DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da liberdade provisória Medidas cautelares pessoais: normas fundamentais, pressupostos e fundamentos Parte 5 Prof. Thiago Almeida
Art. 282 [...] I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado.. Assim sendo... - 1º: Há fumus comissi delicti (não mencionado no art. 282, mas presente)? Há periculum libertatis (necessidade - art. 282, I)? Em existindo... - 2º: verifica-se a medida mais adequada (art. 282, II)
. CPP, art. 283, 1º: fica vedada qualquer cautelar quando não for cominada à infração pena privativa da liberdade. Geraldo Prado: homogeneidade - mesmo quando cominada pena privativa da liberdade, não é razoável uma medida mais gravosa durante o processo do que a própria pena esperada (juízo hipotético sobre cabimento de transação penal, composição civil dos danos, SUSPRO, substituição por pena alternativa, sursis etc.). Princípio adotado expressamente pelo STJ no HC 182.750/SP (2013). Cautelares probatórias ou patrimoniais também devem ser preferidas às pessoais
. Ainda... Art. 283. [...] 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade. Excepcionalidade. Considerada a presunção de inocência, a cautelar (restritiva ou privativa) assume sempre caráter excepcional. Portanto, a regra, mesmo no caso do preso em flagrante, é a restituição da liberdade plena
. Sendo necessária a medida cautelar, a prisão cautelar - entre elas - assume especial excepcionalidade, ultima ratio (caráter prevalente da cautelar diversa: CPP, art. 282, 4º fala da preventiva em "último caso", sendo que no 6º fica claro só caber preventiva quando nenhuma das cautelares diversas forem inadequadas ou insuficientes, texto também presente no art. 310, III). Nereu: prisão preventiva é a CAUTELARIDADE MÁXIMA. O CPP fixa justamente essa especial excepcionalidade: Art. 282, 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. 319).
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: I - relaxar a prisão ilegal; ou II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
. Art. 9.3 do PIDCP: Todo o indivíduo preso ou detido sob acusação de uma infracção penal será prontamente conduzido perante um juiz ou uma outra autoridade habilitada pela lei a exercer funções judiciárias e deverá ser julgado num prazo razoável ou libertado. A detenção prisional de pessoas aguardando julgamento não deve ser regra geral, mas a sua libertação pode ser subordinada a garantir que assegurem a presença do interessado no julgamento em qualquer outra fase do processo e, se for caso disso, para execução da sentença.