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Famalicão. Processo nº 9441/15.8T8VNF Insolvência de Maria da Conceição Marques Pereira Moreira

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Comércio. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

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do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte

CONCLUSÃO =CLS= Proc.Nº 2952/17.2T8BRR. Insolvência pessoa singular (Apresentação)

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1/22 REQUERIMENTO REFª: Nome: Deolinda Ribas

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3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A REGISTO...

CONCLUSÃO

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RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

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Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

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Secção de Comércio. Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº

Local do Porto. J2 Processo nº 5134/14.1TBVNG Insolvência de Francisco Germano da Silva e Maria Olinda Correia Botelho da Silva

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na. Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

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do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte

RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

Conde. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

I Violação do dever de apresentação à insolvência (alínea d) do nº 1 do artigo

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na. Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA. (Elaborado nos termos do art.155º do C.I.R.E.)

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Barcelos. V/Referência: Data: Insolvência de António José Ferreira Martins e Cândida Maria Moreira da Costa

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Famalicão. J2 Processo 5536/14.3T8VNF Insolvência de Cristiana Lara Azevedo Gonçalves Pereira

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

de Famalicão Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL. Armando Jorge Macedo Teixeira foi, por sentença de 11 de janeiro de 2019, declarado em situação de Insolvência.

Transcrição:

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ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 4 2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES... 5 2.1. IDENTIFICAÇÃO DOS INSOLVENTES... 5 2.2. COMISSÃO DE CREDORES... 5 2.3. O ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA... 5 2.4. DATAS DO PROCESSO... 5 3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª... 6 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS... 6 3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DOS INSOLVENTES NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS 7 3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA... 7 4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA... 9 5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA... 10 6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES... 10 7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO... 12 7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES... 12 7.2. DAS BUSCAS REALIZADAS... 13 7.2.1. Autoridade Tributária e Aduaneira... 13 7.2.2. Instituto da Segurança Social... 14 7.2.3. Conservatória do Registo Predial... 14 7.2.4. Conservatória do Registo Automóvel... 14 7.2.5. Informação prestada pelos insolventes... 15 2 Capítulo: INTRODUÇÃO

7.3. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO... 15 7.4. DAS TRANSMISSÕES EFECTUADAS A FAVOR DE TERCEIROS NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS... 17 7.5. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA... 18 7.6. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE... 18 8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE)... 27 9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE)... 27 10. DOCUMENTOS... 27 Capítulo: INTRODUÇÃO 3

1. INTRODUÇÃO Os devedores José Joaquim das Neves Pereira e Antónia Maria Moreira Pereira apresentaram-se à insolvência, tendo sido proferida sentença em 26 de outubro de 2017. Nos termos do art.º 155.º do CIRE, o administrador da insolvência deve elaborar um relatório contendo: a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º 1 do artigo 24.º; b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos autos pelo devedor; c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência, e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários figuráveis; d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do mesmo; e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a tramitação ulterior do processo. Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores. Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem o administrador apresentar o seu relatório. O Administrador da insolvência Capítulo: INTRODUÇÃO 4

2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES 2.1. IDENTIFICAÇÃO DOS INSOLVENTES Nome José Joaquim das Neves Pereira NIF 128 627 727 e BI 68074751 Nome Antónia Maria Moreira Pereira NIF 170 941 639 e BI 7447735 Morada Rua António Correa de Sá, n.º 33, 1º Esquerdo, 2710-635 Várzea de Sintra Estado Civil Casados sob o regime de comunhão de adquiridos 2.2. COMISSÃO DE CREDORES Não nomeada 2.3. O ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA Nuno Albuquerque NIF/NIPC: 188049924 Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 4710-358 Braga Telef: 253 609310 253 609330 917049565-962678733 E-mail: nunoalbuquerque@nadv.pt Site para consulta: 2.4. DATAS DO PROCESSO Declaração de Insolvência: Data e hora da prolação: 26-10-2017 pelas 12h00m Publicado no portal Citius 31-10-2017 Fixado em 30 dias o prazo para reclamação de créditos. 5 Capítulo: IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES

3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS Dispõe a alínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor deve juntar, entre outros, documento em que se explicita a actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos últimos três anos e os estabelecimentos de que sejam titulares, bem como o que entenda serem as causas da situação em que se encontram. Os devedores procederam, de acordo com o disposto no nº 1 do artigo 24º do CIRE, à junção dos seguintes documentos: a) Relação de credores; b) Relação de acções e execuções pendentes; c) Relação de bens; d) Requerimento de injunção; e) Auto de penhora; f) Assentos de nascimento; g) Central de responsabilidade de crédito; h) Certificados de registo criminal; i) Recibo de renda; j) Recibo de vencimento. Capítulo: ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 6

3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DOS INSOLVENTES NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS O insolvente marido trabalha por conta de outrem como técnico administrativo na Camara Municipal de Sintra, onde aufere o vencimento líquido mensal de 611,99. A insolvente mulher é trabalhadora independente desde Fevereiro de 2016, como auxiliar de acção directa, e desempenha a sua actividade profissional na Casa de Repouso de Francisco Manuel das Neves Pereira, onde aufere o rendimento líquido mensal de 524,35. 3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da insolvência resultam da análise efectuada à informação colocada à disposição do Administrador de Insolvência (petição inicial e documentos fornecidos), bem como das diligências efectuadas por esta. Deste modo, indicam-se os motivos justificativos da actual situação de insolvência dos devedores: O agregado familiar é constituído pelos devedores e por um filho maior que se encontra desempregado; Vivem em casa arrendada pela qual pagam 325,00 a título de renda mensal; Capítulo: ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 7

Apesar dos insolventes trabalharem e auferirem rendimentos mensais, estes não se mostraram suficientes para solver todas as despesas do agregado familiar; Assim, e por forma a fazer face a essas despesas, os insolventes recorreram a diversos financiamentos bancários, nomeadamente junto da Cetelem e da Cofidis; No ano de 2008 recorreram a um crédito para aquisição de um veículo automóvel junto do Millennium BCP, tendo o mesmo sido resolvido por força do incumprimento; Para além dos créditos supra descritos, os devedores são ainda responsáveis, por se terem constituído fiadores, de dívidas contraídas pelo seu filho; Encontram-se pendentes contra os devedores os seguintes processos de execução: a) Processo n.º 2632/14.0T2SNT, a correr termos na Comarca de Lisboa Oeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 3, em que é exequente BBVA - Instituição Financeira de Crédito, S.A. ; b) Processo n.º 13535/15.1T8SNT, a correr termos na Comarca de Lisboa Oeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 2, em que é exequente Banco BNP Paribas Personal Finance, S.A.. A conjugação destes factores levou a que os Requerentes se vissem totalmente impossibilitados de cumprir com as suas obrigações. Capítulo: ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 8

4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve o Administrador da insolvência efectuar uma análise do estado da contabilidade dos devedores e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos por estes. Registe-se que estão dispensados de ter contabilidade organizada (podem ter contabilidade simplificada) os sujeitos passivos que no exercício da sua actividade não tenham ultrapassado o volume de vendas de 149.639,37 ou que os valores ilíquidos dos restantes rendimentos desta categoria não ultrapassem 99.759,58, enquadrando-se a insolvente mulher neste contexto. No que se refere as informações financeiras prestadas pelos devedores e que se encontram descritas em termos de activos e passivos, foram entregues as declarações de IRS dos anos de 2014, 2015 e 2016, das quais resulta, o seguinte: I R S Valores declarados 2014 2015 2016 Rendimento Cat. A/H 12.920,75 14.959,38 8.324,15 Rendimento Cat. B Vendas e 6.050,00 prestações de serviços Rendimentos prediais - - - Mais-valias alineação onerosa imóveis - - - Alienação onerosa de partes - - - 9 Capítulo: CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA

sociais Juros de retenção poupança - - - 5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA Tendo em conta o supra referido, designadamente, a circunstância de os insolventes não serem no momento comerciantes, apesar da insolvente mulher auferir rendimentos da categoria B (IRS) referentes à prestação de serviços como auxiliar de acção direta, não se referenciou qualquer empresa de que aqueles sejam titulares, não tendo, por isso, aplicabilidade o presente dispositivo. 6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES A assembleia de credores de apreciação do relatório delibera sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de Insolvência. Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem como escopo a liquidação do património de um devedor insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores. Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o património dos devedores à data da declaração de insolvência, Capítulo: PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA 10

bem como os bens e direitos que ela adquira na pendência do processo. Como referem Carvalho Fernandes e João Labareda [ 1 ], da conjugação dos n.ºs 1 e 2 do art. 46.º resulta que, em rigor, a massa não abrange a totalidade dos bens do devedor susceptíveis de avaliação pecuniária, mas tão só os que forem penhoráveis e não excluídos por disposição especial em contrário, acrescidos dos que, não sendo embora penhoráveis, sejam voluntariamente oferecidos pelo devedor, quanto a impenhorabilidade não seja absoluta. São absolutamente impenhoráveis os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica que se encontrem na residência permanente do executado ( ). Assim, não se procedeu à apreensão dos bens móveis existentes na residência dos devedores por se tratar de bens imprescindíveis à respectiva economia doméstica. O signatário encetou diligências no sentido de averiguar a existência de bens no património dos insolventes, nomeadamente junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e Repartição de Finanças, não tendo sido localizados quaisquer bens. Desta forma, por ora, o cenário possível que se apresenta para os credores é no sentido da liquidação do activo. Assim, considerando que: Capítulo: Cenários POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES 1 Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, 4.ª ed., p. 236-237. 11

1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de valores activos face ao Passivo acumulado; 2. Os bens apreendidos a favor da massa são provavelmente de valor inferior às dívidas contraídas; 3. Não havendo Plano de Pagamentos; o Administrador da Insolvência propõe que se delibere no sentido do encerramento por insuficiência de bens da massa insolvente. 7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES Nas acções / execuções pendentes contra o insolvente não se discute qualquer questão cuja decisão que venha a ser proferida possa afectar a massa insolvente (no sentido de lhe acrescentar ou retirar bens ou valor), pelo que não se requer a apensação das mesmas. No que se reporta aos processos executivos o pedido de apensação apenas se justificará em caso de dificuldade de apreensão para a massa insolvente dos bens penhorados no âmbito desses processos, o que, até ao momento não se verifica, pelo que não se requer a apensação dos mesmos. Sem prejuízo, nos termos dos n.ºs 1 e 4 do art.º 88.º do CIRE, foi já dado conhecimento aos seguintes processos: a) Processo n.º 2632/14.0T2SNT, a correr termos na Comarca de Lisboa Oeste - Sintra - Juízo de Execução - 12

Juiz 3, em que é exequente BBVA - Instituição Financeira de Crédito, S.A. ; b) Processo n.º 13535/15.1T8SNT, a correr termos na Comarca de Lisboa Oeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 2, em que é exequente Banco BNP Paribas Personal Finance, S.A.. 7.2. DAS BUSCAS REALIZADAS O signatário encetou diligências no sentido de averiguar a existência de bens ou direitos no património dos insolventes, passíveis de serem apreendidos para a massa insolvente. Nas buscas em causa foram consultadas as entidades infra referidas. 7.2.1. Autoridade Tributária e Aduaneira A fim de solicitar a remessa de um print simples das dívidas registadas em nome da insolvente, foi remetida a esta entidade uma comunicação nos termos do n.º 1 do art. 181.º do CPPT. Até à elaboração do presente relatório não foi recepcionada qualquer resposta. Registe-se, contudo, que não foi apresentada, até à data da apresentação deste relatório, qualquer reclamação de créditos. 13

7.2.2. Instituto da Segurança Social Foi remetida a esta entidade comunicação nos termos do n.º 1 do art.º. 181.º do CPPT, a fim de solicitar a remessa de um print simples das dívidas registadas em nome da insolvente. Até à elaboração do presente relatório não foi recepcionada qualquer resposta. Registe-se, contudo, que não foi apresentada, até à data da apresentação deste relatório, qualquer reclamação de créditos. 7.2.3. Conservatória do Registo Predial Das buscas realizadas junto da Conservatória do Registo Predial resulta que os insolventes actualmente não são proprietários de quaisquer bens imóveis. 7.2.4. Conservatória do Registo Automóvel Das buscas realizadas junto da Conservatória do Registo Automóvel resulta que os insolventes actualmente não possuem quaisquer veículos automóveis. 14

7.2.5. Informação prestada pelos insolventes No que se refere à informação patrimonial prestada pelos devedores, os mesmos transmitiram, conforme consta da Petição Inicial, que não eram proprietários de quaisquer bens imóveis. Quanto ao veículo autom óvel de marca Opel, com matrícula 59-05-PG, referenciado na Petição Inicial, os mesmos transmitiram que o veículo nunca lhes pertenceu, tendo sido descrito por mero lapso cfr documento que se anexa e aqui se dá por reproduzido. 7.3. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante apreendido) ou não do vencimento dos insolventes pessoas singulares e, no caso de não apreensão, deverá constar, de forma sucinta, a justificação para a não apreensão. O vencimento deve ser apreendido com destino à satisfação dos credores dos insolventes, fazendo parte da massa insolvente que abrange todo o património do devedor e os bens e direitos que ele adquira na pendência do processo (art.º 46.º, n.º 1, do CIRE). Na execução singular (art. 824ºdo C.P.C.) determina-se que a impenhorabilidade estabelecida no n.º 1 do preceito (2/3 dos vencimentos, salários ou prestações de natureza semelhante auferidos pelo devedor e bem assim das prestações periódicas auferidas a título de aposentação ou qualquer outra regalia 15

social) tem como limite máximo o montante equivalente a três salários mínimos nacionais à data de cada apreensão e, como limite mínimo, quando o executado não tenha outro rendimento (e o crédito exequendo não seja de alimentos), o montante equivalente ao salário mínimo nacional. Na execução universal em que a insolvência se traduz, e no caso particular em que é requerida a exoneração do passivo restante, estabelece a lei o princípio de que todos os rendimentos que advenham ao devedor constituem rendimento disponível, a ser afecto às finalidades previstas no art. 241º do C.I.R.E. (cumprimento das obrigações do devedor), excluindo porém desse rendimento disponível e logo dessa afectação do património do devedor ao cumprimento das obrigações para com os seus credores o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e do seu agregado familiar, não devendo essa exclusão exceder, salvo decisão fundamentada do juiz em contrário, três vezes o salário mínimo nacional. Uma diferença entre os dois regimes é de realçar, desde logo o facto da norma do C.I.R.E. não mencionar qualquer limite mínimo objectivo, aludindo antes a um conceito indeterminado o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e seu agregado. Assim, considera-se adequado dever interpretar-se o art. 239º, nº 3, b), i) do C.I.R.E. no sentido de que a exclusão aí prevista tem como limite mínimo o que seja razoavelmente necessário para garantir e salvaguardar o sustento minimamente digno do devedor e seu agregado familiar. 16

Ora, verifica-se, in casu, que a insolvente mulher se encontra a trabalhar como trabalhadora independente na Casa de Repouso de Francisco Manuel das Neves Pereira, onde aufere o vencimento líquido mensal de 524,35 e o insolvente marido trabalha como administrativo na Câmara Municipal de Sintra, onde aufere o vencimento líquido mensal de 611,99. Face ao entendimento supra manifestado e ao valor dos rendimentos auferidos, considera-se não dever ser aprendido qualquer montante dos auferidos auferido, pois que o mesmo é imprescindível para o respectivo sustento condigno do agregado familiar. 7.4. DAS TRANSMISSÕES EFECTUADAS A FAVOR DE TERCEIROS NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS Das buscas efectuadas ao património do devedor nos últimos três anos, foi possível verificar que não foram efectuadas quaisquer transmissões. Quanto ao veículo autom óvel de marca Opel, com matrícula 59-05-PG, referenciado na Petição Inicial, os mesmos transmitiram que o veículo nunca lhes pertenceu, tendo sido descrito por mero lapso cfr documento que se anexa e aqui se dá por reproduzido. 17

7.5. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do incidente de qualificação da insolvência, na sentença que declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de qualificação, com carácter pleno ou limitado cfr. al. i) doa rt.º 36.º do CIRE. Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não declarou, desde logo, aberto aquele incidente. Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após a realização da assembleia de apreciação do relatório, o administrador da insolvência ou qualquer interessado deverá alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da qualificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas que devem ser afetadas por tal qualificação, cabendo ao juiz conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno, declarar aberto o incidente de qualificação da insolvência, nos 10 dias subsequentes. Para o efeito, regista-se, desde já a inexistência de indícios que fossem do conhecimento do administrador e passíveis de determinar a qualificação da insolvência como culposa. 7.6. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE Os insolventes vieram requerer a exoneração do passivo restante, nos termos do disposto no art.º 235. ess do CIRE. 18

Deve, nos termos do n.º 4 do art.º236.º do CIRE, o administrador da insolvência pronunciar-se sobre o requerimento. É possível delinear a seguinte factualidade com interesse para a emissão do presente parecer, face aos elementos documentais constantes do processo (petição inicial e informações prestadas pelos Requerentes, sentença que decretou a insolvência bem como a relação provisória de credores apresentada nos termos dos artºs 154.º e 155º CIRE): 1. Os insolventes são casados no regime de comunhão de adquiridos e o agregado familiar é constituído por estes e um filho maior que se encontra desempregado; 2. Vivem em casa arrendada pela qual pagam 325,00 a título de renda mensal; 3. O insolvente marido trabalha por conta de outrem como técnico administrativo na Câmara Municipal de Sintra, onde aufere o vencimento líquido mensal de 611,99. 4. A insolvente mulher é trabalhadora independente desde fevereiro de 2016, como auxiliar de acção direta, e desempenha a sua actividade na Casa de Repouso de Francisco Manuel das Neves Pereira, onde aufere o rendimento líquido mensal de 524,35. 5. Os seus credores e respectivos créditos são os seguintes: Credores Fundamento Montante Banco BNP Paribas Personal Fiance, S.A. Banco Comercial Português, S.A. Banco Comercial Português, S.A. Contratos de crédito n.s 42553508211200, 42553508219200 e 48026305501100 Contrato de mútuo com hipoteca e fiança n.º 1007430373 Contrato de mútuo ILS n.º 2498080782 Data Constituição Data Vencimento 11.233,51 02-04-2012 26-10-2017 99.358,04 05-06-2015 26-10-2017 3.902,01 01-02-2014 26-10-2017 19

Banco Comercial Português, S.A. Banco Comercial Português, S.A. Banco Primus, S.A. Cofidis, Sucursal em Portugal Livrança n.º 500873631071326855 Saldo descoberto na conta de DDA n.º 169001937 Proc..º3014/12,4T2SNT (Contrato de mútuo com fiança ) Contrato de crédito "Valor Top" 13.820,62 18-07-2012 26-10-2017 189,25 05-01-2016 26-10-2017 20.204,90 28-10-2011 26-10-2017 16.423,78 01-02-2014 26-10-2017 6. Encontram-se pendentes contra os devedores os seguintes processos de execução: a. Processo n.º 2632/14.0T2SNT, a correr termos na Comarca de Lisboa Oeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 3, em que é exequente BBVA - Instituição Financeira de Crédito, S.A. ; b. Processo n.º 13535/15.1T8SNT, a correr termos na Comarca de Lisboa Oeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 2, em que é exequente Banco BNP Paribas Personal Finance, S.A.. 7. Os requerentes, de acordo com a informação constante das certidões do registo de nascimento, nunca foram declarados insolventes nem nunca beneficiaram anteriormente de exoneração do passivo restante. 8. Os requerentes, de acordo com as informações constantes da certidão de registo criminal, não foram condenados por sentença transitada em julgado por algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a esta data. 20

9. Os insolventes apresentaram-se à insolvência em 19 de setembro de 2017, a qual foi decretada por sentença proferida em 26 do mês seguinte. *-* Isto dito: Dispõe o disposto no art.º 235º do CIRE, que se o devedor for uma pessoa singular, pode ser-lhe concedida a exoneração dos créditos sobre a insolvência que não forem integralmente pagos no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores no encerramento deste. Os critérios de aplicação deste instituto estão previstos nos art.ºs 237.ºsegs. do CIRE. Não sendo aprovado e homologado na assembleia de apreciação do relatório qualquer plano de insolvência, cumprir-se-á dessa forma o requisito da alínea c) do art.º 237.º. Quanto aos requisitos estabelecidos no art.º 238º (aplicáveis por força do art.º 237º., alínea a) do CIRE), o pedido foi deduzido conjuntamente com a apresentação à insolvência, pelo que nos termos do art.º 236, n.º 1, ele mostra-se tempestivo. Nada consta nos autos ou foi apurado pelo administrador de insolvência quanto a terem os devedores fornecido informações falsas a que se refere a alínea b) ou ter beneficiado anteriormente desta exoneração do passivo restante (alínea c)). A aplicação do disposto na alínea d) do nº 1 do artigo 238.º do CIRE pressupõe a verificação de uma das seguintes situações: o devedor não cumprir o dever de apresentação à insolvência, com prejuízo para os credores, 21

ou se não existir esse dever, se se tiver abstido dessa apresentação nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência, com prejuízo para os credores e sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica. Estando em apreciação um pedido que foi formulado por pessoa singular, não está o insolvente obrigado a apresentar-se à insolvência no prazo estabelecido no art. 18, nº 1 do CIRE, tal como flui do nº 2 deste mesmo preceito, pelo que não se cuida de verificar a verificação em concreto da parte inicial da alínea d). No que se reporta aos demais requisitos desta alínea d), de preenchimento cumulativo, são os seguintes: que devedor/requerente não se apresente à insolvência nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência; que desse atraso resulte um prejuízo para os credores; que o devedor soubesse, ou pelo menos não pudesse ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica. Carvalho Fernandes e João Labareda sobre esta matéria escrevem que para além da não apresentação à insolvência, a relevância deste comportamento do devedor, para efeito de indeferimento liminar, depende ainda, em qualquer destas hipóteses, de haver prejuízo para os credores e de o devedor saber ou não poder ignorar, sem culpa grave, que não existe «qualquer perspectiva séria da melhoria da sua situação económica». 22

Está aqui em causa apurar se a não apresentação dos devedores à insolvência se pode justificar por eles estarem razoavelmente convictos de a sua situação económica poder melhorar em termos de não se tornar necessária a declaração de insolvência [ ] Ora, o conceito de prejuízo pressuposto na alínea d) do nº 1 do artigo 238 do CIRE consiste num prejuízo diverso do simples vencimento dos juros, que são consequência normal do incumprimento gerador da insolvência, tratando-se assim dum prejuízo de outra ordem, projectado na esfera jurídica do credor em consequência da inércia do insolvente (consistindo, por exemplo, no abandono, degradação ou dissipação de bens no período que dispunha para se apresentar à insolvência). Entende-se que o simples acumular do montante de juros não integra o conceito de prejuízo a que se refere o art. 238, nº 1, al. d) do CIRE. [ ]. Com efeito, a mora resultante do atraso no pagamento, em abstracto, contribui sempre para o avolumar da dívida, designadamente em virtude dos juros que lhe estão associados, em especial quando estamos perante dívidas a instituições financeiras. Ora, sendo a insolvência uma situação de impossibilidade de cumprimento de obrigações vencidas (cfr. art. 3, nº 1 do CIRE), lógica é a constatação de que estas vencem juros (cfr. arts. 804 e segs. do Cód. Civil), o que se traduz no aumento quantitativo do passivo do devedor. Não pode, pois, considerar-se que o conceito normativo de prejuízo previsto na alínea d) do nº 1 do art. 238 do CIRE inclua no 23

seu âmbito o típico, normal e necessário aumento do passivo em decorrência do vencimento dos juros incidentes sobre o crédito de capital, sob pena de se estar a esvaziar de sentido útil a referência legal a tal requisito (prejuízo de credores). É que se tivesse sido essa a finalidade da lei, bastaria ter estabelecido o indeferimento liminar do pedido de exoneração do passivo restante quando o devedor se abstivesse de se apresentar à insolvência no período de seis meses posterior à verificação dessa situação. Terá, assim, que se entender que o simples decurso do tempo (seis meses após a verificação da situação de insolvência) não é suficiente para se poder considerar preenchido o requisito aqui em análise, uma vez que tal representaria, estar a valorizar-se um prejuízo que sempre estaria ínsito nesse decurso e que seria comum a todas as situações de insolvência, o que não se mostra compatível com o estabelecimento do prejuízo dos credores como requisito autónomo do indeferimento liminar do incidente. Tratando-se o prejuízo dos credores de um requisito autónomo deste indeferimento liminar, acrescerá o mesmo aos demais requisitos, surgindo, por isso, como um pressuposto adicional, que traz exigências distintas das pressupostas pelos outros, não podendo considerar-se preenchido por circunstâncias que já estão contidas num desses outros requisitos. Neste contexto, terá que se dar ênfase particular à conduta dos devedores, devendo apurar-se se estes se pautaram pela licitude, honestidade, transparência e boa-fé, no que respeita à sua situação económica, só se justificando o indeferimento liminar caso se conclua pela negativa. 24

Ao estabelecer, como pressuposto do indeferimento liminar do pedido de exoneração, que a apresentação extemporânea do devedor à insolvência haja causado prejuízo aos credores, a lei visa os comportamentos que façam diminuir o acervo patrimonial do devedor, que onerem o seu património ou mesmo aqueles que originem novos débitos, a acrescer aos que integravam o passivo que estava já impossibilitado de satisfazer. São estes comportamentos desconformes ao proceder honesto, lícito, transparente e de boa-fé, os quais, a verificarem-se na conduta do devedor, impedem que a este seja reconhecida a possibilidade, preenchidos os demais requisitos do preceito, de se libertar de algumas das suas dívidas, para dessa forma lograr a sua reabilitação económica. Como tal, o que se sanciona são os comportamentos que impossibilitem, dificultem ou diminuam a possibilidade de os credores obterem a satisfação dos seus créditos, nos termos em que essa satisfação seria conseguida caso tais comportamentos não ocorressem. Face à matéria fáctica que atrás se considerou relevante, nada foi apurado no sentido que aponte para que os insolventes não tenham adoptado uma atitude de licitude, honestidade, transparência e boa-fé no que respeita à sua situação económica. Por outro lado, igualmente não foi trazido aos autos qualquer elemento que aponte no sentido da culpa dos devedores na criação ou agravamento da situação de insolvência está também preenchida a alínea e) do art.º 238.º. Não consta, ainda, que os devedores tivessem sido condenados por sentença transitada em julgado por algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos 25

10 anos anteriores à data da entrada em juízo do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a esta data alínea f) do n.º 1 do artº 238.º do CIRE. Por último, não resulta que os devedores tenham violado qualquer dos deveres de informação, apresentação ou colaboração previstos no CIRE alíneas i) e g) do artº 238.º Os pressupostos formais previstos no CIRE estão preenchidos e não há elementos que levem o signatário a emitir parecer que pudesse concluir pelo indeferimento do pedido. Assim sendo, tendo em conta que nada há que aponte no sentido de ter mantido uma conduta contrária ao Direito, emite-se parecer no sentido que deve ser concedido aos insolventes a possibilidade de após o período de cinco anos previsto no artº. 239, n.º 2 do CIRE, se exonerar dos compromissos que até então não lhes seja possível saldar. 26

8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) A. BENS: Não foram localizados quaisquer bens na esfera patrimonial dos insolventes. B. RENDIMENTOS: O insolvente marido trabalha na Camara Municipal de Sintra, onde aufere o vencimento líquido mensal de 611,99. A insolvente mulher é trabalhadora independente e desempenha a sua actividade na Casa de Repouso de Francisco Manuel das Neves Pereira, onde aufere o rendimento líquido mensal de 524,35. 9. RELAÇÃO provisória de credores (ART. 154º CIRE) Em anexo 10. DOCUMENTOS Junta-se: a) Doc 1 informação da Conservatória do Registo Automóvel. Capítulo: INVENTÁRIO (Art.s 153.º e 155º CIRE) 27