PROF. JEFERSON PEDRO DA COSTA CURSO: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
I. CONCEITO É a verificação da compatibilidade de uma lei ou ato normativo com a Constituição, verificando seus requisitos de constitucionalidade.
II. PRESSUPOSTO Princípio da Supremacia Constitucional. Significa dizer que em confronto com todas as demais normas do ordenamento jurídico, a Constituição será a norma suprema. Ela é o fundamento de validade de todas as normas. Todas as normas hierarquicamente inferiores deverão obedecer os preceitos Constitucionais.
III. REQUISITOS DE CONSTITUCIONALIDADE A análise da constitucionalidade das espécies normativas se pauta em compará-las com requisitos formais e materiais, a fim de verificar-se sua compatibilidade com as normas constitucionais. Ao se deparar com algum vício nessa compatibilidade, surge a inconstitucionalidade.
IV. ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE Por ação (positivas) Ocorre quando o desrespeito à Constituição resulta de uma conduta comissiva, praticada por algum órgão estatal. Por omissão (negativas) Ocorre quando o desrespeito à Constituição resulta de uma omissão do legislador, quando o mandamento Constitucional determinar que seja elaborada uma norma sobre determinado assunto e esta não é feita.
Material Trata-se da inconstitucionalidade quanto ao conteúdo da lei ou ato normativo. Formal É a inconstitucionalidade que se deriva do vício da forma, se dividindo em: - Orgânica: falta de competência do ente federado para legislar sobre a matéria. - Propriamente dita, que se subdivide em: Subjetiva: quem propôs a lei ou ato normativo, não poderia fazê-lo. Objetiva: não foi obedecida a quantidade mínima necessária para aprovar a lei ou o bicameralismo.
Total A inconstitucionalidade recai sobre toda a lei ou ato normativo. Parcial Somente parte é declarada inconstitucional (inclusive palavras).
V. ESPÉCIES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Quanto ao momento Preventivo: É realizado antes da entrada em vigor da lei ou ato normativo, podendo ser exercido pelo: - Legislativo: Através da Comissão de Constituição e Justiça; - Executivo: Veto Jurídico (Art. 66, 1º, CF/88); - Judiciário: MS impetrado por parlamentar com o objetivo de sustar projeto de lei ou PEC ofensivos à Constituição.
Repressivo: É aquele realizado após a entrada em vigor da lei ou ato normativo. É exercido pelo: Judiciário: verificação de compatibilidade da lei ou ato normativo com a Constituição feita pelos órgão do Poder Judiciário. É a regra adotada no Brasil. Legislativo: Realizado nas hipóteses (i) verificação de constitucionalidade de Medida Provisória (Art. 62, 5º, CF/88) e (ii) extrapolação do poder de Delegação (Art. 49, V, CF/88). Executivo (ponto polêmico): Não observância por parte do Poder Executivo de determinada lei ou ato normativo ante sua inconstitucionalidade.
Quanto à forma Difuso: também conhecido controle por via de exceção ou defesa, caracterizacaracteriza-se pela permissão a todo e qualquer juiz ou tribunal realizar no caso caso concreto a análise sobre a compatibilidade do ordenamento jurídico com a Constituição.
Concentrado: Por meio desse controle, procura-se obter a declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo em tese, independentemente da existência de um caso concreto.
VI. EFEITOS DA DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Controle difuso: em regra é inter partes e ex tunc, o que significa dizer que somente as partes do processo são afetadas pela decisão e retroagirá, a princípio, somente para elas. Exceção: Art. 52, Constituição Federal. Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: [...] X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
Controle concentrado: em regra os efeitos são erga omnes (atinge a todos) e ex tunc (retroage). Porém, pode o Supremo Tribunal Federal por decisão de 2/3 dos seus membros, modular os efeitos da decisão.
VII. AÇÕES CONSTITUCIONAIS ADI (Adin) Ação Direta de Inconstitucionalidade (Art. 102, I, a, CF/88). Ação que tem por objeto combater lei ou ato normativo estadual ou federal editado após a Constituição Federal. Competência: Supremo Tribunal Federal.
Legitimados: Art. 103, I a IX, CRFB/88. Universais (podem ajuizar qualquer ADI): I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
Pertinência temática (devem comprovar seu interesse na causa): IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
ADI Interventiva Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (Art. 36, III, CF/88) É a ação pela qual a União intervirá nos Estados e no DF e que se fundamenta na defesa da observância dos chamados princípios sensíveis (Art. 34, VII, CF/88): a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. Somente o PGR é parte legítima para requerê-la.
ADO Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (Art. 103, 2º, CF/88) É a ação constitucional que visa declarar a inconstitucionalidade ante a omissão de quem deveria produzi-la. As hipóteses de cabimento são aquelas de normas constitucionais de eficácia limitada. Ex.: Art. 153, VII, CF/88: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
ADC Ação Declaratória de Constitucionalidade (Art. 102, I, a, CF/88) Ação constitucional destinada a afastar a insegurança jurídica ou estado de incerteza sobre a validade de lei ou ato normativo federal, buscando preservar a ordem jurídica constitucional. Ex.: Lei de cotas. Legitimados: São os mesmo da ADI.
ADPF Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (Art. 102, 1º, CF/88) É uma das ações que fazem parte do controle concentrado de constitucionalidade. Possui caráter subsidiário (somente será ajuizada quando não couber qualquer outra). Tem por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. (Art. 1º, Lei 9.882/99). Os legitimados são os mesmos da ADI e ADC.
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