ACERTOS E DESAFIOS DA UTILIZAÇÃO DA MÚSICA NO ENSINO DE HISTÓRIA



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Transcrição:

ACERTOS E DESAFIOS DA UTILIZAÇÃO DA MÚSICA NO ENSINO DE HISTÓRIA Wescley de França Rodrigues 1 Esse trabalho de análise e coleta de dados sobre a aplicação do Projeto A utilização da música no Ensino de História foi aplicado durante os meses de setembro a novembro, do ano de 2010, na Escola Estadual Professor Antônio Pinto de Medeiros, localizado na Rua Rio Paranapanema, S/N, Bairro Pitimbu, na Cidade do Natal, pertencente ao Estado Federativo do Rio Grande do Norte. Essa pesquisa foi realizada com os alunos do 9ª A, do turno vespertino, na disciplina História, com um universo de 32 alunos matriculados, mas com a aplicação realizada com 25 alunos no decorrer das 20 aulas; e teve como temática o papel da música no período temporal do Regime Militar brasileiro (1964-1985). Nas linhas subsequentes, poderemos perceber os caminhos percorridos junto à turma trabalhada e a Coordenação Pedagógica na aplicação do Projeto. E nesse ensaio, mostro todas as angústias, preocupações, medos; mas principalmente, os objetivos, métodos e realizações ocorridas e alcançadas na aplicação do Projeto, durante as vinte aulas ministradas. Na primeira parte destacaremos a aplicação do questionário inicial junto ao alunado, com as respectivas perguntas trabalhadas no mesmo, as respostas obtidas pelos alunos e a análise feita pelo estagiário, no que concerniu e observou perante as respostas obtidas. Já na segunda parte, que corresponde ao período em que ocorreu a metade do Estágio, analisaremos o momento da avaliação escolar escrita e o desempenho dos alunos quanto à prova e os respectivos resultados alcançados pelos alunos e pelo estagiário. Enquanto isso, na terceira e última parte, analisaremos o final do Estágio e as respostas obtidas pelos alunos na realização do questionário final e as considerações finais realizada pelo estagiário durante o período de 20 aulas na aplicação do seu Projeto sobre a utilização da música no ensino de História. Portanto, nesse Ensaio, explicaremos em linhas detalhadas a experiência de pouco mais de dois meses, junto aos alunos do 9ª ano A da Escola Estadual Professor Antônio Pinto de Medeiros e a importância na caminhada acadêmica, e 1 Licenciando em história pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

2 porque não, na caminhada como cidadão junto a um público específico e que, sendo objeto primordial da minha Pesquisa, fez com que a realização e a obtenção dos objetivos fossem alcançadas. A metodologia utilizada no trabalho foi a pesquisa de tipo etnográfico. Como afirma Azevedo (2010, p.11), nesta situação, o que se busca é descrever, compreender e interpretar os fenômenos educativos que ocorrem em contextos escolares. Na perspectiva etnográfica, as diversas variáveis que envolvem a prática pedagógica são analisadas em conjunto e na sua dinamicidade. Dessa maneira, torna-se possível melhor compreender o cotidiano escolar. A Escola em que realizei o Estágio Supervisionado para Professores de História III foi a Escola Estadual Professor Antônio Pinto de Medeiros. A escola possui um bom espaço físico, distribuídos em 13 salas de aula, sendo uma sala de vídeo e outra de informática; uma biblioteca com um número considerável de livros, revistas e enciclopédias em seu acervo; uma sala da direção e uma dos professores anexada à sala da coordenação pedagógica; uma sala da secretaria; uma cozinha e cinco banheiros, sendo dois para os alunos, dois para professores e um que fica localizado na sala da direção. A escola fica localizada em um local privilegiado do bairro Pitimbu, e possui em seu quadro escolar, juntando os três turnos, uma média de aproximadamente 1.500 alunos. Desses alunos, a sua grande maioria é oriunda do bairro Planalto, que fica localizado próximo ao bairro Pitimbu. No turno vespertino, turno esse em que realizei o Estágio, a escola oferece aulas para os alunos dos 9ª aos 3ª ano. E oferece também para esses alunos, cursos e oficina sobre áreas específicas do saber, e aulas de karatê, depois do término das aulas, o que considero de grande valia e importância, tanto para a escola quanto para os alunos que participam. A turma escolhida para a aplicação do Projeto sobre a utilização da música no ensino de História foi a do 9ª A. A turma ainda não tinha recebido nenhuma aula de História no ano letivo, já que, o Diretório Regional de Educação (DIRED), ainda não tinha enviado nenhum professor de História para lecionar os 9ª anos. A turma é composta por 32 alunos matriculados, mas a presença em sala de aula era com no máximo 25 alunos. A turma possui uma média de 15 anos em sua faixa etária e a proporção entre homens e mulheres são de 14 e 18, respectivamente. Quando comecei a pensar em qual método eu utilizaria em minha primeira aula com os alunos, ocorreu em minha mente, o seguinte questionamento: o que eu faço para descobrir o grau de conhecimento dos alunos sobre o assunto proposto em meu

3 projeto? Em decorrência disso, muitos questionamentos ocorreram e cheguei à conclusão que o melhor que se poderia fazer era a aplicação de um questionário com perguntas relacionadas ao ambiente escolar e aos conceitos sobre a Ciência História e a música e, consequentemente, a sua importância como forma de metodologia na aula de História. Elaborada essa parte teórica, o questionamento não poderia acabar. Teria que pôr em prática com os alunos em sala de aula, o questionário inicial de análise e coleta de dados sobre o que eles teriam de conhecimento sobre a História, a música e a utilização da mesma em sala de aula. E eu sabia que não seria fácil e teria resistência por parte da Coordenação Pedagógica da Escola e dos alunos, pois a utilização da música em sala de aula era ainda algo praticamente inexistente na caminhada escolar deles e, querendo ou não, isso seria um método novo. Porém, essa situação, por uma parte foi muito estimulante para mim, pois fez com que eu percebesse o quanto seria difícil, mas o quanto seria gratificante à aplicação do meu Projeto; mas também fez com que eu tivesse a paciência de ir devagar com o andor, pois eu sabia que não poderia ir de encontro ao que a Coordenação Pedagógica vetasse. Pois sabemos que, nem tudo o que pensamos e desejamos pode ser aplicado na Escola, já que temos que passar pelo crivo da Coordenação Pedagógica e até mesmo do professor responsável pela turma. Mas comigo, não teve nenhum problema quanto à aplicação dessa metodologia junto aos alunos e nem por parte da Coordenação Pedagógica. E assim ocorreu. No dia 09/09/2010 eu apresentei-me como o novo professor da disciplina História, para os alunos do 9ª A da Escola Estadual Antônio Pinto de Medeiros. Na apresentação foi um misto de alegria e surpresa para os alunos a minha presença em sala de aula, pois eu naquele momento realizaria a primeira aula de História do ano letivo, ou seja, somente no início do 3ª bimestre, os alunos dos 9ª anos teriam aula de História. Depois do primeiro contato, expliquei para os alunos o objetivo das minhas aulas com eles, e como seria aplicado o projeto em sala de aula. E para um maior conhecimento da turma apliquei o questionário com as respectivas perguntas: O que é História para você? ; Gosta de História? Por quê? ; Gosta de ler? ; Gosta da Escola? ; O que é música para você? ; Quais músicas e estilos musicais você gosta? ; O que é censura para você? ; O que você espera das aulas? ; Em quê a música pode ajudar na aula de História?. E como não poderia ser diferente do

4 planejado, obtivemos respostas bastante diferentes uma das outras e algumas extremamente complexas. Entre as respostas para a primeira pergunta do questionário que foi O que é História para você?, podemos destacar: História para mim são acontecimentos da Antiguidade que os historiadores procuram explicar com histórias daquela época ; outra explicação foi: A História é o ensino que explica porque as coisas hoje em dia são assim; e conta um pouco do passado ; e a terceira explicação foi: História é muito mais do que uma simples matéria; é uma vivência no presente, futuro e passado. Essas foram as três respostas mais bem elaboradas. A resposta da grande maioria da turma foi: A História é o estudo das coisas antigas ; É uma disciplina. Analisando as respostas dos alunos, percebi claramente que mesmo numa forma sintética nas respostas, os alunos possuíam uma noção do conceito de História, mesmo que de forma irrisória. Mas também, acredito que isso não seja uma falta de interesse da grande maioria dos alunos pelo conhecimento da História, e sim, reflexos de uma formação anterior sobre a disciplina História e que de tão importante era para a Escola, que os alunos ainda não tinham recebido nenhuma formação durante o ano letivo. Mas como falei em comentário acima, essa situação faz com que, o objetivo e a aplicação do projeto sejam mais estimulantes e desafiadores. A segunda pergunta do questionário trabalhado com os alunos foi: Gosta de História? Por quê?. Entre as respostas, obtivemos: 10 alunos responderam que sim; 7 alunos responderam que não; e 4 alunos responderam que gostam em parte. Nas explicações dos que responderam que gostam de História, podemos destacar: Sim, porque aprendo mais sobre os acontecimentos históricos ; Porque transmite conhecimento, informação, sabedoria e outras coisas ; Gosto de saber o que houve no passado ; Porque ensina muitas coisas ; Porque mostra a história do povo, do país, das regiões e seus costumes ; A História se envolve em tudo o que fazemos. Entre os alunos que responderam que não gostam de História, podemos destacar: Não, porque lê muito ; Porque só fala de coisas de mil anos atrás ; Não, porque não. No que se refere aos que gostam em parte, podemos destacar: Gosto de vez em quando ; Não tenho preconceito. Analisando a segunda resposta, pude perceber o quanto eles foram condizentes com a resposta sobre o que História, pois as respostas se eles gostam da disciplina, obteve um equilíbrio entre os que gostam e os que não gostam em parte,

5 fazendo com que realçasse mais ainda a motivação de reforçar entre os sete que gostam de História o desejo de aumentar cada vez mais esse gosto; fazer com quem não gosta e os que gostam em parte, o desejo de que no final do Estágio, o pensamento deles seja outro, ou seja, possam dizer: - Professor, eu hoje gosto de História. A terceira pergunta do questionário está relacionada a saber se o aluno gosta de ler. E para a minha surpresa e até mesmo, um pouco de alento, as respostas obtidas pelos alunos foram de empate nas respostas. As respostas sim, não, e mais ou menos, obtiveram sete respostas cada uma. Mas essas respostas, mais uma vez é reflexo de uma sociedade em que o hábito da leitura não é tão valorizado, e principalmente aqui no Estado, onde as nossas crianças e jovens estão nas últimas colocações do Brasil, no que se refere ao hábito da leitura. A quarta pergunta do questionário está relacionada ao que o aluno acha da escola onde estuda. Desse universo de 21 alunos que responderam ao questionário, obtivemos que: Nove alunos declararam gostar da escola; Sete alunos declararam não gostar da escola; e cinco alunos declararam gostar mais ou menos. E como não poderia ser diferente das outras três respostas anteriores, o gosto pela escola transmite esse reflexo. Pois se o aluno sabe que na escola não vai receber o conteúdo de uma aula, no meu caso, o conteúdo de História, isso reflete na falta do hábito da leitura, consequentemente, o gosto pela mesma, faz com que o aluno pense: O que vou fazer na escola? Se for para ir à escola e não ter aula, ou não acrescentar nada em minha vida, o melhor é não ir. Ou quando vai é só para cumprir uma obrigação com os pais, com a sociedade. Mas ainda bem, que nem todos são assim; é com esses que acreditam que a leitura e a escola são pontos positivos em suas vidas é que podemos mudar esse nefasto quadro e diagnóstico em que se encontra hoje a Educação do nosso Estado. Depois de elaborar as quatro primeiras perguntas no que se refere ao contexto da História como Ciência e ao ambiente escolar, as cinco questões restantes do questionário, fazem referências especificamente ao cerne do projeto utilizado em sala de aula, ou seja, perguntas relacionadas à música e a importância de utilizá-la em sala de aula no ensino de História. A primeira dessas questões está relacionada ao que os alunos pensam sobre o que é música para eles. Entre as respostas obtidas, podemos destacar:

6 Música para mim é uma expressão cultural, na qual, você destaca: sentimentos, acontecimentos históricos, adolescência, alguns outros significados ; Um meio de expressar nossos sentimentos ; É informação, maneira de expressão, reflexão, algo prazeroso, bom de ouvir. A música é arte, cultura. Ela está presente em todo o nosso cotidiano, do Clássico ao Rock. A música é tudo de bom ; É um som que vem da alma ou da erva com o principal intuito de animar a galera ; Uma arte que combina sentimentos como som, transmite emoções e pensamentos ; É alegria e diversão ; Música é letra, som e outras coisas ; É um desabafo dos cantores pelo que sente; mas tem umas que falam do que passa na vida real ; São obras feitas por pessoas conhecidas e desconhecidas ; Não sei ; Algo que escutamos ; São sons muito legais ; São histórias, mas contada com algo a mais, que da vontade de escutar ; Diversão ; É uma coisa legal ; É uma forma das pessoas saber quem você é ; É arte, cultura. É tudo de bom ; É uma coisa muito interessante. É a expressão de sentimento ou outras coisas dentro da música ; É uma arte ; Música pode ser uma história, uma letra cantada ; É um estilo de alguma coisa que rola sentimentos, histórias etc. Não consegui descrever. Diferentemente do que constatamos na primeira pergunta do questionário, a resposta sobre o que é música para eles, demonstrou certo grau de conhecimento e afinidade. Não me refiro ao termo técnico, científico sobre o que é música, mas retrato o quanto esse instrumento, e porque não, essa fonte histórica é de uma relação, podemos até dizer, íntima com esses alunos. Pois em suas respostas detectamos isso, através da citação de palavras, como arte, cultura, sentimentos, emoções, desabafo, vida real, alma, pensamentos, entre outras. E sei que essas respostas foram realizadas em um primeiro contato, ou seja, não foi trabalhada anteriormente com eles sobre a música e os seus conceitos. Por isso, estou cada vez mais convencido e é visível na resposta deles o quanto a música na aula de História pode ser um diferencial, no que objetiva a transmissão e a importância de estudar, conhecer e colocar em prática o gosto pela História. A sexta pergunta do nosso questionário é relacionada a quais músicas e estilos musicais os alunos mais gostam. E as respostas obtidas, foram: Músicas Gospel, Rock, MPB, Hip-Hop, Rap, Pop, Sertanejo universitário, Forró, Reggae, Funk, Eletrônico, Swingueira, Pagode, Romântica, Samba, Internacional, Axé. Mas também tivemos respostas, como: Tudo, menos brega, Rap e Hip-hop, Rock pesado ; As que eu entendo o que o cantor canta. Com essas respostas que formaram uma miscelânea de opções, a turma só fez reforçar o grau de heterogeneidade da turma, no que concerne ao gosto e estilos musicais. Alguns desses estilos musicais não serão trabalhados na utilização do

7 projeto, não por que eu gosto ou não dos estilos, e sim por saber que no contexto do Regime Militar (1964-1985), esses estilos não são englobados, com exceção da MPB, Rock, Samba e brega. Mas, com a obtenção desses dados e um estudo prévio, não impede que, esses estilos sejam utilizados em outras aulas com conteúdos diferentes e até como um adendo no Projeto. A sétima pergunta do questionário é o que concerne à censura no Regime Militar. E para isso, a pergunta selecionada foi O que é censura para você? E obtivemos como respostas: É não poder expressar, ser proibido de fazer, agir, ou até conhecer coisas boas. Mas a censura tem seus altos e baixos ; Nunca ouvi essa palavra ; Quando proíbe um artista de mostrar seu trabalho ou algo parecido, mas isso não é legal ; É uma coisa de um grupo de certa idade, religião e etc. Não podem escutar ou ver ; São pensamentos expressados através da música ; É uma coisa que a letra da música apresenta ; É uma merda ; Algo horrível ; São coisas inapropriadas para menores ; Nada ; Algo proibido ; Sei lá ; Sem comentários ; Não sei ; Não faço ideia ; Esqueci o que é. Caso seja realizada uma análise mais técnica sobre as respostas obtidas, constataremos que as respostas não condizem com o significado de censura. Mas como o nosso objetivo inicial não é esse, as respostas estão condizentes com a realidade dos alunos. Percebemos também que algumas respostas já foram relacionadas com a música e os cantores. Mas verificamos também que as respostas selecionadas possuem em sua essência, o lado negativo da censura. Tanto no que se refere à música ou a alguma situação da vida dos alunos, o que pode ser comprovada na resposta É não poder expressar, proibido de fazer algo, agir ou até conhecer coisas boas. Com isso, através de respostas sobre a pergunta relacionada a censura, podemos perceber muitas vezes, de forma mais superficial, um pouco sobre a realidade social desses alunos, no que se refere ao seu meio familiar, escolar e social. As duas últimas perguntas do questionário são por que não dizer, as mais importantes, pois são as que se referem ao que os alunos pensam sobre o que esperam das aulas e a utilização da música nessas aulas. E as respostas obtidas nas duas perguntas, foram condizentes com o esperado por mim, nas expectativas de respostas que imaginava obter por parte dos alunos. No que se refere ao que os alunos esperam das aulas de História, obtivemos como respostas:

8 Que sejam bem enturmadas, mas sérias, divertidas, eficazes etc ; Qualquer coisa ; Que aprendamos uma coisa bem dinâmica e legal, saindo da chata rotina da escola ; Aprender um pouco mais sobre música ; Que tudo vala dez para eu passar fácil ; Passar de ano ; Que não sejam chatas que nem as outras. Que seja muito legal ; Que sejam divertidas, com conhecimento, é claro ; Que sejam interessantes ; Que sejam animadas ; Que sejam boas ; Espero aprender ; De aulas legais, de divertimento e muito ensino ; Muitas coisas, passar de ano ; Que elas sejam interessantes. Nessas respostas obtidas é visível o descontentamento dos alunos com as aulas das outras disciplinas, e com esse sistema de que todas as atividades têm que possuir notas, se não os alunos não realizam. O objetivo maior deles é passar, e não, em entender o assunto ou aumentar os seus conhecimentos, e infelizmente é uma realidade transmitida até pelos próprios professores. Sei que em vinte aulas essa realidade talvez não seja modificada totalmente na concepção dos alunos em sua maioria, mas nada impede que eu tente. E sei que vou tentar e acredito que, caso eu consiga modificar o pensamento desses alunos eu ficarei muito feliz, pois sei que uma semente foi plantada e, quem sabe, seja colhida já no Estágio IV. Para concluir o questionário, a nona pergunta respondida pelos alunos fazia referência em quê à música poderia ajudar na aula de História. E as respostas obtidas pelos alunos, foram: Ajude na influência de aprendizagem dos alunos ; Nada ; Mostrar as evoluções de tempo, o que mudou no mundo musical, mostrar as evoluções ; Não sei ; Para mim, a música não tem muito haver com a aula de História ; A entender mais sobre fatos que aconteceram de uma forma mais interessante ; Tudo ; A aprender mais ; A entender a música e como pretende ficar a música através dos tempos ; Em muita coisa. Cada música tem sua história para ser entendida ; Não ajuda em muita coisa não ; A descontrair ; Dando nota para os alunos ; Cada música tem uma história de vida ou amores ; Sei lá ; Essa não tem como eu responder ; Em nada, por que não combina com História. As respostas foram de uma dicotomia, como tudo ou nada, passando por como uma forma mais interessante de aprender História a não ter muito haver com História. Com isso, percebemos o quanto essa nova metodologia de ensinar a História não é conhecida pelos alunos, e por isso, essa certa resistência e desconfiança por parte dos alunos. Mas constatamos também que, mesmo não sendo muito utilizada pelos professores de História, e porque não, pelos professores das demais disciplinas, alguns alunos se interessam pelo tema e por essa nova

9 metodologia. Mas que a música seja utilizada com responsabilidades, ou seja, não seja a utilização da música pela música, e sim, a música em um contexto em que a sua utilização seja importante e não a música como um preenchimento de espaço na aula. Os questionamentos aos alunos tiveram como objetivo identificar a visão deles em relação ao processo, isso porque Nesse sentido, quem pesquisa precisa ir além dos seus próprios valores e pressupostos para penetrar no universo do outro, interpretando-o e compreendendo-o. Nesse sentido, os resultados da coleta de dados (observações, entrevistas, documentos escritos etc.) seriam meios através dos quais o investigador aproximar-se-ia do universo dos investigados. (AZEVEDO, 2010, p. 13) Depois de realizar o primeiro questionário, e consequentemente, a primeira coleta de dados dos alunos, as aulas sobre o Regime Militar foram baseadas na utilização do Projeto. A aplicação da música nas aulas foi uma grande novidade para os alunos e obteve um resultado muito profícuo e produtivo por parte dos alunos, pois as aulas obtiveram uma presença sempre constante dos mesmos e o interesse pela disciplina considero que aumentou por parte deles. No meio do Estágio foi realizada e aplicada com os alunos a avaliação escolar escrita sobre o conteúdo ministrado nas aulas. Mas o resultado com os alunos não foi o pensado por mim, e tornou-se até certo ponto decepcionante. Contudo, analisando o resultado com os alunos e com a professora Crislane Azevedo, percebi que essas notas foram um reflexo não só das aulas transmitidas anteriormente à prova, mas sim, um reflexo de toda uma caminhada escolar, que teve como reflexo as notas obtidas pelos mesmos na avaliação escolar escrita. Entretanto, após a percepção dos problemas ocorridos e o diálogo aberto e verdadeiro com os alunos e com a Coordenação Pedagógica, tive que modificar o planejamento original do Projeto, até para facilitar o aprendizado dos alunos. E essa mudança fez com que obtivesse maiores frutos com os alunos. Claro que o assunto trabalhado nas aulas antes da avaliação continuou, mas a utilização dos painéis e a consequente apresentação dos mesmos, fizeram com que os alunos interessassem mais pelo conteúdo e buscassem um novo conhecimento. Depois da aplicação do questionário inicial e da coleta de dados sobre os alunos, com o decorrer das aulas e a aplicação de uma avaliação escolar escrita na metade do Estágio III, no dia 22/11/2010 chegou o dia da 20ª aula, e consequentemente, a última aula com os alunos do 9ª A. E como forma de avaliação

10 final das aulas e conclusão do Estágio III e da utilização do Projeto sobre a utilização da música no Ensino de História, os alunos responderam ao questionário final que constava de seis perguntas. As perguntas selecionadas para que os alunos respondessem, foram: O que é História para você? ; Após as aulas, o gosto pela disciplina História, aumentou ou diminuiu para você? Por quê? ; O que você achou da utilização da música no Ensino de História em sala de aula? ; O que você achou da metodologia das aulas realizadas pelo professor? ; Qual a sua avaliação sobre o professor? Justifique a sua resposta. E Deixe alguma mensagem ou sugestão. Entre as respostas obtidas para a primeira pergunta, tivemos: É algo do passado que é ensinado para os alunos da atualidade ; História é o que estudamos sobre coisas antigas ; É um estudo de coisas passadas ; São os acontecimentos históricos de um país ; História é a maneira de falar ou de classificar as coisas que aconteceram ao decorrer dos anos ; É uma matéria que fala sobre as histórias de toda parte do mundo. É mais do que uma matéria ; É um modo de voltar ao passado sem sair do lugar ; História para mim é um estudo que se concentra em fatos históricos ocorridos em várias épocas ; Uma disciplina que fala do que aconteceu no passado ; É uma matéria que explica o passado, presente e futuro das pessoas, das coisas. Descreve tudo que acontece ; História é algo que fala sobre coisas antigas. Coisas que agente não conhece, mas está conhecendo agora ; É o que explica vários acontecimentos no mundo ; É história ; É o estudo que nos mostra a história de diversas maneiras ; São fatos que já aconteceram ; Uma disciplina que explica o que aconteceu no passado e as consequências dele até hoje ; Não sei. Como podemos perceber nas respostas obtidas, constatamos respostas mais bem desenvolvidas e elaboradas sobre o que é História, se compararmos com as respostas obtidas no questionário inicial. Claro que ainda tivemos alunos que responderam que não sabe, ou as respostas triviais, mas podemos perceber que os alunos compreenderam que a História não é uma coisa só do passado, e sim, um assunto que estuda e trabalha muitas vezes a realidade em que eles vivem, e essa situação histórica interfere direta ou indiretamente no meio de vida deles. Na segunda pergunta, perguntamos se após as aulas trabalhadas, o gosto pela disciplina História tinha aumentado ou não para os alunos, e que eles justificassem. Entre os alunos que disseram que aumentou o gosto pela História, obtivemos como respostas: Aumentou, pois foram bem divertidas e dinâmicas ; Sim, pois é interessante estudar pela música ; Aumentou, porque pude aprender

11 mais sobre a música, entre outros assuntos ; Sim, porque aprendi a ver a história de um ângulo diferente, e aprendi mais um pouco sobre a história do meu país ; Aumentou, porque é sempre bom aprender mais do nosso passado ; Aumentou um pouco, pois eu achei interessante a aula. Melhores do que as do ano passado ; Melhorou, porque o assunto se baseou no que estava acontecendo atualmente, as eleições 2010 ; Aumentou um pouco cada dia, não em todo momento. Essas respostas deixaram-me muito feliz, pois sei que a semente lançada já começou a ser regada nos alunos; mas sei também, que esse percentual de alunos que responderam que o gosto pela História aumentou, se refere a maioria dos alunos que responderam ao questionário, mas uma grande parte da turma respondeu que o gosto pela História diminuiu ou permaneceu na mesma. Analisando as respostas negativas dos alunos sobre o gostar ou não de História, as respostas não foram negativas em relação à utilização da música, e sim, por um gosto já negativo que os alunos possuem sobre a disciplina. E que infelizmente não consegui modificar! E essas respostas dos alunos que disseram que diminuiu, pode ser percebida abaixo: Diminuiu, porque eu não gosto de História ; Diminuiu, porque eu não queria aprender sobre o passado presidencial daquela época ; Diminuiu, porque eu não gosto de História e nunca vou gostar ; Nem aumentou e nem diminuiu ; Nem aumentou e nem diminuiu, porque quase não assistia às aulas; Não mudou nada, para mim tanto fez, tanto faz ; Continuou a mesma, porque História vai ser sempre mais uma matéria importante para mim. Já na terceira pergunta que faz referência especificamente ao tema do Projeto: A utilização da música no Ensino de História, as respostas obtidas pelos alunos, foram: Foi bom! ; Mais fácil de aprender ; Legal! Um jeito inovador de passar conhecimento ; No começo foi meio estranho, mas depois, eu percebi que a música fazia parte da História ; Bom! ; Muito boa! ; Foi ótimo. Melhor impossível! ; Bem legal! Pois nenhum professor tinha feito isso ; Chato! ; Muito bom. São músicas muito legais ; Interessante ; Muito legal ; Massa ; É legal! Melhor do que falar, falar e não entender nada ; Achei muito interessante. Muita criatividade e que é um novo jeito de aprender ; Achei legal, interessante, esplendido ; Como tinha já comentado, na análise anterior que falou sobre o gostar ou não de História tinha aumentado ou não, a resposta sobre a utilização do Projeto vêm reforçar a análise, ao constatar que quase 98% das respostas obtidas foram de elogios e de constatação que o método da utilização da música em sala de aula, é

12 uma metodologia positiva para os alunos, pois faz com que eles se concentrem mais e busquem um interesse maior pela aula e, consequentemente, pela disciplina. Continuando a análise do questionário proposto para os alunos, os mesmos responderam sobre o que eles acharam da metodologia utilizada nas aulas pelo professor. Entre as respostas obtidas, tivemos: Foi de estímulo e aprendizado ; Eu gostei muito, pois o método de ensinar é mais interessante ; Gostei, pois foi uma boa maneira de usar a tecnologia para passar conhecimento, e inovador por causa da música ; Ah! Foram interessantes. Gostei. ; Gostei. As aulas foram interessantes ; Muito boa ; Muito legal ; Mais ou menos, pois alguns alunos bagunçavam muito ; chata ; Bom ; Mais ou menos, pois as aulas eram desorganizadas ; Não gostei muito, porque ele não explica direito e não passa exercício ; Eu gostei, porque não escrevo muito do quadro ; Muito blá, blá, blá...! Um pouco chata. Nada de bom e nada de mal ; Achei que ele fala muito e que deveria passar mais exercícios, e só ; Boa e disciplinada. Como não poderia deixar de ser, as respostas foram variadas, mas que demonstram a realidade da turma. As respostas positivas demonstradas pelos alunos faz com que continue nessa metodologia, pois o resultado foi bem aceito pela maioria da turma. Mas, como não se consegue só elogios, preciso analisar com afinco as críticas para que eu consiga crescer cada vez mais e que essas críticas transformemse em pontos positivos. E algumas dessas críticas surgiram da falta de exercícios, por falar demais e por ser chata. Mas essas críticas foram de todos os alunos que disseram que não gostavam de História, e entendi que isso é um reflexo disso tudo. Como não gosto de História, não gosto da metodologia e não gosto do professor como verá na próxima pergunta. Assim sendo, ao perguntar sobre qual a avaliação do professor, os alunos responderam e justificaram as suas respostas, assim: Sem comentários ; Gostei, pois foi uma maneira totalmente diferente de passar conhecimentos, pois não éramos habituados a aprender assim ; A minha avaliação é a de que ele sendo novo, poderia dar mais dele ; Um bom professor, pois ele explica bem ; Nota 10, pois quando fiquei doente e perdi um trabalho, ele deixou fazê-lo depois ; achei mais ou menos, pois os alunos não obedecem. Mas é legal, pois é o único professor que conversa com a garotada ; Chato ; Chato e legal ; O professor é legal, mas não sabe coordenar a sala ; Ele é chato, porque aplica uma prova muito difícil ; O professor não tem muita moral, aí fica muita bagunça ; O professor é muito legal ; Ele fala de mais e age de menos; mas é responsa ; É um professor que

13 entende os alunos, de acordo com a sua necessidade de aprender ; Ensina bem, e é palhaço. As respostas dos alunos foram totalmente condizentes com as outras respostas, e até certo ponto previsíveis por minha parte. É claro que fiquei emocionado e surpreso com algumas respostas, tanto nas elogiosas quanto nas que são de forma crítica. Mas o mais importante é analisar cada uma dessas respostas como uma forma de crescimento na vida acadêmica, e mudar o quanto for possível, para que essas características de que sou palhaço, de que não tenho moral com a turma, possam não existir mais nas futuras experiências em sala de aula. Mas o que eu mais achei positivo nas respostas obtidas pelos alunos, foi a sinceridade deles e não ter medo de dizer o que sentem. Pois imagino que alguns poderiam ficar com medo, porque sabemos que alguns professores quando recebem uma crítica de um aluno, começam a perseguir esses alunos. Mas por mim, essas respostas como já disse, vai ser totalmente revertida em frutos para as próximas aulas. A última pergunta do questionário foi para que os alunos deixassem uma mensagem ou sugestão para o professor. E escolhi algumas respostas, pois elas fazem referências ao ensino e ao Projeto. As respostas, são: Parabéns! Você é um bom professor, só precisa ser mais sério ; Música é mais ou menos. Legal é História ; Precisa melhorar um pouco em algumas coisas, mas quero que você mesmo descubra. Oxalá eu tivesse obtido os 100% dos alunos, mas sei que o que era possível, eu consegui realizar e alcançar. E acredito que com muito esforço, mas com o apoio da Coordenação Pedagógica, e principalmente, com o apoio e confiança dos alunos no meu trabalho, obtivemos nessas 20 aulas um resultado positivo para todos os âmbitos da Escola. Pois soube pelos alunos que até o professor de Química utilizou em uma aula a música, para poder explicar a bomba atômica. Assim sendo, posso concluir em minhas considerações finais que a utilização do meu Projeto sobre a Utilização da música no Ensino de História foi bastante proveitosa e gratificante, pois sei que a semente foi plantada e alguns frutos já começaram a ser regados e serão bons frutos. E para isso ser alcançado, teve a ajuda e monitoria da professora Crislane Azevedo, da Coordenação Pedagógica da Escola, Direção e demais professores e, acima de tudo, dos alunos que entenderam a proposta e caminharam juntos comigo, na elaboração desse Projeto na prática escolar.

14 Sei que não terminei completamente, pois o caminho ainda é longo e árduo, mas continuo perseverante e confiante, que a realidade educacional, no ambiente escolar em que realizei as três experiências no Estágio, ou seja, na Escola Estadual Professor Antônio Pinto de Medeiros, cada dia mais vem crescendo. E tudo isso é sinônimo de luta, esforço de todos que fazem à Escola, desde a Direção, professores, alunos, pais e toda a comunidade. REFERÊNCIAS AZEVEDO, Crislane B. Estágio supervisionado como lugar de pesquisa e suas implicações na formação do professor de história. Natal: UFRN, 2010.2. BOULOS JUNIOR, Alfredo. História: sociedade e cidadania. São Paulo: FTD, 2006. 1ª ed. 9ª ano. P. 224 245. (Coleção História: sociedade e cidadania). Como citar o artigo: RODRIGUES, Wescley de França. Acertos e desafios da utilização da música no ensino de História. In: SEMINÁRIO DIDÁTICA E ENSINO DE HISTÓRIA. 20 a 22 de junho de 2011. Anais. Natal, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em: http://sedeh.webnode.com.br/artigos. Acesso em: DIA mês ANO.