RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

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Transcrição:

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA Data limite para o envio da Síntese do Relatório de Impactos: 31/01/2011 Data limite para o relatório completo: 15/06/2011 Nome da tecnologia:tecnologia para produção de alho livre-de-vírus Ano de avaliação da tecnologia:2011 Unidade: Embrapa Hortaliças Equipe de Avaliação: Nirlene Junqueira Vilela- Impactos econômicos Maria Thereza Pedroso- Impactos sociais Carlso Eduardo Pacheco- Impactos ambientais RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA 1.- IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 1.1. Nome/Título: Tecnologia para produção de alho livre-de-vírus Informe o nome ou título da tecnologia selecionada para fins de avaliação de impacto: 1.2. Objetivo Estratégico PDE/PDU Indique em qual objetivo estratégico da Embrapa (PDE/PDU) se enquadra a tecnologia avaliada: Objetivo Estratégico PDE/PDU X Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio X Inclusão da Agricultura Familiar Segurança Alimentar Nutrição e Saúde Sustentabilidade dos Biomas Avanço do Conhecimento Não se aplica 1.3. Descrição Sucinta Destaque as principais características da tecnologia e as suas vantagens relativamente à tecnologia anterior: 1

A nova tecnologia consiste na limpeza de bulbos de alho submetidos à termoterapia e cultivo de ápices caulinares in vitro para limpeza de vírus. As plantas regeneradas são indexadas e somente as livres de vírus são multiplicadas em condições controladas para prevenir a reinfecção. Depois desse processo, o material obtido, ou sementes completamente livre de vírus são repassadas aos produtores para multiplicação em campo. Após finalização do processo de geração em área experimental, a tecnologia foi transferida para validação na área de pequenos produtores da Bahia e Minas Gerais, em 2004, utilizando-se o alho comum das variedades Amarante e Cateto-Roxo. A produtividade média obtida com a nova tecnologia variou de 8 a 12 toneladas por hectare nas unidades de validação, onde antes era de 4 toneladas por hectare. A segunda vantagem, comparando com o alho tradicionalmente utilizado pelos produtores é a excelente qualidade dos bulbos. Adicionalmente, a nova tecnologia possibilitou expressiva redução de aplicações de defensivos, devida à redução de ocorrência de doenças na cultura. Em consequência, da redução de defensivos e de mão-de-obra, os custos variáveis de produção reduziram-se em 30%, aproximadamente. 1.4. Ano de Lançamento: 2002 1.5. Ano de Início de adoção:2003 1.6. Abrangência Selecione os Estados onde a tecnologia selecionada está sendo adotada: Nordeste Norte Centro Oeste Sudeste Sul AL AC DF X ES X PR BA X AM GO X MG X RS CE X AP MS X RJ X SC MA X PA MT SP PB X RO PE X RR PI X TO RNX SEX 1.7. Beneficiários Informe os principais beneficiários da tecnologia, adotando a classificação mais apropriada. No caso de resultados de centros temáticos, informe os principais usuários dos resultados gerados (laboratórios, institutos de pesquisa, universidades, indústrias, etc.) São beneficiários da tecnologia os agentes do agronegócio de alho, principalmente os do Nordeste. Em particular, os produtores, as cooperativas, 2

agroindústrias processadoras e o governo são amplamente beneficiados com a geração de emprego e renda gerada pela nova tecnologia. 2.- IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA Identifique os principais impactos detectados e analise sucintamente a cadeia produtiva em que se insere a tecnologia, considerando os principais segmentos ou componentes da mesma (produtores de insumos, produtores rurais, processamento, distribuição e consumo). Devem ser relacionados os diversos tipos de impactos detectados ou esperados (econômicos, sociais, ambientais, avanço do conhecimento, capacitação e/ou político-institucionais). O alho, em geral, movimenta diversos setores do agronegócio. No processo produtivo, a cultura demanda das empresas produtoras de insumos os corretivos de solos, fertilizantes e defensivos. A produção do alho também inclui o setor de serviços, transportes e embalagens tanto a montante como a jusante do setor produtivo Nos elos a frente do setor produtivo, a cadeia do alho inclui as agroindústrias (processamento e as indústrias farmacêuticas), os mercados atacadistas e varejistas, o mercado internacional e os consumidores finais, segmentados no setor de refeições coletivas (restaurantes tradicionais, restaurantes industriais empresas de produção de comidas prontas e semiprontas, redes de comida quilo, hotéis, hospitais, merenda escolar) e famílias. A produção brasileira de alho em 2010 foi de 104 mil toneladas colhidas em uma área de 10 mil hectares. Figura 1. 3

Comparando a última safra com a do ano de 2006, verifica-se que apesar da redução da área, ocorreu significativo crescimento da produção (18,6%), graças ao positivo desempenho da produtividade (19,0%), aproximadamente. É importante ressaltar que nos últimos tempos, principalmente na região Nordeste, a nova tecnologia apresentou excelente desempenho com diversas vantagens tanto para os produtores como para os consumidores. Nesse sentido, o sabor acentuado do alho comum utilizado na limpeza clonal, apresenta a vantagem superior quando comparado do alho importado. O alho comum geralmente é cultivado por pequenos produtores em sistemas de produção de base técnica tradicional com baixo nível tecnológico que é um dos principais gargalos nos sistemas de produção de alho comum. Os bulbos pequenos e alto grau de degenerescência causada por deficiências nutricionais, associadas à a alta incidência de viroses e outras pragas resultavam em perdas de produtividade e, também, perda de valor no mercado, devido a baixa qualidade comercial dos bulbos e, consequentemente, muito baixa rentabilidade, devido ao elevado alto custo de produção. Por outro lado, o abarrotamento do mercado brasileiro com alho chinês, em concorrência com a produção nacional de alho nobre vem provocando transparente depredação do setor. Nesse aspecto, é importante ressaltar que a invasão do mercado brasileiro pelas intempestivas importações de alho chinês durante o ano inteiro vem prejudicando a produção nacional de forma perversa, com elevados prejuízos para os produtores de alho nobre. Apesar da baixa qualidade em sabor, o alho chinês tem capacidade de atrair os consumidores, simplesmente pelo aspecto graúdo de seus grãos concorrendo assim, de forma predatória, diretamente com o alho nobre nacional, cuja produção vem se retraindo em decorrência desse fato. Cultivado, em grande parte, por grupos empresariais, o alho nobre nacional, com excelente qualidade e alto valor comercial, exige maior nível de especialização de mão-de-obra em seu processo produtivo, incluindo sementes de boa qualidade e alto nível tecnológico vem alcançando produtividades médias entre 14 e 15 toneladas por hectare O alho comum, em maior parte, cultivado por pequenos produtores, apresenta em suas lavouras problemas de viroses que afeta tanto a produtividade como a qualidade, inviabilizando assim a produção comercial. A introdução da tecnologia de produção de sementes do alho comum livre de vírus nos sistemas de produção vem permitindo a elevação da produtividade e da qualidade dos bulbos que, atendendo as exigências do mercado, passou a contribuir com significativos ganhos de renda para os produtores e região ( Figura 3) Desempenho econômico da Tecnologia de Produção do Alho Livre de Vírus 4

As primeiras unidades de validação da tecnologia de produção de sementes de alho livre de vírus foram implantadas no município de Cristópolis, Bahia no ano de 2002. Neste município, no ano de 2000, a área de alho era de 170 hectares com produção de 765 toneladas e produtividade média de 4,5 toneladas por hectare. No ano de 2007, apesar da redução da área para 120 hectares, a produção alcançou 840 toneladas, graças ao aumento da produtividade média que, neste município alcançou 6,80 t/há. De acordo com informações de técnicos da EBDA (2012), atualmente, a área de adoção do alho livre de vírus já atingiu, aproximadamente, 60% da área total do município de Cristópolis e, na Bahia, áreas cultivadas exclusivamente com a nova tecnologia vêm alcançando em média, a produtividade de 11 toneladas por hectare. No Nordeste, são atualmente 920hectares cultivados com alho livre de vírus, que significa quantidade adicional de 2.760 toneladas na cadeia. Em todos os segmentos desta cadeia produtiva é significativa a geração de empregos e renda. No aspecto da geração de empregos, considerando que o alho gere 3 empregos por hectare, estima- se que no setor produtivo foram gerados 2.550 empregos diretos, pela nova tecnologia. No ano de 2011, A tecnologia de produção do alho de vírus proporcionou incremento de renda na agricultura no valor de R$ 36,6 milhões. Desse total, a pesquisa da Embrapa recebeu e transferiu para a sociedade um crédito de R$ 17,181 milhões, como benefício econômico gerado pela tecnologia, na forma de incremento de produtividade (73,09%), redução de custos (11,2%) e expansão da produção (15,6%). 5

No comércio internacional de alho as importações foram contabilizadas em 164,9 toneladas no valor de US$ 252,4 mil ( Figura 1). Figura 1. Brasil, Comércio internacional de alho, 2000-2011 Assumindo que seja constante o consumo de alho percapita de 0,486 kg por habitante ano (2008), estima-se que a produção de 90 mil toneladas de alho seriam suficientes para satisfazer as necessidades de consumo da população brasileira contada pelo IBGE em 192.376,4 mil habitantes em 2011. Entretanto, à produção brasileira de 104,1 mil toneladas, somam-se as importações 165 mil toneladas provenientes de outros países e principalmente da China (61,5%) e Argentina (37,4%). Levando-se em conta o ano de 2007 em comparação com 2011, observase as importações elevaram-se substancialmente em valor (140,5%) e quantidades (22,9%) enquanto as exportações reduziram-se em valor (43,2%) e em volumes (66,6%). Apesar da deficitária balança comercial do alho brasileiro, a nova tecnologia de produção do alho livre de vírus vem contribuindo de forma significativa para o abastecimento interno, por contar com grande preferência dos consumidores. Nesse aspecto, com base na pesquisa de aquisição domiciliar realizada em 2008 pelo IBGE que divulgou o consumo de alho percapita anual de 0,486 kg, estima-se que o adicional de produção de 10.120 toneladas gerada pela tecnologia tenha atendido aproximadamente 22 milhões de consumidores, levando-se em conta as estatísticas do IBGE de contagem da população (2011) e pesquisa de aquisição alimentar (2008). 3.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS 3.1- Avaliação dos Impactos Econômicos Estime os impactos econômicos gerados pela tecnologia em avaliação comparativamente a tecnologia anterior. Dada a diferenciação entre os diversos tipos de impactos econômicos (incrementos de produtividade, redução de 6

custos, expansão de área e agregação de valor) são propostas quatro diferentes tabelas para que os dados sejam coletados e os benefícios econômicos estimados. Selecione, a seguir, a tabela correspondente ao tipo de benefício econômico gerado e preencha os campos correspondentes. Observação: é possível selecionar mais de uma opção! Nota: Caso esta metodologia não seja adequada para avaliar os impactos econômicos da tecnologia, marque a opção "não se aplica" abaixo e passe para o item 4. Tabela Aa - Ganhos Líquidos Unitários das tecnologias para produção de alho livre de vírus Tipo de impacto: Incremento de produtividade Ano Unidade de Medida - UM Rendimento Anterior/UM (A) Rendimento Atual/UM (B) Preço Unitário R$/UM (C) Custo Adicional R$/UM (D) Ganho Unitário R$/UM E=[(B- A)xC]-D 2002 4.000 4.000 2,5 0 0 2003 4000 8.000 3 12.000 0 2004 4200 8.000 3,5 11.546 1.754 2005 4200 8.000 3,8 11.223 3.217 2006 4200 8.000 4 10.700 4.500 2007 4200 8.000 4,3 10.000 6.340 2008 6000 9.000 4,00 0 12.000 2009 7200 9.200 4,25 0 8.500 2010 7500 10.500 4,50 0 13.500 2011 8000 11.000 6,50 0 19.500 Tabela Ba - Benefícios Econômicos na Região Ano Participação da Embrapa % (F) Ganho Líquido Embrapa R$/UM G=(ExF) Área de Adoção: Unidade de Medida-UM Área de Adoção: QuantxUM (H) Benefício Econômico I=(GxH) 2002 0% 0 2 0 2003 70% 0 4 0 2004 70% 1228 12 14.734 2005 70% 2252 80 180.152 2006 70% 3150 122 384.300 2007 70% 4438 456 2.023.728 2008 70% 8400 510 4.284.000 2009 70% 5.950 620 3.689.000 2010 70% 9.450 850 8.032.500 2011 70% 13.650 920 12.558.000 Tabela Ab- Ganhos Unitários por Redução de Custos Ano Unidade de Medida - UM Custos alho tradicional - Custo ALV Kg/UM (B) Economia Obtida R$/UM 7

Kg/UM (A) C=(A-B) 2002 12.000 8.000 4.000 2003 12.000 8.000 4.000 2004 12.000 8.000 4.000 2005 12.000 8.000 4.000 2006 12.000 8.000 4.000 2007 12.000 8.000 4.000 2008 12.000 8.000 4.000 2009 13.200 9.200 4.000 2010 13.300 10.330 2.970 2011 13.500 10.500 3.000 Tabela Bb- Benefícios Econômicos na Região Ano Participaçã o da Embrapa - % (D) Ganho Líquido Embrapa - R$/kg E=(CxD) Área de Adoção: Unidade de Medida - UM Área de Adoção/UM (F) Benefício Econômico - R$ G=(ExF) 2002 70 2.800 2 5.600 2003 70 2.800 4 11.200 2004 70 2.800 12 33.600 2005 70 2.800 80 224.000 2006 70 2.800 122 341.600 2007 70 2.800 456 1.276.800 2008 70 2.800 510 1.428.000 2009 70 2.800 620 1.736.000 2010 70 2.079 850 1.767.150 2011 70 2100 920 1.932.000 Tipo de Impacto: Expansão da Produção Tabela Ac - Ganhos Unitários de Renda Ano Unidade de Medida - UM Renda com Produto Anterior -R$ (A) Renda com Produto Atual - R$ (B) Renda Adicional Obtida R$ C=(B- A) 2002 10.000 10.000 0 2003 12.000 24.000 12.000 2004 14.700 28.000 13.300 2005 15.960 30.400 14.440 2006 16.800 32.000 15.200 2007 18.060 34.400 16.340 2008 24.000 36.000 12.000 2009 30.600 39.100 8.500 2010 33.750 42.750 13.500 2011 52.000 71.500 19.500 8

Tabela Bc- Benefícios Econômicos na Região Ano Participação Ganho Líquido da Embrapa - Embrapa - % (D) R$/UM E=(CxD) Área de Expansão: Unidade de Medida - UM Área de Expansão Quant./UM (F) Benefício Econômico - R$ G=(ExF) 2002 50 0 2 0 2003 50 6.000 4 24.000 2004 50 6.650 12 79.800 2005 40 5.776 80 462.080 2006 30 4.560 122 556.320 2007 30 4.902 456 2.235.312 2008 20 2.400 510 1.224.000 2009 25 2.125 620 1.317.500 2010 15 2.025 850 1.721.250 2011 15 2.925 920 2.691.000 3.2.- Análise dos impactos econômicos Dados os impactos estimados, comente os mesmos, sempre comparativamente a tecnologia anterior. Cite nos comentários o montante de benefícios econômicos estimado é, sobretudo o papel na Embrapa na geração de tais impactos. No caso da participação da Embrapa, informe o percentual (%), bem como as razões que o justificam, especialmente as deduções devidas a outros parceiros. Os benefícios econômicos gerados pela nova tecnologia incluíram efetiva contribuição de outras instituições e dos próprios produtores no processo de desenvolvimento e transferência da tecnologia. Desta forma, no cálculo dos benefícios econômicos foi atribuído à Embrapa um crédito de 70% pela geração da tecnologia. O estudo adotou como referência a região Nordeste, onde a tecnologia de produção do alho livre de vírus vem sendo adotada. Nessa região, em 2010, os produtores que ainda utilizam o tradicional alho comum obtiveram a produtividade média de 8.000 toneladas por hectare, ao passo que aqueles passaram a adotar a nova tecnologia alcançaram a produtividade média de 11.000 toneladas por hectare. Os incrementos de produtividade gerados pela tecnologia proporcionaram ganhos unitários de renda no valor de R$ 19,500 mil, cabendo um crédito para a pesquisa de R$13,650 mil em ganho unitário de renda por hectare que multiplicado pela área de adoção de 920 hectares resultou, no benefício econômico de, aproximadamente, R$ 12,558 milhões transferidos para sociedade pelo valor do crédito atribuído à Embrapa (70%). 9

Adicionalmente, a nova tecnologia acrescenta a vantagem de redução de custos. Ao adotar as sementes livres de vírus, o produtor reduz de forma considerável a quantidade e a freqüência de aplicações de agrotóxicos nas lavouras de alho que resulta em considerável redução de custos. Comparando o custo da produção por hectare de sementes livre de vírus coa s áreas cultivadas com as sementes tradicionais, observa-se os custos em média foram de R$13,5 mil com o alho comum e der$ 10,5 com as sementes livres de vírus, resultando na economia de 3,0 mil por hectare que proporcionou ganhos líquidos unitários para a Embrapa por hectare de R$ 2,100 mil que multiplicado pela área de adoção gerou benefícios econômicos de R$1,932 milhões. Outra vantagem econômica auferida pela sociedade foi a expansão da área de produção de alho, em substituição a outros alhos.o resultado foi a geração de renda adicional de R$ 19,5 mil que renderam para a Embrapa um ganho líquido de R$ 2,925 mil por hectare que, multiplicado pela área de adoção resultou em benefícios econômicos para a sociedade o valor R$ 1,932milhões gerado pela nova tecnologia. Levando-se em conta os benefícios totais da nova tecnologia, a sociedade auferiu renda adicional de R$17,181 milhões, considerando apenas o valor creditado à Embrapa. 4 CUSTOS DA TECNOLOGIA 4.1 - Estimativa dos Custos Inclua na Tabela 4.1.1 uma estimativa dos gastos da Embrapa com pessoal, custeio e capital (depreciação) na geração ( P&D) e na transferência da tecnologia objeto da avaliação de impacto. Em tal estimativa devem ser incluídas tanto as despesas diretas (projeto), como as indiretas (administração e manutenção do centro, treinamento, etc.), conforme instruções no menu "Instruções de Custos". Nota: Como nos benefícios, as estimativas são específicas da Embrapa; neste item devem ser incluídas apenas as despesas da Empresa. Tabela 4.1.1- Custo de geração e transferência de tecnologia para produção do alho livre de vírus Ano Custos de Pessoal Custeio de Pesquisa Depreciaç ão de Capital Custos de Administra ção Custos de Transferên cia Tecnológic a Total 1992 130.991 43.935 911 8.787 0 184.624 1993 133.534 53.025 987 10.605 0 198.151 1994 143.734 49.278 1.063 9.856 0 203.931 1995 147.861 49.591 1.139 9.918 0 208.509 1996 155.866 43.228 1.215 8.646 0 208.955 1997 164.548 44.137 1.291 8.827 0 218.804 10

1998 180.194 33.205 1.367 6.641 0 221.407 1999 192.340 40.750 1504 8.150 41.600 284.344 2000 194.500 52.000 1590 10.400 42.400 300.890 2001 196.700 43.200 1640 8.640 44.568 294.748 2002 197.500 36.570 1690,4 7.314 53.400 296.474 Total 1.837.769 488.919 14.399 97.784 181.968 2.620.838 Peso % 70,12 18,66 0,55 3,73 6,94 100 4.2 - Análise dos Custos Comente as estimativas de custos apresentadas na Tabela 4.1.1, especificando de maneira sucinta a metodologia de cálculo usada, especialmente no caso das despesas indiretas. O custo total incorrido na geração e transferência de tecnologia foi contabilizado em R$ 2,620,8 mil distribuído entre os componentes de pessoal (70,12%), custeio da pesquisa (18,66%), depreciações (0,55), custos administrativos (3,73%) e transferência de tecnologia (6,94%). Diversas áreas do conhecimento agronômico, tais como virologia, cultura de tecidos, melhoramento e fitotecnia e extensão foram envolvidas no desenvolvimento da tecnologia e, assim, foram imputados os gastos com o tempo despendido de cada pesquisador e pessoal operacional (técnicos agrícolas e pessoal de trabalho no campo). A pesquisa foi desenvolvida em parceria com instituições da Argentina (CAB) e nesse trabalho foi incluída somente os custos da Embrapa Hortaliças. Dessa forma, os custos diretos da pesquisa envolvendo viagens para diagnósticos e gastos com limpeza de vírus nos laboratórios de virologia, cultura de tecidos e implantação de telados somaram 18,66% do total reduzindo-se gradativamente com o tempo. A partir do ano 2000, iniciaram-se a implantação das unidades de validação. Em adição considerou-se as diárias de visitas de pesquisadores e pessoal da área de transferência até o lançamento da tecnologia em 2002 Após a validação e lançamento da tecnologia do alho livre de vírus considerou-se que os produtores e instituições parceiras incorreram em custos iniciais complementares de R$ 13,4 mil com despesas de construção e instalação de telados e custos adicionais com insumos e serviços para produção das sementes. Com o passar do tempo esses custos foram reduzidos, quando os produtores começaram a cultivar suas próprias sementes em campo aberto. 4.3. Fonte de dados 9 - BIBLIOGRAFIA Especifique as principais referências bibliográficas relativas à tecnologia objeto desta avaliação de impacto e, eventualmente, os estudos de impactos desenvolvidos sobre a mesma. 11

ÁVILA, A.F.D.; PALMA, V. Economic evaluation of agricultural research: methodologies and Brazilian applications. New Haven: EMBRAPA/Yale University/ Economic Growth Center, 1987. p 128-156. ÁVILA, A.F.D.; Avaliação de impactos econômicos da pesquisa.: Brasilia. Embrapa. 2000, 85 p. (Manual de avaliação de impactos socioeconômico-sge). DUSI, A N.; RESENDE, F.V.; DE MELO, W.F. RESENDE, R; TORRES, AC.; BUSO, J.A. Produção de alho livre de vírus. Brasília, 2002.(Relatório de pesquisa). IBGE.Área e produção de alho- safra 2010. Rio de Janeiro. Levantamento Sistemático da Produção. disponível:http://www.sidra.ibge.gov.br/. Acesso em 12/01/2011. IBGE.Área e produção de alho- safra 2009. Rio de Janeiro. Levantamento Sistemático da Produção. disponível:http://www.sidra.ibge.gov.br/. Acesso em 12/01/2012. RESENDE, F.V.; DUSI, A.N.; DE MELO, W.F. Recomendações básicas para a produção de alho em pequenas propriedades. Brasília DF: EMBRAPA/CNPH, 2004. 11p. (Comunicado técnico 22). SECEX. Importações e Exportações brasileiras de alho, 2011. Disponível < http:// aliceweb.desenvolvimento. gov.br> sacesso em 14/02/2012. VILELA, N.J; ALMEIDA,V.E. RESENDE.F.R. Levantamento de sistemas de produção de alho livro-de-vírus nos municípios baianos de Cistópolis, Boninal e Novo Horizonte. Brasília. Embrapa Hortaliças. 2008. ( Relatório de Pesquisa). 10.- EQUIPE RESPONSÁVEL Informe os nomes dos membros da equipe responsável pela elaboração deste, indicando o papel de cada membro (tipo de avaliação ou item do relatório). Apresente também a origem (não os nomes) das pessoas externas à Unidade consultadas para opinar sobre os impactos da tecnologia (Exemplo: EMATER, Cooperativas, Empresas privadas, produtores, etc.). Geradores da Tecnologia: André Nepomuceno Dusi-Embrapa Hortaliças José Amauri Buso- Embrapa Hortaliças Antônio Carlos Torres- Embrapa Hortaliças Renato Resende- UNB 12

Nirlene Junqueira Vilela- Responsável pela Avaliação de impactos econômicos Maria Tereza Pedroso - Responsável avaliação de impactos sociais Carlos Eduardo Pacheco de Lima- Responsável por impactos ambientais Revisor: Jairo Vidal Vieira - Chefe Adjunto de P&D 13