Reutilização de materiais na construção de recursos didáticos de zoologia



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Transcrição:

Reutilização de materiais na construção de recursos didáticos de zoologia Patrícia Mariana Vasco de Góz, Ábina Profiro de Oliveira, Rafael Ferreira da Silva, Maria Aparecida Oliveira de Melo, Jonathan Franco de Melo. INTRODUÇÃO A relação entre meio ambiente e educação assume um papel cada vez mais desafiador, sendo a atuação dos professores essencial para impulsionar as transformações de uma educação que assume um compromisso com a formação de valores de sustentabilidade, como parte de um processo coletivo (JACOBI, 2003). A questão ambiental está presente no cotidiano do alunado, podendo-se fazer interações do assunto com o conteúdo trabalhado normalmente nas disciplinas, pois se trata de um tema transversal que atinge todas as áreas de conhecimento. Pensando nesse compromisso, muitas são as formas que o professor pode utilizar para contribuir com a construção do conhecimento do seu aluno, podendo destacar a utilização de recursos didáticos dentro do ensino de biologia, que segundo Silva et al. (2013) pode servir como ponte entre o cotidiano e o aprendizado do aluno, possibilitando um maior aprimoramento de saberes, considerando a importância da Biologia para compreensão da vida. Para Freitas et al. (2007) deve-se procurar desenvolver tais recursos com material de baixo custo e ecologicamente viável. Muitas são às áreas que podemos aplicar esses recursos didáticos, podendo destacar a Zoologia, que assume um grande papel, à medida que trata de todos os animais, e apresenta termos de difícil assimilação pelos alunos. É também difícil para o professor ministrar aulas práticas, uma vez que há uma grande defasagem de materiais biológicos e principalmente de laboratórios de Ciências/Biologia nas escolas. OBJETIVO O presente trabalho teve como objetivo a construção de recursos didáticos para o ensino de zoologia a partir da reutilização de materiais, de forma que os alunos além de aprenderem o conteúdo relacionado à ecologia e zoologia dos animais pudessem perceber também a importância da reutilização de materiais para o meio ambiente.

Partindo do princípio de enquadramento da questão ambiental como um tema transversal que atinge todas as áreas de conhecimento, e a carência de estrutura e materiais para aulas demonstrativas dentro do ensino de zoologia nas escolas. METODOLOGIA Durante as aulas foram abordados os conteúdos referentes à zoologia e logo após foi proposta uma atividade para construção conjunta de uma maquete utilizando materiais reutilizados. A atividade foi realizada na turma de 8º ano (7º série) do ensino fundamental, com cerca de 30 alunos da Escola Municipal Doutor Ivo Queiroz Costa em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Inicialmente construímos duas bases de isopor demonstrando o ambiente aquático, terrestre e o manguezal e levamos para sala de aula. Foi pedido que os alunos se dividissem em Três grupos (Fig. 1, 2 e 3), ficando cada grupo responsável pela confecção de dois animais do mesmo filo, sendo abordado apenas o filo Annelida (minhoca), Mollusca (bivalve), Arthropoda (caranguejo). Os materiais foram distribuídos igualmente entre cada equipe: 1 pincel, 1 cola branca, 1 tinta marrom ou laranja, 1 caixa de isopor, canudos, massa de biscuit, tesoura, garrafa pet, fita adesiva, fósforo, jornal, caixa de pizza e estile (de posse exclusiva dos Figura 1- Grupo confeccionando animal do Filo Arthropoda (caranguejo). Figura 1 - Grupo confeccionando animal do Filo Annelida (minhoca). monitores para evitar acidentes). Em seguida foi confeccionado junto com os alunos o papel machê utilizando jornal, cola e água. Figura 3 - Grupo confeccionando animal do filo Mollusca (bivalve). Durante a confecção das maquetes, foram respondidas as dúvidas dos alunos relacionadas ao assunto. Ao término propomos aos alunos que colocassem cada animal

no seu respectivo ambiente (mangue, mar, terra) e que os relacionasse ao seu hábitat, descrevendo características morfológicas e fisiológicas que permitissem ao animal habitar aquele ambiente. Questionamos sobre o modo como eles construíram o animal, mencionando o material foi utilizado e qual importância em reutilizar, relacionando com o cotidiano e trazendo exemplos de que outros materiais poderiam ser utilizados e que outros animais poderiam construir. Durante toda a intervenção os alunos foram avaliados segundo os critérios estabelecidos pela equipe: organização do grupo, como trabalharam em equipe, a qualidade do material construído e o menor uso de materiais não reutilizados. Também avaliamos a aceitação da atividade pelos alunos, observando a percepção e o envolvimento dos alunos. RESULTADOS Inicialmente os alunos ficaram um pouco desconfiados com o desafio da construção desses animais e principalmente pelo uso de materiais reutilizados, porém todos participaram de forma ativa da metodologia aplicada. Os alunos demonstraram curiosidade a cerca dos animais em questão e tiveram autonomia, dedicação e empenho na produção do que foi proposto, pois a competitividade entre os grupos levou-os a tentar reproduzir as estruturas com o maior nível de detalhes possível. A atividade proporcionou a melhora na aprendizagem do conteúdo abordado uma vez que dúvidas surgiram e foram explicadas da forma mais simples possível. Também obtivemos êxito na parte da sustentabilidade, uma vez que perceberam quantas coisas podemos fazer com esses materiais e a importância da reutilização dos mesmos para o meio. Alguns alunos afirmaram que construiriam outros animais e até objetos em suas casas, como forma de diversão e também de diminuição do lixo descartado. Quanto aos critérios que avaliamos tivemos falhas na divisão do trabalho em equipe, uma vez que a turma era grande e se distribuíram em grupos desiguais, devido à questão da proximidade. Paralelo a isso, obtivemos sucesso na organização do grupo, e na quantidade de materiais reutilizados. A aceitação da atividade pelos alunos foi perceptível e ao serem questionados se gostaram e se aprovariam fazer outras atividades do tipo, a turma inteira respondeu positivamente e questionaram quando isso seria feito novamente, pois tinha sido muito divertido. Como relatou alguns alunos: Aluno 1- Gostei muito da atividade e gostaria que vocês aparecessem mais vezes para desenvolver mais atividades como essa.

Aluno 2- Esse tipo de aula é bom demais, venha mais vezes professora. Observamos também que a atividade proporcionou aos alunos uma visão diferenciada de cada animal, pois, à medida que iam construindo-o puderam observar detalhes antes nunca observados como relatados abaixo. Aluno 1- Eu não sei o que é um caranguejo, eu nunca vi isso. Aluno 1- Se a concha da ostra é dura, porque dentro é mole? São os órgãos?. São pequenos detalhes que na teoria passam despercebidos, mas ao se manusear o animal, pode-se entender e observar toda a sua morfologia e estrutura. DISCUSSÃO Os alunos gostaram da forma como foi trabalhado o conteúdo, os mesmos afirmaram que preferem aulas que possam produzir algo, fugindo daquelas que abrangem apenas teorias. A atividade foi de fato muito significativa, pois eles conseguiram compreender e produzir o saber, pois segundo Filho et al. (2011) uma vez que somente quando o aluno vê significado no que está estudando é que isso se torna possível. Isso mostra o quanto é importante à disponibilidade e flexibilidade que um professor deve ter para com os alunos, tendo em vista uma aula mais dinâmica e participativa, onde os mesmos possam ser produtores, aflorando suas habilidades manuais e criativas. Os modelos didáticos são um dos recursos mais utilizados em aulas de biologia, para mostrar objetos em três dimensões. No entanto, eles podem apresentar várias limitações, como fazer os estudantes entenderem que os modelos são simplificações do objeto real ou fases de um processo dinâmico. Para diminuir essas limitações e envolver o aluno no processo de aprendizagem, é importante que eles façam os próprios modelos (Krasilchick, 2004 apud Justina & Ferla, 2006). Ao utilizar maquetes em aulas os alunos puderam entrar em contato com a forma e funcionalidade das estruturas de um organismo, no caso espécimes dos Filos estudados. Ao aplicar as maquetes os professores desenvolvem aulas construtivistas, conforme o diferenciado por Brooks e Brooks (1997) onde as classes construtivistas são locais onde as perguntas dos alunos são muito valorizadas e eles trabalham em grupo; a ênfase é nos grandes conceitos; as atividades devem se basear na manipulação e no contato com fontes primárias de dados. Imaginamos, em Ciências, que as fontes

primárias de dados a que esses autores se referem poderiam ser entendidas como atividades em que o aluno manuseia mapas, observam e manipulam animais e plantas vivos ou conservados, coleta amostras, sai ao campo, realiza experimentos. Nesse aspecto as maquetes são bem empregadas. Os recursos permitem ao aluno a formação de imagens mentais mais próximas das estruturas (Freitas et al., 2007), fazendo um conectivo entre a teoria e a prática, principalmente quando se leva em conta a realidade cotidiana dos alunos, (no desenvolver da atividade, houve alunos que disseram: Eu não sei o que é um caranguejo, eu nunca vi isso servindo como reforço a tese da utilização de recursos didáticos dentro do ensino de zoologia. Isso mostra a relevância de inserir na sala de aula as práticas que levam a criação e produção de animais que para muitos podem ser conhecidos, mas para outros nunca tiveram acesso, identificando características morfológicas que relacionam o animal com sua classificação taxonômica. Freitas et al. (2007) ainda afirmam que a utilização de material reutilizável, de baixo custo e ecologicamente viável, leva a adoção de uma boa postura perante a luta contra a degradação ambiental. CONSIDERAÇÕES FINAIS Sendo assim, concluímos que é possível construir recursos aplicados à Zoologia, que tenham um baixo custo, boa qualidade e que contribua para o aprendizado e diversão do aluno, assim como a formação de um cidadão consciente, crítico, criativo e acima de tudo preocupado com o meio em que vive. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BROOKS. J.G. e BROOKS, M.G. Construtivismo em sala de aula. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. FILHO. F. de S. L.; CUNHA. F. P.; CARVALHO. F. da S.; SOARES. M. de F. C. A importância do uso de recursos didáticos alternativos no ensino de química: uma abordagem sobre novas metodologias. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12; 2011. FREITAS. L.A.M.; BARROSO, H.F.D.; RODRIGUES, H.G.; AVERSI-FERREIRA, T.A. Construção de modelos embriológicos com material reciclável para uso didático. Biosci. J., v. 24, n. 1, p. 91-97, 2008.

JACOBI. P. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118, março/ 2003. JUSTINA. L.A. D; FERLA. M.R. A utilização de modelos didáticos no ensino de Genética - exemplo de representação de compactação do DNA eucarioto. Arq Mudi. 2006. SILVA. L.O; SANTOS. O.K. C; APOLINÁRIO. M.O. Produção de Material Didático Pedagógico para o ensino da Ictiologia na E.E.E.F.M. José Vitorino de Medeiros, Sossego- PB, V ENCONTRO REGIONAL DE ENSINO DE BIOLOGIA DO NORDESTE, Anais... Rio Grande do Norte 2013.