APLICAÇÃO DE RECOBRIMENTOS À BASE DE CARBOIDRATOS CONTENDO DIFERENTES FONTES LIPÍDICAS EM MANGA TOMMY ATKINS

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Transcrição:

APLICAÇÃO DE RECOBRIMENTOS À BASE DE CARBOIDRATOS CONTENDO DIFERENTES FONTES LIPÍDICAS EM MANGA TOMMY ATKINS Maria do Socorro Alves Massaranduba 1 ; Maria Auxiliadora Coêlho de Lima 2 ; Danielly Cristina Gomes da Trindade 3 ; Andréia Amariz 4 ; Thalita Passos Ribeiro 4. 1 Tecnóloga em Alimentos, Instituto Centro de Ensino Tecnológico (CENTEC), Juazeiro do Norte-CE; 2 Dra., Pesquisadora, Embrapa Semi-Árido, Petrolina-PE, maclima@cpatsa.embrapa.br; 3 Bióloga, Laboratorista, Embrapa Semi-Árido; 4 Graduanda em Ciências Biológicas, Faculdade de Formação de Professores de Petrolina, Petrolina-PE. INTRODUÇÃO Apesar da importância do Brasil na produção mundial de frutas, sua participação no mercado internacional ainda é baixa (Anuário Brasileiro de Fruticultura, 27), sendo a conservação pós-colheita dos frutos um dos principais problemas. Produtos agrícolas perecíveis, como a manga, têm sua vida útil reduzida por apresentarem elevado teor de umidade, textura macia e altas taxas respiratórias e de produção de calor. Essas características geram desvantagens quanto ao seu manuseio após a colheita, resultando em perdas (CHITARRA; CHITARRA, 25). Várias técnicas de manuseio e conservação pós-colheita, como o uso de baixas temperaturas, a alteração da composição atmosférica, a aplicação de bloqueadores da ação do etileno e de recobrimentos comestíveis são empregadas e outras estão sendo estudadas com o objetivo de reduzir as perdas e aumentar a competitividade das frutas brasileiras. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de recobrimentos à base de carboidratos contendo diferentes fontes lipídicas na qualidade e conservação pós-colheita de manga 'Tommy Atkins'. MATERIAL E MÉTODOS As mangas, cultivar Tommy Atkins, utilizadas no experimento foram colhidas no estádio de maturação 2 e transportados para o Laboratório de Fisiologia Pós-colheita da Embrapa Semi-Árido, onde foram submetidas aos tratamentos: aplicação de recobrimentos e tempo de armazenamento. Os recobrimentos compreenderam: controle (sem recobrimento); A= carboximetilcelulose (CMC),% + óleo de girassol,3% + etanol,5% + sorbato de

potássio,1% + sacarose,5%; B= dextrina 4,% + óleo de girassol,3% + etanol,5% + sorbato de potássio,1%; C= CMC,% + óleo de gergelim,3% + etanol,5% + sorbato de potássio,1% + sacarose,5%; e D= dextrina 4,% + óleo de gergelim,3% + etanol,5% + sorbato de potássio,1%. Após a aplicação dos recobrimentos e secagem, os frutos foram armazenados em condições ambientais, a 22,2 ± 3, C e 57 ± 11% UR, durante, 4, 8, 11, 13 e 15 dias. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em fatorial 5x (recobrimento x tempo de armazenamento), com 4 repetições constituídas de 4 frutos. As variáveis analisadas foram: perda de massa, coloração da casca e da polpa, firmeza da polpa, teor de sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT) e aparência. A última variável foi avaliada por meio de escala de notas de 4 a, conforme proposto por Lima et al. (27), em que 4= fruto isento de manchas e com aparência fresca, 3= sinais de murcha inicial (perda de brilho e turgor) e/ou presença de manchas em até 5% da superfície do fruto, 2= manchas em a 2% da superfície e/ou enrugamento inicial, 1= manchas em 21 a 4% do fruto e/ou avanço do enrugamento (intensidade moderada) e = manchas em mais de 4% da área do fruto e/ou enrugamento em intensidade severa e/ou podridão. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o período, observou-se perda de massa progressiva (Fig. 1A), sendo que os recobrimentos à base de dextrina, contendo óleo de girassol ou de gergelim, foram os mais eficientes em reduzí-la (Fig. 1B). A firmeza da polpa decresceu diferencialmente entre os recobrimentos, sendo que os frutos que receberam o recobrimento C apresentaram-se mais firmes (Fig. 1C). A perda de firmeza ocorre devido à ação de enzimas na parede celular, promovendo a solubilização de substâncias pécticas e o conseqüente amaciamento dos tecidos (CHITARRA; CHITARRA, 25). A luminosidade (L) e o croma (C) da casca aumentaram em função do tempo (dados não apresentados), observando-se os maiores valores de L nos tratamentos controle e revestimento B, C e D (Fig. 1D). O ângulo de cor (H) decresceu de 17 para valores próximos de 8, indicando amarelecimento progressivo, que foi menor nos frutos que receberam o recobrimento C (dados não apresentados). A L da polpa decresceu ao longo do tempo, mas se manteve maior nos frutos recobertos com dextrina + óleo de gergelim (Fig. 1F). Por sua vez, o C da polpa não foi influenciado pelo uso dos recobrimentos (dados não apresentados). O H da polpa decresceu durante o

período, sendo a resposta mais tardia nos frutos tratados (Fig. 1G). O aumento no teor de SS e a diminuição da AT foram mais lentos nos frutos que receberam os recobrimentos B e C, respectivamente (Fig. 2A e 2B). Estas respostas são atribuídas à transformação das reservas acumuladas em açúcares solúveis e à utilização dos ácidos orgânicos durante o amadurecimento do fruto (CHITARRA; CHITARRA, 25). 12 9 Perda de massa (%) 1 8 4 2 Y = -.115x 2 +.8874x -.142 R 2 =.998 ** Perda de massa (%) 8 7 a ab b ab b 3 9 12 15 controle Revestimento A Revestimento B Revestimento C Revestimento D A B C Firmeza da polpa (N) 12 8 4 Y1 =.825x 3-2.985x 2 +.385x + 14.89 R 2 =.98 ** Y3 = -.3157x 2-2.1918x + 1.74 R 2 =.954 ** Y2 =.141x 3-2.54x 2 + 7.5487x + 15.84 R 2 =.9951 ** Y4 =.891x 3-1.972x 2 + 3.748x + 17.2 R 2 =.993 ** Y5 =.37x 3-1.4474x 2 +.959x + 1. R 2 =.995 ** 3 9 12 15 Luminosidade da casca D 5 45 4 controle a b ab ab ab Revestimento A Revestimento B Revestimento C Revestimento D E Ângulo de cor da casca 12 1 Y1 = -2.11x + 18.2 R 2 =.82 ** Y2 = -1.738x + 17. R 2 =.9884 ** 8 Y3 = -1.49x + 17.7 R 2 =.9788 ** Y4 = -1.93x + 17.1 R 2 =.9975 ** Y5 =.872x 2-2.9483x + 17.8 R 2 =.9244 * 3 9 12 15 Luminosidade da polpa F 5 4 Y1 = nã ajustado R 2 <.7 Y2 = -.437x + 48.423 R 2 =.7534 ** Y3 = nã ajustado R 2 <.7 Y4 =.52x 2-1.248x + 49.85 R 2 =.8729 * Y5 = -.348x + 48.89 R 2 =.752 ** 3 3 9 12 15

G Ângulo de cor da polpa 12 1 8 Y1 =,84x 2-1,592x + 89,1 R 2 =,822 ** Y2 = não ajustado R 2 <.7 Y3 = -.423x 3 +.839x 2-3.4437x + 88.371 R 2 =.8277 ** Y4 = não ajustado R 2 <.7 Y5 = -.499x 3 + 1.184x 2-4.535x + 88.728 R 2 =.9445 ** 3 9 12 15 H Teor de SS (ºBrix) 15 12 Y1 = -.71x 3 +.151x 2 -.4784x + 7.941 R 2 =.9745 ** Y2 = -.79x 3 +.178x 2 -.4977x + 7.11 R 2 =.979 ** Y3 = -.5x 3 +.1232x 2 -.3271x + 7.135 R 2 =.991 ** 9 Y4 = -.89x 3 +.198x 2 -.537x + 7.84 R 2 =.9589 ** Y5 = -.8x 3 +.157x 2 -.3313x + 7.251 R 2 =.9397 ** 3 9 12 15 FIGURA1 - Perda de massa (A e B); firmeza da polpa (C); luminosidade e ângulo de cor da casca (D e E); luminosidade e ângulo de cor da polpa (F e G);e teor de sólidos solúveis SS (H) de mangas Tommy Atkins submetidas à aplicação de recobrimentos e armazenadas sob temperatura ambiente (22,2 ± 3,ºC e 57 ± 11% UR). A aparência dos frutos decresceu ao longo do armazenamento, sendo que as mangas tratadas com soluções à base de CMC + óleo de gergelim permaneceram com o aspecto visual melhor até o final do estudo (Fig. 2B). Santos et al. (25) constataram que o uso de amido de milho a 4% também favoreceu o aspecto visual da manga Tommy Atkins. AT (% ácido cítrico) 1,4 1,1,8 Y1 = -.93x 2 +.97x +.89 R 2 =.954 ** Y2 = -.97x 2 +.981x +.877 R 2 =.9495 **,5 Y3 = -.98x 2 +.1114x +.829 R 2 =.991 ** Y4 =.11x 3 -.331x 2 +.288x +.8494 R 2 =.9858 ** Y5 = -.8x 2 +.851x +.8 R 2 =.939 **,2 3 9 12 15 Aparência (notas: 4 a ) 4 3 2 Y1 = -.119x 2 +.88x + 3.991 R 2 =.9749 ** Y2 = -.1x 2 +.57x + 3.94 R 2 =.9912 ** 1 Y3 = -.121x 2 +.1x + 3.939 R 2 =.9 ** Y4 = -.1x 2 +.1255x + 3.9251 R 2 =.9491 ** Y5 = -.93x 2 +.483x + 4.31 R 2 =.9443 ** 3 9 12 15 A B FIGURA 2 - Acidez titulável AT - (A) e aparência (B) de mangas Tommy Atkins submetidas à aplicação de recobrimentos e armazenadas sob temperatura ambiente (22,2 ± 3,ºC e 57 ± 11% UR). CONCLUSÕES O uso de recobrimentos de dextrina, independente da fonte lipídica, reduziu a perda de massa, atrasou temporariamente a evolução do ângulo de cor tanto da polpa quanto da casca e aumentou o brilho da polpa. No entanto, o uso conjunto de óleo de girassol

apresentou o efeito adicional de manter os frutos mais firmes por mais tempo. A aplicação de recobrimentos de carboximetilcelulose atrasou a evolução da cor da polpa e da casca, sendo que o uso de óleo de girassol também resultou em atrasos no acúmulo de sólidos solúveis e na diminuição da acidez titulável. REFERÊNCIAS ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA 27. Santa Cruz: Gazeta Santa Cruz, 27. 13 p. CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2. ed. Lavras: UFLA, 25. 785 p. LIMA, M. A. C. de; TRINDADE, D. C. G. da; SANTOS, A. C. N. dos; PAES, P. de C. Armazenamento refrigerado de manga Tommy Atkins sob atmosfera modificada (Smartbag ). In: CONGRESO IBEROAMERICANO DE TECNOLOGÍA POSTCOSECHA Y AGROEXPORTACIONES, 5., 27, Cartagena. Anais Cartagena: GPR/AITEP, 27. p. 1288-129. SANTOS, A. E. O.; BERBERT, P. A.; ASSIS, J. S.; MISTURA, C.; RIBEIRO, V. G.; CAYRES, P. S. M. Utilização de película de amido de milho na conservação pós-colheita de mangas Tommy Atkins. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PÓS-COLHEITA DE FRUTOS TROPICAIS, 1., 25, João Pessoa. Anais... João Pessoa: UFPB/SBF, 25. 28731_19587