PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente sem voto), BERETTA DA SILVEIRA E VIVIANI NICOLAU.

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Registro: ACÓRDÃO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RICARDO DIP (Presidente sem voto), AFONSO FARO JR. E AROLDO VIOTTI.

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Agravo de Instrumento n Relator: Desembargador Joel Figueira Júnior

Registr o: ACÓRDÃO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente), MORAIS PUCCI E FLAVIO ABRAMOVICI.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente) e EGIDIO GIACOIA. São Paulo, 17 de janeiro de 2015.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ REYNALDO (Presidente sem voto), ROBERTO MAC CRACKEN E ARALDO TELLES.

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14ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RJ AGRAVO DE INSTRUMENTO PROCESSO Nº A

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ADEMIR BENEDITO (VICE PRESIDENTE) (Presidente) e XAVIER DE AQUINO (DECANO).

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores CLAUDIO GODOY (Presidente sem voto), AUGUSTO REZENDE E RUI CASCALDI.

Registro: ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores EDSON FERREIRA (Presidente sem voto), OSVALDO DE OLIVEIRA E VENICIO SALLES.

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR CARLOS ALBERTO MENDES FORTE

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores J. B. FRANCO DE GODOI (Presidente) e JOSÉ MARCOS MARRONE.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores ERICKSON GAVAZZA MARQUES (Presidente), J.L. MÔNACO DA SILVA E MOREIRA VIEGAS.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores NEVES AMORIM (Presidente) e JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Privado

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO LIMINAR. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO PACTUADO CONTRATUALMENTE. CONTRATO BANCÁRIO. LIMITE DE 30%.

ACÓRDÃO. São Paulo, 14 de março de Cristina Cotrofe Relatora Assinatura Eletrônica

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Vistos, relatados e discutidos estes autos de agravo de instrumento n.º , interposto por GOOGLE

ACÓRDÃO. São Paulo, 13 de outubro de Christine Santini Relatora Assinatura Eletrônica

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUIS MARIO GALBETTI (Presidente sem voto), RÔMOLO RUSSO E RAMON MATEO JÚNIOR.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente sem voto), DIMAS RUBENS FONSECA E CAMPOS PETRONI.

AGRAVANTE: JILSAINE APARECIDA SOARES RELATOR: Juiz Gil Francisco de Paula Xavier Fernandes Guerra (Substituindo o Des.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores A.C.MATHIAS COLTRO (Presidente sem voto), JAMES SIANO E MOREIRA VIEGAS.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores SOUZA NERY (Presidente) e SOUZA MEIRELLES. São Paulo, 14 de agosto de 2018.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FELIPE FERREIRA (Presidente sem voto), RENATO SARTORELLI E VIANNA COTRIM.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECISÃO MONOCRÁTICA

Nº /001 <CABBCAADDABACCBACDBABCAADBCABCDDAAAAADDADAAAD>

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Segunda Câmara Cível. Agravo de Instrumento nº

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUIS MARIO GALBETTI (Presidente sem voto), RAMON MATEO JÚNIOR E LUIZ ANTONIO COSTA.

ACÓRDÃO. São Paulo, 30 de abril de Roberto Mac Cracken Relator Assinatura Eletrônica

Número:

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PODER JUDICIÁRIO Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GOMES VARJÃO (Presidente), NESTOR DUARTE E ROSA MARIA DE ANDRADE NERY.

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RELATÓRIO. 3. Foi atribuído o efeito suspensivo ao presente recurso. 4. Foram apresentadas contrarrazões. 5. É o que havia de relevante para relatar.

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<CABBCCDAABBCAADCCBBAAADDACABADAACBDAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

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06/02/2019 AULA 2. I- TUTELAS PROVISÓRIAS: Conceito e Classificações II-TUTELAS PROVISÓRIAS ANTECIPADA E CAUTELAR. Diferenças. Denis Domingues Hermida

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 7ª Câmara de Direito Privado ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MAURÍCIO PESSOA (Presidente sem voto), ARALDO TELLES E GRAVA BRAZIL.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS (Presidente) e ALVARO PASSOS.

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Transcrição:

Registro: 2018.0000286193 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2027127-49.2018.8.26.0000, da Comarca de Praia Grande, em que é agravante ADEMILSON DA GUIA, é agravado DIOGO ODDONY. ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 25ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores HUGO CREPALDI (Presidente), CLAUDIO HAMILTON E EDGARD ROSA. São Paulo, 20 de abril de 2018. Hugo Crepaldi Relator Assinatura Eletrônica

Comarca: Praia Grande Agravante: Ademilson da Guia Agravado: Diogo Odonny Voto nº AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO INDENIZATÓRIA TUTELA PROVISÓRIA Indeferimento pelo Juízo de Origem Pedido de concessão da medida de urgência consistente na retirada de postagem realizada pelo agravado em rede social Alegação de que o teor da publicação atenta contra a reputação e a imagem do agravante Possibilidade de antecipação da tutela jurisdicional Presença dos pressupostos necessários à concessão da medida (art. 300 do CPC) Probabilidade do direito alegado Liberdade de expressão e comunicação que deve se ater a determinados limites Clara violação de direitos do agravado Postagem com teor ofensivo, que qualificou o agravado de assassino e publicou sua foto e perfil na rede social Perigo de dano Publicação com potencial para incitar a violência contra o agravante, colocando em risco sua integridade física e de sua família Recurso provido. Vistos. Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por ADEMILSON DA GUIA, nos autos da ação indenizatória que move contra DIOGO ODDONY, objetivando a reforma da decisão proferida pelo MM. Juiz de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de Praia Grande, Dr. Renato Zanela Pandin e Cruz Gandini, que indeferiu o pedido de concessão da tutela provisória consistente na retirada da internet de posts realizados pelo agravado 2

no Facebook que atentariam contra sua honra e reputação. Pleiteia o agravante a reforma da decisão, alegando que estão presentes os requisitos autorizadores da concessão da tutela provisória. Afirma que o teor da publicação extrapola os limites da liberdade de expressão e que a manutenção da postagem pode lhe causar prejuízos irreparáveis. Recurso tempestivo, acompanhado de documentos, tramitou com a concessão do efeito suspensivo pretendido, porquanto ausentes os requisitos autorizadores (fl. 71/73). encaminhados a julgamento. Dispensada a contraminuta, os autos foram É o relatório. Trata-se de ação indenizatória com pedido de concessão de tutela provisória de urgência movida pelo agravante em face do agravado. Informa o agravante que, em 21.04.2015, envolveu-se em acidente de trânsito entre seu carro e uma motocicleta, no qual faleceu o piloto da moto e a pessoa que estava na garupa sofreu lesões. Afirma que não há conclusão até a presente data dos processos criminal e cível em trâmite em razão do acidente (fls. 29/35). Informa que em 24.10.2017 foi publicada na página "PGinfo" da rede social Facebook uma postagem veiculando entrevista com a viúva do indivíduo que faleceu no acidente mencionado acima (fls. 36/45). Afirma o agravante que a postagem possui conteúdo ofensivo à sua honra e que lhe coloca em risco por explorar sua imagem e disseminar na rede social a informação de que seria um assassino. 3

Pleiteou a concessão da medida liminar perante o Juízo de origem, tendo seu pedido indeferido nos seguintes termos: Em uma análise sumária, condizente com este momento processual, não se vislumbra a presença dos requisitos autorizadores da tutela de urgência pleiteada. Com efeito, a princípio, a postagem não aponta conteúdo ofensivo ao requerente, havendo sim, nítido clamor de parte da sociedade pela célere apuração e esclarecimento dos fatos e aplicação da justiça diante da gravidade do episódio. Ademais, a Constituição Federal, art. 5º, inciso IV, prevê que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato". Frise-se que a concessão da tutela de urgência nestas condições importaria em flagrante afronta à princípio constitucional, sendo certo ainda que, caso verificado excesso ou a pratica de crime de calúnia e difamação, a parte não poderá se furtar a responsabilização cível e criminal, se for o caso. Neste contexto, INDEFIRO a tutela de urgência postulada, sendo mais razoável que se aguarde a instauração do contraditório para que a situação seja melhor aclarada. No prazo de cinco dias, sob pena de indeferimento da inicial, o autor deverá complementar as despesas com citação. No silêncio, tornem os autos conclusos para extinção.int. (fl. ) Contra esta decisão, insurge-se a parte autora. Com o advento do Novo Código de Processo Civil, as modalidades de antecipação provisória dos efeitos do provimento final pretendido foram agrupadas no gênero tutelas provisórias, que tem por espécies as tutelas de urgência e as de evidência. Ambas tem por característica o fato de serem fundadas em cognição ainda superficial, e por terem como escopo a melhor distribuição dos ônus da demora inevitável do processo. A tutela provisória de urgência pode ser satisfativa ou cautelar, e, para ambos os casos, tem por requisitos genéricos a 4

demonstração (i) da probabilidade do direito e (ii) do perigo de dano ou de ilícito, ou ainda, de comprometimento da utilidade do provimento final. Sobre a probabilidade do direito, trata-se da plausibilidade de existência desse mesmo direito. O bem conhecido fumus boni iuris (ou fumaça do bom direito). O magistrado precisa avaliar se há 'elementos que evidenciem' a probabilidade de ter acontecido o que foi narrado e quais as chances de êxito do demandante (art. 300 do CPC). (Fredie Didier Jr. e outros, In Curso de Direito Processual Civil, v. 2, Juspodivm, pp. 609-609). Quanto ao segundo requisito, trata-se da impossibilidade de espera da concessão da tutela definitiva sob pena de grave prejuízo ao direito a ser tutelado e de tornar-se o resultado final inútil em razão do tempo (Daniel Amorim Assumpção Neves, In Novo Código de Processo Civil comentado artigo por artigo, Juspodivm, pp.476). In casu, indiscutivelmente tormentoso o tema da liberdade de manifestação do pensamento versus direito da conservação da honra e da imagem das pessoas. Embora reconhecida a dificuldade na conciliação e equilíbrio dos conceitos, parece haver consenso no sentido de que a livre manifestação do direito de crítica encontra limite na ofensa à honra e à dignidade daqueles que dela se veem objeto. Trazendo tal ideia para o caso concreto, verificase que a publicação foi feita na página do Facebook chamada PGinfo, que se destina a compilar informações de utilidade pública da região do município de Praia Grande. No caso, ao veicular a mencionada entrevista com a viúva do motociclista que faleceu no acidente, o agravado qualifica o agravante como assassino e publica sua fotografia e perfil na rede social: 5

O RETRATO DA IMPUNIDADE NA SOCIEDADE. EMPRESÁRIO MATA PAI DE FAMÍLIA E POSSIVELMENTE FOI FAVORECIDO POR AQUELES QUE DEVERIAM PROTEGER O CIDADÃO DE BEM. A Pagina PGinfo solicita o apoio da população para que esse assassino não saia impune novamente! Segue o perfil do assassino: (...) Por mais que o objetivo da postagem na rede social fosse de expressar a indignação com o fato ocorrido e dar publicidade à situação da família do falecido, a liberdade de expressão e comunicação encontra seu limite na fronteira do abuso. Em outras palavras, o princípio da livre manifestação da opinião tem não tem caráter absoluto, sofrendo restrições em seu aspecto externo em defesa da incidência de outros princípios, de tal forma que a deve ser restringido, principalmente, em observância ao princípio do respeito da dignidade. Presente, portanto, a requisito da probabilidade do direito do autor, uma vez que a livre expressão do agravado não se sobrepõe ao direito à reputação, honra e imagem do agravante. Frise-se que as ações judiciais em trâmite no âmbito penal e cível sequer foram julgadas, o que torna ainda mais grave o conteúdo publicado por qualificar como assassina uma pessoa que sequer teve contra si uma sentença penal condenatória. Presente, ainda, o requisito do perigo de dano irreparável, tendo em vista que o teor da postagem tem evidente potencial de incitar a violência contra o agravante ao convocar a população para evitar que o assassino saia impune novamente. Por mais que esse não tenha sido o 6

intuito do agravado, sabe-se que nos tempos atuais a repercussão de uma publicação deste tipo em redes sociais pode fugir do controle. Ao estampar a postagem com a foto do agravante e dar publicidade ao seu perfil pessoal no Facebook, corre-se o risco concreto de atentado contra a sua integridade física e de seus familiares caso haja comoção da população local. Verificados, portanto, os requisitos elencados pelo artigo 300 do Código de Processo Civil, cabível a antecipação da tutela jurisdicional, sendo necessária a reforma da decisão agravada para determinar a exclusão da postagem realizada pelo agravado na página do Facebook PGinfo (fl. 37). Pelo exposto, dou provimento ao recurso. HUGO CREPALDI Relator 7