Exmo. Senhor Presidente do Pelouro do Trabalho da Confederação das Associações Económicas de Moçambique,



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Transcrição:

Senhores Membros do Conselho de Ministros Excelências, Exmo. Senhor Presidente do Pelouro do Trabalho da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, Exmo Senhor Secretário-geral da Organização dos Trabalhadores de Moçambique-Central Sindical, Exmo. Senhor Secretário-geral da Confederação dos Sindicatos Livres e Independentes de Moçambique, Prezados Membros das Subcomissões Técnicas, Minhas Senhoras e Meus Senhores, Gostaria de saudar-vos e desejar Comissão Consultiva do Trabalho. boas vindas à esta II Sessão da É com renovado sentido de responsabilidade que mais uma vez tenho a honrosa tarefa de presidir a Sessão Plenária da Comissão Consultiva do Trabalho, que irá debruçar-se sobre matérias de capital importância na administração do trabalho, dentre as quais, a proposta de diploma que 1

define os mecanismos para que trabalhadores por conta própria se inscrevam no Instituto Nacional de Segurança Social e tenham acesso aos benefícios da Segurança Social; o ajustamento do mapa da Relação Nominal, que é uma acção de reforma, pois, actualiza este instrumento à fase actual de desenvolvimento e de utilização das tecnologias de informação e comunicação; a revisão do Estatuto Orgânico da Segurança Social, a ser apresentado para socialização para que os Parceiros, que são os verdadeiros donos do sistema, tenham espaço para aprofundarem e apresentarem contribuições para que este órgão corresponda à sua verdadeira missão. Teremos, por fim, uma informação sobre o Regulamento do Trabalho de Segurança Privada. Gostaria de destacar que o facto de se ter criado espaço para que os trabalhadores por conta própria possam beneficiar, eles e suas famílias, das prestações da segurança social, constitui um sinal inequívoco do compromisso do Governo com a protecção social dos moçambicanos, bem como com o incentivo ao auto-emprego e empreendedorismo. No que respeita à Relação Nominal, para além de se procurar ajustar o modelo à nova realidade económica e social, pretende-se que a mesma, seja canalizada aos órgãos locais de administração do trabalho, por via 2

eletrónica, o que permitirá economias de tempo, de espaço e poupança de grandes volumes de papel. Quanto ao Estatuto Orgânico da Segurança Social, compreendemos a preocupação dos Parceiros Sociais no sentido de que precisam de mais tempo para emitirem parecer, daí que na presente sessão apenas apresentaremos as linhas gerais da proposta de revisão do Estatuto Orgânico e, em conjunto, acordaremos a metodologia e o prazo razoável para que as partes submetam as respectivas contribuições ao Secretariado da Comissão Consultiva do Trabalho, pois, queremos o Instituto Nacional da Segurança Social funcione nos novos moldes. Minhas Senhoras, Meus Senhores Esta II Sessão Plenária da Concertação Social acontece num momento em que no nosso órgão ocorreram algumas transformações. Uma tem a ver com a aprovação, pelo Governo, do novo Estatuto Orgânico da Comissão Consultiva do Trabalho, que preconiza, ao invés de duas Sessões Plenárias, ao ano, três sessões e institui legalmente o Fórum de Consulta e de Concertação Social ao nível local, o que testemunha a aposta do Governo no diálogo social, à todos os níveis, como uma das plataformas para a estabilidade e paz laboral no nosso país. 3

A outra, relaciona-se com a recente nomeação do novo Secretário-geral da Comissão Consultiva de Trabalho, o Dr. João Loforte, quadro do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social, que espero que, com a sua experiência, venha a corresponder às nossas expectativas e à dos Parceiros Sociais. Aproveito a oportunidade para o apresentar formalmente à Plenária. Neste momento de passagem de testemunho, saudo e enalteço o trabalho e o empenho que o Secretário-geral cessante, o Dr. Omar Jalilo, emprestou ao órgão, o que contribuiu para que a Comissão Consultiva do Trabalho fosse um órgão credível e respeitado por toda a sociedade na promoção e consolidação do diálogo e da paz laboral. Peço uma salva de palmas! Aos membros da Subcomissões técnicas especializadas, que de forma empenhada e com espírito de abertura participaram nos trabalhos de preparação da presente Sessão Plenária, quero deixar registada uma palavra de apreço. Esta palavra de apreço é extensiva à todos os funcionários da Comissão Consultiva do Trabalho que, com elevado sentido de profissionalismo nunca tiveram forças a medir para o cumprimento das suas tarefas. 4

Ilustres Parceiros Sociais Continuo a acreditar que a Comissão Consultiva do Trabalho, dada a sua composição tripartida, que reflecte as sensibilidades dos produtores da riqueza, isto é, dos Empregadores e Sindicatos, constitui uma mais-valia na estabilidade social e laboral, factores essenciais para o crescimento e desenvolvimento económico. Continuaremos a promover um diálogo são e aberto, consolidando o nosso órgão como plataforma de debates francos sobre os assuntos relevantes no domínio laboral e não só, com vista a serem obtidos consensos que se repercutem na sociedade, estruturando cada vez mais o nosso diálogo. Como o novo Estatuto da Comissão Consultiva do Trabalho e a formalização dos Fóruns de Consulta e Concertação Social nas províncias, cujo Governador Provincial assume a sua liderança, o nosso desafio, em particular do novo Secretário-geral, é o de rapidamente operacionalizar este órgão ao nível das províncias. O desafio que igualmente lanço à todos nós é o da proactividade, pois, num momento como este de globalização das economias, em que tudo muda rapidamente, obriga a que todos nós, Governo, Empregadores, e 5

Trabalhadores, tenhamos que perceber, com a necessária antecedência, a evolução dos fenómenos no mundo laboral e tomar dianteira nas respostas, uma vez que a atitude de reagir às situações apenas quando elas se transformam em problemas, tem como resultado respostas insuficientes e tardias porque no momento em que temos que tomar as decisões, sobre pressão, o leque de opções já é muito reduzido e a decisão final pode ser tomada de forma atabalhoada e com impacto imprevisível e com altos custos sociais. Temos que dialogar sempre e à todos os níveis. Por isso, todos nós, temos responsabilidade na prevenção de conflitos. O diálogo social ao nível da Concertação Social não deve abafar ou inibir o diálogo e a negociação ao nível micro, ou seja, nas empresas, onde as situações e os fenómenos acontecem rapidamente. Os Empregadores e os Sindicatos não se devem contentar apenas com o diálogo que é feito a este nível. Temos que apostar ainda muito mais nos Acordos de Empresas e nos Acordos Colectivos dos sectores de actividade como forma de estimular o aumento da produção e da produtividade, à melhoria das condições de trabalho e remuneratórias, contribuindo, deste modo, para a prevenção de conflitos laborais e para a estabilidade laboral e paz social. 6

Minhas Senhoras, Meus Senhores Com a vossa indulgência, passo a partilhar convosco algumas realizações que têm a ver com a nossa actuação tripartida e com a estabilidade e paz laboral. Refiro-me às medidas activas de promoção de emprego, relacionadas com o aumento das oportunidades de formação profissional, distribuição de kits para o auto-emprego e promoção de estágios pré-profissionais, como forma de melhorar a empregabilidade dos moçambicanos. Registamos, já no primeiro semestre do presente ano, a criação de 122.403 empregos e a formação de aproximadamente 50 mil beneficiários em diversos cursos de formação profissional, realizados pelo sector público e privado. Registamos igualmente que mais de 1700 indivíduos beneficiaram de estágios pré-profissionais em diversas especialidades, como uma das vias para a melhoria da sua empregabilidade e inserção no mercado de trabalho. 7

Estes resultados advêm de uma boa articulação e complementaridade entre os actores públicos e privados no desenvolvimento de acções de promoção do emprego, da criação de oportunidades de trabalho e de formação profissional, no qual o nosso diálogo social tripartido tem estado a surtir efeitos positivos ao nível da nossa economia. Por outro lado, como fruto do dinamismo da nossa economia e da acção concertada do Governo e os Parceiros Sociais, no domínio da Segurança Social temos vindo a crescer em todos os sentidos. É assim que, no decurso do I semestre, cerca de 4.200 empresas abrangendo 42.200 trabalhadores foram inscritas no sistema de segurança social, o que permitiu que aproximadamente 210 mil pessoas passassem também a beneficiar das prestações da segurança social. O Governo aprovou a taxa contributiva de 7% para os trabalhadores por conta própria, uma oportunidade para que milhares de trabalhadores, exercendo actividades no sector informal e no auto-emprego na nossa economia, passassem a ter acesso às prestações da segurança social, cuja operacionalização deste desiderato iremos ter a oportunidade de apreciar nesta sessão. 8

O perdão de multas e juros de mora, em 50%, concedido às micro, pequenas e médias empresas permitiu que cerca de 70 mil beneficiários directos, perfazendo 350 mil indirectos, retomassem o acesso normal às prestações da segurança social, medida que veio minorar o sofrimento de milhares de beneficiários e a proporcionar ao sector privado uma oportunidade para que voltasse a ter acesso às oportunidades de negócios conferidas pelo Estado, através de concursos públicos. No domínio do controlo da legalidade laboral, no I semestre, foram inspeccionados e fiscalizados 3.689 estabelecimentos. Ainda no âmbito da promoção da paz e da estabilidade nas empresas e nos diferentes sectores de actividade registamos resultados animadores na mediação de conflitos laborais, pois, ao longo do semestre transacto das 3.405 mediações realizadas, 81% foram com sucesso, nível superior ao da média atingida na região, que é de 61%. Prezados Parceiros Acredito que ainda podemos fazer mais ao nível de prevenção de conflitos laborais, em que brigadas tripartidas, envolvendo instituições do Governo e representantes dos Empregadores dos Trabalhadores, em 9

conjunto, programem acções de divulgação e esclarecimento da legislação laboral, nas empresas. Este mecanismo pode evitar conflitos laborais decorrentes do desconhecimento da legislação laboral e ou da sua má interpretação. Por outro lado, sem paz e estabilidade política, não atrairemos investimento e não havendo investimento, quer seja nacional ou estrangeiro, não haverá crescimento económico sustentável e sem ele, não haverá aumento de postos de trabalho nem de rendimento nas famílias, ou por outra, não haverá prosperidade, nem bem-estar no seio dos moçambicanos. Por isso, a consolidação da unidade nacional, paz e soberania é a primeira prioridade do Programa Quinquenal do Governação. Nós, ao nível do diálogo tripartido, poderíamos dar o exemplo da harmonia das relações laborais, ou seja, da Paz laboral, mas ao mesmo tempo, empreendermos acções conjuntas de advocacia, junto das empresas e dos sectores de actividade, para que os empresários e trabalhadores cultivem no seu íntimo e no seio das famílias e da comunidade o espírito de paz, de reconciliação e de respeito pelos 10

princípios democráticos e pela legalidade, fundamentos e pressupostos que são de respeitar num Estado de Direito. Com estas breves palavras de enquadramento, declaro aberta a II Sessão Plenária da Comissão Consultiva do Trabalho. Muito obrigada. 11