Dilma desune a saúde. Editorial. Expediente. País rico é país sem corrupção e impunidade



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1.2. Quais são as condições do financiamento para novos contratos?

Transcrição:

Benito Petraglia Presidente da Associação Médica Fluminense - Niterói F oram mais de 11 anos de tramitação do projeto de lei que regulamentava a profissão de médico. As representações oficiais das outras profissões da saúde participaram de todas as audiências. Depois de centenas de reuniões e audiências, inclusive com a participação do Ministério da Saúde, finalmente, o texto final do Ato Médico foi aprovado por unanimidade no plenário do senado em 18/06/2013. Depois de tanta espera para a aprovação da profissão de médico só faltava a presidente Dilma sancionar a lei aprovada pelo congresso. Frustação. Ela vetou vários itens do Ato Médico, principalmente, o item que definia as atividades privativas do Médico: formulação Dilma desune a saúde do diagnóstico e respectiva prescrição terapêutica. A alegação era que isso impediria programas do SUS que funcionam a partir da atuação integrada de outros profissionais, como enfermeiros, na realização do diagnóstico. Ora, isso é uma interpretação errônea, pois os programas do SUS citados são conduzidos por equipes multiprofissionais que contam, inclusive, com a presença do médico. No ingresso de um paciente em um programa de saúde pública, quem diagnostica, por exemplo, uma tuberculose, é o médico, e a equipe conduz o tratamento proposto em consenso por todos os membros. Trabalhar em equipe não significa que diversos profissionais possam realizar os atos uns dos outros, mas sim, que cada membro da equipe realiza os atos próprios de sua profissão de maneira harmônica com os demais. Não existem rotinas e protocolos nos estabelecimentos privados (onde Lula e Dilma se tratam) nos quais profissionais não médicos realizam diagnóstico de doença. Em todo o mundo o diagnóstico de doença (diagnóstico nosológico) assim como a respectiva prescrição terapêutica é ato privativo de médico, exceção feita ao odontólogo, no âmbito do aparelho mastigatório. Da mesma forma, em relação ao tratamento, cada profissional da saúde tem sua atribuição. Por exemplo, o ato de aplicar injeção é um, mas qual medicamento vai ser injetado é outro. Aquele é ato próprio do enfermeiro e este é próprio do médico. O governo do PT jogou pesado e o projeto ao retornar para o congresso para apreciar os vetos, os parlamentares se renderam à pressão governamental, e mantiveram os vetos da presidente. Essa atuação do governo federal também estimulou o acirramento entre os profissionais de saúde, pela demarcação de suas atuações, e dessa forma, divididos abrandam nas críticas contra as políticas de subfinanciamento e sucateamento da saúde. A Dilma desuniu os profissionais de saúde. É necessário que as lideranças médicas como o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira, reajam de forma contundente às medidas do governo federal, buscando, inclusive, o STF. A manutenção dos vetos à lei do Ato Médico aliada à decisão do governo de importar médicos sem revalidação dos diplomas indicam que a presidente Dilma e o ministro Padilha estimulam a criação de dois tipos de medicina no país. A primeira atenderia às classes mais abastadas que receberiam atendimento de excelência com médicos bem qualificados. A segunda seria voltada para a população mais carente, condenada a receber um arremedo de assistência médica com profissionais não habilitados. A manutenção dos vetos na lei do Ato Médico constitui uma agressão aos médicos, desrespeito ao congresso e desproteção à população brasileira. Editorial Expediente Associação Médica Fluminense Avenida Roberto Silveira, 123 - Icaraí Niterói - RJ - CEP 24230-150 Tel.: (21) 2710-1549 Diretoria da Associação Médica Fluminense Gestão: 2011-2014 Presidente: Benito Petraglia Vice Presidente: Gilberto Garrido Junior Secretário Geral: Ilza Boeira Fellows Primeiro Secretário: Christina Thereza Machado Bittar Primeiro Tesoureiro: Gustavo Emílio Arcos Campos Segundo Tesoureiro: José Emídio Ribeiro Elias Diretor Científico: Valdenia Pereira de Souza Diretor Sócio Cultural: Zelina Maria da Rocha Caldeira Diretor de Patrimônio: Luiz Armando Rodrigues Velloso Conselho Editorial da Revista AMF Benito Petraglia Felipe Carino Gustavo Campos Heraldo Victer Conselho Deliberativo Membros Natos Alcir Vicente Visela Chacar Alkamir Issa Aloysio Decnop Martins Celso Cerqueira Dias Flávio Abramo Pies Glauco Barbieri Luiz José Carneiro de Souza Lacerda Neto Miguel Angelo D Elia Waldenir de Bragança Membros Efetivos Amaro Alexandre Neto Antonio Carlos da Silva Navega Antonio Orlando Respeita Ary Cesar Nunes Galvão Carlos Umberto Coelho de Souza Carmine Masullo Eliane Bordalo Cathalá Esberard Flávio Nogueira de Oliveira Graziella Bard de Carvalho Laurinei Muniz da Cunha Maria da Conceição Farias Stern Paulo Roberto Visela Chacar Pedro Ângelo Bittencourt Raquel Elias Cozendey Rodrigo Schwartz Pegado Membros Suplentes Alessandra Sant Anna de Miranda Ana Cristina Pereira Dantas Anadeje Maria da Silva Abunahman Andre Luiz Carvalho Vicente Carlos Alberto de Oliveira Cordeiro Carlos Roberto Ferreira Jardim Cristina Pereira Veloso Clóvis Abrahim Cavalcanti Emanuel Decnop Martins Junior Frederico de Souza Pena País rico é país sem corrupção e impunidade Jose Antonio Bernardino de Oliveira José de Moura Nascimento Paulo Cesar Santos Dias Roberto Wermelinger da Silva Washington Barbosa de Araújo Conselho Fiscal Membros Efetivos Felipe de Souza Carino Fritz Alfredo Sanchez Cardenas Nédio Mocarzel Membros Suplentes Abrahão Malbergier Kathya Elizabeth M. Teixeira Leila Rodrigues Azevedo e Silva Ano VIII - nº 56 - Jul/Ago/Set - 2013 Produzida por LL Divulgação Editora Cultural Ltda. Redação e Publicidade Rua Lemos Cunha, 489 - Icaraí - Niterói - RJ Tel/Fax: 2714-8896 - www.lldivulga.com.br e-mail: comercial@lldivulga.com.br Diretor Executivo - Luthero de Azevedo Silva Diretor de Marketing - Luiz Sergio Alves Galvão Editor: Verônica Martins de Oliveira Reg. Mtb RJ 23534 JPMTE Projeto Gráfico: Luiz Fernando Motta Coordenação: Kátia Regina Silva Monteiro Gráfica: Grupo Smart Printer Fotos: Gil de Almeida e Sérgio Bastos Supervisão de Circulação: LL Divulgação Editora Cultural Ltda Os artigos publicados nesta revista são de inteira responsabilidade de seus autores, não expressando, necessariamente, a opinião da LL Divulgação e da AMF. 3

Índice Matéria de Capa Crônicas O Vômito e o Procon Ressucitando a falecida Pág. 24 Mais Médicos impacta negativamente imagem do profissional brasileiro Ato Médico Pág. 09 Dicas 4 Registro Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro - ACAMERJ e Associação Médica Fluminense (AMF) concluem curso Artigo Pág. 14 A oncologia obteve destaque entre as especialidades médicas nos últimos dez anos... Pág. 16 Obrigações acadêmicas Pág. 18 Sindicato Congresso mantém vetos à lei do ato médico, mas diagnósticos e prescrições são pertinentes à classe médica Pejotização na Saúde agride a Lei Trabalhista Perfil Pág. 06 Pág. 20 O médico Josemar da Silveira Reis nasceu em Mimoso do Sul, interior do Espírito Santo... Pág. 22 Do seu jeito Livros Informe Pág. 25 Sagrada Família Autor: Zuenir Ventura Pág. 26 Prefeito envia PL para a Câmara dos Vereadores - Grupo Asse Pág. 29

Ato Médico Congresso mantém vetos à lei do ato médico, mas diagnósticos e prescrições são pertinentes à classe médica E m recente votação, realizada no dia 21 de agosto, 40 senadores votaram pela manutenção dos vetos da presidente da República, Dilma Roussef à Lei do Ato Médico, enquanto 30 senadores foram a favor da derruba dos 10 trechos vetados pela chefe do executivo. Entretanto, como esclareceu o próprio Conselho Federal de Medicina (CFM), os vetos presidenciais não implicam em ampliação das competências e atribuições das outras 13 categorias da área da saúde. De acordo com alerta emitido pelo CFM em esclarecimento à população, os médicos continuam a ser responsáveis pelo diagnóstico de doenças e prescrição de tratamentos, sendo que os outros profissionais atuarão unicamente dentro do escopo de suas respectivas legislações e conforme jurisprudência dos Tribunais Superiores. Ao avaliar o veto da presidente Dilma, o presidente do CFM, Roberto Luiz D Ávila destacou que as únicas exceções possíveis estão dentro dos protocolos definidos pelo Ministério da Saúde que regulam programas de combate e prevenção a doenças, como tuberculose, dengue, malária, hanseníase, entre outras. Com isso, ele refletiu que a principal prejudicada será a população, pois, aqueles que têm condição de pagar por uma consulta, vão continuar a buscar por um médico para obter o diagnóstico de doenças cadastradas nos protocolos do Ministério da Saúde. No entanto, o diagnóstico e prescrição realizados fora dessas condições específicas são passíveis de denúncia, com a condenação daquele profissional que o fizer, podendo receber pena de seis meses a dois anos de prisão, segundo o Código Penal. 6

Lei do ato médico sofre mudanças Desde sua criação há 11 anos, o projeto de lei do Ato Médico já percorreu um longo caminho, com as autarquias médicas lutando a favor da sua aprovação no poder executivo. O senador Geraldo Althoff (PFL-SC) foi o primeiro a apresentar uma proposta sobre o tema (PLS 25/2002). Depois, o senador Benício Sampaio (PFL-PI) também defendeu o projeto, através da PL 268. Em 2006, a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) ficou encarregada da relatoria de um projeto único, na forma de substitutivo, que saiu do Senado. Ao chegar à Câmara, foi novamente modificado, retornando ao Senado, em outubro de 2009, com o novo substitutivo. E foi esse texto no qual se baseou a aprovação pelos parlamentares, em junho deste ano, convertendo-se na Lei 12.842/13. A vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro CREMERJ, Vera Fonseca, falou sobre a longa luta das classes médicas e da recente aprovação no Senado. Na verdade, nós estivemos em toda essa luta com relação ao ato médico, que demorou vários anos e, infelizmente, os vetos foram aprovados, apesar dos 12 anos de dedicação à sua aprovação, refletiu. Porém, Vera destaca que é preciso que a classe continue engajada na busca por melhorias a favor da população. A gente entende que a luta da categoria médica deve continuar, independentemente dos resultados. Nossa categoria deve continuar nesta luta em prol da saúde pública brasileira, concluiu. 7

Mais Médicos impacta negativamente imagem do profissional brasileiro É possível exercer a medicina pela ideologia? O que o governo fará para contornar a carência de infraestrutura presente no interior do país, mesmo que supra a ausência de profissionais? Qual a razão do médico estrangeiro estar desobrigado de fazer a prova do Revalida? Esses questionamentos e outros mais são a tônica de discussões que permeiam as mais variadas instâncias, seja das entidades médicas, seja da população, que tem se perguntado o por quê da contratação de médicos estrangeiros, sobretudo, os cubanos pelo programa Mais Médicos. 9Matéria de Capa U ma informação contundente que permeia toda a questão do programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde: quanto se investe em saúde no Brasil? Eis a questão! Os investimentos são parcos. Uma pesquisa publicada, em julho, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que os gastos públicos do governo federal passaram de 1,73% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2000, para apenas 1,75% do PIB, em 2011. Ao comparar essa política de investimentos brasileira em relação à França, Alemanha e Espanha, a concorrência é desleal: são 3,9% do PIB brasileiro destinado à saúde contra 6% dos demais países, que também contam com aten-

Clóvis Abrahim Cavalcanti Presidente do SinMed é pública e notória a ineficácia do Sistema único de Saúde (SUS). O sucateamento dos hospitais e a precarização dos serviços prestados ganham um novo fator agravante, com a estagnação do investimento da União no setor. dimento universal. Conforme refletiu o presidente do Sindicato dos Médicos de Niterói, São Gonçalo e Região, Dr. Clóvis Cavalcanti, é pública e notória a ineficácia do Sistema único de Saúde (SUS). O sucateamento dos hospitais e a precarização dos serviços prestados ganham um novo fator agravante, com a estagnação do investimento da União no setor. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados em maio deste ano, o Brasil pode ter avançado na última década em relação aos investimentos na área. Entretanto, sua posição ainda é inferior à média global. Acontece que mais da metade das necessidades relativas à saúde do brasileiro é paga pelo próprio e não pelos serviços públicos. O Ministério da Saúde anunciou, recentemente, que investirá, até 2014, o valor de R$ 15 bilhões na infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde. Porém, não é de hoje que a população brasileira sofre com a ausência de infraestrutura necessária para melhorar o atendimento. A exemplo de outros anos, todo esse anúncio pode ser mais uma política do faz de conta, como se referiu o presidente da Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro SOMERJ, Dr. José Ramon Varela Blanco, para alavancar candidaturas de postulantes aos cargos eletivos. Para essa gente, a necessidade da população é apenas um adereço em seu desfile pela passarela política, destacou. Para ele, o programa Mais Médicos, como foi concebido e implantado, as escondidas, não passa de uma alegoria deste triste Carnaval que se instalou na saúde de nosso país. Ao refletir sobre toda essa problemática, o Dr. Ramon ressalva que colocar o profissional de Medicina como centro da discussão é transferir a figura do vilão do descalabro da área, ou seja, o próprio governo, para o principal e não exclusivo agente da solução, que é o médico. O fato é que a carência não ocorre somente nas periferias, como também nos grandes centros urbanos. Na realidade, o que gera essa carência é a falta de estímulo à carreira e as condições precárias amplamente divulgadas nos noticiários, com salários pornográficos. Não faltam médicos, falta mesmo é vontade política de resolver essa chaga da assistência médica, sentenciou. O governo quer, com isso, esconder suas mazelas no trato com a saúde e colocar o médico brasileiro como vilão. Ramon Varela Blanco Presidente da SOMERJ transferir a figura do vilão do descalabro da área, ou seja, o próprio governo, para o principal e não exclusivo agente da solução, que é o médico. A constatação do presidente da SOMERJ é compartilhada, também, pelo Dr. Clóvis Cavalcanti, que acredita não existir falta de médicos, mas, sim, ausência de investimentos na Saúde por parte do poder público. As verbas bilionárias anunciadas nos orçamentos nunca chegam totalmente ao seu destino, de acordo com o noticiado na mídia. Além dos anos de abandono e sucateamento, o presidente do Sindicato dos Médicos de Niterói, São Gonçalo e Região atribui ainda o problema à ausência de seriedade com a profissão do médico e tratamento indigno com o profissional de saúde, que se vê alijado de concursos públicos responsáveis por garantir a carreira de Estado com plano de cargos e salários. O governo quer, com isso, esconder suas mazelas no trato com a saúde e colocar o médico brasileiro como vilão, refletiu. Na realidade, conforme sentenciou o presidente do Sinmed, é preciso vontade política-administrativa para promover melhorias na saúde do país, que passam pela oferta de medicamentos, equipamentos e totais condições de trabalho, estrutura física com laboratórios e hospitais adequados. Outra medida seria coibir a abertura de mais faculdades de Medicina, equipando e qualificando as já existentes, além de destinar 10

Vera Fonseca: Vice-Presidente do CREMERJ Esse programa é eleitoreiro. Todos nós sabemos disso e a população, também. 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a saúde e as práticas adequadas de gestão e combate à corrupção. A sugestão do Dr. Clóvis é que seja destinado 10% do Produto Interno Bruto (PIB) à saúde. Com essa medida, ele acredita que não só o médico, como também a população serão tratados com dignidade, sem a necessidade de programas midiáticos, paliativos e sem futuro. A vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro CREMERJ, Dra. Vera Fonseca, destaca que o problema da ausência de médicos nas cidades do interior passa não somente pela questão do salário, mas também em virtude da falta de uma política de cargos e salários e das precárias condições de trabalho. Ninguém quer sair de suas casas para trabalhar em condições mínimas de trabalho, reflete. A médica denuncia que muitos médicos estrangeiros estão ficando nas capitais, como também na região metropolitana. Por esse motivo, o CREMERJ está contra, pois o seu entendimento é que o programa Mais Médicos não será resolutivo para os problemas de saúde do país. Na Venezuela, os médicos cubanos importados não contribuíram em nada para melhorar os indicadores de saúde Esse programa é eleitoreiro. Todos nós sabemos disso e a população, também, sentencia. Comparando essa mesma resolução do governo brasileiro ao da Venezuela, por exemplo, foi constatado que os médicos cubanos importados desse outro país da América Latina não contribuíram em nada para melhorar os indicadores de saúde do país, apresentando um desenvolvimento pífio. Presentes em solo venezuelano desde 2003, os 31 mil profissionais vindos de Cuba, sendo 11 mil médicos, não conseguiram reduzir a mortalidade materna no país, considerada a pior delas. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde OMS, em cada 100 mil bebês nascidos vivos, em 2000, 91 mães morriam 42 dias após o parto. Hoje, são 92 mães. A despeito dos resultados pouco satisfatórios, os médicos cubanos obtiveram uma boa avaliação da população venezuelana. Isso se deve, segundo destacou o economista André Medici, do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, em entrevista a uma revista de grande circulação no Brasil, ao forte potencial comunicador do grupo. CREMERJ quer saber destino de médicos estrangeiros Em agosto, o CREMERJ entrou com uma ação civil pública contra o programa, visando assegurar o direi- 11

12 to de não conceder registros provisórios aos médicos estrangeiros sem a revalidação do diploma e sem o certificado de proficiência da língua portuguesa. Entretanto, o parecer 051/2103, assinado pela presidente da República, Dilma Roussef, e pelo Advogado-Geral da União, ministro Luis Inácio Adams, determinou que os conselhos que exigirem documentos extras vão cometer ação de improbidade administrativa, ficando sujeitos a ações judiciais. Com isso, não se pode exigir informações, tais como revalidação de diploma, nomes do tutor e do supervisor e endereço das Unidades Básicas de Saúde onde os profissionais atuarão. A Medida Provisória (MP) 621/2013 estabelece que os CRMs podem solicitar apenas cópia de documentos que comprovem nome, nacionalidade, data e lugar de nascimento, filiação, habilitação profissional para o exercício da Medicina e diploma expedido por instituição de educação superior estrangeira. Como a Medida Provisória tem força de lei, a vice-presidente do CREMERJ, Vera Fonseca, destaca que o Conselho quanto autarquia tem de cumprir o que foi determinado pelo dispositivo. Sendo assim, o CREMERJ está recebendo 10 médicos estran-

geiros, que foram solicitados a apresentar somente a documentação exigida pela lei. No entanto, a instituição tem ainda a expectativa de obter junto ao Ministério da Saúde informações sobre qual posto de trabalho o médico cubano irá trabalhar, assim como quem são os supervisores do programa. Na realidade, conforme destacou o presidente do Sindicato dos Médicos de Niterói, São Gonçalo e Região, Dr. Clóvis Cavalcanti, o que se discute não é a contratação de médicos estrangeiros, conforme anunciado maliciosamente pelo governo federal. É importante que esses médicos do exterior façam uma prova de conhecimento técnico e do idioma português, o Revalida, a fim de garantir a qualidade no atendimento desses profissionais. Informe Publicitário - Odontologia Implantes na odontologia Os implantes de titânio utilizados na odontologia são colocados em áreas desdentadas, para exercer funções mastigatórias e funcionais de maneira semelhante aos dentes naturais. A técnica dos implantes osseointegráveis permite resultados superiores as próteses totais (dentaduras) e as próteses parciais removíveis (roach). Tem capacidade funcional semelhante às próteses, porém impedem a reabsorção óssea (perda de osso). Estudos apontam a taxa de sucesso dos implantes ósseointegráveis acima de 93% nos implantes colocados. O risco cirúrgico é mínimo e realizado com anestesia local. O pós-operatório é bom e a maioria dos pacientes não relata nenhum incomodo maior. Kamila Araújo Sales. - CRO RJ - 34458 - Implantodontista. Cavidade oral X Saúde do organismo Dor de dente é um dos piores incômodos que qualquer pessoa pode enfrentar. Entre as causas mais comuns estão às doenças periodontais, muito frequente e uma das mais subestimadas. A doença periodontal é causada por uma infecção bacteriana na gengiva, que pode comprometer o osso e os ligamentos periodontais da boca, prejudicando a saúde geral. Segundo estudos publicados pela Revista Periodontia, uma das mais influentes publicações do meio no Brasil, 30% dos pacientes que sofrem de doenças cardiovasculares apresentaram também periodontite crônica. Diabéticos e pacientes que sofreram isquemias cerebrais ou AVCs também mostraram sinais do mesmo problema. O início da doença se dá com a gengivite que tem como principal sintoma o sangramento. Sem acompanhamento ela pode evoluir para um quadro mais grave, chamada periodontite, que pode acarretar na perda do osso e do elemento dentário. É importante prevenir problemas na cavidade bucal através da higiene oral e das consultas periódicas ao Cirurgião-Dentista. Camilo de Lélis Sales - CRO RJ 11.111 - Periodontista. 13

Registro Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro - ACAMERJ e Associação Médica Fluminense (AMF) concluem curso F oi encerrado dia 20 de junho de 2013 o Curso Urgências e Emergências Médicas, iniciado em 09/05/2013. Ministrado às 3ªs e 5ªs feiras, de 19:30 às 21:30, contendo 24 palestras proferidas por renomados professores pertencentes à ACAMERJ ou à comunidade médica de Niterói e do Rio de Janeiro. Organizado pelo Acadêmico e Professor Luiz Augusto de Freitas Pinheiro, o curso teve 74 inscrições entre acadêmicos de medicina e médicos com frequências superiores a 90% nos dia das aulas. 14

Artigo Oncologia Por Gabriela Lopes e Renan Castro A oncologia obteve destaque entre as especialidades médicas nos últimos dez anos, quando o câncer tornou-se um problema de saúde pública no país e no mundo devido ao aumento na expectativa de vida da população. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 2030 sejam registrados 27 milhões de casos de câncer. Anderson Silvetrini, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc), apontou um dos principais problemas que dificulta a diminuição dos índices de câncer no país. A Oncologia no Brasil passa por um período de grandes desafios. O maior deles é dar acesso a toda população às melhores opções de tratamento disponíveis. Na condição de médicos oncologistas, vivemos um grande dilema, onde um medicamento pode ser utilizado na Me- dicina privada e sua incorporação na Saúde Pública pode demorar mais de uma década. Enquanto discutimos uma incorporação dessa natureza, países da Europa e dos Estados Unidos conduzem estudos clínicos com drogas que podem melhorar ainda mais as taxas de cura e de sobrevida dos pacientes, conta Anderson. Fundada em 25 de julho de 1946, a Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) possui hoje cerca de 500 médicos associados e é vinculada à Associação Médica Brasileira (AMB), constituindo-se em seu departamento de Oncologia, dividida entre as especialidades Clínica, Cirúrgica e Pediátrica. A Sboc, por sua vez, fundada em 1979, conta hoje com 1.082 associados e a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope) com 393. Distribuição geográfica 42 profissionais Norte Acre / 1 Amapá / 3 Amazonas / 9 Pará / 16 Rondônia / 6 Roraima / 1 Tocantins / 6 280 profissionais Nordeste Alagoas / 15 Bahia / 92 Ceará / 46 Maranhão / 20 Paraíba / 17 Pernambuco / 55 Piauí / 12 Rio Grande do Norte / 11 Sergipe / 12 16 145 profissionais Centro-Oeste Distrito Federal / 56 Mato Grosso / 19 Goiás / 49 Mato Grosso do Sul / 21 292 profissionais Sul Paraná / 105 Rio Grande do Sul / 113 Santa Catarina / 74 698 profissionais Sudeste Espírito Santo / 22 Minas Gerais / 126 Rio de Janeiro / 142 São Paulo / 408

Residência em Oncologia Oncologia Clínica Oncologia Cirúrgica Oncologia Pediátrica Número de oncologistas em cada sociedade Áreas de atuação Medicina Paliativa Medicina da Dor Radioterapia Fonte: Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) 43,87 Sobope 393 associados é a idade média dos oncologistas SB Sboc 500 associados 11.082 associados Novos especialistas Aprovados na prova de título de especialista em Cancerologia Clínica, Cirúrgica e Pediátrica aplicada pela SBC nos últimos seis anos: * Até o fechamento da edição, o número de aprovados na prova de título de Cancerologia Clínica não foi divulgado. O total inclui apenas os aprovados em Cancerologia Cirúrgica e Pediátrica. Divulgação A cancerologia só tende a crescer no que diz respeito à assistência, à pesquisa clínica e à educação continuada. Precisamos capacitar os especialistas, pois há médicos que tratam o câncer de forma inadequada. Ainda há médicos que, mesmo possuindo formação em Cirurgia Geral, não estão aptos a fazer uma cirurgia oncológica bem-sucedida. Outro Grande Desafio na área de Cancerologia Clínica é aumentar as taxas de diagnósticos precoces, diminuir custos de tratamentos e aprimorar o acesso da população. Para Isso, queremos também reduzir a má distribuição de especialistas no Brasil. Infelizmente, não há uma política pública eficaz na Saúde, em especial no que tange ao tratamento do câncer. Para esse ano, a SBC quer investir na valorização dos profissionais e conhecer as residências de Cancerologia para avaliarmos a formação dos novos especialistas no país. Robson Freitas de Moura Presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) 17

ACAMERJ Obrigações acadêmicas 18 Prof. Renato Luiz Nahoum Curi Presidente da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro A s Academias de Medicina compostas de baluartes do conhecimento médico têm obrigações estatutárias que em muito podem auxiliar o ensino médico em todos os seus níveis; servindo inclusive de apoio às entidades médicas em geral, sejam privadas sejam governamentais, na discussão e divulgação de vários projetos. Uma vez bem cumpridas estas obrigações, representantes da classe médica e de outras áreas afins buscam a Academia para as atividades didáticas e o intercâmbio com ela nas decisões técnicas. Ao lado disto, fazer parte de uma Academia de Medicina é uma grande realização pessoal. Este é o fundamento do que queremos realizar durante esta gestão. Ampliar a divulgação de nossas atividades acadêmicas para que mais pessoas da área biomédica possam participar de nossos eventos. Observem o que diz os Arts. 1º e 2º do Estatuto da ACAMERJ: Artigo 1º : A Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro ACAMERJ, fundada no dia 8 de dezembro de 1974 na cidade de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, onde tem sede e foro constituído conforme estatuto devidamente registrado no Cartório do 5º Ofício de Niterói, no livro A-5 sob o número 2812 em data de 30/07/1980, inscrita no CNPJ sob o número 29201738/0001-07. É uma sociedade civil e científica, sem fins lucrativos, de duração indeterminada, regida pelo presente Estatuto e tendo por objetivos: a) Promover e estimular o estudo da Medicina. b) Realizar sessões em que sejam discutidos assuntos relativos à medicina, à cultura e à ciência em geral. c) Promover conferência, congressos e outros conclaves médicos. d) Divulgar suas atividades, trabalhos de seus membros e conhecimentos médicos. e) Promover cursos de aperfeiçoamento médico. f) Opinar sobre questões, direta ou indiretamente, relacionadas com o exercício da medicina. g) Colaborar com os Poderes Públicos no estudo de questões de caráter médicosocial. h) Manter intercâmbio com entidades médicas. i) Criar núcleos regionais nos municípios do Estado do Rio de Janeiro. Artigo 2º : a) A Academia editará um boletim, premiará trabalhos nacionais e estrangeiros de real valor, organizará o Museu do Médico e manterá uma biblioteca de obras impressas e outra virtual. Parágrafo único: A Academia estabelecerá distinções para homenagear os que tenham concorrido, de forma excepcional, para seu engrandecimento. A observação destes artigos do estatuto, mostrando os objetivos da Academia, nos cria um grande desafio a ser enfrentado. Todos os objetivos têm caráter acadêmico. Ensino, atualização e promoção da saúde são fundamentais para o próprio andamento da Academia. Cabe-nos, como presidente da ACAMERJ, junto com toda a diretoria implementar a produção do conhecimento médico. Cabe-nos realizar o que consta do estatuto. Cabe-nos atrair a todos aqueles que têm interesse nas diversas áreas biomédicas para frequentarem a programação científica da Academia. Cabe-nos, enfim, a divulgação das atividades da Academia e suas atribuições,estimulando mais médicos a participarem de suas atividades induzindo-os a um dia se candidatarem a membros, conforme as regras, o que será benéfico para nós, acadêmicos, e para aqueles que um dia venham a fazer parte do nosso grupo.

Sindicato Pejotização na Saúde agride a Lei Trabalhista Dr. Clóvis Abrahim Cavalcanti Presidente do Sindicato dos Médicos de Niterói, São Gonçalo e Região 20 ara fugir da Responsabilidade Fiscal e outras leis, foi criada no Brasil a "PEJOTIZAÇÃO", ou seja, contratar profissionais para rede pública, desde que sejam Pessoas Jurídicas P (PJ). Assim acontece na Saúde, com a terceirização (privatização) de hospitais públicos de norte a sul do país, onde médicos trabalham contratados por OSs, sem direito a férias, FGTS, décimo-terceiro salário, licença maternidade ou até mesmo uma rescisão trabalhista nos parâmetros da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). É bom lembrar que a legalidade para o serviço público é só mediante concurso. Por isso nos debatemos contra a forma que médicos estrangeiros são tratados no Brasil. No Programa Mais Médicos, do governo federal, foi criado um sistema de "Bolsa", mais um ardil para escapar do contrato e da Carteira de Trabalho assinada, aliás, lei recentemente, e com muita justiça, defendida pelos Três Poderes para empregadas domésticas. Porque esses Três Poderes não avaliam a terceirização da mão-de-obra no serviço público, que só quer PJ e RPA, rasgando a CLT na cara do povo? E aqui cabe uma pergunta: advogado sem aprovação da OAB e Engenheiro sem o CREA podem exercer suas profissões? Então como o governo federal, atropelando a legislação, importa médicos estrangeiros e os põem para trabalhar sem o REVALIDA e consequente obtenção do CRM? Assim, a saúde pública é entregue à iniciativa privada, sepultando, praticamente, o ingresso de profissionais de saúde através de concursos. Com a pejotização, estabelecese a insegurança trabalhista, fazendo vítimas médicos e pacientes. Com a segurança estatutária, o médico pode trabalhar em paz, desenvolver com amplitude sua função, legando ao doente um atendimento completo e digno. Sem isso, apenas governo e as empresas terceirizadas (privatizadoras) saem ganhando. Vale lembrar que a denominação pejotização tem sido utilizada pela jurisprudência para se referir à contratação de serviços pessoais, exercidos por pessoas físicas, de modo subordinado, não eventual e oneroso, realizada por meio de pessoa jurídica constituída especialmente para esse fim, na tentativa de disfarçar eventuais relações de emprego que evidentemente seriam existentes, fomentando a ilegalidade e burlando direitos trabalhistas. A pejotização no ambiente de trabalho surge como opção aos empregadores que buscam a diminuição dos custos e encargos trabalhistas. Assim, pretende aparentar contratações lícitas para prestação de serviços subordinados, o que fere cabalmente o princípio da primazia da realidade, prejudicando a aplicabilidade dos direitos sociais garantidos aos empregados constitucionalmente. Informações colhidas no meio jurídico revelam que, atualmente, a Justiça do Trabalho possui corriqueiramente pedidos de reconhecimentos de vínculo de emprego entre um dos sócios de uma pessoa jurídica e seu respectivo empregador (empresa contratante), pois tais contratações, que inicialmente mantinham a aparência de relação de prestação de serviços entre pessoas jurídicas, são na verdade, fraudulentas. Isto porque, os requisitos da relação de emprego foram devidamente preenchidos e por consequência a prestação de serviços pela