1) teve uma filha na data de , de nome Cássia Maria de Paula Barros, sem contudo ter registrado o nome do pai;

Transcrição

1 Peça Prático-Profissional Você, como advogado, foi procurado em seu escritório pela Sra. Cássia de Paula Barros, empregada doméstica, com residência em Recife/PE, que lhe narra os seguintes fatos: 1) teve uma filha na data de , de nome Cássia Maria de Paula Barros, sem contudo ter registrado o nome do pai; 2) que em determinado dia, quando a filha se dirigia para a escola, parada no ponto de ônibus perto de sua casa, foi vítima de um terrível acidente: o ônibus da empresa Auto Viação Paraguai Ltda., conduzido pelo motorista João de Deus, apesar de trafegar na sua mão de direção e de respeitar os limites de velocidade, perdeu o freio, atropelando sua filha que veio a falecer imediatamente. 3) afirma mais, que não recebeu da empresa ou do motorista nenhuma ajuda, arcando com todas as despesas de funeral, apresentando notas fiscais no valor de R$2.500,00. Acrescente-se que as duas (mãe e filha) moravam em barracão alugado, contribuindo, a falecida, para a despesa doméstica com trabalho eventual (bicos de faxina e de babá). Diante dos fatos acima, faça a peça processual para a busca de todos os direitos que a Sra. Cássia de Paula Barros, salientando que a autora não se interessa por audiência de conciliação. Para quem eu advogo? Cássia de Paula Barros Contra quem eu advogo? Auto Viação Paraguai Ltda. e João de Deus O que pretende o seu cliente (objeto da ação e fundamento)? Indenização por danos morais e materiais.

2 Existe urgência no direito pretendido pelo seu cliente? Sim Qual órgão jurisdicional irá julgar a sua ação (competência)? Vara cível de Pernambuco art. 53, IV, a, NCPC Art. 186, CC/02 Quais os fundamentos serão utilizados? Art. 927, CC/02 948, CC/02 Art. 932 c/c 933, CC/02 A peça exige alguma formalidade? Não. Fazendo a peça: AO JUÍZO DA... VARA CÍVEL DA COMARCA DE RECIFE PE Cássia de Paula Barros, estado civil..., empregada doméstica, inscrita no CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliada na Rua..., nº..., bairro..., cidade/uf..., vem, nos moldes do art. 77, V, CPC/2015, respeitosamente perante V. Exa., propor AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL (INDENIZAÇÃO) POR DANOS MORAIS E MATERIAIS, com pedido de tutela provisória de urgênciaem face Auto Viação Paraguai Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº..., com sede na rua..., nº..., bairro..., cidade/uf..., neste ato representada por seu representante legal..., estado civil..., profissão..., inscrito no CPF sob o nº..., endereço eletrônico...,

3 residente e domiciliado na Rua..., nº..., bairro..., cidade/uf..., e João de Deus, estado civil..., motorista, inscrito no CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., bairro..., cidade/uf..., pelos fatos e fundamentos a seguir deduzidos. I DOS FATOS Neste ponto não se deve copiar totalmente a questão trazida pela banca examinadora. Coloque apenas o que de fato for importante para o ajuizamento da ação. Os examinandos serão avaliados pela capacidade de síntese. II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS Conforme dispoe o art. 186, CC, aquele... Nesses termos, temos que o art. 927 estabelece que... Dessa forma, conforme narra a autora em seus fatos, sua filha foi atropelada pelo segundo réu, ao dirigir um ônibus que perdeu o freio. Ademais, também será responsável pela reparação civil da autora, a empregadora do Sr. Joao de Deus, a empresa Auto Viação Paraguai Ltda., por força do art. 932, III, CC, que elenca que os empregadores serão também responsáveis pelos atos dos seus empregados. Corroborando com essa fundamentação, tem-se o art. 933, que afirma que mesmo que a empresa Auto Viação Paraguai não tenha agido com culpa, la responderá pelos atos dos terceiros ali dispostos. Portanto, tem-se que os réus são solidariamente responsáveis pelos danos trazidos à autora, visto que amplamente protegida pelos ditamos do CC, em especial aos artigos supramencionados. Vale ressaltar que, nos moldes do art. 948, CC,..., os réus deverão reembolsar a autora nas despesas gastas com o funeral de sua filha, bem como pagar-lhe alimentos, tendo em vista que sua filha ajudava com o sustento

4 da família, fazendo bicos de faxina e babá, e tendo sua vida tirada precocemente. Art. 186, CC/02 Art. 927, CC/02 948, CC/02 Art. 932 c/c 933 c/c 942, parágrafo único, CC/02 III Da Tutela Provisória de Urgência Nos termos narrados na inicial, temos que a autora possui poucas condições e, mesmo assim, arcou com as despesas de funeral de sua filha. Contudo, essa responsabilidade, como já descrito e devidamente fundamentado, era dos réus, pois, além de dever de reparação, os mesmos não se preocuparam em prestar-lhe ajuda. Assim, tem-se que existem elementos hábeis a comprovar a probabilidade do direito, como exige o art. 300, NCPC. Ademais, há risco ao resultado útil do processo. Logo, pede desde já, que seja concedida a tutela provisória de urgência, para que a autora tenha, em momento liminar, satisfeita sua pretensão de reparação de dano material e moral, tendo em vista a perda precoce de sua filha e o dispêndio com os gastos do funeral, sem que tenha condições financeiras para tanto. Art. 300, NCPC IV Da justiça gratuita A autora, como demonstrado, não possui recursos financeiros para o pagamento das custas e dos honorários advocatícios, haja vista morar de aluguel, ser empregada doméstica e ainda precisar da ajuda da filha então

5 falecida para o custeio de sua casa. Dessa forma, nos termos do art. 98, NCPC, a mesma faz jus à justiça gratuita, o que se requer desde já. Art. 98, NCPC V Dos Pedidos e Requerimentos Ante o exposto, pede e requer: 1) Condenação da parte ré à indenização por danos morais no valor de R$ ,00; 2) Condenação da parte ré por danos materiais, condenando a ré ao pagamento de auxílio funeral de R$ 2.500,00, bem como ao pagamento de alimentos em decorrência da morte, a serem fixados por V. Exa.; 3) Condenação da parte ré em custas e honorários de advogado; 4) Requer a concessão dos benefícios da justiça gratuita, tendo em vista que a parte comprovou não possuir condições para arcar com as mesmas, nos termos do art. 98, NCPC; 5) Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos; 6) Informa que a autora não se interessa por audiência de conciliação. Dá-se à causa o valor de R$...; Termos em que pede deferimento. Local... Data... Assinatura... OAB...