Lívia Jordão. Marcos Kalinowski. livia.jordao@ice.ufjf.br. kalinowski@ice.ufjf.br

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Transcrição:

Lívia Jordão livia.jordao@ice.ufjf.br Marcos Kalinowski kalinowski@ice.ufjf.br

Introdução MPS-SV e Serviços de Desenvolvimento Survey: Aplicabilidade do MPS-SV à Serviços de Desenvolvimento Planejamento Operação Resultados Considerações Finais

Organizações com sistemas em produção comumente possuem variações no volume e na prioridade de suas demandas, refletindo a dinâmica de suas necessidades do negócio. Estruturar o desenvolvimento de software lidar com estas variações não é uma tarefa trivial. Acredita-se que uma das formas seja estruturar o atendimento das demandas estabelecendo capacidades de gerenciamento de serviços.

Tratar o atendimento às demandas de desenvolvimento como um serviço prestado ao cliente está aderente à definição de serviços da [ISO/IEC 2011]. Na prestação de serviços de TI, é fundamental buscar estabelecer processos eficientes de gerenciamento de serviços [TSO 2011], preferencialmente embasados em algum modelo de referência. MPS-SV do Programa MPS.BR [SOFTEX 2012]

Kalinowski e Reinehr (2013) relatam uma experiência prática em que os preceitos do MPS-SV foram seguidos complementando práticas do MPS- SW para estruturar o desenvolvimento de software como um serviço de TI. Tendo em vista resultados positivos e lições aprendidas obtidos durante esta experiência, sentiu-se a necessidade de investigar de maneira mais ampla a aplicabilidade do MPS-SV na melhoria de serviços de desenvolvimento e/ou manutenção de software.

O gerenciamento de serviços de TI pode ser definido como Um conjunto de capacidades organizacionais especializadas para prover valor aos clientes na forma de serviços [TSO 2011]. O modelo MPS-SV serve como referência (benchmark) para que as organizações possam ajustar suas práticas em relação às melhores práticas do setor e ainda atestar sua aderência através de avaliações oficiais.

Tratar o atendimento à demandas de desenvolvimento como serviços está aderente à definição de serviço da ISO/IEC, 2011: um meio de entregar valor para o cliente por meio da facilitação de resultados que o cliente deseja atingir. Assim, acredita-se que boas práticas da prestação de serviços possam permitir também o aprimoramento de processos de desenvolvimento e/ou manutenção de software.

Objetivo Analisar o MPS-SV com a finalidade de caracterizar com respeito à utilidade percebida, esforço de adoção e a intenção de adoção do ponto de vista do implementador MPS-SW no contexto de organizações que adotam o MPS-SW e que desejem também adotar o MPS-SV para melhoria de seus serviços de desenvolvimento e/ou manutenção.

Como o objetivo está relacionado com a percepção sobre a adoção de uma nova tecnologia, as questões da pesquisa survey foram elaboradas com base no Technology Acceptance Model (TAM) [Davis 1989]. O formulário da pesquisa foi elaborado contendo duas partes. A primeira parte continha 10 afirmativas objetivas baseadas no modelo TAM. A segunda parte continha três perguntas discursivas, que abordavam a perspectiva dos entrevistados sobre as dificuldades e facilidades de implementação do MPS-SV.

A pesquisa foi instrumentada com o auxílio da ferramenta de formulários do Google Drive. O formulário foi enviado por email para todos os implementadores do MPS-SW credenciados junto a instituições implementadoras. Aproximadamente 11,8% (19 de 161) do público alvo respondeu à pesquisa, resultando em um nível de confiança, em relação à percepção geral, de 78,5%.

Foram obtidas respostas de 11 das 20 instituições implementadoras

Utilidade Percebida.

93% concordam fortemente ou parcialmente que a implementação do MPS-SV no contexto da melhoria de serviços de desenvolvimento traz benefícios inclusive nos quesitos produtividade e aprimoramento da qualidade. Cabe ressaltar, entretanto, um posicionamento mais moderado em relação à qualidade, em que 83% dos participantes concorda parcialmente.

Esforço da Adoção.

76% concordam (fortemente ou parcialmente) que a implementação deste modelo em organizações desenvolvedoras de software que já adotam o MPS- SW é simples. A análise qualitativa permitiu identificar dificuldades, tais como: Definir o conceito de serviço no contexto de desenvolvimento de software; alinhar a capacidade dos serviços com a capacidade do desenvolvimento de software; lidar com as características diferentes dos dois modelos.

Intenção de Adoção.

63% acreditam (concorda fortemente ou parcialmente) que o MPS-SV tenha ampla adoção, tanto no contexto da melhoria de serviços de desenvolvimento e manutenção por organizações que já adotam o MPS-SW, quanto em geral. É possível observar, entretanto, um posicionamento mais cético em relação à adoção no contexto da melhoria de serviços de desenvolvimento e/ou manutenção.

A pesquisa teve um enfoque nos seguintes quesitos: utilidade percebida, esforço da adoção e intenção de uso. Utilidade percebida: 93% concordam que a implementação do MPS-SV no contexto da melhoria de serviços de desenvolvimento traz benefícios inclusive nos quesitos produtividade e qualidade. Esforço da Adoção: 76% concordam que a implementação deste modelo em organizações desenvolvedoras de software que já adotam o MPS- SW é simples.

Intenção de adoção: 63% concorda que o MPS-SV tenha ampla adoção, tanto no contexto da melhoria de serviços de desenvolvimento e manutenção por organizações que já adotam o MPS-SW, quanto em geral. Estes resultados gerais reforçam a aplicabilidade do MPS-SV à serviços de desenvolvimento Potencialmente provendo agilidade e possibilitando migrar de uma estrutura orientada a projetos e value-neutral para uma estrutura orientada a serviços e value-based (Kalinowski et al., 2013)

Davis, F. (1989). Perceived Usefulness, Perceived Ease of Use, and User Acceptance of Information Technology, MIS Quarterly 13 (3), pp. 319 340. ISO/IEC (2011). ISO/IEC 20000-1:2011(E) Information Technology Service Management. Geneve, 2011. Kalinowski, M., Biffl, S., Spinola, R.O., David, J.M.N., Reinehr, S. (2013). From Project-Oriented to Service-Oriented Software Development: An Industrial Experience Guided by a Service Reference Model, Journal of Software Engineering Research and Development (submitted). Kalinowski, M., Reinehr, S. (2013). Estruturando Desenvolvimento de Software como um Serviço de TI: Uma Experiência Prática, XII Simpósio Brasileiro de Qualidade Software (SBQS), Salvador BA, Brasil. SOFTEX (2012). MR-MPS-SV Guia Geral MPS de Serviços. Disponível em www.softex.br/mpsbr TSO The Stationery Office (2011). ITIL Information Technology Infrastructure Library v2011.

Lívia Jordão livia.jordao@ice.ufjf.br Marcos Kalinowski kalinowski@ice.ufjf.br