fls. 65 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DO JABAQUARA DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Processo nº 1017975-53.2016.8.26.0003 MARIA ELIZA OLIVEIRA DE CARVALHO LOPES, brasileira, casada com comunhão parcial de bens, do lar, inscrita na Raceita Federal com o CPF 150.873.208-64 e portadora da cédula de identidade RG nº 9.957.763-x, residente e domiciliada na Rua Guaruja,381 apto-13 Bairro Mirandópolis, São Paulo SP, CEP 04052-110, vem, respeitosamente, apresentar sua MANIFESTAÇÃO aos autos em epígrafe, por ocasião de ação de extinção de condomínio e adjudicação compulsória promovida por ANA MARIA OLIVEIRA DE CARVALHO, nos termos abaixo descritos. DA JUSTIÇA GRATUITA Em primeiro ponto, requer a manifestante os benefícios da justiça gratuita, tendo em vista receber apenas seus proveitos de pensão e contar com ganhos 1
fls. 66 esguios para seu próprio sustento, não podendo arcar com os custos de um processo judicial desta monta. Lembrando, ainda, que se houver modificação em seu estado financeiro, poderá o juízo reverter a qualquer momento tal benefício. DA EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO A manifestante não se opõe em nada à extinção de condomínio, requerendo os mesmos pedidos que abaixo se replica: Em consonância com o acatado, requer-se a procedência da ação com a venda judicial do bem em questão por hasta pública, nos termos do arts. 879 a 903 do Código de Processo Civil. DO CONTRATO DE ALUGUEL Em razão de notificação anterior, as partes resolveram, de livre e espontânea vontade, acordar um contrato de aluguel, com a finalidade de que a parte manifestante pudesse continuar exercendo seu direito de uso sem que houvesse qualquer desentendimento. Neste contrato, foi firmado o valor de, à época, de R$550,00 (quinhentos e cinquenta reais), os quais foram religiosamente pagos à parte autora. (Doc 03 da exordial) Assim, para se dar continuidade ao pagamento dos alugueres, tendo em vista que o presente objeto da lide é o imóvel em questão, requer a parte que este juízo aceite os depósitos em juízo dos valores, para que não haja qualquer manifestação futura sobre eventual desacordo do processo e evitar, assim, qualquer novo processo que se verá desnecessário. 2
fls. 67 DA CONCILIAÇÃO Apesar da parte autora ter negado interesse na audiência de conciliação, vê-se que a vontade de ambas as partes são as mesmas, sendo indiscutível que possa se chegar uma mediação, visto o óbvio consenso. Assim, se supor o juízo ser melhor, antes da sentença, que se marque uma sessão de mediação junto do setor responsável, com a finalidade de se finalizar a presente lide sem qualquer maior uso da máquina pública, visto o interesse em comum das partes. DA VENDA DO IMÓVEL Como pode ser visto na inicial, a parte manifestante informou a parte autora que pretende vender o imóvel, e que está publicando em imobiliárias e sites especializados, fato que aqui também se prova. A casa tem recebido visitas e encontra-se em excelente estado para que seja recebida por corretores e interessados. O mercado, infelizmente, não está ajudando muito, como sabemos. Assim, indiscutível que apenas a parte autora é responsável pela lide, uma vez que toda esta demanda poderia ser facilmente discutida e finalizada em uma sessão de mediação e conciliação, hoje tão festejada pelo nosso novo Código de Processo Civil e presente no Fórum Regional do Jabaquara. Assim, comprovando-se que a manifestante tenta, até hoje, a venda particular do imóvel, nos valores de mercado, e que não há qualquer oposição a venda do imóvel, bem como a ausência de requerimento para uma audiência de conciliação e mediação, vê-se que a causa exclusiva do presente processo é da autora. 3
fls. 68 DAS DESPESAS PROCESSUAIS E DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Como visto, sendo exclusiva culpa da autora à formulação do presente processo, requer seja ela determinada a arcar com as despesas e honorários que deu causa, ou ainda, que cada parte seja sucumbente naquilo que arcou, ou seja, cada qual pague a sua parte da demanda. Lembrando ainda que nesta lide não há qualquer contraditório, nem qualquer oposição ao que se pede a autora, sendo assim, não pode a ré ter a obrigatoriedade de arcar com todas as despesas. DO VALOR DO IMÓVEL Conforme se verifica nos laudos apresentados no presente momento, bem como nas provas trazidas pela autora, verifica-se que o valor do imóvel é de R$420.000,00 (quatrocentos e vinte mil reais). Assim, requer que o valor de adjudicação compulsória não seja inferior ao apresentado, para não se mostrar vil. DAS PROVAS Não havendo necessidade de mais provas, uma vez que não há qualquer novo documento ou qualquer contraditório, requer a este juízo que marque sessão de mediação e conciliação, e, sendo esta infrutífera, determine data para julgamento da lide. DOS PEDIDOS 4
fls. 69 Conforme visto, não se trata de uma contestação, apenas como uma manifestação de interesse mútuo na resolução do processo. Assim, requer a venda judicial do presente imóvel, no valor apresentado, por meio de hasta pública. Ainda, requer seja permitido o depósito judicial dos alugueis eventualmente discutidos no contrato que dá ensejo a este processo. Também requer a divisão equitativa dos honorários e custas processuais, lembrando que o pedido é para que cada parte pague aquilo que causou. Por fim, requer que seja marcada audiência de conciliação e mediação, visto o interesse em comum da presente demanda. Termos em que, Pede deferimento. São Paulo, 12 de novembro de 2016. ALBERTO ABASOLO MARINO OAB/SP 316.060 5