AS 5 CHAVES PARA MANTER OS ALIMENTOS SEGUROS



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Transcrição:

Publicação INCAP MDE/166 MANUAL DE CONTEÚDO AS 5 CHAVES PARA MANTER OS ALIMENTOS SEGUROS Unidade de Saúde Pública Veterinária da OPAS Instituto de Nutrição da América Central e Panamá Brasil, 2009

MDE/166 INCAP/OPAS/OMS Manual As 5 Chaves para Manter os Alimentos Seguros. INCAP/OPAS/OMS. Guatemala: INCAP, 2007. Ilus. 63 Pp. ISBN 978-99922-880-4-7 1. MANUAIS 2. ALIMENTOS 3. MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS 4. EDUCAÇÃO NUTRICIONAL Coordenado por: Dr. Genaro García, OPS/OMS Assesor Regional em Inocuidade de Alimentos, Unidade de Saúde Pública Veterinária, OPAS/OMS Elaborado e Adaptado por: Licda. María José Coto Fernández, INCAP/OPAS Licda. Kathryn Janzen, OPAS/OMS Revisado por: Licda. Veronika Molina, INCAP/OPAS Licda. Magda Fischer, INCAP/OPAS Traduzido do original da Guatemala editado em 2007 e impresso pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa em dezembro de 2009 Agradecim entos: Este documento é produto do Projeto de Adaptação e Validação do Manual das 5 Chaves da OMS para a Segurança dos Alimentos, nas escolas primárias da Guatemala. Os recursos para sua execução foram providos pelo Departamento de Desenvolvimento Internacional DFID (sigla em inglês), através do Departamento de Segurança dos Alimentos, Zoonoses e Doenças Transmitidas pelos Alimentos da OMS. Na preparação e execução do projeto participou uma equipe de trabalho interdisciplinar formada por profi ssionais dos Ministérios da Educação, Saúde e Agricultura, Municipalidade de Guatemala e Organizações Não Governamentais como INTERVIDA e Catholic Relief Services (CRS). A coordenação e assistência técnica foi executada por profi ssionais da OPAS/OMS e INCAP, a quem agradecemos pelo apoio na revisão técnica dos manuais e no processo de validação. Dr. Angel Fulladolsa Licda. Laura Teresa Rodríguez Licda. Rosalina Villeda Retolaza Licda. Annette Salamanca Lic. Marvin Sánchez Licda. Gabriela Rosas Licda. Ana Virginia Palma Escobar Licda. Ana Lucrecia Barrascout Licda. Hilda María Walter Um agradecimento especial aos diretores, docentes, estudantes e pais de família das escolas primárias que nos apoiaram durante o processo de validação, pelo seu interesse, dedicação e valiosas contribuições: -- Escuela Panamericana, Colonia La Florida, Guatemala Colegio Ecológico de Guatemala, San Raymundo, Sacatepéquez Escuela Ofi cial Urbana Mixta No. 112, Félix Hernández Andrino, Guajitos, Guatemala Escuela Ofi cial Urbana Mixta No. 619, El Jagüey, Canalitos, Guatemala Escuela Ofi cial Rural Mixta, Esperanza de la Comunidad, Chinautla, Guatemala Escuela Ofi cial Rural Mixta No. 910, Aldea Sabana 3, Chinautla, Guatemala Escuela Ofi cial Rural Mixta, Santa María Dolores, Ixcán, Quiché Escuela Ofi cial Urbana Mixta, Caserío Berlín II, Coatepeque, Quetzaltenango Escuela Ofi cial Urbana Mixta, Club Rotario, Lotifi cación San Isidro, Coatepeque, Quetzaltenango Escuela Ofi cial Urbana Mixta, Santa Ana Berlín, Coatepeque, Quetzaltenango Escuela Ofi cial Rural Mixta No. 605, Aldea Las Canoas, Guatemala. Escuela Ofi cial Rural Mixta, Choaxán, Aldea Montúfar, San Raymundo, Sacatepéquez ii

PRÓLOGO A má-nutrição e doenças transmitidas pelos alimentos são comuns nos países em desenvolvimento e representam umas das primeiras causas de doença nas crianças e outros grupos vulneráveis. A educação para a saúde é uma estratégia central de atenção primária e para o desenvolvimento de ambientes saudáveis. As escolas primárias constituem um destes ambientes onde as crianças podem ser motivadas a adotar estilos de vida saudável, assim como infl uenciar a outros membros da família e da comunidade educativa. Esta publicação apresenta uma experiência de adaptação e validação do manual das 5 Chaves da OMS para a segurança dos alimentos numa amostra populacional de escolas rurais e urbanas na Guatemala. Também inclui um manual para o professor, com um caderno de atividades e um manual para o Conselho Escolar intitulado Como preparar um plano de alimentos seguros na minha escola? O Ministério da Educação revisou os materiais e através do parecer técnico ofi cial Nº 01-2006, determinou que Os objetivos propostos são alcançados através das atividades defi nidas para os estudantes; a linguagem é simples e de fácil compreensão; os materiais são considerados adequados aos níveis para os quais foram preparados e cumprem os requisitos mínimos de vocabulário, contextualização e gênero. Se espera que a inclusão destas ferramentas no currículo escolar, a nível nacional, possa contribuir à diminuição dos índices de morbi-mortalidade das doenças transmitidas pelos alimentos, água contaminada é desnutrição, especialmente na população infantil; diminuição de taxas de repetência e evasão na população escolar e diminuição de despesas na saúde, entre outros. A metodologia usada nesta publicação é uma referência útil para sua utilização e adaptação em outros países da região das Américas. iii

ÍNDICE Página APRESENTAÇÃO 1 I INTRODUÇÃO DO MANUAL 5 II CINCO CHAVES PARA MANTER OS ALIMENTOS SEGUROS 10 Chave N o. 1: Utilize água e alimentos seguros para seu consumo 11 Chave N o. 2: Pratique a limpeza 27 Chave N o. 3: Separe alimentos crus e alimentos cozidos 39 Chave N o. 4: Cozinhe os alimentos completamente 43 Chave N o. 5: Mantenha os alimentos a temperaturas seguras (muito frio ou muito quente) 47 III COMO EVITAR DOENÇAS TRANSMITIDAS PELOS ALIMENTOS 54 IV PARA LEMBRAR 56 V REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 57 VI GLOSSÁRIO 59 v

Apresentação Em muitos países da região das Américas, as doenças relacionadas com a ausência de medidas adequadas de proteção dos alimentos e de saneamento ambiental, constituem um sério problema para a saúde da população. Todos os dias, as pessoas contraem doenças devido aos alimentos ou à água que consomem. Essas doenças têm o nome de Doenças Transmitidas pelos Alimentos (DTA) e são causadas pelo consumo de alimentos ou água contaminada por microorganismos ou germes perigosos e/ou produtos químicos tóxicos que causam doenças podendo levar até a morte. Estas doenças representam uma grave ameaça à saúde, afetando principalmente às crianças, mulheres grávidas e pessoas da terceira idade. A cada ano, milhões de crianças morrem devido a doenças diarréicas, enquanto outras centenas de milhões sofrem episódios freqüentes de diarréia, com grande efeito no seu estado nutricional. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% dos casos de diarréia são devidos ao consumo de alimentos ou água contaminada. Segundo o relatório A Saúde nas Américas 2002 1, a contaminação bacteriana dos alimentos, causada pela má prática de manipulação, representa o fator de risco mais importante associado à ocorrência de focos na América Latina e no Caribe. Na região, as doenças diarréicas se encontram nas cinco principais causas de morte em todas as idades em 17 países, constituindo a primeira causa de morte em cinco países e a segunda em quatro países. Na Guatemala, de acordo com os dados apresentados no boletim A Semana Epidemiológica na Guatemala 2 do Ministério da Saúde Pública e Assistência Social (MSPAS), no fi m de 2005, as ocorrências de doenças transmitidas por alimentos e/ou água foram de 376.162 casos, 5% menos que no ano anterior, e com uma taxa de incidência acumulada para o país de 2.962 por 100.000 habitantes. 1 OPAS/OMS, 2002. La Salud en las Américas: Volumen 2. Publicación Científi ca y Técnica Nº 587, Washington, D.C. 2 MSPAS. 2005. La Semana Epidemiológica en Guatemala (Situación de los principales eventos de vigilancia epidemiológica). Semana Nº 47-2005, MSPAS, Guatemala. www.mspas.gob.gt. 1

Também foi observado um aumento nas ocorrências em conseqüência da tormenta Stan. Em relação à taxa de incidência acumulada para o país de intoxicações agudas por praguicidas, os dados reportados foram 6,2 por cem mil habitantes. Em países como a Guatemala, e em particular nas áreas rurais, um número considerável de agentes etiológicos causam diarréia ou outras formas de doenças transmitidas pelos alimentos. Agentes infecciosos como bactérias, parasitas e vírus, além dos não infecciosos, como produtos químicos, fungos venenosos e metais pesados, podem estar presentes nos alimentos e na água, afetando não só seu aproveitamento pelo nosso corpo mas também causando doenças e até a morte. A maior parte destes tipos de doenças pode ser atribuída à defi ciente manipulação dos alimentos por: 1) Má saúde ou hábitos defi cientes de higiene por parte das pessoas que manipulam os alimentos. 2) Manipulação de alimentos cozidos junto com alimentos crus ou em superfícies contaminadas. 3) Cocção defi ciente dos alimentos não levando à destruição total dos micróbios. Estas doenças de origem alimentar poderiam ser evitadas com a realização de procedimentos que limitem o crescimento e a sobrevivência dos micróbios nos alimentos. É importante ensinar à comunidade educativa e ao pessoal encarregado de preparar a alimentação escolar, assim como à população em geral, que a boa prática de higiene dos alimentos, utensílios e lugar de preparação, permite que os alimentos sejam considerados seguros para comer. Ou seja, as pessoas que consumam os alimentos não correm nenhum risco de contrair doenças de origem alimentar. Considerando a importância deste tema e a necessidade de contar com ferramentas que promovam estilos de vida saudáveis, especifi camente relacionados com a segurança dos alimentos, a OMS preparou um manual sobre as 5 Chaves para evitar a contaminação dos alimentos durante seu preparo e armazenamento. Este manual foi adaptado para que o seu conteúdo possa ser divulgado nas escolas primárias do país, como parte da iniciativa mundial de escolas saudáveis promovida pela OMS, a Organização Pan- Americana da Saúde (OPAS) e o Instituto de Nutrição da América Central e do Panamá (INCAP), considerando as escolas não só 2

como lugares de aprendizagem da ciência e da cultura, mas também como entidades promotoras do desenvolvimento saudável das crianças, adolescentes, de pais de família e pessoal docente. O propósito deste manual 5 Chaves para Manter os Alimentos Seguros, é servir como guia educativo e material de consulta, para a comunidade educativa (conselho escolar, docentes e estudantes do ensino fundamental) pra que possam ensinar e aprender cinco regras básicas para manter os alimentos seguros e evitar a sua contaminação. O conteúdo dos manuais tem sido adaptado para que as pessoas encarregadas do preparo da alimentação escolar possam capacitar-se no assunto e assim garantir uma alimentação segura e saudável em benefício dos estudantes. Além do manual de conteúdo, é incluído o Manual de Atividades para o professor que apresenta diferentes atividades para ajudar ao professor a reforçar o conteúdo ensinado na sala de aula. Também inclui um manual para o Conselho Escolar e docentes, que visa ajudar na preparação de um Plano de trabalho de alimentos e água seguros na escola. Através destes manuais se espera contribuir para a educação escolar nesta temática, onde tanto as crianças como as suas famílias possam adquirir e pôr em prática estas 5 regras básicas para reduzir a ocorrência de doenças de origem alimentar e assim ajudar a melhorar a nutrição e a saúde da família. Se espera também que este material educativo possa ser útil como ferramenta de apoio para outras instituições envolvidas em programas de alimentação escolar, promoção de espaços saudáveis e de atividades de educação alimentar e nutricional. 3

I. INTRODUÇÃO O que são os micróbios? Os micróbios*, também chamados germes, são seres vivos muito pequenos, tão pequenos que não podem ser vistos pelo olho humano. São tão pequenos que é necessário um milhão deles para cobrir a cabeça de um alfi nete. São encontrados na terra, no ar, nos alimentos e podem estar presentes nas pessoas que preparam ou manipulam os alimentos. Para a reprodução e sobrevivência, os micróbios necessitam QUATRO condições fundamentais: 1. CALOR: (temperaturas adequadas), para multiplicar-se com rapidez. 2. UMIDADE: cria um ambiente adequado para a reprodução dos micróbios. 3. ALIMENTOS: que sejam nutritivos para o crescimento do micróbio. 4. AR: que permita sua respiração e, consequentemente, sua sobrevivência. As bactérias, os vírus, o mofo, e os parasitos são todos micróbios. Existem três tipos diferentes de micróbios: alguns são bons, outros são maus (ou de decomposição) e outros são realmente perigosos. Uma bactéria pode transformar-se em duas bactérias apenas em quinze minutos. Isto signifi ca que em seis horas uma bactéria pode multiplicar-se até chegar a 16 milhões de bactérias!! Ver Atividade No. 1: Como se multiplicam os micróbios? página 3. Manual de Atividades, * O signifi cado de todas as palavras sublinhadas no documento se encontra no glossário localizado a partir da página 59. 5

Os micróbios bons são bastante úteis. Podem ser utilizados para: Preparar alimentos (por exemplo, queijo e iogurte). Preparar medicamentos (como a penicilina). Ajudar-nos a digerir os alimentos. Os micróbios de decomposição em geral não nos fazem mal, mas causam um aspecto desagradável na comida. Ainda que geralmente os micróbios de decomposição não causem danos, existem alguns casos em que podem ser perigosos, como o mofo verde ou branco, que contém toxinas invisíveis que podem ser transmitidas com a comida. Os micróbios perigosos causam doenças como a diarréia ou vômito e podem até levar a morte. A maioria desses micróbios não modifi ca o aspecto dos alimentos onde vivem. Por isso, muitas vezes não podemos ver, cheirar ou saber se o que estamos comendo contém algum micróbio perigoso. Exemplos destes micróbios perigosos são: Salmonella que causa febre no paciente, intensas dores de cabeça, danos no intestino, e em alguns casos, pode produzir hemorragias internas (sangramento no interior do intestino). Esta doença pode ser causada ao comer frango ou ovo mal cozido ou por beber água contaminada com fezes. Vibrio cholerae Vibrio cholerae, causa a doença da cólera, com vômitos, diarréias freqüentes, desidratação grave e, em alguns casos, até a morte. Shigella produz a doença de shigellose que causa dor abdominal, cólicas, diarréia, vômitos, fezes com sangue e pus. 6

Introdução O vírus que causa a doença de hepatite A, que pode prejudicar o fígado. Os sintomas que o paciente apresenta são: febre, mal-estar, náusea, falta de apetite e coloração amarelada na pele e olhos. Onde vivem os micróbios? Os micróbios encontram-se em toda parte, mas são mais freqüentes: Na água e no chão. Nas pessoas (cabelo, boca, nariz, ouvidos, estômago, mãos, unhas, feridas, raspagens e roupa). Nos animais domésticos, de fazendas (por exemplo, cachorros e gatos, vacas, galinhas e perus). Voce sabia que Em média, um centímetro quadrado de pele pode ter 100.000 bactérias? As pessoas têm mais bactérias nos intestinos que células em todo o corpo? Como viajam os micróbios? Os micróbios dependem de algo ou de alguém para movimentar-se de um lugar a outro. Eles podem até usar nosso corpo como veículo. O transporte de micróbios de uma superfície a outra é denominado contaminação cruzada, por exemplo, tocar com as mãos frango cru e depois pegar numa fruta. Nos ratos, camundongos e pragas. Também vivem e crescem em alimentos como carnes (bovina e suína), frango e peixe cru, arroz e macarrão cozidos, leite fl uído, queijo, creme, maionese, ovos, frutas e vegetais. Podem crescer tanto nos alimentos crus como cozidos, SE NÃO FOREM ARMAZE- NADOS CORRETAMENTE. A contaminação cruzada acontece direta ou indiretamente através das mãos, toalhas, panos, tábuas de cortar, utensílios de cozinha, pratos, superfícies de cozinha 7

e animais domésticos. Muitas vezes fi camos doentes devido ao consumo de alimentos contaminados dessa forma. As mãos e água contaminada são um dos meios de transporte mais comuns para os micróbios. produtos (guardados no mesmo lugar junto com alimentos). Ver atividade N o. 2: Como podemos propagar os micróbios? Manual de Atividades, página 6. NÃO devemos esquecer os produtos químicos: Os micróbios não são a única causa de doenças transmitidas pelos alimentos (DTAs). Os produtos químicos venenosos, por exemplo, podem ser perigosos para a saúde das pessoas e podem causar intoxicações muito graves, até fatais. Os produtos usados para matar insetos, também podem causar doenças devido ao seu uso inadequado. A contaminação química dos alimentos pode ser devida a: Contaminação química geral do ambiente. Uso de aditivos não autorizados. Uso inadequado de fertilizantes e/ou praguicidas. Contaminação pelo armazenamento inadequado desses Exemplos de produtos químicos venenosos que podem causar doenças por envenenamento se forem utilizados em excesso: Os agrotóxicos utilizados nos cultivos. Os produtos químicos utilizados com objetivos veterinários. Os produtos químicos utilizados na limpeza, como detergentes para limpar os pisos. Metais e outros produtos químicos derivados de contaminantes ambientais. Os aditivos dos alimentos, quando não são utilizados corretamente. Os FERTILIZANTES são substâncias orgânicas ou inorgânicas, naturais ou sintéticas, que melhoram a qualidade do solo, e assim as plantas podem obter os nu- 8

Introdução trientes necessários para crescer adequadamente. Os fertilizantes inorgânicos (químicos) são os que devem ser aplicados com precaução para evitar riscos de contaminação química. Os PRAGUICIDAS são substâncias químicas destinadas a prevenir, destruir ou controlar qualquer praga que possa prejudicar a produção, elaboração, armazenagem ou transporte de produtos agrícolas. Nos praguicidas podemos encontrar: Inseticidas: para matar insetos. Agrotóxicos: para matar pragas que prejudicam os cultivos. Alguicidas: para erradicar algas e outras ervas na água. Fungicidas: para eliminar fungos. Os ADITIVOS são substâncias ou compostos acrescentados aos alimentos para preservá-los e/ou melhorar o seu sabor. Alguns exemplos são os preservativos como os antioxidantes (vitamina E) ou o ácido cítrico. Muitos destes produtos químicos são aplicados nas verduras, frutas e outros alimentos que consumimos todos os dias. Por isso, medidas simples como lavar e descascar os alimentos pode diminuir o risco de doenças causadas pelos produtos químicos que se encontrem na sua superfície. Como podemos saber se foi contraída uma Doença Transmitida pelos Alimentos? De acordo à Organização Mundial da Saúde (OMS), as Doenças Transmitidas pelos Alimentos (DTA) constituem um dos principais problemas da saúde em todo o mundo. Uma DTA se origina ao comer ou beber alimentos e/ou água contendo micróbios em quantidades que afetem a saúde da pessoa a nível individual ou por grupos da população. Todos os anos, milhares de milhões de pessoas podem contrair uma ou mais doenças deste tipo, sem saber que a causa são os alimentos. Estima-se que 3% dos casos de DTA pode causar problemas de saúde em longo prazo. Estes sintomas tardios muitas vezes não são reconhecidos como doenças transmitidas pelos alimentos. 9

Os SINTOMAS MAIS COMUNS das doenças transmitidas pelos alimentos são: Diarréia Vômitos Dor de estômago Também podem ocorrer: Náuseas Febre Dores de cabeça Comichão/cãibra Problemas respiratórios Os sintomas dependerão da causa da intoxicação e podem aparecer pouco tempo depois de consumir a comida ou apos vários dias. Na maioria dos casos, os sintomas aparecem 24 ou 72 horas depois do consumo do alimento contaminado. Para as crianças, pessoas com doenças graves como câncer, HIV/AIDS, grávidas e idosos, é mais frequente que as consequências das doenças transmitidas pelos alimentos sejam graves e até fatais. Você pode mudar as coisas! É preciso impedir que os micróbios transmitam doenças, aplicando 5 CHAVES PARA MANTER OS ALIMENTOS SEGUROS: 1. Utilize água e matérias-primas seguras. 2. Mantenha a limpeza. 3. Separe alimentos crus de alimentos cozidos. 4. Cozinhe os alimentos completamente. 5. Mantenha os alimentos a temperaturas seguras. A seguir, cada uma destas 5 chaves é detalhada. São mensagens básicas para contar com água e alimentos seguros e higiênicos, que contribuirão para que não adoeçamos. 10

Chave nº 1: Utilize água e matérias-primas seguras

Chave #1: Utilize água e matérias-primas seguras O quê significa água e alimentos seguros? A água e os alimentos são seguros quando não contém micróbios perigosos (bactérias, vírus, parasitos ou fungos), produtos químicos tóxicos ou agentes físicos externos (terra, pelo, etc.) que são um risco para a nossa saúde. Um alimento seguro também é chamado de inócuo. Os alimentos podem estar contaminados com micróbios e produtos químicos perigosos. Os produtos químicos tóxicos podem aparecer nos alimentos mofados ou em mau estado. Cuidado na hora de selecioná-los! Simples precauções como lavar e descascar os alimentos podem reduzir o risco de que se contaminem por produtos químicos. VOCÊ SABIA QUE No mundo, a cada 15 segundos, uma criança morre por causa da diarréia ocasionada por condições sanitárias precárias e por falta de água segura. O quê se considera água segura? Água segura é a que recebeu um tratamento de purifi cação, que mata os micróbios e produtos químicos tóxicos, tornando-a segura para beber ou utilizar no preparo de alimentos. Para que a água seja considerada segura, não deve apresentar cor, nem cheiro e deve ter recebido algum tratamento de purifi cação. É fundamental que a água que se utiliza para o consumo humano, para lavar os alimentos e utensílios de cozinha, e para o preparo de alimentos, seja segura para evitar doenças, como a diarréia ou vômitos. 13

Chave Clave #1 VOCÊ DEVE LEMBRAR: A água utilizada nos locais que comercializam alimentos deve ser segura. A água segura é de grande utilidade em muitas atividades na escola e em casa. É necessária para: Lavar frutas e vegetais Preparar os alimentos (cozinhar) Preparar bebidas Preparar gelo Lavar utensílios utilizados para limpar e comer Lavar as mãos e dentes infecciosas, favorecendo uma melhor saúde e, portanto, uma melhor qualidade de vida. Técnica para filtrar água 3 : Muitas vezes, a água coletada pode estar turva porque contém terra e outros objetos sólidos que não permitem o seu consumo. Para eliminá-los, existe uma técnica de fi ltração que ajuda a clarifi car a água e a limpá-la, mas NÃO A DESINFECTA. Para esse objetivo, é necessário que, posteriormente à fi ltração, seja aplicado algum método de purifi cação como os descritos mais adiante. Para fi ltrar a água, só é necessário um recipiente plástico com capacidade para 20 litros e um pedaço de tecido grosso limpo, e esterilizado: A participação no preparo e uso de água segura na escola e em casa, pode contribuir a conscientizar a comunidade sobre a importância e benefícios da higiene e saneamento da água e, também, contribui na prevenção e controle de doenças 3 Transcrito e adaptado de: Hernández, H. 2002. Agua y Saneamiento: opciones prácticas para Vivir mejor. Publicación de la Organización Panamericana de la Salud. 29 pp. 14

Utilize água e matérias-primas seguras Procedimentos para aplicar a técnica na filtração da água PASSO 1: Lave com água e sabão o recipiente plástico. PASSO 2: Pegue um pedaço de tecido e dobre-o 3 vezes. O pedaço do tecido deve estar limpo e desinfetado.* PASSO 3: Coloque o tecido sobre a parte superior do recipiente de forma que cubra a boca do recipiente. PASSO 4: Comece a encher o recipiente, com a água turva passando pelo tecido. Desta forma as partículas presentes na água fi carão presas no tecido. PASSO 5: Retire o tecido e desinfete a água utilizando algum método de purifi cação. * Para certifi car-se que o tecido está desinfetado, ferva-o numa panela com água durante 5 minutos. 15

Chave Clave #1 Métodos para purificação da água A purifi cação da água é o processo utilizado para destruir ou inativar os micróbios perigosos presentes, que causam doenças gastrointestinais. A adequada purifi cação, assim como a armazenagem segura, são aspectos importantes que devem ser considerados na prevenção de doenças causadas pelo consumo de água contaminada. Existem algumas opções para purifi car a água e torná-la segura para utilizá-la posteriormente no preparo de alimentos, e para seu consumo. Algumas opções são as seguintes: a) Ferver a água a) Ferver a água 4 : Se a água a ser fervida está um pouco turva, fi ltre-a seguindo o processo para fi ltrar água (pagina 14) e depois comece a fervêla. Encher uma panela com a água que deseja purifi car. Ferver a água durante cinco minutos (os cinco minutos são contados a partir do momento quando a água começa a borbulhar). Lembre que os recipientes onde a água fervida será armazenada devem estar perfeitamente limpos antes de colocar a água, e deverão ser limpos de novo ao esvaziá-los. Armazene a água fervida em recipientes com tampa. b) Purificação com cloro c) Método SODIS Ferver por A seguir, descrevemos o processo a realizar com cada tratamento para eliminar os micróbios que possam estar presentes na água. 4 Transcrito e adaptado de: Hernández, H. 2002. Agua y Saneamiento: Opciones Prácticas para Vivir Mejor. Publicación de la Organización Panamericana de la Salud. 29 pp. 16

Utilize água e matérias-primas seguras Vantagens Elimina totalmente os vírus, parasitos e bactérias patógenas. É um método simples. Utiliza materiais locais. Desvantagens Requer uma grande quantidade de energia (madeira, gás ou eletricidade) para ferver a água, e por isso é caro. Consome muito tempo. Contribui para o desmatamento devido o consumo de lenha (áreas rurais). Não elimina os produtos sólidos que a água possa conter (água turva) É necessário ferver durante um mínimo de 5 minutos para eliminar todos os micróbios. Para desinfetar a água com cloro, os seguintes fatores devem ser considerados: A quantidade de água a ser desinfetada. O tipo e concentração de cloro a ser utilizado. Empregando cloro líquido com uma concentração de 5%, o procedimento para a desinfecção da água é o que está indicado no seguinte quadro: Quadro 1 Quantidade de cloro a ser utilizado para purificar a água 6 Para 1 litro Acrescentar 2 gotas de água sanitária b) Purificação com cloro 5 : O cloro é um dos desinfetantes mais efetivos e baratos oferecidos no mercado. Encontra-se em diferentes apresentações: cloro líquido (hipoclorito de sódio) e cloro em pó (hipoclorito de cálcio) e em diferentes concentrações. A mais utilizada é de 5%. 5 litros 10 litros 20 litros 50 litros 5 gotas de água sanitária 20 gotas de água sanitária 40 gotas de água sanitária 100 gotas de água sanitária 5 MSPAS. 2004. Cartilla Ambiental, Cuidado de la Salud y el Ambiente. Cartilla No. 1: El Agua. Publicación del Departamento de Regulación de los Programas de la Salud y Ambiente, Guatemala. 6 MINEDUC/MSPAS. Guía para la Profesora y el Profesor: promoviendo la Salud en Escolares, Guatemala. Junio 2006. 17

Chave Clave #1 Após acrescentar o cloro, agitar bem para que se dissolva e misture completamente com a água. Deixar repousar durante uns 30 minutos para que se realize a purifi cação. Desvantagens Requer acesso econômico e físico ao cloro. Não elimina os sólidos que possam estar presentes na água (opacidade). Pode ser confuso a quantidade de cloro que deve ser acrescentada para purifi car a água. O sabor da água pode mudar, tornando-a inaceitável para algumas pessoas. Com o tempo, o cloro se deteriora, afetando sua qualidade para eliminar os micróbios. c) Método SODIS: VOCÊ DEVE LEMBRAR Antes de clorar a água, caso esteja turva, é necessário fi ltrá-la para eliminar os sólidos que possam estar presentes. Vantagens Elimina bactérias e vírus. Deixa um resíduo de cloro na água que protege sua qualidade durante algum tempo. É um método de tratamento simples e barato para eliminar os micróbios perigosos que causam doenças e, por tanto, melhorando a qualidade da água para o consumo humano. Consiste em utilizar a radiação solar (raios UV) e o incremento da temperatura da água gerado pelo sol, para destruir os micróbios perigosos presentes na água, desinfetando-a. As pessoas que não tem acesso à água potável, podem aplicar o método tanto na escola como no lar, já que só utiliza elementos descartáveis disponíveis a nível local, como as garrafas pet e a luz solar. 18

Utilize água e matérias-primas seguras Para funcionar efi cientemente, este método necessita a exposição ao sol para purifi car a água. É um método que pode ser executado durante o verão. Na época de inverno, deve-se optar por outros métodos, como os descritos anteriormente. Basicamente, o tratamento consiste em encher garrafas plásticas transparentes com água e expô-las a pleno sol durante um mínimo de aproximadamente seis horas. Procedimento para purificar a água pelo Método SODIS PASSO 1 Lavar com detergente as garrafas de plástico transparente (de refrigerante) a ser utilizadas para purifi car a água. As garrafas devem ter tampa para poder fechá-las perfeitamente. PASSO 2 Introduzir a água não tratada nas garrafas de plástico transparente (1 e 2 litros). Encher as garrafas com água clara e tampá-las perfeitamente. A água turva protege fi sicamente os micróbios contra os raios ultravioleta da luz solar. Por isso é IMPORTANTE FILTRÁ- LA antes de engarrafá-la para sua exposição ao sol. 19

Chave Clave #1 PASSO 3 Colocar as garrafas de plástico num lugar onde pegue o sol diretamente pelo menos durante 6 horas. As garrafas devem fi car recostadas num suporte, de preferência elaborado com lâmina para refl etir o sol. PASSO 4 As garrafas devem ser expostas durante um mínimo de 6 horas à ação da luz solar. Durante a exposição, o sol destrói os micróbios e desinfeta a água, eliminando os germes causadores da diarréia. A exposição ao sol deve ser realizada durante: Um mínimo de 6 horas com céu límpido ou brilhante, ou: Dois dias com céu nublado. PASSO 5 No entardecer, a água está pronta para ser consumida. Esperar até que a água esfrie e beber num copo ou xícara limpa. Que tipo de garrafas deve ser usadas com este método? Para que o método seja efetivo, é necessário selecionar garrafas em boas condições, que preencham os seguintes requisitos: As garrafas devem ser de plástico transparente (NÃO COLORIDAS) Não devem estar quebradas nem com rachaduras ou muito riscadas. Devem estar completamente limpas. Devem ter de 1 a 2 litros de capacidade. 20