CAPÍTULO III MEIOS DE TRANSPORTE TRANSPORTE HIDROVIÁRIO



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Transcrição:

CAPÍTULO III MEIOS DE TRANSPORTE TRANSPORTE HIDROVIÁRIO O Transporte Hidroviário é o mais antigo do mundo. Subdivide-se em: - Transporte Marítimo: executado pelos mares, normalmente transportes internacionais realizados entre portos; - Transporte Fluvial: executado em rios, normalmente transportes entre cidades vizinhas ou em rios de granes dimensões, ajudando no escoamento de carga e principalmente no tráfego de passageiros; - Transporte Lacustre: executado em lagos e lagoas, próprios para pesca e transporte de passageiros. A seguir abordaremos todo o Transporte Hidroviário, porém teremos um capítulo exclusivo mais a frente sobre o Transporte Maritimo, já que é o mais relevante para o transporte de Petróleo e seus derivados. TRANSPORTE MARÍTIMO Esse tipo de transporte sofreu grande evolução ao longo do tempo. Das primitivas embarcações movidas a remo e a vela, evoluiu para embarcações movidas a carvão, a petróleo e já está entrando na fase da energia atômica. Quanto à capacidade de carga, a evolução foi também espetacular: de 1.000 toneladas no século XVIII, hoje já existem navios com capacidade de transporte de 500 mil toneladas. Apesar de ter sido suplantado pelo avião no transporte de passageiros, continua sendo o principal meio de transporte de mercadorias a longas distâncias. O transporte marítimo depende principalmente de fatores como disponibilidade, qualidade e das embarcações, bem como de instalações e eficiência portuárias. Poucos são os portos marítimos em condições de receber navios de 300 mil toneladas ou mais. No Brasil, um dos principais problemas que afetam o transporte marítimo é a ineficiência portuária, responsável pelos grandes congestionamentos e pela deterioração de muitos produtos, acarretando enormes prejuízos. Os navios permanecem cerca de 70% do tempo útil parados, problemas portuários, seja por reparos técnicos. O transporte marítimo divide-se em dois tipos: internacional ou de longo curso (de grandes distâncias) e navegação costeira ou de cabotagem (ao longo do litoral).

Utilização: Transporte de granéis líquidos, produtos químicos, areia, carvão, cereais e bens de alto valor (nos operadores internacionais) e em containers. Os tipos: Navios dedicados; navios containers e navios bidirecionais para veículos. Formas de navegação: Cabotagem é realizada entre portos ou pontos do território nacional (até 12 milhas da costa); Interior é realizada em hidrovias interiores em percurso nacional ou internacional; Longo Curso realizada entre porto brasileiros e estrangeiros. Dos custos:- Custo Fixo Médio - Navios e equipamentos; Custo Variável Baixo - Capacidade de transportar grande quantidade de tonelagem.

Este é o modal com o mais baixo custo. TRANSPORTE FLUVIAL E LACUSTRE É um dos mais antigos meios de transporte que se conhecem, tendo desempenhado importante papel na penetração, povoamento e ocupação do interior dos continentes. Nesses casos, os rios funcionaram como verdadeiros caminhos naturais. A navegação fluvial é praticada, com maior ou menor intensidade, em todo o mundo. Destaca-se, no entanto, na Europa, onde grandes e importantes obras (canais artificiais, instalações portuárias, barragens etc.) foram construídas para permitir melhor aproveitamento no transporte de mercadorias diversas. Os rios europeus navegáveis são muitos: Reno, Danúbio, Ródano, Sena, Volga, Don etc. Na América a navegação é praticada nos rios Amazonas, São Lourenço, Mississipi, Ohio, Tennessee, Orenoco, Madalena, São Francisco, Paraguai, entre outros. Na África, destaca-se a navegação nos rios Nilo, Níger, Zaire ou Congo, Zambeze etc. Na Ásia, destacam-se os rios Ganges, Indo, Mekong, Yang-tsé Kiang, Huango-ho etc. Dentre os diversos fatores que influenciam a navegação fluvial destacamos os seguintes: Relevo: Enquanto os rios de planície são ótimos para a navegação, os de planalto costumam apresentar cachoeiras. Entretanto, com a evolução da engenharia, esse entrave já é superável com a construção de comportas. Clima: Nas áreas muito frias, os rios são utilizados para navegação somente na primavera e no verão; no outono e inverno, devido ao congelamento, a navegação fica paralisada. Nas áreas com seca prolongada, a navegação também é prejudicada por causa da grande variação do nível das águas. Nesse caso, a solução para unia navegação permanente está na construção de represas ou barragens para regularizar o nível das águas. Eis algumas características e vantagens do transporte fluvial: seu custo operacional é muito baixo, pois depende basicamente das operações de carga e descarga; possui grande capacidade de carga; é muito económico para grandes distâncias; apresenta pequeno consumo de energia.

A seguir, os principais portos brasileiros: A seguir as principais hidrovias e suas rotas:

Características do subsetor portuário nacional 40 PORTOS PÚBLICOS 21 administrados pelas 7 Companhias Docas pertencentes à União: Codesp CDRJ Codesa Codeba Codern CDC CDP 18 administrados por Estados e Municípios 01 administrado pela iniciativa privada Processo de Transporte Possui sistema de controle de tráfego e navegação marítima; Os sistemas de tráfego geralmente são oferecidos pelo Governo de cada país; Atualmente alguns Portos são privatizados; Os terminais incluem todos os equipamentos para a carga e descarga dos produtos.

Vantagens Logísticas: Transporta grande quantidade de carga por viagem; Percorre longas distâncias; Flexível quanto às mercadorias; Transportam produtos perigosos, carga à granel, líquido, gasoso e veículos ou containers; Custos operacionais menores; Característica de produtos com menor valor agregado. Desvantagens Logísticas: Não serve para cargas pequenas ou emergenciais; Perda de tempo nas descargas e transferência de transporte; Altos níveis de danos sobre a mercadoria; Tempo de transito longo; Baixa Frequência / Periódica.