PROGRAMA DE COLETA SELETIVA EM CONDOMÍNIO RESIDENCIAL NO MUNICÍPIO DE NATAL-RN

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Transcrição:

PROGRAMA DE COLETA SELETIVA EM CONDOMÍNIO RESIDENCIAL NO MUNICÍPIO DE NATAL-RN Gabriela Thaise de Medeiros França; Anselmo Francisco da Silva; Kézia Menezes de Aguiar; Thalita Wartuza Pinto Nunes; Giovana Cristina Santos de Medeiros Apresentação: Pôster Introdução No Brasil, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos a geração total de resíduos sólidos urbanos (RSU) em 2014 foi de aproximadamente 78,6 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 2,9% de um ano para outro, índice superior à taxa de crescimento populacional no país. Dentre os vários problemas ambientais e sociais criados pelo modelo de produção capitalista, um dos maiores relaciona-se com essa grande produção de resíduos sólidos aliada ao mau gerenciamento desses materiais. Um dos impactos ambientais negativos ocasionados pela disposição inadequada dos resíduos sólidos gerados, diz respeito à contaminação do ar, do solo e das águas superficiais e subterrâneas (TEIXEIRA et al., 2012). A implantação da coleta seletiva em condomínios e edifícios residenciais se faz necessário, tendo em vista a grande quantidade de resíduos gerados que podem ser reutilizados ou reciclados. Além disso, a coleta seletiva contribui para a gestão dos resíduos, dando um destino ambientalmente adequado, e também favorece a criação de emprego e renda, sobretudo para a inclusão social dos catadores, por meio de cooperativas e associações. Assim, o objetivo deste trabalho é propor a implantação do Programa de Coleta Seletiva no Condomínio Sun Set, fornecendo ao condomínio conhecimento e suporte necessários para a implantação da coleta seletiva, despertando o interesse dos condôminos por meio de processos educativos e conscientizando sobre a importância que o tratamento dos resíduos sólidos exerce no dia a dia de todas as pessoas, principalmente no ambiente urbano. Fundamentação Teórica A fim de melhorar a gestão dos resíduos, a instauração da Lei nº 12.305 em 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e que contém princípios e instrumentos importantes, bem como diretrizes relativas ao gerenciamento de resíduos sólidos no País, representou um avanço no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.

No capítulo dois (art. 7º, II) da PNRS é estabelecido como um dos objetivos da política, um processo hierárquico com relação à questão dos resíduos sólidos que deve seguir a seguinte ordem: não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (BRASIL, 2010). A PNRS trouxe a tona ainda, o conceito de responsabilidade compartilhada, atribuindo a responsabilidade pelos resíduos a toda a coletividade, visto que, de alguma forma, todos são geradores de resíduos, devendo assim, realizar ações que minimizem os impactos à saúde humana e à qualidade ambiental, oriundos do mau gerenciamento dos RSU (VERAS, 2015). Em escala local, em 2011 foi sancionada e aprovada a Lei Municipal nº 6.227 na cidade de Natal - RN, a qual estabelece a obrigatoriedade de condomínios e edifícios residenciais com mais de dez unidades habitacionais a manterem em suas dependências recipientes destinados à separação de resíduo orgânico e inorgânico, e dá outras providências. A lei entende que a coleta seletiva dos resíduos é aquela em que os materiais descartáveis obedecem a uma classificação de acordo com sua natureza física e origem em relação a seres vivos. Assim, os resíduos devem ser separados em resíduos orgânicos (é composto de materiais originados de organismos vivos) e inorgânicos (é composto de materiais de produtos manufaturados). Esta lei prevê a doação integral do material coletado para associações e cooperativas de catadores de lixo e, na falta destas, para instituições congêneres cadastradas nos órgãos municipais competentes. O grande problema envolvendo a lei em pauta, diz respeito a sua não regulamentação, fazendo com que ela não tenha entrado efetivamente em vigor. Assim, os condomínios que optem por aderir à lei, o farão principalmente pelo apelo ambiental, não tendo nenhuma obrigatoriedade em seguir o disposto na legislação. Porém, tendo em vista que um número cada vez maior de pessoas está migrando para condomínios residenciais, devido tanto aos incentivos que o Governo Federal lançou em 2009, com o programa Minha Casa Minha Vida, quanto pela segurança existente nesses espaços e ainda por se tratar de locais onde reside uma quantidade significativa de pessoas, é cada vez mais necessário programas de gerenciamento dos resíduos sólidos gerados nesses ambientes. Isso porque se não tratados adequadamente, podem causar grandes transtornos para os moradores, sem contar nos impactos que poderão ser gerados no meio ambiente. Fehr; Castro; Calçado (2000) falam que existem diversas tecnologias de tratamento, as quais eles consideram como melhores opções para eliminação dos resíduos, como por exemplo: compostagem, coleta seletiva, incineração, digestão anaeróbica ou separação pós-coleta, que podem auxiliar no processo destinação dos resíduos sólidos. Isso porque, por alguns não serem considerados como rejeitos, ainda podem passar por técnicas de reciclagem e tratamento.

Nesse contexto, propostas de gerenciamento adequado dos resíduos sólidos em um condomínio, junto aos moradores, trabalhadores internos e responsáveis pela administração do local, são ferramentas de suma importância, pois possibilitam a propagação do conhecimento e promoção dos princípios da sustentabilidade. Metodologia A construção desta proposta se deu inicialmente por meio da pesquisa exploratória, documental e descritiva. Foi realizado o diagnóstico em um condomínio residencial no bairro de Ponta Negra, na cidade de Natal no Estado do Rio Grande do Norte. Para isso foi feito o levantamento das características físicas do condomínio, as condições socioeconômicas e, sobretudo, a condição ambiental. Buscou-se também fazer uma descrição detalhada das condições em que se encontra o condomínio Sun Set quanto à gestão de resíduos sólidos domiciliares. Resultados e Discussões O condomínio dispõe de 304 apartamentos dispostos em 4 torres com 19 andares cada e 4 apartamentos por andar. Considerando uma média de 3 habitantes por apartamento e uma produção de resíduo per capita de 0,8 kg/hab/dia (SEMARH, 2012), tem-se uma produção total de resíduos de aproximadamente 730 kg/dia em todo condomínio. Quanto ao número de funcionários, o condomínio possui 4 auxiliares de serviços gerais (ASG), 4 porteiros, 1 administrador e 1 jardineiro. Há uma quantidade razoável de lixeiras no interior do condomínio, as quais se localizam perto da piscina e das churrasqueiras, nos corredores, no salão de jogos, na academia, nos vestiários e na copa. Nas torres, há uma lixeira em cada andar e uma na área externa. Quanto ao sistema de abertura, há lixeiras com tampa basculante e com tampa de retirada manual, com abertura frontal. As lixeiras com tampa de acionamento por pedal estão dispostas de forma correta nos banheiros. Verificou-se que algumas lixeiras estão mal posicionadas ou de tamanho inadequado. Não há identificação em relação para qual tipo de resíduo, favorecendo o descarte sem qualquer segregação, por estarem quase sempre isoladas e sem identificação. Quanto à rotina de coleta, o resíduo é acondicionado pelo morador em uma lixeira com saco preto, que fica na escada de incêndio e o ASG faz a coleta 2 vezes por dia ou de acordo com a demanda, encaminhando-os até a casa de lixo por um container de rodas. Na casa de lixo, os sacos ficam dispostos no chão, uma vez que não há dispositivo para o armazenamento do resíduo. A coleta externa é feita pela empresa pública nas terças, quintas e sábados no horário noturno. O funcionário leva os resíduos para fora nesses dias no final da tarde e o deposita no chão da calçada. Foi informado que a casa de lixo não é utilizada de forma correta por motivo de segurança.

Diante do diagnóstico referente à geração e gestão dos resíduos sólidos do condomínio apresentado anteriormente, verificou-se a existência de situações inadequadas que precisam de adequações e melhorias (Tabela 1). Destaca-se a seguir os principais pontos negativos observados e suas proposições de solução. Tabela 1: Principais pontos negativos observados e suas proposições de solução. Fonte: Própria PONTOS NEGATIVOS Ausência de hábitos de segregação dos resíduos segregação. PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS Implementação de programa de educação ambiental para sensibilizar moradores, funcionários e demais envolvidos com relação à importância do conhecimento sobre os tipos de resíduos sólidos e sua adequada Ausência de coletores de Utilização de coletores de resíduos padronizados em relação ao tipo resíduos padronizados para de material, dimensões e diferenciação de cores e símbolos de coleta seletiva acordo com o resíduo descartado e acondicionado (coleta seletiva). Utilização de sacos Utilização de sacos coletores coloridos nos acondicionadores de acondicionadores pretos acordo com os coletores. Utilização inadequada de Adequação da casa de lixo para o armazenamento temporário dos casa de lixo para guarda de resíduos dentro de bombonas com fechamento automático para evitar a materiais de limpeza entrada de vetores e animais de pequeno porte. Destinação de todos os Formação de parceria com empresas de coleta seletiva de materiais resíduos para o aterro recicláveis para que estes possuam tratamento adequado e que apenas os sanitário rejeitos sejam encaminhados para o aterro sanitário. Ressalta-se que no processo de execução do programa de coleta seletiva, as tomadas de decisões devem vir do administrador local, junto com os demais moradores e funcionários do condomínio. Assim, após a formação de um ecotime, todos os envolvidos diretamente com o programa deverão ser incentivados a participar do processo de mudanças de postura e comportamento em relação aos resíduos sólidos gerados utilizando os equipamentos adequadamente. Conclusões A gestão de resíduos sólidos domiciliares não é tarefa fácil para os gestores, pois ela depende da interação de todos os envolvidos. O programa de coleta seletiva além de aumentar a vida útil dos aterros sanitários, proporciona melhor destinação dos resíduos sólidos recicláveis e uma adequação do condomínio quanto à execução correta da coleta seletiva. Dessa forma, percebeu-se a oportunidade de implantação de um programa de coleta seletiva voltado para o objeto de estudo, pois esta, através de ações de educação ambiental, colaboração de todos os envolvidos (condôminos, funcionários, síndicos e colaboradores e associações que recolhem os Resíduos Recicláveis), apresenta oportunidade de funcionamento eficaz.

Referências BRASIL. Lei n 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília-DF. DOU Diário Oficial da União, 2010. FEHR, M.; CASTRO, M. S. M. V.; CALÇADO, M. R. A practical solution to the problem of household waste management in Brazil. Resources, Conservation and Recycling, Shannon, v. 30, p. 245-257, 2000. LEGIS WEB. Lei nº 6.227 de 25/03/2011. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=176121>. Acesso em: 25 de setembro de 2017. SEMARH. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Rio Grande do Norte - PEGIRS/ RN. 2012. 158p. Disponível em: <http://adcon.rn.gov.br/acervo/semarh/doc/doc000000000020200.pdf>. Acesso em: 19 de setembro de 2017. TEIXEIRA, C. E.; MORAES, S.L.; MOTTA, F. G.; SHIBATA, A. P. Concepção de um Sistema de Gestão de Resíduos de Laboratório: Estudo de Caso de um Instituto de Pesquisa. S & G. Sistemas & Gestão, v. 7, p. 554-568, 2012. VERAS, M. A. Levantamento de dados para implantação de um programa de coleta seletiva no condomínio residencial campos do cerrado, em Parnamirim/RN. 2015. 72 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Natal, 2015.