DIGESTIBILIDADE IN VITRO DE DIETAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE UREIA EXTRUSADA PARA BOVINOS DE CORTE CONFINADOS

Documentos relacionados
BALANÇO DE NITROGÊNIO DE BOVINOS DE CORTE ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO DIFERENTES NÍVEIS DE UREIA EXTRUSADA

SUPLEMENTO PROTEICO ENERGÉTICO PARA OVINOS CONSUMINDO FORRAGEM DE BAIXA QUALIDADE: DIGESTIBILIDADE

NÍVEIS DE SUBSTITUIÇÃO DO MILHO PELA PALMA FORRAGEIRA PARA NOVILHOS CONFINADOS: CONSUMO DE MATÉRIA SECA E FIBRA EM DETERGENTE NEUTRO

CONSUMO DE NUTRIENTES E DESEMPENHO PRODUTIVO EM CORDEIROS ALIMENTADOS COM DIFERENTES FONTES E PROPORÇÃO DE VOLUMOSOS

SUPLEMENTO PROTEICO ENERGÉTICO A BASE DE MILHO OU CASCA DE SOJA PARA OVINOS CONSUMINDO FORRAGEM DE BAIXA QUALIDADE

Producote Feed O que é? Como devo fornecer o Producote Feed? Producote Feed Por que utilizar Ureia (NNP) na dieta?

NÍVEIS DIETÉTICOS DE PROTEÍNA BRUTA SOBRE A DIGESTIBILIDADE DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM TROPICAL

DEGRADABILIDADE IN VITRU DE CONCENTRADOS CONTENDO INCLUSÃO DO FARELO DO MESOCARPO DO BABAÇU EM DIETAS A BASE DE GRÃO DE MILHETO MOÍDO PARA BOVINOS

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Uso da amiréia na alimentação de ruminantes: Revisão de literatura

SUPLEMENTO PROTEICO ENERGÉTICO PARA OVINOS CONSUMINDO FORRAGEM DE BAIXA QUALIDADE

DIGESTIBILIDADE APARENTE DE DIETAS CONTENDO ÓLEO DE FRITURA RESIDUAL COM DIFERENTES RELAÇÕES VOLUMOSO:CONCENTRADO PARA OVINOS

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA SILAGEM DE CAPIM-ELEFANTE CONTENDO FARELO DA VAGEM DE FAVEIRA E UREIA

CONSUMO DE NUTRIENTES POR BOVINOS DE CORTE EM PASTEJO RECEBENDO SUPLEMENTOS PROTEICO-ENERGÉTICOS COM TANINOS E UREIA 1

FENO DE GUANDU NA ALIMENTAÇÃO DE CABRAS SAANEN EM LACTAÇÃO

CONSUMO DE NUTRIENTES EM OVINOS DE CORTE ALIMENTADOS COM FONTES PROTEICAS

DESEMPENHO DE CORDEIROS SUBMETIDOS A DIETAS CONTENDO GRÃO DE SOJA E CAROÇO DE ALGODÃO

Palavras-chave: aditivos naturais, forragem, ionóforos, parâmetros sanguíneos

AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE FERMENTAÇÃO RUMINAL EM CABRAS LACTANTES ALIMENTADAS COM FARELO DE ARROZ (GORDO) (ORYZA SATIVA L.)

COMPORTAMENTO INGESTIVO DE NOVILHOS CONFINADOS SOB EFEITO DE DOSES DE COMPLEXO ENZIMÁTICO EM DIETA DE ALTA DENSIDADE ENERGÉTICA

DESEMPENHO DE CORDEIROS MESTIÇOS TEXEL DE DIFERENTES CLASSES DE CONSUMO E GANHO RESIDUAL

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

FRACIONAMENTO DE PROTEÍNAS DO CONCENTRADO COM NÍVEIS CRESCENTES DE MILHETO EM SUBSTITUIÇÃO AO MILHO EM DIETAS DE OVINOS DE CORTE EM CONFINAMENTO

Avaliação do valor nutricional da silagem de genótipos de sorgo submetidos a diferentes idades de corte

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA PRODUÇÃO DE LEITE EM SISTEMAS PASTORIS

Batata doce na alimentação de ruminantes

UTILIZAÇÃO DE AMIRÉIAS (PRODUTO DA EXTRUSÃO AMIDO + URÉIA) COM DIFERENTES PROPORÇÕES DE URÉIA: 1

AVALIAÇÃO DE EFICÁCIA DA SALINOMICINA (SALIGRAN G120) PARA NOVILHOS

Cálculo de um. André Mendes Jorge Zootecnista. Departamento de Produção Animal. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia FMVZ Campus de Botucatu

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO GLICEROL PARA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS

DIGESTIBILIDADE IN VITRO DE DIETAS COM TORTA DE CRAMBE EM SUBSTITUIÇÃO AO FARELO DE SOJA

DEGRADABILIDADE IN SITU DA SILAGEM DE MILHO EM BOVINOS LEITEIROS SUPLEMENTADOS COM AMIRÉIAS CONTENDO DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE URÉIA

COEFICIENTE DE DIGESTIBILIDADE IN VITRO COM DOIS INÓCULOS EM RAÇÕES PARA OVINOS CONTENDO ADIÇÃO DE PIMENTA (CAPSICUM SPP.)

Degradação ruminal da matéria seca e de proteína bruta de volumosos para bovinos 1

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM URÉIA DE LIBERAÇÃO LENTA (OPTIGEN II) SOBRE A FUNÇÃO RUMINAL E ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL (ECC) DE VACAS LEITEIRAS

DESEMPENHO DE VACAS DE DESCARTE EM CONFINAMENTO ALIMENTADAS COM TORTA DE DENDÊ

INCLUSÃO DA CASCA DE SOJA NO CONCENTRADO DE CAVALOS ADULTOS: DIGESTIBILIDADE APARENTE DOS NUTRIENTES

Digestibilidade in vitro da Matéria Seca, Nitrogênio e Fibra em Detergente Ácido de Dietas Completas Contendo Farelo de Algodão, Uréia ou Amiréia

DIGESTIBILIDADE APARENTE EM DIETAS CONTENDO FONTES PROTEICAS ALTERNATIVAS PARA OVINOS DE CORTE

COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DE SUBPRODUTOS DO BIODIESEL

CUSTO DE PRODUÇÃO DE TOURINHOS NELORE ALIMENTADOS COM DIETAS À BASE DE FUBÁ OU MILHO DESINTEGRADO COM PALHA E SABUGO (MDPS) Introdução

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

USO DE PIMENTA (CAPSICUM SPP.) COMO ADITIVO NATURAL SOBRE GLICOSE SANGUÍNEA E CONSUMO DE ÁGUA EM OVINOS

Airon Aparecido Silva de Melo

Desempenho de novilhos Purunã x Canchim terminados com diferentes níveis de concentrado 1

CARACTERISTICAS DE VÍSCERAS E GORDURA ABDOMINAL DE FRANGOS DA LINHAGEM LABEL ROUGE ALIMENTADOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE URUCUM

EFEITO DA TORTA DE BABAÇU E DA SILAGEM DE ABACAXI SOBRE A PRODUÇÃO DE PROTEÍNA MICROBIANA EM OVINOS

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA EM SILAGENS DE SORGO TRATADAS COMO UREIA E SUBMETIDAS A EXPOSIÇÃO AERÓBICA

VIABILIDADE ECONÔMICA DA SUBSTITUIÇÃO DO CONCENTRADO TRADICIONAL PELO RESÍDUO DE PANIFICAÇÃO NA DIETA DE CABRAS EM LACTAÇÃO

PALMA NA ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS Airon Aparecido Silva de Melo. Zootecnista, D.Sc. Professor UFRPE - UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS

USO DA MACAÚBA NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

Desempenho de Novilhos Santa Gertrudis Confinados Submetidos a Dietas com Diferentes Fontes Protéicas e Silagem de Milho, com ou sem Inoculante 1

Classificação de Suplementos. Bruno Marson Zootecnista MSc.

NÍVEIS DE SUPLEMENTAÇÃO ENERGÉTICA PARA OVINOS CONSUMINDO FORRAGEM TROPICAL: DIGESTIBILIDADE DOS NUTRIENTES

Uso de amilase exógena na nutrição de vacas em lactação: melhorando a utilização de nutrientes e desempenho animal. Marcos Neves Pereira

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÓLEOS DE GIRASSOL E PEIXE NA FERMENTAÇÃO RUMINAL EM DIETAS DE ALTO CONCENTRADO EM OVELHAS

11 a 14 de dezembro de Campus de Palmas

DEGRADABILIDADE IN SITU DA MATÉRIA SECA, PROTEÍNA BRUTA E FIBRA EM DETERGENTE NEUTRO DE TRÊS HÍBRIDOS DE SORGO PARA CORTE/PASTEJO

PARÂMETROS RUMINAIS DE VACAS LEITEIRAS SOB PASTEJO SUPLEMENTADAS COM CO-PRODUTOS DA INDÚSTRIA DO BIODIESEL

FORMULAÇÃO DE RAÇÃO PARA BOVINOS DE CORTE. Marcia Helena M. R. Fernandes Jalme de S. Fernandes Junior

CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA E EXCREÇÃO DE URÉIA E CREATININA EM NOVILHOS, A PASTO, SUPLEMENTADOS COM FONTES DE NITROGÊNIO NÃO PROTEICO.

COMPORTAMENTO INGESTIVO DE BOVINOS MESTIÇOS NA FASE DE RECRIA SUBMETIDOS A DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE SUPLEMENTAÇÃO A PASTO¹

ECONOMICIDADE DA SUBSTITUIÇÃO MILHO PELO RESÍDUO ÚMIDO DA EXTRAÇÃO DE FÉCULA DE MANDIOCA NA TERMINAÇÃO DE TOURINHOS EM CONFINAMENTO

Nome dos autores: Rafael de Sousa Carneiro Rafael de Sousa Carneiro 1 ; Glauco Mora Ribeiro 2

RENDIMENTO DE CORTES COMERCIAIS DE CORDEIROS SUBMETIDOS A DIETAS COM GRÃOS DE OLEAGINOSAS

Quem vence é o que melhor se adapta

ADIÇÃO DE CAPSICUM SPP (PIMENTA) SOBRE O CONSUMO DE NUTRIENTES NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS

Degradabilidade Potencial dos Componentes da Parede Celular das Silagens de Seis Genótipos de Sorgo Ensilados no Estádio Leitoso.

Palavras chave: Comportamento Ingestivo; Estresse; Palma Forrageira.

CONSUMO E CUSTOS COM ALIMENTAÇÃO DE BEZERROS RECEBENDO NÍVEIS DE CASCA DE SOJA E MILHO GRÃO INTEIRO OU MOÍDO

META-ANÁLISE DOS EFEITOS DE DIETAS COM LIPÍDEOS E GLICERINA NO CONSUMO E DIGESTIBILIDADE DE BOVINOS DE CORTE EM PASTO OU CONFINAMENTO

SUBSTITUIÇÃO DO FARELO DE SOJA CONVENCIONAL POR FARELO DE SOJA PROTEGIDO (SOYPASS) SOBRE O DESEMPENHO DE VACAS LEITEIRAS EM CONFINAMENTO

COPRODUTO DA INDÚSTRIA PROCESSADORA DE CUPUAÇU EM SUPLEMENTOS PARA BOVINOS DE CORTE EM PASTEJO: CONSUMO¹

ESTUDO DA CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO RUMINAL DOS FENOS DE ALFAFA E DE TIFTON-85 E DA SILAGEM DE MILHO

NÍVEIS DE SUBSTITUIÇÃO DO MILHO PELA PALMA FORRAGEIRA PARA NOVILHOS EM CONFINAMENTO: COMPORTAMENTO INGESTIVO

VALOR NUTRICIONAL DE SILAGENS DE TEOSINTO COM ADIÇÃO DE FARELO DE TRIGO

EFEITO DA TORTA DE BABAÇU E DA SILAGEM DE RESÍDUO DE ABACAXI SOBRE A PRODUÇÃO DE AGV EM OVINOS

AVALIAÇÃO DOS INDICADORES SANGUÍNEOS DE NOVILHOS MANTIDOS EM PASTAGEM DE CAPIM MOMBAÇA SOB NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA

8º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC a 14 de agosto de 2014 Campinas, São Paulo

CARACTERÍSTICAS DE CARNE DE CORDEIROS CONFINADOS SUBMETIDOS A DIETAS CONTENDO OLEAGINOSAS NA TERMINAÇÃO

Níveis de Substituição da Silagem de Milho pela Silagem de Resíduos Industriais de Abacaxi sobre a Degradabilidade Ruminal em Bovinos de Corte 1

ASSOCIAÇÃO ENTRE ALTURA DO PASTO E NÍVEIS DE SUPLEMENTAÇÃO PARA BOVINOS DE CORTE NO PERÍODO DE TRANSIÇÃO ÁGUAS-SECA: DIGESTIBILIDADE

Introdução. Acta Scientiarum. Animal Sciences Maringá, v. 26, no. 4, p , 2004

DESEMPENHO DE OVELHAS SUBMETIDAS A NÍVEIS CRESCENTES DE TORTA DE CRAMBE EM SUBSTITUIÇÃO AO FARELO DE SOJA

EFEITOS DE ÓLEOS ESSENCIAIS E MONENSINA SOBRE O BALANÇO DE NITROGÊNIO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTEJO 1

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES FONTES DE NITROGÊNIO SOBRE A DIGESTIBILIDADE DE DIETAS COM CANA-DE-AÇÚCAR (SACCHARUM SPP)

7,2% SISTEMAS DE ENGORDA SUPLEMENTAÇÃO PARA BOVINOS DE CORTE. Valor nutritivo. Luis Fernando G. de Menezes Tiago Venturini. engorda.

DESEMPENHO DE TRÊS DIFERENTES LINHAGENS DE FRANGOS DE CRESCIMENTO LENTO NA FASE INICIAL

A utilização da silagem de Milho na alimentação de ruminantes. Aspetos nutricionais

PRODUÇÃO E COMPOSIÇÃO DO LEITE DE VACAS MANTIDAS EM PASTO DE CAPIM TANZÂNIA SUPLEMENTADAS COM DIFERENTES CO-PRODUTOS DO BIODIESEL

DEGRADAÇÃO RUMINAL DA MATÉRIA SECA E PROTEÍNA BRUTA DE SILAGENS DE CAPIM ELEFANTE COM ADIÇÃO DE VAGENS DE FAVEIRA

DESEMPENHO PARCIAL DE OVINOS ALIMENTADOS COM FENO DA PARTE AÉREA DA MANDIOCA EM SUBSTITUIÇÃO A SILAGEM DE MILHO

Suplementação de gordura para vacas leiteiras em pasto

O papel da suplementação na Pecuária Leiteira

Aditivos na dieta de bovinos de corte confinados. Vinícius Nunes de Gouvêa Supervisor de Inovação e Ciência Aplicada para Ruminantes - LATAM

Digestibilidade Aparente da Energia e da Fibra de Dietas para Ovinos Contendo Uréia, Amiréia ou Farelo de Algodão

PARÂMETROS FÍSICOS E FISIOLÓGICOS DE VACAS LEITEIRAS RECEBENDO DIFERENTES TIPOS DE TAMPONANTES

Palavras-chave: agroindústria, alimentos alternativos, codornas europeias, resíduo de fruta

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO INGESTIVO DE BEZERROS LEITEIROS ALIMENTADOS COM DIETAS ALTERNATIVAS

Transcrição:

DIGESTIBILIDADE IN VITRO DE DIETAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE UREIA EXTRUSADA PARA BOVINOS DE CORTE CONFINADOS Adriélli Dias BORGES 1 ; Gabriella Jorgetti de MORAES 1 ; Luís Carlos Vinhas ÍTAVO *1 ; Camila Celeste Brandão Ferreira ÍTAVO 1 ; Marcus Vinicius Garcia NIWA 1 ; Eduardo Souza LEAL 1 ; Débora Gabriela da MATA 1, Giovanna Manfre FORMIGONI 1 *autor para correspondência: luis.itavo@ufms.br 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil Abstract: The ruminal microorganisms have the ability to synthesize microbial protein from ammonia and carbon, with non-protein nitrogen (NPN) being a possible source of ammonia. Thus, the substitution of true protein sources by NPN could be a viable option for reduction in production costs, since it is more economical per kg of crude protein. The objective of this study was to evaluate the effects of increasing levels of extruded urea on the nitrogen balance of beef cattle. Four rumen cannulated crossbred steers with initial mean weight of 336±47 kg and final mean weight of 458±73 kg of body weight (BW) were distributed in 4x4 Latin square design. Four diets containing 50, 60, 70 and 80 g of extruded urea were evaluated for each 100 kg of BW. Whole-corn silage was used as roughage. The extruded urea was starea with protein equivalent of 200%. There was no significant effect (P>0.05) of the extruded urea level on the in vitro digestion of DM, CP, NDF and ADF, and presented mean values of 860.85; 914.42; 689.95 and 525.9 g kg -1 respectively. There was a quadratic effect of organic matter (P=0.0300). It is recommended to supply extruded urea in up to 80 g 100 kg -1 BW for beef cattle receiving balanced diets for 140 g kg -1 crude protein. Palavras-chave: amireia; consumo de nutriente; metabolismo de nitrogênio

Introdução Os microrganismos ruminais são capazes de produzir proteína microbiana a partir de amônia e esqueleto carbônico, sendo o nitrogênio não proteico (NNP) uma das possíveis fontes de amônia (Taylor-Edwards et al., 2009). Entre os principais ingredientes utilizados na alimentação de ruminantes visando o fornecimento NNP e amônia para os microrganismos ruminais, estão a ureia e a ureia extrusada com amido (Pires et al., 2004). A ureia extrusada com amido de milho apresenta uma fonte alternativa de NNP, com baixa solubilidade no rúmen e liberação lenta de amônia. Tais produtos apresentam vantagens por fornecer energia disponível aos microrganismos do rúmen, ao mesmo tempo em que a ureia é transformada (através da hidrólise) em amônia. Desta forma, favorecem os componentes essenciais para a síntese de proteína microbiana, produzindo misturas de melhor qualidade quando incorporados a dieta animal, uma vez que o processo de extrusão diminui os elevados teores de higroscopicidade encontrados na ureia. Segundo Miranda et al., (2015) a sincronização entre proteína e a energia podem aumentar síntese de proteína microbiana, consequentemente elevar as taxas de digestão e passagem, consumo de matéria seca e desempenho animal. A utilização de ureia extrusada tem seguido a mesma regra de 40 g de ureia 100 kg -1 PC. Por ser um alimento que apresenta liberação lenta de amônia, existe a demanda de conhecimento para avaliar se este pode ser incluído além do valor estipulado pela regra, sem que cause problemas metabólicos aos animais. Material e Métodos Este trabalho está aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais/CEUA/UFMS (Protocolo n 805/2016). Quatro novilhos cruzados, fistulados no rúmen, com peso médio inicial de 336±47 kg foram distribuídos em Quadrado Latino 4x4. O experimento foi dividido em 4 períodos experimentais com 10 dias de

adaptação e 4 dias de coletas de amostras. Os tratamentos experimentais foram quatro dietas isoproteicas (140 g kg -1 ) com proporção volumoso:concentrado de 40:60, para bovinos de corte cruzados com 350 kg de PC e ganho médio de 1,25 kg/dia. As dietas contiam 50, 60 70 e 80 g de ureia extrusada para cada 100 kg de PC, sendo considerado tratamento controle o de 50 g 100 kg -1 de PC. O volumoso utilizado foi a silagem de planta inteira de milho (Tabela 1). As amostras das dietas fornecidas foram submetidas as análises de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO) e proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA). Os coeficientes de digestibilidade in vitro dos nutrientes (MS, MO, PB, FDN e FDA) foram obtidos através da equação: DIV = ((g nutriente incubado (g nutriente residual g branco))/(g nutriente incubado)) x 1000. Os dados foram submetidos a análises de variância utilizando delineamento Quadrado Latino 4 x 4. As principais fontes de variação analisadas foram tratamento (dieta), período, a interação entre dieta e período. As médias foram comparadas pelo teste Tukey, em nível de 5% de significância. Tabela 1 Ingredientes das dietas experimentais Ureia extrusada (g 100 kg -1 PC) Ingrediente 50 60 70 80 Silagem de milho 400,0 400,0 400,0 400,0 Milho 488,9 503,2 517,5 531,9 Farelo de soja 73,6 55,4 37,2 19,0 Ureia extrusada (200%) a 19,5 23,4 27,3 31,2 Núcleo mineral b 18,0 18,0 18,0 18,0 Resultados e Discussão A inclusão de ureia extrusada na dieta para bovinos de corte confinados não alterou a qualidade das dietas, apesar da redução do farelo de soja, principal fonte protéica, 73,6 g kg -1 na dieta 50 g 100 kg -1 PC para 19,0 g kg -1 na dieta 80 g 100 kg -

1 PC. Não houve efeito (P>0,05) da inclusão de ureia extrusada sobre a digestibilidade in vitro da MS, PB, FDN e FDA (Tabela 1) das dietas com 400 g kg -1 de silagem de planta inteira de milho e 600 g kg -1 de concentrado, e apresentaram valores médios de 860,85; 914,42; 689,95 e 525,9 g kg -1 respectivamente. Ezequiel et al. (2001) avaliando a digestibilidade in vitro da MS, N e FDN de dietas contendo farelo de algodão (FA), ureia ou ureia extrusada, não encontraram diferença significativa (P>0,05) para DIVMS entre os tratamentos contendo FA (70,5%) ou amireia (69,8%), indicando que os compostos nitrogenados adicionados na dieta não afetaram a utilização de nutrientes, e que corrobora com os resultados apresentados neste estudo, com destaque ao elevado resultado da digestibilidade in vitro da proteína bruta (914,42 g kg -1 ) Tabela 2 Digestibilidade in vitro (g kg -1 ) de dietas contendo níveis crescentes de ureia extrusada Ureia extrusada (g 100 kg -1 PC) P EPM 50 60 70 80 Linear Quadrático Matéria seca 856.4 854.7 865.0 867.3 0.496 0.3240 0.8407 Matéria orgânica a 864.7 844.7 834.8 850.2 0.436 0.1364 0.0300 Proteína bruta 901.4 912.3 910.8 933.2 0.771 0.1617 0.7008 FDN 689.3 671.1 699.4 700.0 1.197 0.5663 0.6897 FDA 542.7 485.2 538.1 537.6 1.749 0.8032 0.4027 EPM = Erro padrão médio; PC = peso corporal; a ŶDIVMO = 124,580 1,20281*trat + 0,00884204*trat 2 (R 2 = 0,98); Houve efeito quadrático para a digestibilidade in vitro da matéria orgânica (P= 0,0300), onde a mínima estimada foi 68 g 100 kg -1 de ureia extrusada na dieta. Os maiores valores foram observados para os tratamentos 50 e 80 g 100 kg -1 de ureia extrusada na dieta. Há de se destacar que são escassos os trabalhos de pesquisa com a ureia extrusada com equivalente proteico de 200%.

Conclusão Níveis crescentes de ureia extrusada com equivalente proteico de 200% não causaram efeitos negativos sobre a digestibilidade in vitro. Recomenda-se o fornecimento de ureia extrusada com equivalente proteico de 200% em até 80 g 100 kg -1 PC para bovinos de corte recebendo dietas balanceadas para 140 g kg -1 de PB. Agradecimentos A CAPES e ao CNPq pelo auxilio com as bolsas de estudos, a Amireia Pajoara pela parceria no desenvolvimento deste projeto, ao Programa de Pósgraduação em Ciência Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia e ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Referências EZEQUIEL, J. M. B.; SOARES, W. V. B.; SEIXAS, J. R. C. 2001. Digestibilidade in vitro da matéria seca, nitrogênio, fibra em detergente ácido de dietas completas contendo farelo de algodão, ureia ou amireia. Revista Brasileira de Zootecnia 30(1):236-241. MERTENS, D. R. 2002. Gravimetric determination of amylase-treated neutral detergent fiber in feeds with refluxing in beaker or crucibles: collaborative study. Journal of AOAC International 85:1217-1240. MIRANDA, P. A. B.; FIALHO, M. P. F.; SALIBA, E. O. S.; OLIVEIRA, L. O. F.; COSTA, H. H. A.; LOPES, V. E. S.; SILVA, J. J. 2015. Consumo, degradabilidade in situ e cinética ruminal em bovinos suplementados com diferentes proteinados. Arquivo Brasileiro de Medicina Veteterinária e Zootecnia 67(2):573-582. PIRES, A. V.; OLIVEIRA JUNIOR, R. C.; FERNANDES, J. J. R.; SUSIN, I.; SANTOS, F. A. P.; ARAÚJO, R. C.; GOULART, R. C. D. 2004. Substituição do farelo de soja por ureia ou amireia na dieta de bovinos de corte confinados. Pesquisa Agropecuária Brasileira 39(9):937-942. TAYLOR-EDWARDS, C.C.; ELAM, N.A.; KITTS, S.E.; MCLEOD, K.R.; AXE, D. E.; VANZANT, E. S.; KRISTENSEN, N. B.; HARMON, D. L. Influence of slowrelease urea on nitrogen balance and portal-drained visceral nutrient flux in beef steers. Journal of Animal Science, 87: 209-221. 2009.