ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DO INSTITUTO FEDERAL DO PARANA IFPR PR. Ref: Pregão Eletrônico N. 68/2013



Documentos relacionados
TUXON SOLUÇÕES EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA ME

ptonto. EXCELENTíSSIMO(A) SENHOR(A) PREGOEIRO(A) DA COMISSÃO DE LICITAÇÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.

ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES DNIT / RS

JULGAMENTO DE IMPUGNAÇÃO

ILUSTRÍSSIMO SENHOR ELMO VAZ BASTOS DE MATOS, PRESIDENTE DA COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E DO PARNAÍBA CODEVASF.

Pedido de Impugnação nº 01 Pregão Eletrônico nº 07/2013

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

a) Relação explícita do pessoal técnico especializado, adequado e disponível para a realização do

Supremo Tribunal Federal Secretaria de Administração e Finanças Pregoeiro

Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo

Apreciação de Recurso Administrativo Pregão Eletrônico nº. 24/2008

COMPRA - FASE INTERNA DA LICITAÇÃO PREGÃO, CONVITE, TOMADA DE PREÇOS E CONCORRÊNCIA

2ª fase- Direito Administrativo. 02/ CESPE

Ao ILMO. PREGOEIRO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/SECRETARIA EXECUTIVA/SUBSECRETARIA DE ASSUSNTOS ADMINISTRATIVOS.

2. A recorrente pede vênia para ressaltar que a exigência dos itens 3.2.1, afrontam contra o caráter competitivo da licitação.

Management Company TMC) para prestação de serviços de viagens executados por

TERMO DE CONVOCAÇÃO Nº 002/2014 PROCESSO Nº. 008/2013 RESPOSTA A IMPUGNAÇÃO DE EDITAL IMPETRADO PELA CONTATO ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS

- RESPOSTA A IMPUGNAÇÃO DE EDITAL -

ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAZONAS

ESTADO DE MATO GROSSO PREFEITURA DE VÁRZEA GRANDE DECISÃO DE IMPUGNAÇÃO

Referência: Processo nº / Pregão, na forma eletrônica, nº 080/ SA

DO BRASIL REPÚBLICA FEDERATIVA CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

PODER EXECUTIVO. Publicado no D.O de DECRETO Nº DE 12 DE FEVEREIRO DE 2010

ILUSTRÍSSIMA SENHORA PREGOEIRA DO CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTIFICO E TECNOLÓGICO CNPq

Licitações de Agências de Publicidade Lei nº /2010

Conselho Regional de Economia da Paraíba 21ª Região

ASPECTOS DA DESAPROPRIAÇÃO POR NECESSIDADE OU UTILIDADE PÚBLICA E POR INTERESSE SOCIAL.

JULGAMENTO DE IMPUGNAÇÃO Nº 02 SESECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DO TOCANTINS COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO

PROCESSO Nº /

ATA DE ADSSIMIBILIDADE RECURSO ADMINISTRATIVO

Ilmo. Sr. Pregoeiro da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - CODEVASF

GUERRA FISCAL: SÃO PAULO E ESPÍRITO SANTO ICMS - IMPORTAÇÃO

Art. 2º Este Ato Normativo entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO RIO DE JANEIRO EDITAL DE CHAMADA PARA CELEBRAÇÃO DE CONVÊNIO Nº 001/2016

URBES. Esclarecimento nº 02

ATA DE JULGAMENTO DE IMPUGNAÇÃO AO EDITAL DO PREGÃO ELETRÔNICO AA 16/2012

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO

PEDIDO DE ESCLARECIMENTO

RESPOSTA A PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO

Conheça a nova maneira de vender para o Governo do Pará

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO. Exmo. Sr. Subrocurador Geral,

Estado do Amazonas PREFEITURA MUNICIPAL DE TONANTINS CNPJ: / Endereço: Rua Leopoldo Peres, s/n Centro, Tonantins AM

CENTRAIS ELÉTRICAS DE RONDÔNIA S/A CERON

ANEXO VI MODELOS DE DECLARAÇÕES

DECISÃO EM RECURSO ADMINISTRATIVO

1. Do impedimento quanto aos critérios de Qualificação Econômico-Financeira:

PREFEITURA DE TRÊS CORAÇÕES Terra do Rei Pelé

CONTRA RAZÃO : À Comissão Permanente de Licitação do DNIT Superintendência Regional de São Paulo/SP.

Objeto: seleção de empresa com vistas a Elaboração de Projeto Executivo de Engenharia para

COTAÇÃO PRÉVIA DE PREÇOS N 005/2016. Projeto aprovado nos termos da Lei de Incentivo ao Esporte

INSTRUÇÃO NORMATIVA DENATRAN Nº 01, de 09 de dezembro de 2003.

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO PROCESSO N.º 006/2011 (RETIFICADO) PREGÃO PRESENCIAL N.º 006/2011

TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

DECRETO Nº , DE 20 DE MARÇO DE MARTA SUPLICY, Prefeita do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei,

Parágrafo Terceiro. O caixa do ICP não poderá conter valores elevados, mas somente o suficiente para realizar pequenas compras ou pagamentos.

PREFEITURA DE GOIÂNIA 1 GABINETE DO PREFEITO

ILMO. SR. PREGOEIRO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

CARTILHA FORNECEDOR ENDEREÇO PARA ENVIO DE DOCUMENTOS:

ESTADO DO PIAUÍ PODER JUDICIÁRIO COMARCA DE PAULISTANA

MINUTA DE PORTARIA v

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESOLUÇÃO CRMV-RJ Nº 47/2015

RESPOSTA A IMPUGNAÇÃO

Ref.: Contribuições à Câmara Técnica sobre Mecanismos de Regulação

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO. Ementa. Das alegações da Impugnante.

RAZOES DA SOLICITAÇÃO/IMPUGNAÇÃO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº DE 2005 VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO REGIS DE OLIVEIRA

ILMA. SRA. CÁTIA FRANCISCA FERREIRA PREGOEIRA RESPONSÁVEL PELA COMISSÃO DE LICITAÇÃO DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES GO/DF.

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - DNIT JULGAMENTO DE IMPUGNAÇÃO RAZÕES: JULGAMENTO DE IMPUGNAÇÃO AO EDITAL Nº.

COTAÇÃO PRÉVIA DE PREÇOS - CONTRATAÇÃO PLANO DE SAÚDE

COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO SABESP. Anexo II MODELOS DA LICITAÇÃO

TERMO DE REFERÊNCIA 1 Número: 2 Categoria de Investimento: 3 Anexo: 4 Objeto: 5 Justificativa:

IMPUGNAÇÃO Nº 2. Sr. Pregoeiro, o Edital em tela conforme previsto no item 1, subitem 1.1, tem como objeto o que abaixo segue, verbis:

Departamento Regional Minas Gerais. Errata Nº 01/2014

SEGUNDA ATUALIZAÇÃO DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº.006/2015 PREGÃO PRESENCIAL Nº.008/2015. VALIDADE: 01/04/2016

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO AO EDITAL APRESENTADA PELA EMPRESA HOT REFEIÇÕES COLETIVAS

IMPUGNAÇÃO AO EDITAL DE PREGAO Nº 25/2013

5 CONTRATAÇÃO DIRETA 5.1 DISPENSA DE LICITAÇÃO

FINALIDADE: Solicitação de Parecer Transporte de Resíduos da Área da Saúde

Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade.

ESTUDO FRANQUIAS POSTAIS

Ref. Processo / Assunto: decisão referente ao Pregão Eletrônico n 2/2016. RELATÓRIO

EGRÉGIA COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO DA ASSEMBL[EIA

OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A DEFESA DOS INTERESSES DA UNIÃO

2ª VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA - DF TERMO DE AUDIÊNCIA. Processo nº

Formação dos integrantes do Conselho de Planejamento e Orçamento Participativos (CPOP)

A sociedade GHS Industria e Serviços Ltda. apresentou impugnação datada de 8 de agosto de 2012 ao Edital do Pregão Eletrônico n. 63/2012.

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO

PARECER. REFERÊNCIA: Processo n.º /2010. Pregão nº 11/2010

ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES REF.: PREGÃO, NA FORMA ELETRÔNICA, Nº.

A ALLCARE ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS, interessada em participar deste processo licitatório, encaminha o seguinte pedido de esclarecimentos.

Ao Ilm Senhor Presidente da Comissão Permanente de Licitação do Conselho Federal de Enfermagem COFEN.

CONCURSO BRASILEIRO ANPOCS DE OBRAS CIENTÍFICAS E TESES UNIVERSITÁRIAS EM CIÊNCIAS SOCIAIS EDITAL 2014

ILMº SRº. (a) PREGOEIRO (a) DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO PROCURADORIA GERAL COORDENAÇÃO DE LICITAÇÃO E CONTRATOS

DECRETO Nº 713, DE 1º DE ABRIL DE 2013

JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

MUNICÍPIO DE CACHOEIRA ALTA,

ASSUNTO: Atualização do Perguntas e Respostas nº 003/2010 que versa sobre Pregão ORIGEM: GEALC PSEF 40284/10-7

CARTA CONVITE Nº 017/2007 TIPO: MENOR PREÇO

Contratação de Empresa Especializada para Fornecimento e Instalação de Piso Elevado, Rede Elétrica e Rede Estrutural para o CPD 3º Andar.

Transcrição:

ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DO INSTITUTO FEDERAL DO PARANA IFPR PR Ref: Pregão Eletrônico N. 68/2013 OI S.A, com sede na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Rua do Lavradio, 71, 2º andar, Bairro Centro, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 76.535.764/0001-43, por meio de seus representantes legais, com fulcro no art. 12 do Decreto n.º 3.555/2000 e com esteio no art. 41, 2º da Lei 8.666/93, vem, respeitosa e tempestivamente, diante da douta e ilibada presença de V. Sª, apresentar Impugnação aos termos do Edital em referência, pelas razões a seguir expostas para as devidas análises e acolhimento, na forma da lei e do instrumento convocatório: Razões de Impugnação O Instituto Federal do Paraná - PR instaurou procedimento licitatório na modalidade pregão, na forma eletrônica, sob o n.º 068/2013, visando contratação de serviços de telefonia fixa comutada local com discagem direta a ramal (STFC-DDR), necessários a atender as demandas dos diversos Campi, conforme características técnicas, quantidades e demais requisitos que se encontram descritos no Termo de Referência. Contudo, a OI S/A tem este seu intento frustrado perante as imperfeições do Edital, contra as quais se investe, justificando-se tal procedimento ante as dificuldades observadas para participar de forma competitiva do certame. Saliente-se que o objetivo da Administração Pública ao iniciar um processo licitatório é exatamente obter proposta mais vantajosa para contratação de bem ou serviço que lhe seja necessário, observados os termos da legislação aplicável, inclusive quanto à promoção da máxima competitividade possível entre os interessados. Entretanto, com a manutenção das referidas exigências, a competitividade pretendida e a melhor contratação almejada, poderão restar comprometidos o que não se espera, motivo pelo qual a OI S/A impugna os termos do Edital e seus anexos, o que o faz por meio da presente manifestação.

ALTERAÇÕES A SEREM FEITAS NO EDITAL E NOS ANEXOS 1. Do CADIN Como Condição de Habilitação: Verifica-se que o ato convocatório em apreço determina que, por ocasião da verificação dos documentos de habilitação, será promovida consulta ao CADIN, fato esse que será determinante para que a mesma se confirme ou não. Vale destacar que os documentos exigíveis para a habilitação estão indicados no at. 27, da Lei 8.666/93 e somente podem se referir à habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e cumprimento do disposto no inc. XXXIII do art. 7º da CF/88. Nesse sentido o artigo 4º, inciso XIII, da Lei nº 10.520 e o artigo 14 do Decreto n.º. 5.450/05 especificam o rol taxativo dos documentos habilitatórios que poderão ser exigidos nos Pregões Eletrônicos: Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras:... XIII a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira; Art. 14. Para habilitação dos licitantes, será exigida, exclusivamente, a documentação relativa: I à habilitação jurídica; II à qualificação técnica; III à qualificação econômico-financeira; IV à regularidade fiscal com a Fazenda Nacional, o sistema da seguridade social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FGTS; V à regularidade fiscal perante as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso; e VI ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição e no inciso XVIII do art. 78 da Lei n.º 8.666, de 1993. Noutros termos, a legislação de regência determina, taxativamente, quais os requisitos habilitatórios necessários para participação de uma empresa em um procedimento licitatório.

Vale dizer que a exigência em questão, determinada pelo Termo de Referência do Edital, por não se encontrar no rol exaustivo da Lei 8.666/93, do Decreto nº 5.450/05 e da Lei 10.520/01 torna o procedimento da licitação mais formalista e burocrático, por não ser indispensável à garantia do cumprimento da obrigação, desvirtuando os objetivos da licitação e infringindo o inciso XXI do artigo 37 da CF/88. Ora, segundo a Lei nº. 8.666/93, o Decreto nº 5.450/05 e a Lei nº 10.520/01 a regularidade fiscal seria afastada pela existência de dívida perante a União evidenciada pela exigência de Certidão Negativa da Secretaria da Receita Federal SRF e da Procuradoria da Fazenda Nacional PGFN, ou seja, até mesmo as dívidas contraídas perante autarquias federais não afetariam a regularidade fiscal. O sistema do CADIN, disciplinado pela Lei n. 10.522/02, ao inscrever as obrigações pecuniárias vencidas e não pagas, para com órgãos e entidades da Administração Pública Federal, direta e indireta amplia o conceito de regularidade fiscal dos artigos 27 e 29, da Lei n. 8.666/93 em flagrante oposição ao que dispõe o art. 37, XXI, da Constituição da República. Não deve, portanto, ser utilizado como parâmetro para aferição da regularidade do licitante na fase de habilitação. O inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal, ao dispor sobre as exigências de qualificação, estabelece que: Art. 37 (...) XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (...) Os atos da Administração Pública, para serem válidos, devem respeitar o princípio da razoabilidade, também chamado pela doutrina de Princípio da Vedação de Excessos. Ou seja, as exigências perpetradas pela Administração não poderão conter excessos e deverão ser razoáveis em relação ao seu objeto. Agregue-se a isso que a exigência contida no texto editalício nada interfere na conclusão dos objetos licitados, uma vez que não tem relação com a capacidade, eficiência e qualidade da empresa em realizar obras e prestar serviços, o que de igual forma descaracteriza a exigência, sendo, portanto, violadora dos princípios contidos no art. 3 º, da Lei 8.666/93, bem como ao seu parágrafo primeiro.

A própria Constituição da República determina que somente devam ser toleradas exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Não há doutrina nacional que não defenda que a atuação da Administração na fase de habilitação dos licitantes deve se dar sem rigorismos inúteis e excessivos, que só fazem afastar licitantes, sem qualquer vantagem para a Administração e comprometendo a verdadeira competição. Para o ilustre Adílson Abreu Dallari [1] : A doutrina e a jurisprudência indicam que, no tocante à fase de habilitação, como o objetivo dessa fase é verificar se aquelas pessoas que pretendem contratar têm ou não condições para contratar (essa é a essência, isto é, o fundamental), interessa para a Administração receber o maior número de proponentes, porque, quanto maior a concorrência, maior será a possibilidade de encontrar condições vantajosas. Portanto, existem claras manifestações doutrinárias e já existe jurisprudência no sentido de que, na fase de habilitação, não deve haver rigidez excessiva; deve-se procurar a finalidade da fase de habilitação, deve-se verificar se o proponente tem concretamente idoneidade.... Deve haver uma certa elasticidade em função do objetivo, da razão de ser da fase de habilitação; interessa, consulta ao interesse público, que haja o maior número possível de participantes. Como visto, a doutrina é expressa ao exigir cautela na fase de habilitação, a fim de não incidir em exigências exacerbadas, desarrazoadas, e afastar a verdadeira competição. Ad argumentadum tantum, a prevalecer tal exigência, estar-se-á impedindo a participação de diversos potenciais licitantes. E, na senda das razões ora aduzidas, nem se argumente pela existência de previsão legal expressa pelo artigo 6º, da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, no sentido de vincular a Administração à prévia consulta no referido Cadastro. Cumpre, a propósito, retornar-se aos ensinamentos de Marçal Justen Filho sobre a inconstitucionalidade do referido dispositivo legal: A partir da Lei n.º 10.522 determinou que a existência de qualquer dívida perante entidade da Administração Federal seria comunicada ao CADIN e, como decorrência, impediria a celebração de contratos ( e, mesmo de convênios) com [1] (in Aspectos Jurídicos da Licitação, 3ª edição, p. 88.

qualquer ente da Administração Pública Federal. Mas ainda, sequer aditivo contratual poderia ser firmado, o que atinge às raias do despropósito. Suponha-se que um sujeito conste como devedor de uma sociedade de economia mista federal. Daí se extrairia a impossibilidade de participar de contrato administrativo ou de firmar aditivo contratual perante qualquer outro órgão federal. A ampliação desmedida das exigências de regularidade como requisito da contratação infringe o interesse público e propicia redução da competitividade, além de caracterizar claro desvio de finalidade. Se a própria Constituição determinou que os requisitos atinentes à habilitação fossem os mínimos necessários as garantia do interesse público, afigura-se que a disciplina da Lei n. 10.522 [que disciplina o Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal CADIN] é inconstitucional. As vedações referidas infringem o princípio da proporcionalidade e produz um efeito de desvio de finalidade, tudo incompatível com o art. 37, XXI, da CF/88 [2] Ademais, a obrigatoriedade das empresas participantes da licitação em voga (proponentes concorrentes) comprovar a não inscrição no CADIN no momento da realização do certame não está prevista dentre as exigências habilitatórias expressas no ato convocatório. Em outras palavras, exige o Edital a apresentação de documento que excede os requisitos habilitatórios enumerados em seu bojo, o que vem ratificar o descabimento da obrigatoriedade de comprovação da não inscrição no CADIN no momento da sessão pública, constante no item 30 (trinta) da seção XIV do Edital Nº 68/2014. Portanto, resta clarividência que a obrigatoriedade de comprovação da não inscrição no CADIN na fase habilitatória fere os princípios da legalidade, da proporcionalidade, da razoabilidade e da Supremacia do Interesse Público, princípios esses que são a viga mestra das contratações pelo Poder Público e que norteiam os procedimentos licitatórios, sendo plena a necessidade de sua retirada do certame em voga. [2] JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 10 ed. Editora. : São Paulo: Dialética. 2004. p. 315

Pedido Para garantir o atendimento aos princípios norteadores dos procedimentos licitatórios, a OI S/A, com o devido respeito, requer que V. Sª. julgue motivadamente e no prazo de 24 horas a presente Impugnação, acolhendo-a e promovendo as alterações necessárias nos termos do Edital e seus anexos, sua conseqüente republicação e suspensão da data de realização do certame. Curitiba PR, 25 de Novembro de 2014. CLAUDIO ROBERTO DE BARROS GERENTE DE CANAIS CPF nº RG nº