ATENÇÃO FARMACÊUTICA AOS PACIENTES DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO (SAE) EM UM CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE

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Transcrição:

ATENÇÃO FARMACÊUTICA AOS PACIENTES DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO (SAE) EM UM CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE BEZERRA, W.B.S 1 ; LACERDA, M.G.C. 1 ; LOPES, T.B.C 1 ; GIROLINETO, B.M.P. ²; SILVA, H.R. ²; CARNEIRO, S.M.P.² ¹ Discentes do curso de Farmácia Universidade Federal do Piauí (UFPI) ² Docentes do curso de Farmácia - Universidade Federal do Piauí (UFPI) RESUMO Introdução: Desde o início da epidemia da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida- SIDA (Acquired Immunodeficiency Syndrome- AIDS) nos anos 1980 até hoje, muito tem sido feito para proporcionar melhor qualidade de vida aos portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Dessa forma, pode-se adicionar a participação do farmacêutico nos grupos de profissionais já existentes nas unidades básicas de saúde, com a finalidade de melhorar os serviços já prestados aos portadores do HIV/AIDS. O objetivo do trabalho foi realizar acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes HIV positivos, incluindo a identificação, prevenção e a resolução dos problemas relacionados ao medicamento, verificação da influência do acompanhamento na adesão à Terapia Antirretroviral (TARV) e transmissão de informações seguras a respeito do HIV/AIDS e Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) em geral. Metodologia: Durante doze meses foram acompanhados 56 pacientes soropositivos, maiores de 18 anos, que estivessem iniciando o tratamento ou com dificuldades de adesão à TARV, sob o serviço público de referência para o tratamento de HIV/AIDS de um Centro Integrado de Saúde, Teresina-PI. Atividades extras foram desenvolvidas como Campanha de incentivo à prevenção de ISTs e um perfil na rede social INSTAGRAM. Resultados e Discussão: A realização das atividades proporcionou ao público alvo a possibilidade de assistência de forma integrada, envolvendo os diversos profissionais da saúde, como médicos, farmacêuticos e enfermeiros. Os pacientes assistidos tiveram uma boa adesão à terapia medicamentosa, diminuição da carga viral (CV) e um aumento no número de linfócitos TCD4+ o que assegura a efetividade do tratamento e do acompanhamento farmacoterapêutico. Conclusões: Foi possível a monitorização efetiva dos pacientes com HIV/AIDS, principalmente a resolução de problemas relacionados à farmacoterapia, ampliando o leque de benefícios já implantados, levando aos pacientes assistidos maior qualidade de vida e segurança quanto à terapia medicamentosa. Palavras-chave: HIV; AIDS; Cuidado Farmacêutico. ABSTRACT Introduction: Since the beginning of the AIDS-Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS) epidemic in the 1980s to date, much has been done to improve the

quality of life of patients with the Human Immunodeficiency Virus (HIV). In this way, a participation of the health group can be added in the existing working groups in the basic health units, in order to improve the services already provided to people living with HIV / AIDS. The work of conducting a pharmacotherapeutic examination of HIVpositive patients, including identification, care and drug-related problems, worsening the influence of return on therapy to ART and transmission of information to HIV / AIDS and Sexually Transmitted Infections (STIs) in general. Methodology: During the study it was followed up with 56 seropositive patients, over 18 years old, who started the ART treatment program, under the public reference service for HIV / AIDS treatment of the Integrated Health Center, Teresina. -PI. Extras were created as an incentive campaign to prevent STIs and a profile on the social network INSTAGRAM. Results and Discussion: The realization of teaching activities to the public has been one of the possibilities of integrated training assistance, health, health, doctors, pharmacists and nurses. The patients attended had a good dose of drug therapy, decreased viral load and increased the number of CD4 + T lymphocytes which makes treatment efficacy and pharmacotherapeutic monitoring. Conclusions: HIV / AIDS, mainly the resolution of the problems related to pharmacotherapy, expanding the range of benefits already implanted, giving patients greater life efficacy and time of drug therapy. Keywords: HIV; AIDS; Pharmaceutical Services. INTRODUÇÃO O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) causador da Síndrome da Imunodeficiência SIDA (Acquired Immunodeficiency Syndrome AIDS) é um dos grandes desafios para saúde global. Pode ser contraído através de relações sexuais desprotegidas; transmissão vertical (da mãe para o filho) durante a gestação, parto ou amamentação; manejo de objetos perfurocortantes; uso de materiais não esterilizados e transfusões sanguíneas (DARTORA et al., 2017). Há muito tempo, têm sido tomadas várias medidas para proporcionar melhor qualidade de vida aos portadores de HIV/AIDS. Dentre essas ações, pode-se citar a distribuição universal de medicamentos, ressaltando-se que o Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a adotar tal medida (FIGUEREIDO, 2006). Às pessoas diagnosticadas com o vírus HIV recomenda-se início imediato do Tratamento Antirretroviral (TARV), independente do estado clínico e/ou imunológico, pois esse início precoce ajuda a reduzir índices de morbimortalidade, bem como diminuição da transmissão da infecção e proporciona possibilidade de opções terapêuticas bem toleradas (BRASIL 2018). O TARV é complexo e dinâmico, onde novos fármacos são inseridos constantemente nos esquemas posológicos. Atuando no campo da multidisciplinaridade, o farmacêutico ganha destaque garantindo atenção integral à saúde, tendo o cuidado ao paciente como um dos objetivos centrais. A dispensação dos Antirretrovirais é um dos pontos de contato mais importantes do sistema de saúde com as pessoas vivendo com HIV/AIDS no campo da atenção farmacêutica, onde é possível realizar atividades como apoio à qualidade de prescrição, repasse

de informações necessárias, supervisão e orientação sobre adequação aos esquemas antirretrovirais, posologia, doses e aspectos clínicos como manejo, informação e notificação de efeitos adversos. Além de auxiliar no Fortalecimento da Adesão ao Tratamento (BRASIL, 2010). O TARV é bem eficaz, no entanto seu sucesso depende especialmente da adesão dos pacientes aos medicamentos antirretrovirais. A baixa e não adesão causa falência dos esquemas básicos de tratamento, tornando necessária a utilização de esquemas terapêuticos mais complexos; e favorece aos usuários um dano ao sistema imunológico que resulta em níveis baixos de linfócitos TCD4+, tendo como consequência a progressão da infecção pelo vírus para a AIDS, aumentando assim as chances de infecções oportunistas (SILVA et al., 2015). O objetivo do trabalho foi realizar atenção farmacêutica aos pacientes HIV positivos, incluindo a identificação, prevenção e a resolução dos problemas relacionados ao medicamento, verificação da influência do acompanhamento na adesão à TARV e transmissão de informações seguras a respeito do HIV/AIDS e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) em geral. METODOLOGIA A partir de um projeto de extensão devidamente aprovado na PREX/UFPI com termo de aquiescência da instituição executora, entrevistas farmacêuticas foram realizadas com os usuários do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) de um Centro Integrado de Saúde com diagnóstico de HIV-AIDS que tinham ou não coinfecções. A amostra inicial foi constituída por 25 pacientes, no entanto, devido à demanda houve a expansão desta para 56, acima de 18 anos de idade, de ambos os sexos, que estivessem iniciando o tratamento ou enfrentando problemas de adesão a terapia medicamentosa. Dessa forma, foram obtidos os dados utilizando um formulário desenvolvido para esse acompanhamento e o estudo do prontuário desses usuários, mediante consentimento do serviço e do paciente, onde foi possível coletar e registrar as informações referentes ao diagnóstico e à terapêutica dos usuários em estudo, durante o período de abril de 2017 a fevereiro de 2018. Foram obtidas informações do paciente tais como: dados sociodemográficos; estilo de vida; parâmetros clínicos e outras preocupações; problemas de saúde e/ou coinfecções. Também foram avaliados os medicamentos antirretrovirais e aqueles utilizados no tratamento das coinfecções. O seguimento prosseguiu com o acompanhamento durante o período de realização do estudo onde foram observados todos os problemas relacionados à terapia e tentativa de resolução dos mesmos através de intervenções farmacêuticas junto a outros profissionais da saúde, promovendo o uso racional de medicamentos e consequentemente trazendo melhorias na qualidade de vida dos usuários. Após a coleta de todos os dados, foram realizados estudos sobre o estado de saúde dos usuários dos serviços do SAE, o estudo sobre problemas relacionados a farmacoterapia e erros de medicação bem como elaboradas medidas de educação em saúde. Atividades extras também foram desenvolvidas como um perfil na rede social INSTAGRAM, onde são feitas postagens semanais a respeito dos mais diversos temas relacionados à saúde. Uma campanha intitulada I Campanha Farmacêutica de Luta Contra o HIV/AIDS também foi realizada. Esta, ocorreu em dois dias na UFPI e contou com o treinamento de alunos monitores e

mesa redonda aberta a comunidade acadêmica em geral, bem como abordagem direta a comunidade em geral com a distribuição de folders informativos e kits com preservativos. RESULTADOS E DISCUSSÃO A equipe desenvolveu no SAE diversas atividades voltadas para o cuidado com o paciente, tais como, a ficha farmacoterapêutica utilizada na entrevista com os mesmos possibilitando um conhecimento mais amplo do histórico do paciente, bem como orientações na utilização dos medicamentos que o paciente fazia uso. No decorrer do projeto foi desenvolvido o Guia de orientação ao paciente e uma relação de reações adversas que é direcionado a equipe para melhor orientação dos pacientes, bem como algumas estratégias de caráter educativo a fim a de estimular a adesão do paciente à TARV e terapia complementar. Os pacientes foram estimulados a fazer uso da TARV todos os dias sempre no mesmo horário utilizando alguns recursos simples, como por exemplo, o uso do despertador do aparelho de celular, indicando o horário da tomada dos medicamentos, bem como reposição dos mesmos antes que estes acabassem. Outra estratégia utilizada foi o uso de etiquetas adesivas nas embalagens dos medicamentos com informes sobre o dia e o horário a serem tomados. Pontos positivos foram obtidos na dispensação dos medicamentos, onde os pacientes usuários do serviço puderam contar com a presença ativa do farmacêutico que é o profissional apto a realização desse ato. Ao longo do projeto, foram constatadas algumas dificuldades. Dessas, a mais preocupante foi a continuidade adequada do acompanhamento farmacoterapêutico, tendo em vista que os pacientes com HIV-AIDS atendidos pelo serviço especializado do Centro Integrado de Saúde participantes do referido projeto não compareciam às consultas (alusivo ao acompanhamento) nos dias marcados (em virtude do atendimento do serviço ser realizado em escala de livre demanda) sendo necessário, a implementação de algumas estratégias como a ampliação do número de dias de atendimento; elaboração de um cartão identificado com o nome do serviço onde foram anotadas as datas das consultas bem como a distribuição de material informativo sobre a farmacoterapia. Durante o período de execução do projeto e a após a implementação de todas as estratégias anteriormente citadas podemos constatar que dos 56 pacientes participantes, 83,93% continuaram com a terapia medicamentosa e 16,07% se encontram em situação de abandono. Dentre os pacientes que continuaram a terapia medicamentosa foi observado uma diminuição da carga viral e até mesmo a obtenção da carga viral não detectável e um aumento no número de linfócitos TCD4+ o que assegura a efetividade do tratamento e do acompanhamento. Foi desenvolvido um perfil na rede social INSTAGRAM, de caráter informativo (farmáciaem30s) composto de informações referentes ao HIV-AIDS e a temas de natureza geral de forma a abranger a comunidade e a fim de mostrar a importância do profissional farmacêutico nos diversos seguimentos. O perfil conta atualmente com 729 seguidores e uma média de 5.031 impressões semanais que implica no total de vezes na qual a publicação foi vista comprovando a aceitação e relevância do perfil. Por fim, foi realizada uma campanha denominada I CAMPANHA

FARMACÊUTICA NA LUTA CONTRA O HIV/AIDS, realizada nos dias 09 e 10 de maio de 2018, com a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Piauí - UFPI. Levou-se orientação a toda à comunidade, tirou-se dúvidas sobre HIV/AIDS, houve distribuição de preservativos e panfletos informativos, atingido um público de aproximadamente 750 pessoas entre acadêmicos e funcionários da instituição. Essa campanha contou com a participação de 32 alunos monitores que receberam treinamento prévio a respeito das ISTs para disseminação das informações na abordagem ao público bem como a integração de outros alunos da instituição que participaram de uma mesa redonda constituída por diversos profissionais da saúde tendo em vista a importância de se ter uma equipe multidisciplinar atuando no eixo de prevenção ao HIV/AIDS. A realização dessas atividades proporcionou ao público alvo a possibilidade de assistência de forma integrada, envolvendo os diversos profissionais da saúde, como médicos, farmacêuticos e enfermeiros. Os pacientes assistidos tiveram uma boa adesão à terapia medicamentosa, diminuição da carga viral e um aumento no número de linfócitos TCD4+ o que assegura a efetividade do tratamento e do acompanhamento farmacoterapêutico. CONCLUSÕES Diante da complexidade do HIV/AIDS observou-se a importância da atenção farmacêutica a esse grupo de pacientes bem como a importância do farmacêutico que desempenha um papel fundamental quando inserido em uma equipe multidisciplinar de saúde. Foi possível ampliar o leque de benefícios já implantados no SAE de um Centro Integrado de Saúde como: esclarecimento de dúvidas dos usuários, conscientização sobre o uso racional de medicamentos e adesão à terapia antirretroviral. Dessa forma foi possível alcançar o principal objetivo do projeto, assegurando uma melhor qualidade de vida aos usuários do serviço. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL - Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. BRASIL- Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Departamento de DST/HIV/AIDS. Protocolo de assistência farmacêutica em DST/HIV/Aids: recomendações do Grupo de Trabalho de Assistência Farmacêutica. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. DARTORA, W. J.; ÂNFLOR, É. P.; DA SILVEIRA, L. R. P. Prevalência do HIV no Brasil 2005-2015: dados do Sistema Único de Saúde. Rev. Cuid. 2017. v. 8, n. 3, p.1919-19298. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v8i3.462 FIGUEIREDO RM, LOPES MHBM, COLOMBRINI MRC. Adesão à terapia antirretroviral para HIV/AIDS. Rev. Esc. Enferm USP. 40(4): 576-81, 2006. SILVA, J. A. G.; DOURADO, I.; BRITO, A. M.; SILVA, C. A. L. Fatores associados à não adesão aos antirretrovirais em adultos com AIDS nos seis primeiros meses da terapia em Salvador, Bahia, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 31, n. 6, p. 1188-1198, jun. 2015.