LEVANTAMENTO DA FLORA NATIVA EM UMA RESERVA DE MATA ATLÂNTICA DE JOÃO MONLEVADE, MINAS GERAIS, BRASIL



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Transcrição:

LEVANTAMENTO DA FLORA NATIVA EM UMA RESERVA DE MATA ATLÂNTICA DE JOÃO MONLEVADE, MINAS GERAIS, BRASIL Lucas do Nascimento Miranda Fagundes 1, Ana Karoline Silva 1, Geisla Teles Vieira 1, Marcus Alvarenga Soares 1, Alex Zacarias 1, Gilmar Dias 1 1. Departamento de Recursos Naturais, Ciências e Tecnologias Ambientais, Universidade do Estado de Minas Gerais Resumo A Mata Atlântica representa um dos biomas mais ricos em biodiversidade. Apesar desta importância biológica, a paisagem atual desta região encontra-se fragmentada e desconectada. Neste trabalho foi realizado um inventário arbóreo em um fragmento de Mata Atlântica, denominado Mata do Embaúbas Tênis Clube, localizada na cidade de João Monevade/MG. Durante os meses de maio a julho de 2010 foram realizadas coletas mensais de material botânico ao longo de trilhas no interior da floresta. Foi registrado um total de 21 espécies vegetais, sendo que as famílias Annonaceae (02), Bignoniaceae (02) e Leguminosae (02) apresentaram o maior número de espécies. A riqueza florística na Mata do Embaúbas Tênis Clube foi compatível com a riqueza florística encontrada em outras localidades de Floresta Atlântica. Foram identificadas espécies com potencial medicinal/terapêutico (Stryphnodendron adstringens), construção civil/mobiliária (Platymiscium floribundum) e comercial (Copaifera langsdorffii). Muitas espécies identificadas neste trabalho possuem poucos estudos, ressaltando dessa forma, a importância da preservação e o manejo das áreas remanescentes para a conservação das espécies e a consequente manutenção da diversidade genética e biológica. Palavras-chave: inventário; árvores; biodiversidade Introdução Um dos biomas mais ameaçados do planeta e mais ricos em diversidade é a Mata Atlântica, considerada um dos cinco mais importantes Hotspots da biodiversidade (MYERS et al., 2000). Segundo Leitão Filho (1987) a Mata Atlântica é a formação vegetal mais antiga no Brasil, estabelecida há cerca de pelo menos 70.000 milhões de anos. No sudeste brasileiro sua fragmentação já atinge estágio muito avançado e a preservação de suas áreas vegetais remanescentes representa um dos maiores problemas de conservação do país (TABARELLI et al., 2005). Apesar da reduzida cobertura original, a Mata Atlântica possui alta diversidade biológica vegetal, com cerca de 13.000 espécies vegetais (GENTRY et al., 1997), dos quais aproximadamente 9.400 são estimadas como endêmicas (GENTRY, 1992). A preservação das áreas remanescentes de Mata Atlântica tem sido apontada como o maior, e mais urgente problema de conservação do país. Este bioma apresenta o maior número de espécies ameaçadas de extinção dentro do ecossistema brasileiro (MENDONÇA; LINS, 2000). Existem relativamente poucos estudos acerca da composição florística da Mata Atlântica, destacando-se contribuições restritas às formações litorâneas (SALES et al. 1998, THOMAS & MONTEIRO, 1997). Dados sobre as formações interioranas da região sudeste do Brasil são ainda bastantes escassos e limitados em abrangência (SILVA JUNIOR et al. 1995). Em Minas Gerais o número de coletas e trabalhos de cunho florístico é insuficiente, necessitando realizar inventários da flora para alcançar o real conhecimento nos remanescentes de Mata Atlântica (MENDONÇA; LINS, 2000). A descrição florística é

considerada, atualmente, como condição essencial para que se possam estabelecer divisões fitogeográficas, realizar manejo de áreas verdes (LEITÃO-FILHO; SILVA, 1981), justificar a importância de conservação de um fragmento florestal, identificar espécies ameaçadas de extinção, para uso comercial, artesanal, ornamental, alimentar, combustível e medicinal (COSTA et al., 2006). O objetivo foi realizar um levantamento florístico preliminar das espécies arbóreas de um fragmento de Mata Atlântica, visando identificar espécies vegetais ameaçadas de extinção, com potencial uso medicinal, ornamental, alimentar, comercial, artesanal e combustível. Metodologia O trabalho foi desenvolvido em uma área de Mata Atlântica, conhecida como Mata do Embaúbas Tênis Clube, no município de João Monlevade/MG, localizado na latitude 19,5º S e longitude de 43,7º W, distante 110 km de Belo Horizonte ((INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2009), com clima tropical de altitude (tipo CWA segundo classificação climática de Kõppen-Geiger) e altitude média de 900 m. Durante os meses de maio a julho de 2010 foram realizados trabalhos de campo mensais. Para a coleta do material botânico, adotou-se a metodologia de percorrimento de trilhas no interior da mata, de modo a amostrar a riqueza das espécies vegetais arbóreas. Foram considerados arbóreos os indivíduos com 4 metros ou mais de altura, com tronco ou tronco atípico e, neste caso, com ramificações que partiam desde a base (RIZZINI, 1979). Dos indivíduos arbóreos foram amostrados ramos com inflorescências e/ou frutos com auxílio de podões de cabo ajustável e tesouras de poda. Quando não foi possível coletar flores e/ou frutos, apenas o material vegetativo foi amostrado. As amostras dos vegetais foram coletadas em quantidades suficientes para confeccionar três exsicatas, prensadas em campo com o uso de madeira, jornal e papel e depois desidratadas para posterior herborização. Os nomes vulgares das espécies foram fornecidos por assistentes locais e anotados para posteriores trabalhos de comparação. As identificações foram realizadas com o auxílio da literatura específica, consultas a especialistas, além de comparações com coleções de outros herbários. Em seguida, foram afixadas plaquetas de alumínio (4 X 4 cm), numeradas e contendo o nome popular da espécie. A marcação destes indivíduos possibilitará futuras observações e comparações, pois, alguns indivíduos, devido à época da coleta, não apresentavam flores, o que dificulta a identificação. Foram realizadas medida de circunferência à altura do peito (CAP) a 1,30 m acima do nível do solo com o uso de fita métrica posicionada perpendicular ao eixo do tronco, com precisão de milímetros, obedecendo a inclinação das árvores. Resultados e discussão Neste estudo foram identificadas 21 espécies arbóreas (Figura 01). As famílias Annonaceae, Bignoniaceae e Leguminosae foram as mais representativas, contendo duas espécies para cada família. Adans 2000 e Mantovani 1990 e 1993 citam que as famílias mais expressivas da flora arbórea na Mata Atlântica são: Annonaceae, Bignoniaceae, Chrysobalanaceae, Fabaceae, Melastomataceae, Miliaceae, Mimosaceae, Mosaceae, Myrtaceae, Rubiaceae, Sapindaceae, Sapotaceae. Pelos nossos resultados (Figura 01) podemos constatar que a maioria destas famílias foram encontradas na Mata do Embaúbas Tênis Clube, o que sugere um bom nível de preservação ambiental. Dentre as espécies identificadas, o barbatimão (Stryphnodendron adstringens) é conhecido pelo poder de cicatrização de machucados e úlceras. É preciso subsidiar o estabelecimento de diretrizes para a conservação e o manejo do barbatimão, cuja casca é usada na produção de medicamentos tradicionais, além de ser boa produtora de tanino (BORGES FILHO et al 2003).

Tabela 01: Espécies arbóreas identificadas na Mata do Embaúbas Tênis Clube, localizada na cidade de João Monlevade/MG. Família Nome científico Nome Popular Usos Anacardiacea Anacardium occidentale Pau de Serra Madeireiro Annonaceae Xylopia sericea Pau de Embira Comercial Annonaceae Xylopia brasiliensis Pindaíba miúda Madeireiro Bignoniaceae Jacarana cuspidifolia Jacarandá Preto Madeireiro Bignoniaceae Platymiscium floribundum Jacarandá Vermelho Madeireiro Bombacease Bombax malabarium Paineira Comercial Calesalpiniaceae Copaifera langsdorffii PauD`óleo, Copaíba Madeireiro Cecropiaceae Cecropia pachystachya Embaúba Formiga NI Clusiaceae Symphoni globulifera Pítia Madeireiro Dicksoniaceae Dicksonia sellowiana Coqueiro Xaxim Comercial Euphorbiaceage Croton urucurana Sangra D`água Medicinal Fabaceae Albizia niopoides Farinha Seca NI Guttiferae Clusia cruiva Cambess Orelha de Burro Madeireiro Leguminosae Styphnodendron adstringens Barbatimão Medicinal Lecitidaceae Lecythis pisonis Sapucaia NI Leguminosea Piptandenia gonoacantha Jacaré Madeireiro Malpighiaceae B. crassifólia Murici Comercial Poaceae Bambusa vulgaris vittata Bambu Açu Comercial Sapindaceae Maytaba eleagnoides Cambotá Madeireira NI = não identificado. O Pau D`óleo, ou Copaíba, (Copaifera langsdorffii) é utilizado pelos índios, da Amazônia e Peru, na cicatrização de feridas. Relatos da literatura mostram que o óleo extraído da árvore de copaíba (Copaifera langsdorffii) apresenta grande variedade de propriedades farmacológicas, como por exemplo, atividade antiinflamatória das vias superiores e inferiores e cicatrizantes (VEIGA JÚNIOR; PINTO, 2002). Além de ser utilizado na medicina popular o óleo-resina da copaíba possui potencial para outros usos, em especial no ramo industrial de tintas, vernizes e também como fixador de fragrância de perfumes (SAMPAIO, 2000). Um dos compostos secundários da pindaíba (Xylopia brasiliensis) é o óleo essencial cario-fileno (LANGENHEIM; FAIBERT, 1988) que é utilizado na medicina popular para o tratamento de diversas moléstias orgânicas.

Dentre as espécies catalogadas, nove podem ser utilizadas como madeiras de lei: Jacarandá Vermelho (Platymiscium floribundum), Jacarandá Preto (Jacarana cuspidifolia), Jacaré (Piptandenia gonoacantha), Pau de Serra (Anacardium occidentale), Pindaíba miúda (Xylopia brasiliensis), Cambotá (Maytaba eleagnoides), Pítia (Symphoni globulifera), Pau D`óleo (Copaifera langsdorffii) e Orelha de Burro (Clusia cruiva Cambess). Devido a qualidade e resistência de suas madeiras, estas espécies podem ser empregadas na construção civil, confecção de móveis de luxo, instrumentos musicais e artigos de decoração. Conclusão As 21 espécies arbóreas identificadas neste estudo são típicas de florestas de Mata Atlântica. Algumas espécies apresentam propriedades medicinais e comerciais, o que ressalta a necessidade da preservação da biodiversidade local e estudos para manutenção e uso sustentável desta riqueza vegetal. Referências COSTA, L. C. B. et al. Levantamento Preliminar das Espécies Vegetais com Potencial Econômico no Parque Municipal da Boa Esperança, Ilhéus, Bahia, Brasil. Acta Farm. Bonaerense, v. 25, n. 2, p. 184-191, 2006. Disponível em: <http://www.latamjpharm.org/trabajos/25/2/lajop_25_2_1_4_n66073px6p.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2010. BORGES FILHO, H. C.; FELFILI, J. M. Avaliação dos níveis de extrativismo da casca de barbatimão [Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville] no Distrito Federal, Brasil. Rev. Árvore, Viçosa, v. 27, n. 5, p. 735-745, set./out. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rarv/v27n5/a16v27n5.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2010. GENTRY AH, HERRERA-MACBRYDE O, HUBER O, NELSON BW, VILLAMIL CB. Regional overview: South America. In Center sof plant diversity. Aguide and strategy for their conservation (S.D. Davis, V.H. Heywood, O. Herrera-Macbryde, J. Villa-Lobos & A.C. Hamilton, eds.). IUCN Publications Unit, Cambridge, v. 3, p. 269-307, 1997. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbb/v23n3/a03v23n3.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2010. GENTRY, A. H. Tropical forest biodiversity: distributional patterns andtheirconservationalsignificance. Oikos, n. 63, p. 19-28, 1992. Disponível em: < http://www.jstor.org/pss/3545512>. Acesso em: 18 jun. 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cidades@, Brasília, 2009. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=313620>. Acesso em: 19 jun. 2010. LANGENHEIM, J. H.; FEIBERT, E. B. Leaf resin variationin Copaifera langsdorfii: relation to irradiance andherbivory. Phytochemistry, v. 27, n. 8, p. 2527-2532, 1988. Disponível em: < http://www.revistas.ufg.br/index.php/rbn/article/viewarticle/5625>. Acesso em: 20 jun. 2010. mês. ano.

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