de cada projecto concluído. Para além dos efeitos que contribuem para a concretização dos objectivos operacionais, específicos e globais do poralentejo, este Estudo procura, igualmente, identificar outros efeitos que, não estabelecendo relação directa com os objectivos seleccionados no quadro das relações de contributo, resultem dos projectos apoiados objecto de análise no presente trabalho. Neste sentido, procurámos que a informação recolhida desse igualmente resposta às necessidades desta componente do trabalho. O tratamento estatístico da informação recolhida sobre os projectos permitiu o cálculo de um conjunto de indicadores considerados pertinentes para identificar os efeitos dos Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 11

projectos concluídos, contribuindo, dessa forma, para atingir os objectivos propostos para o presente trabalho. Embora, para este efeito, mais adequado fosse comparar o resultado do investimento apoiado e os seus efeitos com a evolução de outros investimentos não apoiados, o tempo disponível para a realização do presente trabalho, bem como o respectivo orçamento, aconselhou à utilização de comportamentos médios enquanto referencial de comparação para a detecção dos verdadeiros efeitos do Programa. Por esta razão, recorreu-se à informação disponibilizada pelo Sistema Estatístico Nacional enquanto informação sobre os comportamentos regionais médios e referencial comparativo. Por último, importa efectuar somente duas notas essenciais decorrentes do processo de recolha de informação: 1) Uma vez que não nos foi possível recolher informação acerca dos projectos implementados na Medida 3.3, por razões ligadas a constrangimentos da própria estrutura desconcentrada de coordenação desta medida, os dados de que dispomos a este nível reportam-se apenas aos inquéritos por questionário, que contêm informação disponibilizada pelos promotores dos projectos direccionados para a realização de acções de formação profissional. 2) Ainda em relação à informação disponível para a realização deste estudo, é de referir que, no que toca à Medida 3.11, a análise efectuada se cinge apenas às Acções 5 e 7, tal como fundamentado no documento metodológico que faz parte integrante da adenda ao contrato de colaboração técnica e financeira, homologada desde Setembro de 2004, e que constitui a base do presente estudo sectorial. É ainda relevante afirmar que, no que respeita à Sub-Acção 7.1 Recuperação e Valorização do Património da Paisagem e dos Núcleos Populacionais em Meio Rural, com um total de 158 projectos, a ADRAL optou por manter a sua recolha e posterior tratamento e análise, embora tenha sido informada desde o início pela Direcção Regional de Agricultura do Alentejo que não existiam planos globais de intervenção concluídos. Por esta razão, a análise efectuada difere das restantes a nível do investimento executado, que não foi considerado nos referidos projectos, dado o estádio de desenvolvimento da maior parte dos projectos analisados não possibilitar a recolha de informação acerca dos montantes executados. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 12

Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 13

III. O CONTEXTO MACRO-ECONÓMICO DE DESENVOLVIMENTO DOS PROJECTOS CONCLUÍDOS ATÉ FINAL DE 2005 A análise do comportamento dos promotores potenciais face às medidas em análise, bem como a identificação dos efeitos dos investimentos realizados impõem o respectivo enquadramento no contexto da evolução conjuntural da economia portuguesa ao longo do período em que os projectos em análise se desenvolveram. Em 2000, o contexto europeu caracterizava-se pela retoma do crescimento e por uma situação económica com défices reduzidos do sector público e inflação e taxas de juro baixas. No início da execução do poralentejo, no entanto, a economia europeia entrava num processo de abrandamento do crescimento económico com efeitos significativos no desempenho da economia portuguesa, mantendo-se, porém, a tendência decrescente das taxas de juro, associadas ao processo de convergência nominal, base para a construção da moeda única. Durante o período de execução dos projectos em análise, porém, o Produto Interno Bruto nacional iniciou um processo de divergência relativamente à União Europeia, conforme ilustrado no gráfico seguinte, cujo abrandamento verificado em 2004 não permitiu anular, tendo o PIB comunitário crescido, entre 2001 e 2005, à média de 1,63% ao ano e o nacional a 0,66% ao ano. Gráfico 1 - Taxas de Crescimento Anual do Produto Interno Bruto, 2000-2005 (preços constantes de 1995) 5 4 3 2 1 UE15 Po 0-1 2000 2001 2002 2003 2004 2005-2 Fonte: Eurostat Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 14

A combinação do comportamento do PIB com as variações no quantitativo populacional condicionou o crescimento do PIB per capita que foi bastante mais modesto em Portugal que na União Europeia. Face ao crescimento médio de 1,1% ao ano na UE (15), entre 2000 e 2005, o PIB per capita nacional manteve-se praticamente constante após 2004, depois de um período de desaceleração do respectivo crescimento, acompanhando a UE (15), embora com taxas de crescimento sistematicamente menores. Gráfico 2 - Taxas de Crescimento Anual do Produto Interno Bruto per capita, 2000-2005 (preços constantes de 1995) 4 3 2 1 UE15 Po 0-1 2000 2001 2002 2003 2004 2005-2 Fonte: Eurostat Mesmo considerando a quebra de série em 2003 da taxa de crescimento do PIB per capita em paridades de poder de compra, a informação evidencia a trajectória de afastamento relativamente à média europeia que caracterizou o período de execução do poralentejo até 2005. Efectivamente, o PIB per capita medido em paridades de poder de compra passou de 79,6% da média da UE15, em 2003, para 76,7%, em 2005. Tabela 2 - PRODUTO INTERNO BRUTO, POR HABITANTE EM PPC, 2000-2005 (UE15=100) UE15 Portugal 2000 100,0 88,0 2001 100,0 88,0 2002 100,0 86,1 2003 (a) 100,0 79,6 2004 100,0 78,5 2005 100,0 76,7 (a) Quebra de série Fonte: Eurostat Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 15

O comportamento de algumas variáveis é comummente utilizado como explicação para o comportamento da actividade económica, através, nomeadamente, do respectivo efeito na capacidade de investimento das empresas e da Administração. Referimo-nos, por um lado, ao comportamento da produtividade do trabalho, enquanto indicador de eficiência na utilização dos recursos e, por outro, aos custos associados aos factores de produção, nomeadamente ao factor trabalho. Depois de uma quebra importante entre 2000 e 2001, a produtividade do trabalho em Portugal evoluiu com oscilações até 2004, ano em que inicia um período de crescimento. Gráfico 3 - PIB por hora trabalhada, 2000-2005 (1995=100) (preços constantes de 1995) 5,00 4,50 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 UE15 Po (a) Fonte: Eurostat Este comportamento resulta, por um lado, do comportamento do PIB, já referido e, por outro, do volume de horas trabalhadas, naturalmente associado ao emprego. o ajustamento no produto, reflectindo-se de forma menos intensa no emprego traduz uma estagnação da produtividade 1, que terá sido ultrapassada em 2005. Em Portugal verifica-se, desde 2000, uma desaceleração no crescimento do emprego que observa, mesmo, uma redução em 2003. Os anos de 2004 e 2005 correspondem a um período de quase estagnação do emprego que, no primeiro ano, cresce 0,1% e, no segundo, regista um crescimento nulo. 1 DPP, Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 16

Gráfico 4 - Taxa de Crescimento do Emprego, 2000-2005 2 1,5 1 0,5 0-0,5 2000 2001 2002 2003 2004 2005-1 Fonte: Eurostat A taxa de emprego evidencia a capacidade de utilização dos recursos humanos disponíveis. É, portanto, um indicador complementar ao da evolução do emprego, na medida em que traduz a relação entre a população empregada entre os 15 e os 64 anos e a população com a mesma idade. A taxa de emprego, em Portugal apresenta valores elevados relativamente ao conjunto da União Europeia, encontrando-se o País entre os Estados Membros em que ela é mais elevada. Porém, ao longo do período de execução do poralentejo, a taxa de emprego registou uma redução persistente após 2001, traduzindo a desaceleração e mesmo redução do emprego e apesar do seu crescimento mais acentuado em 2004. Gráfico 5 - Taxa de emprego, 2000-2005 70 69 68 67 66 65 64 63 62 61 60 2000 2001 2002 2003 2004 2005 UE15 Po Fonte: Eurostat A desaceleração do crescimento e a quebra registada na taxa de emprego condicionaram o comportamento do desemprego, cuja taxa verificou, ao longo de todo o período, uma tendência crescente, mais acentuada que na média da UE. Efectivamente, mantendo níveis sistematicamente inferiores aos da média comunitária, a taxa de desemprego em Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 17

Portugal cresceu acentuadamente a partir de 2001, diminuindo o diferencial que a separava da média do conjunto dos 15 Estados Membros. Assim, se, em 2001, a taxa de desemprego em Portugal era 3,6 pontos percentuais inferior à da UE, em 2005 esse diferencial era de apenas 0,3 pontos percentuais. Gráfico 6 - Taxa de desemprego, 2000-2005 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 UE15 Po Fonte: Eurostat A evolução nacional da produtividade foi acompanhada por uma desaceleração e mesmo redução, da remuneração do factor trabalho, que a partir de 2003 e até 2005 verificou uma tendência de recuperação embora mantendo níveis de crescimento negativos até 2004. Este comportamento traduz um crescimento da produtividade mais acentuado que o registado na remuneração do trabalho, entre 2001 e 2004. Assim, pode afirmar-se que, no que ao custo do factor trabalho diz respeito, o período de execução do poralentejo se caracterizou por um crescimento real negativo dos custos do factor trabalho que, apenas em 2005, retoma valores positivos. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 18

Tabela 3 - Taxa de crescimento real do custo unitário do trabalho 2 UE15 Po (a) 2000 0,3 0,9 2001 0,2-0,1 2002-0,3-0,1 2003-0,4-4,3 2004-0,9-2,3 2005-0,4 0,5 (a) 2004 e 2005: previsões Fonte: Eurostat O diferencial entre as taxas de crescimento do custo unitário do trabalho na UE 15 e em Portugal permite identificar os ganhos/ perdas de competitividade deste factor de produção relativamente ao contexto comunitário. Assim, constata-se que o período considerado resultou em ganhos de competitividade no que respeita ao custo deste factor de produção, registando-se, ao longo do período, uma redução de cerca de 6% face à de cerca de 2% na média comunitária. Deste comportamento resulta a persistência do suporte da competitividade nacional nos baixos custos do factor trabalho, dado o seu baixo custo relativamente ao conjunto da União Europeia (15). O comportamento do PIB foi determinado pela evolução negativa do investimento, o crescimento constante do consumo privado e o agravamento do saldo negativo das trocas externas em cerca de 9%. Efectivamente, como o gráfico ilustra, o consumo privado registou em 2005 um crescimento de cerca de 1,6% ao ano, crescendo em dez anos cerca de 33%. 2 Crescimento real do custo unitário do trabalho: taxa de crescimento do rácio (remuneração por empregado a preços correntes dividido pelo PIB a preços correntes pelo emprego total): Este indicador compara a remuneração por empregado e a produtividade e mostra como a remuneração dos empregados se relacional com a produtividade do respectivo trabalho. É a relação entre quanto cada trabalhador recebe e o valor que produz com o seu trabalho. A respectiva taxa de crescimento pretende dar a ideia da dinâmica da participação do factor de produção trabalho no valor criado. Note-se que as variáreis usadas no numerador (remuneração, empregados) referem-se apenas aos trabalhadores por conta de outrem e os do denominador (PIB, emprego) referem-se a todo o emprego, incluindo o auto-emprego. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 19

Gráfico 7 - Consumo a preços constantes, 2000-2005 (1995=100) (preços constantes de 1995) 135 130 125 120 115 UE15 Po (a) 110 105 100 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: Eurostat Pelo contrário, o investimento apresentou uma quebra constante, acompanhada pela diminuição do respectivo peso no PIB. Esta evolução global do investimento ficou a deverse, nos anos de 2002, 2003 e 2005, à quebra simultânea dos investimentos público e privado. Nos anos de 2001 e 2004, o investimento público reduziu os efeitos no comportamento do investimento total determinados pela evolução persistentemente negativa do investimento privado ao longo de todo o período entre 2001 e 2005. Gráfico 8- Investimento total, 2000-2005 (% PIB) 30 25 20 15 10 UE15 Po 5 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: Eurostat Aliás, ao longo do período considerado, o investimento viu diminuída a sua importância no PIB de cerca de 27% em 2000, significativamente mais elevado do que o registado na UE (15), para 21% em 2005, valor bastante aproximado do peso médio na UE (15), onde a importância do investimento no PIB se manteve bastante mais estável (dos 20,5% em 2000, para 19,8% em 2005). Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 20

Quer o investimento do sector público como o investimento no sector privado viram reduzir a respectiva importância no PIB. O investimento público que, em 2000, representava cerca de 4% do PIB, correspondia a cerca de 3%, em 2005. O investimento privado, por seu lado, profundamente influenciado em Portugal pelo investimento em habitação, assumia, em 2000, 23% do PIB nacional e, em 2005, 19%. No domínio do comércio internacional, as exportações de bens e serviços mantiveram, ao longo de praticamente todo o período, um crescimento mais dinâmico que o das importações, apresentando ritmos de crescimento de cerca de 3,0% e 2,6% ao ano, respectivamente. Estes ritmos de crescimento, porém, não foram suficientes para impedir o agravamento do saldo negativo das trocas externas que passou, entre 2000 e 2005, de 17 mil milhões para 18,5 mil milhões. O crescimento em valor das exportações foi superior ao verificado em volume, indiciando a valorização dos produtos exportados. Situação semelhante se registou ao nível das importações, embora de forma menos significativa. Efectivamente, enquanto as exportações em volume cresceram cerca de 15% contra os 16% em valor, as importações registaram um crescimento em volume de cerca de 7% e, em valor, de cerca de 14%, para o conjunto do período. A degradação dos termos de troca registados nos últimos três anos do período, após três anos de lenta recuperação, indicia o agravamento das dificuldades de cobertura das importações pelas exportações e a deterioração da posição das exportações nacionais no mercado internacional, particularmente no comunitário, principal destino e origem do comércio externo nacional. Os preços cresceram em Portugal a níveis superiores aos verificados na zona Euro, embora em tendência decrescente de aproximação aos ritmos da zona Euro. Em 2000, o crescimento dos preços, em Portugal, foi de 2,8%, tendo, no ano seguinte registado uma aceleração significativa traduzida numa taxa de inflação superior a 4%. A tendência de desaceleração verificada nos anos seguintes, permitiu que, em 2005, a inflação em Portugal se situasse ligeiramente abaixo dos níveis da zona Euro, com um valor de 2,1%. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 21

Gráfico 9 - Taxa de inflação, 2000-2005 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Área Euro Po Fonte: Eurostat O défice público em Portugal tem acompanhado os ciclos eleitorais. Em 2000, o défice público, era de 2,9% do PIB, em 2001, 4,3%, em 2002 e 2003 retoma a importância que havia registado em 2000 e, nos anos seguintes inicia uma evolução crescente que, em 2005, atingiu os 6%. Gráfico 10 - Défice Público, 2000-2005 (% PIB) 1 0-1 -2-3 UE 15 Po -4-5 -6-7 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: Eurostat O peso da dívida pública bruta no PIB manteve alguma estabilidade durante os dois primeiros anos do período em consideração, crescendo posteriormente até ultrapassar, em 2005 os 60% do Produto. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 22

Tabela 4 - Dívida Pública, 2000-2005 EU (15) Po 2000 64,10 53,30 2001 63,10 53,60 2002 61,50 55,50 2003 63,00 57,00 2004 63,30 58,60 2005 64,50 64,00 Fonte: Eurostat Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 23

Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 24

IV. AS REALIZAÇÕES IV.1. ANÁLISE POR MEDIDA No conjunto das medidas em análise, foram concluídos, até 31 de Dezembro de 2005, 647 projectos, a que corresponde um investimento elegível aprovado de 104,7 milhões de euros e uma comparticipação dos fundos estruturais de 69,5 milhões de euros. Este investimento elegível representa 5,1% do total do por Alentejo e 13,16% do total previsto para a totalidade das onze medidas. Tabela 5 Total de projectos concluídos até 31/12/2005, nas medidas em análise no PorAlentejo Unidade: Euro Medida N.º projectos % projectos Investimento elegível aprovado % investimento elegível aprovado 1.3. 15 2,32% 11.622.355,96 11,10% 1.5 58 8,96% 5.346.732,15.5,11% 1.6 98 15,15% 4.890.455,06 4,67% 2.1 57 8,81% 11.776.124,38 11,25% 2.2. 31 4,79% 3.753.628,87 3,59% 2.3 20 3,09% 3.507.415,52 3,35% 3.3* 111 17,16% 34.991.608,84 33,43% 3.11. 189 29,21% 17.691.930,13 16,90% 3.14 3 0,46% 197.105,26 0,19% 4.3. 47 7,26% 6.155.340,52 5,88% 4.5 18 2,78% 4.746.366,47 4,53% Total 647 100,00% 104.679.063,16 100,00% Fonte: CCDRA (dossiers de projecto) Tratamento ADRAL *Nota: O investimento elegível considerado na Medida 3.3. corresponde aos projectos cujos promotores foram inquiridos. Não havendo dados fornecidos pela Gestão da Medida Desconcentrada. Legenda: Medida 1.3 Melhoria das Condições de Atractividade à Localização de Actividades Produtivas; Medida 1.5 Coerência e Desenvolvimento das Capacidades Regionais; Medida 1.6 Formação de Apoio ao Desenvolvimento Local; Medida 2.1 Acção Integrada do Norte Alentejano; Medida 2.2 Acção Integrada da Zona dos Mármores; Medida 2.3 Acção Integrada do Norte Alentejano e da Zona dos Mármores; Medida 3.3 Promoção da Empregabilidade e do Emprego a Nível Local; Medida 3.11 Agricultura e Desenvolvimento Rural (Acção 5 Gestão de Recursos Hídricos e Emparcelamento e Acção 7 Valorização do Ambiente e do Património Rural); Medida 3.14 Desenvolvimento e Afirmação do Potencial Económico da Região; Medida 4.3 Dinamização e Diversificação da Base Económica; Medida 4.5 Valorização dos Recursos Humanos. A Medida 3.11, com 189 projectos, é a que apresenta maior número de projectos aprovados, logo seguida pela Medida 3.3, com 111 projectos, e pelas Medidas 1.6 e 1.5, Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 25

com 98 e 58 projectos concluídos no período em análise, respectivamente. Já no que concerne ao investimento elegível aprovado, destaca-se, em primeiro lugar, a Medida 3.3, com cerca de 33% da totalidade de investimento elegível aprovado, seguido pela medida 3.11, com cerca de 17%. São ainda de realçar as medidas 1.3 e 2.1, ambas com cerca de 11% do investimento elegível aprovado. Embora as Medidas 1.5 e 1.6 registem um quantitativo elevado de projectos concluídos, o investimento elegível aprovado é muito inferior ao das Medidas 1.3 e 2.1, dada a natureza dos investimentos apoiados. Estas medidas apoiaram, principalmente, infra-estruturas, ao contrário das duas primeiras em que predominou o investimento de natureza imaterial. A Medida 1.3 é, aliás, paradigmática. Com apenas 15 projectos (que representam 2,3% do total), mobiliza cerca de 11% do total do investimento aprovado. Por outro lado ainda, é de notar que um número muito significativo de projectos da Sub- Acção 7.1 não estava concluído à data de recolha da informação, o que originou um desfasamento elevado entre o montante elegível aprovado e o executado. Tabela 6 - Investimento elegível aprovado e investimento alocado pelo PorAlentejo às medidas em análise Unidade: Euro Medida Investimento elegível Taxa de aprovação Investimento alocado aprovado (%) (1) 1.3. 11.622.355,96 49.758.371 23,36 1.5 5.346.732,15 20.861.974 25,63 1.6 4.890.455,06 17.635.595 27,73 2.1 11.776.124,38 33.009.590 35,67 2.2. 3.753.628,87 20.985.105 17,89 2.3 3.507.415,52 7.169.161 48,92 3.3 * 34.991.608,84 103.371.947 33,85 3.11. 17.691.930,13 232.879.427 7,60 3.14 197.105,26 275.418.926 0,07 4.3. 6.155.340,52 21.730.763 28,33 4.5 4.746.366,47 12.507.501 37,95 Total 104.679.063,16 795.328.360 13,16 Fonte: CCDRA (dossiers de projecto) Tratamento ADRAL (1) Entende-se por taxa de aprovação o montante de investimento elegível aprovado e executado relativamente ao previsto. *Nota: O investimento elegível considerado na Medida 3.3. corresponde aos projectos cujos promotores foram inquiridos. Não havendo dados fornecidos pela Gestão da Medida Desconcentrada. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 26

O investimento previsto nas onze medidas em análise corresponde a 38,73% da totalidade do por Alentejo. Excluindo a Medida 3.11 3, em que a análise corresponde apenas a duas das suas acções, do total do investimento previsto apenas 15,5% correspondia a investimento aprovado e efectivamente executado nos projectos concluídos até 31 de Dezembro de 2005 o que, a um ano do fecho do Programa, constitui uma situação preocupante. Ela parece traduzir uma lenta execução das medidas em análise, nomeadamente no que diz respeito às medidas 3.14 Desenvolvimento e Afirmação do Potencial Económico da Região e 2.2 Acção Integrada da Zona dos Mármores, que não parecem ter merecido a adesão esperada dos potenciais promotores. Pelo contrário, a medida com maior taxa de aprovação face ao previsto é a Medida 2.3, com 48,92%. São ainda de destacar as medidas 4.5, 2.1 e 3.3, respectivamente com 37,95%, 35,67% e 33,85%. Tabela 7 - Investimento elegível aprovado e investimento executado nas medidas em análise 4 Unidade: Euro Medida Nº de Investimento elegível Investimento executado Investimento projectos aprovado executado (%) 1.3. 8 6.047.152,03 5.902.057,99 13,99% 1.5 48 4.648.205,60 4.213.137,05 9,99% 1.6 97 4.890.009,49 3.164.452,25 7,50% 2.1 54 10.625.021,04 10.341.247,98 24,51% 2.2. 31 3.753.628,87 3.244.629,63 7,69% 2.3 20 3.507.415,52 2.716.626,29 6,44% 3.11. 74 5.571.997,49 4.484.735,83 10,63% 3.14 3 197.105,26 178.430,23 0,42% 4.3. 40 4.711.271,75 4.381.243,25 10,38% 4.5 18 4.746.366,47 3.566.277,54 8,45% Total 393 48.698.173,52 42.192.838,05 100,00% A análise dos projectos apresentados e a decisão do respectivo apoio é levada a cabo com base numa previsão de custos. Assim, é facilmente compreensível que, do investimento previsto para os projectos concluídos, tenha sido executado apenas cerca de 87%, indiciando a apresentação de orçamentos sobrevalorizados. Desse modo, procuram os promotores o garante do financiamento da despesa realizada. Repare-se que o 3 Exclui-se a análise da medida 3.11 dado que, no presente trabalho, apenas se consideram duas das suas acções. 4 Para a análise do volume de investimento executado trabalharam-se apenas os projectos sobre os quais existia informação sobre a respectiva execução. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 27

financiamento de despesa prevista è sempre mais fácil do que a de despesa não prevista. Consequentemente, a apresentação de orçamentos sobreavaliados apresenta-se como uma forma de segurança para os promotores, mesmo que isso traduza uma execução aquém do previsto. Tabela 8 Investimento aprovado e apoio disponibilizado até 31/12/2005, por medida Unidade: Euro Medida Investimento Comparticipação Despesa Contrapartida Participação Investimento elegível FUNDO Pública nacional privada total aprovado aprovado aprovado Nacional aprovada aprovada 1.3. 11.752.859,01 11.622.355,96 8.063.293,05 4.064.887,92 114.938,95 1.5 8.484.959,26 5.346.732,15 3.613.324,88 496.223,93 1.019.733,39 1.6 5.652.817,57 4.890.455,06 3.416.571,31 578.289,64 885.962,34 9.641,76 2.1 13.144.722,29 11.776.124,38 7.858.993,24 3.592.343,60 105.375,50 2.2. 4.894.084,72 3.753.628,87 2.589.192,50 1.115.683,75 2.3 4.086.125,69 3.507.415,52 2.455.202,36 1.052.213,17 3.11. 19.439.217,33 17.691.930,13 12.674.104,85 3.057.274,11 1.253.680,13 695.369,29 3.14 197.105,26 197.105,26 147.827,70 49.277,56 4.3. 11.138.359,21 6.155.340,52 4.230.093,90 1.861.440,06 39.360,14 4.5 10.128.807,88 4.746.366,47 3.322.456,53 1.231.436,32 192.473,62 192.473,62 Total 88.919.058,21 69.687.454,32 48.371.060,32 5.919.213,24 13.511.972,91 2.176.892,64 Fonte: CCDRA (dossiers de projecto) Tratamento ADRAL Os fundos estruturais correspondem, em média, a cerca de 70% do investimento elegível aprovado, sendo os restantes 30% suportados quer por Despesa Pública Nacional, quer pelos próprios promotores, sejam estes de natureza pública ou de natureza privada. IV.2. ANÁLISE POR FUNDO ESTRUTURAL No sentido de atingir a coesão económica e social dos Estados-membros, foram criados quatro Fundos Estruturais: - FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional); - FSE (Fundo Social Europeu); - FEOGA-O (Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola Secção Orientação); - IFOP (Instrumento Financeiro de Orientação da Pesca) Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 28

Estes fundos são instrumentos de co-financiamento que, conjuntamente com os recursos nacionais públicos e privados, têm como objectivo apoiar, ao longo de períodos plurianuais definidos, os esforços nacionais de desenvolvimento com vista à realização plena da coesão. A aplicação destes fundos realiza-se de acordo com as normas inerentes a um conjunto de documentos de programação de carácter plurianual (Plano de Desenvolvimento Regional (PDR), Quadro Comunitário de Apoio (QCA), Programas Operacionais e respectivos Complementos de Programação). Assim, importa especificar para cada Fundo Estrutural os objectivos e contributos que os caracterizam. O FEDER, instituído com o grande objectivo de financiar a ajuda estrutural através de programas de desenvolvimento regional orientados para as regiões menos desenvolvidas, contribui para promover o desenvolvimento económico e social, para fomentar a inovação e a sociedade da informação e para valorizar o potencial endógeno e o desenvolvimento sustentável das regiões. A sua actuação é sempre feita em função de uma estratégia global e integrada com os restantes fundos estruturais. No que diz respeito ao FSE, este constitui-se como o principal instrumento da política social comunitária, tendo como objectivos de base dar assistência financeira às políticas de educação e de formação profissional no sentido de promover o emprego e a integração no mercado de trabalho. O FEOGA, constituído por duas secções (a secção Orientação e a secção Garantia), está vocacionado para a reconversão e adaptação das estruturas agrícolas e desenvolvimento das áreas rurais. Por fim, o IFOP reúne os instrumentos comunitários para o sector da pesca, aplicando-se fundamentalmente às regiões costeiras pela sua especificidade. Este fundo tem como principais objectivos o aumento da competitividade das estruturas no sector das pescas, o desenvolvimento das empresas economicamente viáveis na indústria pesqueira e a manutenção do equilíbrio entre as capacidades de pesca e os recursos disponíveis. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 29

Tabela 9 - Investimento total de acordo com o tipo de Fundo Estrutural Unidade: Euro Fundo N.º projectos Investimento elegível aprovado Comparticipação FUNDO Despesa Pública Nacional Contrapartida nacional aprovado Participação privada aprovado FEDER 211 38.851.287,14 26.502.725,27 11.179.856,82 1.279.407,98 FEOGA 189 17.691.930,13 12.674.104,85 3.057.274,11 1.253.680,13 695.369,29 FSE 136 13.144.237,05 9.194.230,20 2.861.939,13 1.078.435,96 202.115,38 Total 536 69.687.454,32 48.371.060,32 5.919.213,24 13.511.972,91 2.176.892,64 Fonte: CCDRA (dossiers de projecto) Tratamento ADRAL A tabela anterior permite-nos analisar a totalidade dos projectos concluídos no âmbito do PorAlentejo, nas medidas em análise, de acordo com o Fundo Estrutural considerado. Em termos de número de projectos, o FEDER é o que se destaca dos restantes, com um total de 211 projectos. Todavia, a diferença para o FEOGA não é muito significativa, uma vez que este apresenta, apenas numa medida (da qual procedemos única e exclusivamente à análise de duas acções-tipo), um total de 189 projectos, o que se revela muito superior à situação verificada no FEDER, que é utilizado em seis das onze medidas. Por último, aparece o Fundo Social Europeu, com 136 projectos, aprovados em três medidas distintas de formação. Quando passamos à análise do investimento elegível aprovado, constata-se novamente um destaque para os projectos co-financiados pelo FEDER, com um total de 38.851.287,14, a que corresponde um fundo de 26.502.725,27. No que concerne ao FEOGA, verificamos que os projectos aprovados atingiram um montante orçamental de 17.691.930,13, com um fundo correspondente de 12.674.104,85, o que significa que este co-financiamento girou, em média, em torno dos 70%. Os projectos dedicados à realização de acções de formação e co-financiados pelo Fundo Social Europeu são os que apresentam um investimento elegível mais baixo, com 13.144.237,05 de investimento e 9.194.230,20 de Fundo. Este último corresponde a uma média de 70% da totalidade do investimento concedido aos promotores de projectos e planos de formação. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 30

IV.3. ANÁLISE POR NATUREZA DO PROMOTOR A análise por natureza do promotor leva-nos a afirmar que um total de 213 promotores viu os seus projectos aprovados pelo poralentejo e concluídos entre 2000 e 2005, nas medidas em análise. A tabela abaixo apresentada permite-nos identificar os promotores de projectos concluídos com investimento elegível superior a um milhão de euros, através do estabelecimento de uma comparação com o número total de projectos a que esse investimento se reporta. Neste ponto é possível destacar, desde logo, o Serviço Nacional Coudélico enquanto promotor com maior investimento elegível aprovado e correspondente a oito projectos concluídos, todos eles enquadrados na Medida 2.1 Acção Integrada do Norte Alentejano. Logo de seguida, aparece a Câmara Municipal de Fronteira, com um total de 20 projectos concluídos e um investimento elegível equivalente a 3.010.740,20, assim como o IHERA Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas, com 2.774.098,28 de investimento, distribuído por um total de quatro projectos. A este nível, pode afirmar-se que os projectos implementados pelo Serviço Nacional Coudélico e pelo IHERA Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas são projectos com uma dimensão superior aos projectos levados a cabo pela Câmara Municipal de Fronteira. Uma pequena reflexão acerca da correlação entre o investimento atribuído a cada entidade promotora e a natureza do investimento efectuado poderá apoiar o processo de análise dos promotores com maior apoio financeiro nas 10 medidas em análise. A observação realizada aponta para a concentração de projectos e de investimento em alguns promotores que poderão considerar-se como os responsáveis pela apresentação de candidaturas com maior capacidade de aprovação pela entidade gestora 5. 5 Este afirmação pressupõe a não existência de outros critérios para além da qualidade das candidaturas face aos requisitos definidos pelo Programa e para a disponibilidade de apoios em qualquer momento de apresentação das candidaturas. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 31

Efectivamente, um estudo da concentração do número de projectos concluídos no âmbito das medidas em análise indica a existência de promotores com maior número de projectos e volume de investimento. A referida análise aponta para a concentração da responsabilidade de 50% do investimento em cerca de 10% dos promotores, entre eles destacando-se o Serviço Nacional Coudélico, a Câmara Municipal de Fronteira, a Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas e as câmaras municipais de Mora e de Sines e de 50% dos projectos em 17% do promotores, entre os quais as Câmaras Municipais de Fronteira e Portalegre, as associações de municípios do Distrito de Évora e do Norte Alentejano e o CEVALOR. Gráfico 11 - Concentração do investimento Gráfico 12 - Concentração do número de projectos 1,000 0,900 0,800 0,700 1,000 0,900 0,800 0,700 investimento 0,600 0,500 0,400 0,300 projectos 0,600 0,500 0,400 0,300 0,200 0,200 0,100 0,100 0,000 0,000 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 0,800 0,900 1,000 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 0,800 0,900 1,000 promotores promotores Fonte: CCDRA (dossiers de projecto) Tratamento ADRAL A concentração, embora existente, não é, porém, tão significativa no Alentejo Central, onde 10% dos promotores são responsáveis por, apenas, 45% do investimento, no Alto Alentejo, onde a 11% dos promotores cabe 50% investimento, nem nos projectos não territorializáveis, nos quais 12% dos promotores correspondem a 44% do investimento. Pelo contrário, no Alentejo Litoral e Baixo Alentejo a concentração é significativamente maior respondendo 10% dos promotores por, respectivamente, 68% e 55% do investimento. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 32

De modo global, é possível afirmar que foram aprovados e concluídos 199 projectos de natureza material, 325 projectos dedicados à realização de estudos e acções imateriais e 12 projectos que conjugam acções de natureza simultaneamente material e imaterial. Tabela 10 Promotores com investimento elegível aprovado superior a 1.000.000 Unidade: Euro Denominação do executor N.º projectos Investimento elegível aprovado % Investimento elegível aprovado Serviço Nacional Coudélico 8 3.369.763,56 4,84% Câmara Municipal de Fronteira 20 3.010.740,20 4,32% IHERA Associação de Beneficiários da Obra de 4 2.774.098,28 3,98% Rega de Odivelas Câmara Municipal de Mora 9 2.303.030,42 3,30% Câmara Municipal de Sines 3 2.145.041,71 3,08% CEVALOR Centro Tecnológico para o 10 1.920.964,08 2,76% Aproveitamento e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais ACOS Associação de Criadores de Ovinos do 8 1.794.986,03 2,58% Sul IHERA Associação de Beneficiários do Vale do 2 1.655.679,08 2,38% Sado Câmara Municipal do Gavião 2 1.633.022,39 2,34% IHERA Associação de Beneficiários do Roxo 5 1.628.824,75 2,34% Câmara Municipal de Nisa 6 1.624.009,65 2,33% Câmara Municipal de Moura 9 1.555.548,13 2,23% IHERA Associação de Beneficiários do Caia 6 1.419.966,02 2,04% Câmara Municipal de Aljustrel 3 1.353.642,72 1,94% STAL Sindicato Nacional Trabalhadores 5 1.323.337,96 1,90% Administração Local IHERA Associação de Beneficiários do Mira 4 1.313.868,10 1,89% Câmara Municipal de Serpa 3 1.241.577,76 1,78% EDIA Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas 3 1.148.487,90 1,65% do Alqueva, S.A. Câmara Municipal de Alter do Chão 4 1.112.552,56 1,60% Fonte: CCDRA (dossiers de projecto) Tratamento ADRAL Neste sentido, as entidades promotoras de projectos destinados à criação e/ou remodelação de infra-estruturas e à aquisição de equipamento em destaque são a Câmara Municipal de Fronteira, com 17 projectos concluídos e um investimento que atinge os 2.840.694,94, o IHERA Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas, com quatro projectos e 2.774.098,28 de investimento e a Câmara Municipal de Mora, com seis projectos concluídos e um investimento de 2.209.574,38. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 33

A nível dos projectos de natureza imaterial, as três entidades em destaque são o CEVALOR Centro Tecnológico para o Aproveitamento e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais (com dez projectos concluídos, a que corresponde um investimento elegível de 1.920.964,08), a ACOS Associação de Criadores de Ovinos do Sul (com oito projectos e 1.794.986,03 de investimento) e o STAL Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (com cinco projectos concluídos e um investimento elegível de 1.323.337,96). A nível dos projectos que incorporam simultaneamente acções de natureza material e imaterial, embora representem um valor residual face às restantes tipologias, é importante destacar a Câmara Municipal de Nisa, com um investimento elegível aprovado de 1.223.830,57, correspondente a apenas um projecto concluído. Ainda em relação aos promotores dos projectos surgem destacados os municípios, com um total de 174 projectos concluídos (32,5% do total) e um investimento elegível global, para a totalidade da Região Alentejo, de 26.351.786,43 (37,1% do total). Em termos de tipologias de promotores destacam-se ainda os particulares, que estão enquadrados na Medida 3.11, destinada aos projectos de promoção e valorização do ambiente e do património rural, com um total de 51 projectos, todos eles incluídos em projectos mais abrangentes, como é o caso dos Planos de Intervenção promovidos pelas Associações de Desenvolvimento Local. Uma vez que estas medidas estão direccionadas para a dinamização do tecido empresarial, são de realçar ainda os projectos promovidos pelas Associações e Núcleos Empresariais da Região Alentejo, que implementaram um total de 37 projectos, a que correspondeu um investimento elegível aprovado de 4.886.888,73 e que se destinaram, na sua maioria, ao desenvolvimento de estudos e outras acções de natureza imaterial de suporte e apoio às empresas sedeadas na Região. Estudo de Monitorização dos Projectos concluídos no âmbito do por Alentejo 34