Reciclagem de Resíduos. 6 Reciclagem de Cerâmicas. Setembro, 2015.



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Transcrição:

Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba Reciclagem de Resíduos Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental 6 Reciclagem de Cerâmicas Prof.Sandro Donnini Mancini Prof. Isabel Trannin Prof. Jorge Hamada Setembro, 2015. Definição : Keramos = coisa queimada. Normalmente óxidos covalentes ou iônicos. Materiais inorgânicos, não metálicos, processados ou consolidados a altas temperaturas (pelo menos > 800 o C). Podem apresentar-se em óxidos ou não. Tipos Cerâmicas Eletro-eletrônicas Louça Doméstica e Sanitária Refratárias Estruturais Biocerâmicas Vidros, etc. 1

Shackelford, J.F. Introduction to Materials Science for Engineers 3 a Ed. McMillan Publishing Company. Nova Iorque, 1992. 793p. Propriedades Típicas Resistência mecânica depende de como é aplicada a força; geralmente alta a compressão e baixa ao cisalhamento, mas mantida em altas T. Alta fragilidade (trincam facilmente); Alta Rigidez; Alta temperatura de uso; Baixa condução térmica e elétrica (utilização em isolantes); Inércia química; Baixa Densidade (em comparação com metais); Porosidade alta. 2

http://www-materials.eng.cam.ac.uk/mpsite/physics/introduction/default.html http://www-materials.eng.cam.ac.uk/mpsite/physics/introduction/default.html 3

Material Temperatura Máxima de Uso ( o C) (aproximadamente) Ligas de Al 400 Cobre 500 Ferro Fundido 800 Si 3 N 4 1200 SiC 1400 Alumina 1600 Acrílico 90 PVC 70 Kevlar 200 LCPs 200 PET 70 Material Resistividade Elétrica à Temperatura Ambiente (Ω.cm) Prata 1,6.10-8 Cobre 1,7.10-8 Ferro 10.10-8 Si 6,4.10 4 SiC 10 Gregório Filho, R. e Rodrigues, J.A. Introdução às Propriedades Eletrônicas dos Materiais(notas de aula). UFSCar, 1988. B 4 C 0,5 Ge 40 SiO 2 > 10 14 Porcelana 10 12 10 14 Borracha, Nylon > 10 14 PET, PS, Teflon > 10 16 4

http://www-materials.eng.cam.ac.uk/mpsite/physics/introduction/default.html Shackelford, J.F. Introduction to Materials Science for Engineers 3 a Ed. McMillan Publishing Company. Nova Iorque, 1992. 793p. 5

Módulo de Rigidez Típico Médio (GPa) Porcelana de alumínio-silicato 69 Alumina 270-370 Magnesia 170-270 Espinélio (aluminato de Mg) 230 Zircônia 250 Berília 380 Carbeto de Silício 470 Carbeto de Boro 290 Nitreto de Boro 83 Vidro de Sílica 72 Vidro de Borosilicato (Pyrex ) 69 Carbeto de Tungstênio (metal duro) 450-650 Diamante 1.000 Osso Humano 17-35 Papel 1-3 Aço para concreto Armado 220 Alumínio 75 Latão e Bronze 103-124 Cobre 118 Liga Nb-Zr-Ti 79-90 Garrafa de PET Reciclada 1,3-1,8 Matérias-primas Naturais, composta de materiais inorgânicos e formadas por processos geológicos complexos. As propriedades da matéria-prima são determinadas pela: estrutura cristalina; composição química; tipo e quantidade de minerais acessórios presentes. São constituídas principalmente de O, Al e Si, que representam cerca de 90% da crosta terrestre. 6

Argilas qualquer material do solo constituído por partículas de diâmetro inferior a 2µm, isto é, mais finas que a areia. Torna-se moldável quando umedecida. É constituída principalmente de argilo-minerais. Argilominerais Caulinita Al 2 O 3.2SiO 2.2H 2 O (caulim: rocha com, ppalmente, caulinita) Montmorilonita Al 1,67 Mg 0,33.Si 4 O 10 (OH) 2, encontrado em rochas derivadas de cinzas vulcânicas. Mica [Al 4 K 2 (Si 6 Al 2 )O 20 (OH) 4 ] Outros minerais encontrados nas argilas comuns: Talco Mg 3 (SiO 5 )(OH 2 ), Quartzo SiO 2, Feldspato silicato de Al contendo Na, K ou Cu (fundente) Fabricação de Produtos Cerâmicos Problema: possuem temperaturas de fusão altíssimas Al 2 O 3 : 2220 o C ZrO 2 : 2400 o C MgO : 2800 o C E para fundir? E misturar dois materiais cerâmicos? Em que molde? Na base da fusão, como os metais, fica muito caro, quando não impossível. Por isso, são normalmente convertidos a forma de pó ( tamanho de partícula, energia superficial/kg) 7

Seqüência de processamento para a fabricação de produtos de vidro, argamassa e de outros materiais cerâmicos (cerâmica) Tipos Seqüência de processamento Argilosos pó forma calor Vidro pó calor forma Cimentícios calor pó forma Adaptado dos slides do prof. Dachamir Hotza em http://www.materiais.ufsc.br/disciplinas/eqa5745/ Fabricação de Produtos Cerâmicos Argilosos (etapas mais comuns) 1) Preparação do pó (moagem, peneiramento da argila...) 2) Conformação do pó Partículas + líquido ligante (geralmente água), formam uma pasta com propriedades reológicas (de fluxo) suficientes para a conformação. 3) Sinterização Aquecimento seca o líquido e aglomera as partículas, formando um produto utilizável. Kingery, W.D., Bowen, H.K. e Uhlmann, D.R. Introduction to Ceramics. Nova Iorque: John Wiley & Sons, 1976. 8

Mineração e Tratamento das Matérias-Primas Fonte: www.inb.gov.br Exemplo Mineração e Tratamento do U 3 O 8 Processo: Britagem + lixiviação com H 2 SO 4 Extração do U 3 O 8 por solventes orgânicos e posterior precipitação. Finalizando: secagem acondicionamento Bolo Amarelo (mínimo de 65% de U 3 O 8 ) 3ª Etapa Conversão do Bolo Amarelo em UF 6 Bolo amarelo é enviado ao exterior. Urânio é dissolvido e purificado, obtendo-se o urânio em nível nuclear. O tratamento deste com HF gera o UF 6. Fonte: www.inb.gov.br 9

4ª Etapa Enriquecimento do UF 6 também no exterior O urânio natural contém apenas 0,7% de 235 U, que é físsil. O restante, 99,7% é 238 U. A idéia do enriquecimento é obter até 3% de 235 U em meio a 238 U por ultracentrifugação do gás UF 6. 5ª Etapa Reconversão: de UF 6 a UO 2 O UF 6 enriquecido será aquecido a 100 o C para tornar-se gás e ser misturado com CO 2 e NH 3 num tanque com água. Forma-se então o TCAU (tricarbonato de amônio e uranila) sólido amarelo insolúvel em água: precipita. Por filtração rotativa à vácuo obtém-se o pó de TCAU que é posteriormente seco e direcionado a um forno de leito fluidizado a 600 o C onde reage com H 2 e vapor d água, formando UO 2 em pó depois estabilizado com N 2 e ar. Em homogeinizadores (caixas giratórias) o UO 2 é misturado com o U 3 O 8, também em pó. Essa mistura é prensada na forma de pastilhas e sinterizada a 1750 o C. 5ª Etapa Reconversão: de UF 6 a UO 2 (fotos) Fábrica de Combustíveis Nucleares INB Resende-RJ Pastilhas prontas para serem colocadas nas varetas Pó de UO 2 Fonte: www.inb.gov.br 10

6ª Etapa Montagem do Elemento Combustível INB - Resende-RJ Seqüência de processamento para a fabricação de produtos de vidro, argamassa e de outros materiais cerâmicos (cerâmica) Tipos Seqüência de processamento Argila pó forma calor Vidro pó calor forma Argamassa calor pó forma Adaptado dos slides do prof. Dachamir Hotza em http://www.materiais.ufsc.br/disciplinas/eqa5745/ 11

Exemplos de Conformação Torneamento baseada na rotação da massa e na moldagem manual ou automatizada de vasos, cerâmica artística, pratos, xícaras, etc. Extrusão massas é forçada através de um molde para formar uma coluna contínua, a qual pode ser cortada em comprimentos apropriados. A operação é feita em marombas. Utilizado para fabricação de tijolos e manilhas. Colagem Moldes geralmente de gesso chupam o excesso de água, permitindo a obtenção de peças grandes. 12

Norton, F.H. Introdução à Tecnologia Cerâmica. Ed. Edgard Blucher, São Paulo-SP, 1973, 347p. Secagem e Queima A secagem (realizada em secadores) consiste na retirada de água em excesso e a queima (em fornos) produz a sinterização dos materiais cerâmicos. A queima se divide em três estágios: Reações preliminares; Sinterização; Resfriamento. 13

Temperatura típica de secagem: 110 o C Temperaturas típicas de queima: 950 o C cerâmicas vermelhas (tijolos, blocos, telhas, manilhas, etc.) 1250 o C cerâmica branca (louças de mesa e sanitária, porcelana, pisos, azulejos) 1450 o C refratários (sílico-aluminosos, aluminosos e especiais) IMPACTOS AMBIENTAIS DAS CERÂMICAS Doenças ocupacionais silicose; Acidentes cortes; Extração de Recursos Naturais utilizados como matériaprima e na obtenção de energia para a fabricação; Efeito estufa 5% do CO 2 mundial provém da indústria do cimento. 14

Sinopse Mineração e Transformação Mineral http://www.mme.gov.br/web/guest/secretarias/geologiamineracao-e-transformacao-mineral/publicacoes Reciclagem de Materiais é Oportunidade de Negócio quando: Há Abundância de Matéria-Prima; A Sucata é valorizada (geralmente comercializada por peso); O Mercado demanda; Há Legislações que auxiliam. E A RECICLAGEM DE MATERIAIS CERÂMICOS? Reciclabilidade difícil; Diversidade de composições; Maioria dos produtos são duráveis; Mercado ruim; Sucata pouco valorizada; Reaproveitamento energético inviável, assim como os metais. 15

Apesar dos problemas, a reciclagem de materiais cerâmicos é interessante em casos onde há excesso de matéria-prima. Onde há isso? Resíduos Industriais; Embalagens de Vidros; Resíduos da Construção Civil. Lei ajuda. Como reciclar produtos cerâmicos descartados? fusão dos vidros; O restante, se antes da sinterização*: moagem e mistura com matéria-primas virgens; O restante, se após a sinterização*: moagem e utilização como carga, agregados etc. * ou da hidratação no caso de produtos derivados do cimento. 16

Vidros Definição (ASTM) produto inorgânico obtido por fusão, que adquire rigidez durante o resfriamento controlado e não se cristaliza. Sílica (SiO 2) Vidro Geralmente, os vidros são misturas de vários óxidos, sendo que alguns estão presentes nas matérias primas (geralmente de Si, Al e Na) e outros são adicionados intencionalmente. Exemplos: B formam os boro-silicatos, de caráter refratário (Pyrex) Pb facilitam a solda a baixas T microeletrônica Kingery, W.D., Bowen, H.K. e Uhlmann, D.R. Introduction to Ceramics. Nova Iorque: John Wiley & Sons, 1976. 17

Fusão ~1400 o C (virgem) ~1200 o C (cacos) Vantagem!!! Norton, F.H. Introdução à Tecnologia Cerâmica. Ed. Edgard Blucher, São Paulo-SP, 1973, 347p. Sopro Prensagem 18

Fabricação de Vidros Planos Processo Float Vidro fundido flutua e solidifica em banho de estanho fundido Embalagens de vidros (garrafas, principalmente) 47% foram recicladas em 2010 (www.cempre.org.br); Embalagens possuem composição mais ou menos semelhante; Alto índice de quebra de garrafas retornáveis; Demanda do mercado por descartáveis: 0,5 kg/habitante.mês; Teoricamente, reciclável infinitas vezes; Sem restrição ao uso em contato direto com alimentos; Problema: preço muito baixo! Alguns tipos de vidros, devido à composição específica, presença de revestimentos ou camadas internas de outros materiais bem como de outras características, apresentam dificuldades técnicas de reciclagem. Dessa forma são considerados não-recicláveis ou de reciclabilidade difícil: vidros de lâmpadas incandescentes, espelhos, vidros temperados, cristal, de janela, de automóvel etc. Não devem ser misturados aos de embalagem. 19

Separação; Impurezas (tampas metálicas ou canudos, p.ex.) podem causar bolhas e/ou inclusões diminuem transparência e são núcleo de formação de trincas. O controle de impurezas metálicas é bem mais rigoroso (resistem a altas temperaturas). Moagem; Reprocessamento (fusão). MATÉRIA-PRIMA Garrafas de Coca-Cola Telhas refugadas 20

Moagem Parte da Matéria-Prima Virgem Mistura 21

Forno Molde Recozimento 22

Peça Final Indústria da construção civil Durante a obra (perdas de materiais ~ 20%); Demolição; Reforma. Resolução CONAMA 307 de 2002 Classe A - tijolos, telhas, azulejos, argamassa, concreto etc. Classe B Recicláveis metais, vidros, madeiras, plásticos, papéis e gesso* Classe C -?* Classe D Perigosos, incluindo telhas com amianto** * Resolução 431/2011 ; ** Resolução 348/2004 23

Resíduos Classe A Cerâmicos Devem ser separados e moídos e utilizados como agregados na própria indústria da construção civil. Caso não seja possível, devem ser aterrados em aterros de resíduos inertes. Gesso (forros, molduras, acartonados) Também é material cerâmico (CaSO 4. ½ H 2 O), porém não é inerte. Calcinado após extraído, é umedecido na obra. Para reciclagem, desidratação é possível, mas improvável. Contaminantes e preço baixo complicam possibilidades de reaproveitamento (reciclagem, agricultura, cimento, moagem com classe A...). Moagem de Resíduos Classe A Reciclagem de Entulho em Belo Horizonte. Para enterrar, a Prefeitura cobra R$ 15,00 por caçamba. Se dentro da caçamba só tiver resíduo classe A, o caçambeiro pode deixar na usina de graça. Isso estimulou a separação dos resíduos, não necessariamente na obra. 24

BRITADOR INICIAL ENVIO AO CONJUNTO DE PENEIRAS ACÚMULO DE MATERIAL BRITADO BRITADOR INICIAL 25

CONJUNTO DE PENEIRAS SÃO 4 PENEIRAS PARA A OBTENÇÃO DE MATERIAIS COM 4 GRANULOMETRIAS DIFERENTES 3 4 1 2 26

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