GT: CONTABILIDADE PARA USUÁRIOS EXTERNOS



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Transcrição:

GT: CONTABILIDADE PARA USUÁRIOS EXTERNOS DISCLOSURE NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DOS CLUBES DE FUTEBOL BRASILEIRO: UM ESTUDO SOBRE O NÍVEL DE EVIDENCIAÇÃO DAS ENTIDADES PATROCINADAS PELA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 1. INTRODUÇÃO Felipe da Silva Moreira Graduado - Universidade Federal do Rio Grande do Norte fsmoreira18@gmail.com Matheus Marcos Morais de Queiroz Graduando - Universidade Federal do Rio Grande do Norte matt.ufrn@gmail.com Égon José Mateus Celestino Graduado - Universidade Federal do Rio Grande do Norte egonmateus@ymail.com José Emerson Firmino Professor - Universidade Federal do Rio Grande do Norte emersonfirmino@me.com O cenário do futebol brasileiro vem sofrendo mudanças em seu processo de gestão desde a promulgação da Lei Pelé. A ausência de uniformidade contábil nas primeiras demonstrações financeiras divulgadas após a obrigatoriedade da Lei Pelé, trouxe a tona necessidade de normatizar os procedimentos contábeis e melhorar a comparabilidade das informações entre os clubes. A ausência de uniformidade é relatada por Bastos, Pereira e Tostes (2006) que revelam o reconhecimento dos jogadores como ativo imobilizado, realizável a longo prazo e investimentos. Desta forma, a Resolução CFC nº 1.005/04 buscou minimizar as discrepâncias de reconhecimento de itens patrimoniais nos balanços dos times, posteriormente alterada pela Resolução CFC nº 1.429/13. O mercado do futebol brasileiro tem se mostrado altamente competitivo e revela uma participação no PIB brasileiro cada vez mais significativo. Em 2012, por exemplo, o Banco Central do Brasil estimava uma contribuição de R$ 4,1 trilhões do cenário futebolístico nas contas do país. (GONÇALVES, 2012). No estudo desenvolvido por Somoggi (2013, p. 1) foi observado que entre 2003 e 2011 as receitas dos clubes brasileiros passaram de R$ 805 milhões para R$

2,7 bilhões, o que representa um aumento de mais de 200%. A imagem das agremiações e o valor de suas marcas também revelam uma tendência crescente conforme aponta pesquisas desenvolvidas pela BDO (2013, p. 94), revelando que o valor da marca dos 24 principais clubes do país soma R$ 6,06 bilhões e representa um crescimento de 9% em relação ao período anterior. Em contrapartida, as dívidas dos clubes se revelam cada vez maiores, onde estudo desenvolvido pela BDO (2013, p. 47) aponta que os 24 principais clubes brasileiros passaram de um endividamento total de R$ 2,7 bilhões em 2008 para R$ 4,7 bilhões em 2012. Somoggi (2013) afirma que o ano de 2013 foi marcado pelo desiquilíbrio financeiro dos times brasileiros. Entre as principais causas do aumento das dívidas dos clubes, são apontadas as dívidas tributárias e os empréstimos e financiamentos. Apesar do patrocínio da Caixa Econômica Federal, que teve início em 2013, observa-se que o desempenho financeiro dos clubes continua insatisfatório e que as dívidas tributárias não conseguem sofrer reduções significativas, corroborado pelos sucessivos déficits. Tal situação foi colocada em pauta de maneira mais incisiva nas discussões políticas, pretendendo punições mais severas aos clubes que não apresentem resultados razoáveis de gestão e transparência. As situações apresentadas demonstram e justificam a realização dessa pesquisa na busca de evidenciar a realidade atual das entidades desportivas e sua capacidade de gerar riqueza para o país. Adicionalmente, os recursos financeiros alocados nesses clubes exigem mais atenção ao setor esportivo e traz maior responsabilidade ao processo de gestão pelos administradores. O envolvimento de entidades públicas no apoio aos times brasileiros, também requer maior transparência, sendo a contabilidade ferramenta indispensável na evidenciação das informações, tendo a auditoria independente como agente fundamental na redução da assimetria informacional. Diante do exposto, a pesquisa tem como problema: Qual o nível de evidenciação das demonstrações contábeis dos clubes de futebol brasileiro patrocinados pela Caixa Econômica Federal? Dessa forma, o estudo tem como objetivo analisar qual o nível de disclosure e transparência das demonstrações contábeis, bem como se existe relação entre os valores contratados com a Caixa Econômica Federal e o nível de evidenciação.

A seguir é feita uma breve abordagem sobre o nível de evidenciação das demonstrações contábeis em clubes de futebol, pesquisas desenvolvidas sobre gestão e clubes de futebol no cenário nacional e internacional. Em seguida é apresentada a metodologia praticada na pesquisa e os principais resultados encontrados, sendo apresentadas as considerações finais e conclusões obtidas. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Evidenciação nos Clubes de Futebol Pesquisas desenvolvidas por Silva, Teixeira e Niyama (2009); Custódio e Rezende (2009); Leite e Pinheiro (2012); Cardoso, Maia e Ponte (2012) tem demonstrado a relação do nível de evidenciação das demonstrações contábeis com indicadores de desempenho e gestão. Vale destacar que o maior nível de disclosure quando comparadas com determinadas variáveis não significa, necessariamente, que o clube apresenta um nível satisfatório de evidenciação. O processo de normatização das informações contábeis no meio futebolístico é pouco explorado em pesquisas científicas e, particularmente, na gestão profissional dos clubes de futebol do Brasil. A implementação de padrões na busca de reduzir a assimetria das informações contábeis divulgadas pelos clubes tem se mostrado um processo contínuo, porém ainda lento. Corrobora, nesse sentido, a pesquisa realizada por Custódio e Rezende (2009) que revela a ausência de informações comparativas nos clubes brasileiros quanto ao registro dos direitos federativos. Segundo os autores, existem problemas no registro e evidenciação contábil para eventos de mesma natureza, ausência de informações necessárias previstas na norma aplicável que comprometem a transparência e comparabilidade. Na mesma temática, Leite e Pinheiro (2012) investigaram o nível de disclosure do ativo intangível nos clubes de futebol do Brasil, constatando relação positiva entre o desempenho no campeonato brasileiro, receitas totais e nível de evidenciação do intangível. Para os autores, o montante deste grupo não se mostra estatisticamente significativo com uma maior divulgação sobre o ativo intangível. O nível de evidenciação obtido pelos autores, apesar de parecer melhor em relação ao seu desempenho em campo e suas receitas auferidas, ainda está abaixo

quando analisado os itens mencionados pela Resolução CFC nº 1.303/2010, CPC 04 (R1) Ativo Intangível, conforme afirmam Silva et al (2013) ao avaliar o disclosure do ativo intangível sobre a óptica da auditoria independente. Rezende, Dalmácio e Salgado (2010, p. 48) realizou pesquisa com 35 demonstrações financeiras, de um total de 70 clubes, constatando que o nível de evidenciação está correlacionado ao tamanho econômico dos clubes e que a inclusão de mecanismos de enforcement (mecanismos coercitivos) propiciou um incremento no volume de informações publicadas. Entretanto, Moreira et al (2013, p. 13) avaliaram métricas de evidenciação relacionadas a qualidade da auditoria das demonstrações financeiras. Segundo os autores, os clubes de futebol não apresentam qualidade na divulgação sobre itens obrigatórios a respeito do valor recuperável de ativos, CPC 01 (R1) que por sua vez não foram objeto de modificação na opinião dos auditores independentes. Esta pesquisa se sustenta nos achados de Silva, Teixeira e Niyama (2009) quanto ao desempenho dos clubes brasileiros e relação com os níveis de evidenciação. Na pesquisa desenvolvida pelos autores foram analisados critérios de divulgação como divulgação das demonstrações contábeis, apresentação do relatório de administração, relatório dos auditores independentes, reconhecimento dos direitos federativos, ativos cobertos por seguros, balanço social, contingências, dívidas com a TIMEMANIA e entre outros critérios, que totalizam um total de 48 itens com pesos entre A, B e C. 3. METODOLOGIA A pesquisa foi desenvolvida seguindo a metodologia adotada por Silva, Teixeira e Niyama (2009), adaptando-se a métrica utilizada para obtenção do nível de evidenciação das informações econômico-financeiras. Dessa forma a presente pesquisa aborda os clubes brasileiros que receberam patrocínio da Caixa Econômica Federal em 2013 até a data base de 30 de abril de 2014 (período final para publicação das demonstrações financeiras de 2013), compreendendo a um total de 14 clubes, conforme demonstrado na Tabela 1 a seguir: Tabela 1 Clubes Patrocinados pela Caixa Econômica Federal (População de análise) Nº Clube UF Valor

Patrocínio Caixa (Em R$ mil) 1 ABC Futebol Clube RN 2.000 2 Agremiação Sportiva Arapiraquense AL (ASA) 1.000 3 América Futebol Clube RN 2.000 4 Associação Chapecoense de Futebol SP 4.000 5 Atlético Clube Goianiense GO 2.400 6 Avaí Futebol Clube SC 1.750 7 Club de Regatas Vasco da Gama RJ 15.000 8 Clube Atlético Paranaense PR 6.000 9 Clube de Regatas do Flamengo RJ 25.000 10 Coritiba Foot Ball Club PR 6.000 11 Esporte Clube Vitória BA 6.000 12 Figueirense Futebol Clube SC 4.500 13 Paraná Clube PR 2.000 14 Sport Club Corinthians Paulista SP 30.000 TOTAL DE PATROCÍNIO 107.650 Fonte: Dados da pesquisa, 2015. A coleta das demonstrações contábeis se deu através do site oficial de cada clube, conforme exige a Lei Pelé, entretanto, o ABC Futebol Clube (RN), Agremiação Sportiva Arapiraquense (AL), América Futebol Clube (RN), Associação Chapecoense de Futebol (SP), Atlético Clube Goianiense não apresentaram seus relatórios na internet através do site oficial. De tal maneira, foram realizados procedimentos alternativos de coleta como consultas ao diário oficial do estado e outros meios de pesquisa. Considerando que a elaboração e publicação das demonstrações contábeis são requisitos obrigatórios previstos na legislação, a pesquisa não realizou a solicitação das demonstrações por e-mail, fax ou outro tipo de documento. As hipóteses formuladas nesta pesquisa estão embasadas nos questionamentos de Silva, Teixeira e Niyama (2009), no qual foram testadas as seguintes hipóteses: Hipótese 1: O nível de disclosure das demonstrações contábeis está associado ao valor do patrocínio recebido pela Caixa Econômica Federal. Hipótese 2: Os clubes patrocinados pela Caixa Econômica Federal apresentam qualidade satisfatória de evidenciação nas demonstrações contábeis.

Hipótese 3: As dívidas tributárias, trabalhistas e previdenciárias dos clubes patrocinados pela Caixa sofreram redução de 2012 para 2013. Em busca de verificar o nível de evidenciação das demonstrações contábeis, a pesquisa adotou o cheklist como instrumento metodológico, realizando uma métrica com 44 itens para obtenção do disclosure (o cheklist encontra-se no apêndice deste trabalho). Na apuração foi considerado: 0 Item não divulgado; 1 Item divulgado; e 2 Não se aplica, encontrando o percentual de divulgação do total de itens divulgados em relação ao total de itens aplicáveis (desconsiderando o item 2 não se aplica ). Adicionalmente ao nível de evidenciação, as hipóteses da pesquisa contemplam outras duas variáveis: a) Valor do patrocínio da Caixa Econômica Federal e b) Montante das dívidas fiscais, trabalhistas e previdenciárias. Dessa forma a população da pesquisa compreende a todos os 14 clubes patrocinados pela Caixa Econômica, coletando as informações necessárias nas demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2013, sendo necessária a coleta das informações referente a 2012 para avaliar a evolução das dívidas tributárias e previdenciárias. 4. ANÁLISE DE RESULTADOS 4.1 Análise Descritiva Dos 14 clubes selecionados na pesquisa que tiveram o patrocínio da Caixa, apenas o Chapecoense, Atlético Goianiense, América-RN, ABC-RN e Agremiação Sportiva Arapiraquense-AL não publicaram suas demonstrações contábeis referente ao exercício findo em 31 de dezembro de 2013, salientando que a pesquisa foi desenvolvida no período de abril de 2014 a janeiro de 2015. A ausência da divulgação dos relatórios por estes clubes sugere fragilidade no processo de gestão e administração e suscita dúvidas quanto às exigências contratuais por parte da Caixa em fornecer o subsídio financeiro. Consequentemente, a sociedade e demais usuários da informação contábil não conseguem obter parâmetros que suportem a aplicação dos recursos recebidos pelos clubes. Cabe destacar, que a pesquisa não realizou estudos sobre as condições contratuais entre a Caixa e as entidades desportivas, abordando apenas

a questão dos repasses financeiros serem executados em organizações com processo de gestão não transparente. Observa-se que do total de recursos repassados aos clubes patrocinados pela instituição financeira, o Corinthians de São Paulo é aquele que apresenta maior volume financeiro (28% - R$ 30.000 mil) seguido pelo Flamengo com R$ 25.000 mil (23%), o que significa que do total de R$ 107.650 mil repassados, mais da metade está concentrado no eixo Rio-São Paulo entre os clubes Corinthians e Flamengo. Quanto ao tipo de opinião característico nas demonstrações financeiras dos clubes brasileiros, a Tabela 2 a seguir demonstra os tipos de opinião mais frequentes, sendo a opinião sem ressalvas o tipo de opinião predominante entre os clubes patrocinados, excluindo aqueles que não apresentaram o relatório dos auditores em 2013 e 2012 (ABC-RN, ASA-AL e Chapecoense-SP): Tabela 2 Tipo de Opinião emitida pelos Auditores Independentes Clube UF 2013 2012 América Futebol Clube RN ND Com Atlético Clube Goianiense GO Sem Sem Avaí Futebol Clube SC Sem Sem Club de Regatas Vasco da Gama RJ ND Com Clube Atlético Paranaense PR Sem Sem Clube de Regatas do Flamengo RJ Sem Com Coritiba Foot Ball Club PR Com Com Esporte Clube Vitória BA Sem Sem Figueirense Futebol Clube SC Com Com Paraná Clube PR Com Com Sport Club Corinthians Paulista SP Sem Sem Fonte: Dados da pesquisa, 2015. Conforme apresentado, América-RN e Vasco da Gama-RJ apresentaram o relatório dos auditores independentes apenas no ano de 2012, não evidenciando o relatório no ano seguinte. Quanto a concentração das empresas denominadas big four, nenhum dos clubes foi auditado por KPMG, PwC, Deloitte ou EY, entretanto é possível observar um número maior de clubes auditados pela empresa Mazars

Clube Atlético Goianiense Avaí Vasco da Gama Atlético Paranaense Flamengo Coritiba Vitória Figueirense Paraná Corinthians Auditores Independentes, que compreende a três clubes no total em 2013, correspondendo a 33%). Desconsiderando os clubes que não apresentaram as demonstrações financeiras de 2012, 2013 ou ambos os anos, os clubes patrocinados pela Caixa Econômica apresentaram os seguintes dados: Tabela 3 Ativo Total, Resultado Líquido, PL e Dividas tributárias e previdenciárias (Em R$ mil) U F Dívidas Tributárias Ativo Total Resultado Patrimônio Líquido e Trabalhistas 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 G O 21.151 24.726 (6.563) (13.212) (2.942) 3.621 14.710 17.911 S C 69.692 70.175 (11.383) (8.403) 13.000 24.383 29.561 26.644 R J 356.010 305.241 (3.511) (252) (355.804) (257.763) 256.538 172.192 P R 758.046 596.273 (6.497) 122.814 255.726 262.223 11.386 5.789 R J 382.050 442.260 (19.512) (62.452) (443.401) (423.888) 386.865 416.318 P R 212.090 422.933 (6.664) (8.179) 26.295 50.331 89.497 66.398 B A 78.098 77.563 531 204 18.722 19.754 23.969 24.273 S C 39.498 35.080 (19.632) (7.818) (26.536) (6.674) 18.462 16.135 P R 145.734 164.815 1.194 (1.355) 101.336 123.301 11.002 30.381 S P 1.280.977 1.392.786 1.016 7.538 75.887 74.871 187.119 198.459 TOTAL 3.343.345 3.531.851 (71.021) 28.886 (337.716) (129.841) 1.029.109 974.501 Fonte: Dados da pesquisa, 2015. Diante da Tabela 3, é verificável o crescimento das dívidas tributárias e trabalhistas dos clubes, mesmo com o apoio financeiro da instituição ao passo que os clubes apresentaram, de modo geral, passivo a descoberto e prejuízos contábeis. Tal situação corrobora com as pesquisas desenvolvidas por BDO (2012) e Somoggi (2013). Conforme a Resolução CFC 1.429/2013 os clubes devem elaborar as seguintes demonstrações contábeis: a) balanço patrimonial; b) demonstração do resultado; c) demonstração do resultado abrangente; d) demonstração das mutações do patrimônio líquido; e) demonstração dos fluxos de caixa; e f) notas explicativas. Quanto a essa obrigatoriedade, foi constatado que nem todas as entidades desportivas analisadas cumprem com a determinação, vide Tabela 4 abaixo: Tabela 4 Itens de Maior Divulgação

Item de Evidenciação Total de Clubes que % Divulgaram Balanço Patrimonial 10 71% Demonstração do Resultado do Período 10 71% Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 9 64% Relatório dos Auditores Independentes 9 64% Demonstração dos Fluxos de Caixa 8 57% Notas Explicativas 8 57% Fonte: Dados da pesquisa, 2015. Entre os itens considerados na pesquisa para obter o nível de evidenciação das informações econômico-financeiras se destacam a publicação do conjunto das demonstrações financeiras, com exceção do ABC-RN, América-RN, Chapecoense- SP e ASA-AL. O Atlético Goianiense não publicou a Demonstração dos fluxos de caixa, demonstração das mutações do patrimônio líquido e notas explicativas, Vasco da Gama não apresentou o relatório dos auditores independentes e Esporte Clube Vitório não publicou sua DFC e notas explicativas. É possível observar também que a demonstração dos resultados abrangentes não consta no conjunto completo das demonstrações como exigido pelas normas brasileiras, estando entre os itens menos divulgados, observado na Tabela 5. Tabela 5 Itens de menor divulgação Item de Evidenciação Bases do teste de recuperabilidade, fluxos de caixa projetados para valor em uso e necessidade de constituição de provisão Grupo de ativos que foram realizados teste de recuperabilidade e revisão da vida útil Nota Explicativa das receitas obtidas e seu correspondente custo de aquisição com a negociação e a liberação de atletas profissionais, segregados os valores das negociações com o mercado externo Informações sobre perspectivas e planos para o exercício em curso e os futuros Nota Explicativa dos valores em moeda estrangeira de direitos e obrigações com o mercado externo Total de Clubes que NÃO Divulgaram % 14 100% 14 100% 14 100% 14 100% 13 93% Balanço Social 13 93% Informações sobre a Estrutura Organizacional 13 93% Informações sobre Recursos Humanos: número de empregados no término dos últimos exercícios 12 86% Relatório da Administração 11 79%

Nota Explicativa dos gastos com a formação de atletas, registrados no ativo intangível e montante baixado para o 11 79% resultado no exercício? Demonstração do Valor Adicionado 11 79% Natureza e finalidade de cada reserva, inclusive prazo de realização 11 100% Demonstração do Resultado Abrangente 10 83% Fonte: Dados da pesquisa, 2015. É possível observar que os clubes analisados, em sua maioria, não divulgam requisitos obrigatórios como a Demonstração do resultado abrangente, relatório da administração e classificação dos atletas no intangível e montante baixado para resultado. Analisado se os clubes divulgaram em notas explicativas os valores de patrocínios a receber junto a Caixa Econômica Federal, fica evidenciado que apenas o Atlético Paranaense e o Corinthians divulgaram as condições e/ou valores relacionados com a Instituição. 4.2 Hipóteses de Pesquisa Na busca de avaliar o comportamento dos resultados obtidos através do disclosure, valor do patrocínio da Caixa Econômica, dívidas tributárias e previdenciárias e a relação entre essas variáveis, foi desenvolvido as hipóteses de pesquisa a seguir e os dados utilizados no teste são expostos na Tabela 6. Hipótese 1: O nível de disclosure das demonstrações contábeis está associado ao valor do patrocínio recebido pela Caixa Econômica Federal. Hipótese 2: Os clubes patrocinados pela Caixa Econômica Federal apresentam qualidade satisfatória de evidenciação nas demonstrações contábeis. Hipótese 3: As dívidas tributárias, trabalhistas e previdenciárias dos clubes patrocinados pela Caixa sofreram redução de 2012 para 2013. Clube Tabela 6 Dados Finais da Pesquisa (Em R$ mil, exceto disclosure) UF Ativo Total Resultado Patrimônio Líquido Dívidas Tributária s e Trabalhist as 2013 Dívidas Tributár ias e Trabalh istas 2012 Valor Patroc ínio Caixa Nível de Disclosu re Atlético Goianiense GO 21.151 (6.563) (2.942) 14.710 17.911 2.400 0,12 Avaí SC 69.692 (11.383) 13.000 29.561 26.644 1.750 0,61 Vasco da Gama RJ 356.010 (3.511) (355.804) 256.538 172.192 15.000 0,46 Atlético Paranaense PR 758.046 (6.497) 255.726 11.386 5.789 6.000 0,70

Flamengo RJ 382.050 (19.512) (443.401) 386.865 416.318 25.000 0,59 Coritiba PR 212.090 (6.664) 26.295 89.497 66.398 6.000 0,63 Vitória BA 78.098 531 18.722 23.969 24.273 6.000 0,17 Figueirense SC 39.498 (19.632) (26.536) 18.462 16.135 4.500 0,69 Paraná PR 145.734 1.194 101.336 11.002 30.381 2.000 0,63 Corinthians SP 1.280.977 1.016 75.887 187.119 198.459 30.000 0,74 TOTAL 3.343.345 (71.021) (337.716) 1.029.109 974.501 98.650 Fonte: Dados da pesquisa, 2015. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa teve por objetivo analisar se os clubes que receberam patrocínio da Instituição Financeira tem nível de evidenciação satisfatório sobre as demonstrações contábeis e se existe relação entre os valores contratados com o disclosure das informações financeiras. Foram pesquisados os 14 clubes que possuem contratos ativos com a patrocinadora, utilizando o cheklist proposto por Silva, Teixeira e Niyama (2009), constatando que os clubes apresentam altas dívidas tributárias, baixos níveis de evidenciação e ausência no cumprimento da legislação aplicável. Resta, no entanto, saber a efetividade destas práticas apresentadas no estudo, para todos os clubes brasileiros, podendo ser objeto de estudos futuros. REFERÊNCIAS BASTOS, P. S. S.; PEREIRA, R. M.; TOSTES, F. P. A evidenciação contábil do ativo intangível atletas dos clubes de futebol. In: CONGRESSO USP CONTROLADORIA E CONTABILIDADE, 6., 2006, São Paulo. Anais São Paulo: USP, 2006. BDO. Valor das Marcas dos 17 Clubes mais Valiosos do Brasil. 2012. Disponível em: < http://www.bdobrazil.com.br/pt/pdfs/estudos_zipados/valordasmarcasde2013.pdf>. Acesso em: 25 de janeiro de 2015. BRASIL. Lei 9.615. Brasília, 24 de Março de 1998. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9615consol.htm>. Acesso em: 08 de janeiro de 2015. CARDOSO, Vanessa Ingrid da Costa; MAIA, Anna Beatriz Grangeiro Ribeiro; PONTE, Vera Maria Rodrigues. Práticas de Disclosure do Ativo Intangível em Clubes de Futebol. In: CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E CONTABILIDADE, 12., 2012, São Paulo. Anais Eletrônicos. São Paulo: USP, 2012. Disponível em <

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