Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais



Documentos relacionados
Tendências Recentes da Consolidação Bancária no Mundo e no Brasil

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO FINANCEIRO DOS BANCOS COOPERATIVOS NO BRASIL

Desnacionalização: Reserva e Abertura do Mercado aos Bancos Estrangeiros

Perspectivas do Mercado de Crédito Marcus Manduca, sócio da PwC

Especial Lucro dos Bancos

Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005

Boletim Econômico Edição nº 89 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

O levantamento anual envolveu sete instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e Santander.

RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO. Junho de 2012

RELATÓRIO ANUAL DE TAXAS DE JUROS / 2012 EMPRÉSTIMO PESSOAL E CHEQUE ESPECIAL

RANKING NACIONAL DE CRÉDITO RURAL - MAIO/2009

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras

Impactos do Plano Verão para as instituições financeiras

Conclusão. Patrícia Olga Camargo

Instituto de Previdência dos Servidores Públicos Municipais de Pelotas - PREVPEL. Política de Investimentos Exercício de 2013

A TERCEIRIZAÇÃO NOS BANCOS 5

Tendências em Novas Tecnologias 17 de julho de Painel: Dimensões da difusão tecnológica no setor bancário

Especialista questiona "ascensão" de bancos brasileiros em ranking

Bancos brasileiros prontos para um cenário de crescimento sustentado e queda de juros

Índice. RS no Brasil Nossa Empresa Governança Corporativa Nossos Números Análise Comparativa Sustentabilidade Projeções e Estimativas

A melancolia das commodities: o investimento empresarial na América Latina Nicolás Magud

Eficiência no Setor Bancário Brasileiro: a experiência recente das fusões e aquisições

Fundos de Investimentos

Antídoto contra o spread bancário

Bancos Públicos e Desenvolvimento

Investimento em infraestrutura: efeitos multiplicadores sobre o crescimento do PIB

PROJETO DE LEI N.º, DE 2002

Análise de Custo do Crédito 09 de Janeiro de 2014

Maximizando a rentabilidade e a segurança dos investimentos de nossos clientes

A pergunta de um trilhão de dólares: Quem detém a dívida pública dos mercados emergentes

Análise de Custo do Crédito 02 de Abril de 2015

Fundos Garantidores de Risco de Crédito para Micro, Pequenas e Médias Empresas e em Operações de Crédito Educativo

Análise de Custo do Crédito 03 de Abril de 2014

Internacionalização das Economias 2014

O que é o conglomerado Caixa...

Análise de Custo do Crédito 30 de janeiro de 2014

INSTITUTO ASSAF: ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS BANCOS MÉDIOS E DOS BANCOS GRANDES

Análise de Custo do Crédito 12 de Novembro de 2015

FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO URBANO

SISTEMAS DE GESTÃO São Paulo, Janeiro de 2005

Análise de Custo do Crédito 29 de Janeiro de 2015

RELATÓRIO ANUAL DE TAXAS DE JUROS / 2011 EMPRÉSTIMO PESSOAL E CHEQUE ESPECIAL

Análise de Risco de Bancos. Palestra Ocepar

BALANÇO PATRIMONIAL Dezembro/2010 (em Reais ) ATIVO Bancos - Aplicações (Nota 1) ,66 TOTAL ATIVOS ,66 PASSIVO 2010

Títulos de Capitalização: Análise comercial indica mudanças estratégicas Francisco Galiza Mestre em Economia (FGV) Dezembro/2000

Parte V Financiamento do Desenvolvimento

Brasil: Perspectivas para o setor bancário e o mercado de crédito. Espírito Santo, 06/04/2015. Murilo Portugal Presidente

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O

Quero um empréstimo É uma ordem!

do estado do Rio Grande do Sul lidera o ranking estadual com 221%, seguido por Minas Gerais na vice-liderança, com 179%.

Os resultados do segundo trimestre e primeiro semestre de 2014 consolidam as Empresas BRF S.A.

Boletim Ativos do Café - Edição 15 / Dezembro 2013 Preços do café intensificam a descapitalização na cafeicultura brasileira em 2013

Projeções econômicas para o setor de seguros Ano 2000 (Trabalho concluído em 21/10/99)

Síntese de set/out/nov-2014

Nova Estrutura de Dados de Crédito

DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO-RS POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O BNP PARIBAS RF FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA

Leilão do IRB: Considerações Econômicas

Resultados das Seguradoras Brasileiras e Mercado Mundial Uma Análise Comparada

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS DA OABPREV-PR PARA O EXERCÍCIO DE 2007/2009

TRABALHO DE ECONOMIA:

Guia Técnica Análise Financeira

A seguir, é apresentado um panorama sintético dos resultados financeiros desses bancos.

ESCRITÓRIO TÉCNICO DE ESTUDOS ECONÔMICOS DO NORDESTE-ETENE INFORME MACROECONOMIA, INDÚSTRIA E SERVIÇOS

Os Princípios do Equador e a Sustentabilidade no Mercado Financeiro. IFC, BOVESPA & FGV Nov, 2006

A Crise Internacional e os Desafios para o Brasil

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O

Pesquisa FEBRABAN de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado

ESTUDO TÉCNICO SOBRE AS TAXAS DE JUROS VIGENTES NO BRASIL: Uma análise das hipóteses convencionais. 3ª. versão

2.7 Financiamento. Por que Financiamento? Comparação Internacional. Visão 2022

RESULTADOS 2T15 Teleconferência 10 de agosto de 2015

Boletim Econômico Edição nº 63 março de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O CLIC FUNDO DE INVEST. EM ACOES

Análise de Custo do Crédito 29 de Maio de 2014

Análise de Custo do Crédito 26 de Fevereiro de 2015

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Elaboração e Análise de Projetos

Parte III Política Cambial

XVII Fórum BNB de Desenvolvimento XVI Encontro Regional de Economia

INVESTIR NO CHILE, UMA OPORTUNIDADE.

1. Note que a Bolsa apresentou uma queda de 18% em O que faltou aos dirigentes do Fundo de aplicação? Um acompanhamento mais rente aos cenários

Earnings Release 1s14

REALINHAMENTO DE EMPRESAS

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O FIC FI CURTO PRAZO OVER / Informações referentes a Abril de 2013

Aula 06: Moedas e Bancos

Boletim Econômico Edição nº 77 julho de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

PATRIMÔNIO LÍQUIDO DAS SEGURADORAS BRASILEIRAS UMA EVOLUÇÃO MARCANTE. Em dezembro de 2006, através da Resolução CNSP 158, com vigência a partir de

GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA

Política Anual de Investimentos. Período : 01/2010 a 12/2010

O papel anticíclico do BNDES sobre o crédito


Renda Fixa: 88%[(78% [CDI+0,5%]+17% IMAB + 5%IMAB5)+12%(103%CDI)] Renda Variável Ativa = 100%(IBrx+6%) Inv. estruturados = IFM Inv. no exterior = BDRX

Objetivos 29/09/2010 BIBLIOGRAFIA. Administração Financeira I UFRN Prof. Gabriel Martins de Araújo Filho. Tópicos BALANÇO DE TAMANHO COMUM

Observatório de micro e pequenos empreendimentos no Rio de Janeiro IETS

9) Política de Investimentos

Ementário do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Comercial

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

Transcrição:

Efeitos da Entrada de Bancos Estrangeiros no Setor Bancário Brasileiro: Evolução do Crédito e dos Indicadores Operacionais Marcos Roberto Vasconcelos Departamento de Economia Universidade Estadual de Maringá Economista-Chefe da Caixa Econômica Federal e-mail: mrvasconcelos@uem.br José Ricardo Fucidji Departamento de Economia, Universidade Estadual de Maringá e-mail: jrfucidji@uem.br Setembro de 2003

Literatura sobre Efeitos de Eficiência gerados por Bancos Estrangeiros: Pressões Competitivas Sofisticação de Arranjos Organizacionais Modernização das Práticas Gerenciais Emuladores para os Agentes Domésticos Promoção da Estabilidade Macroeconômica

Visão Alternativa: As condições do setor, anteriores à liberalização, também importam. Os impactos da reestruturação são específicos ao segmento do mercado e do tipo de liberalização implementado. Em vários estudos de caso, os efeitos de eficiência também se mostram específicos em termos locacionais.

Objetivo: O texto discute a supostamente melhor performance operacional dos bancos estrangeiros, quando comparado aos domésticos, a partir da liberalização do acesso ao mercado. Para cumprir este objetivo, são apresentadas duas trajetórias: a do crédito bancário (como proxy para a eficiência macroeconômica) e alguns indicadores operacionais (como proxies para a eficiência microeconômica), para os 19 maiores bancos (privados nacionais, privados estrangeiros e públicos).

Fontes de Dados: Base de dados do Banco Central do Brasil (Sisbacen) Jornais e publicações especializadas Informações sobre as 19 instituições Os dados são semestrais, de dez/1994 a jun/2001 Os dados de bancos individuais contam para o grupo, em caso de aquisição ou fusão no periodo

Operações de Crédito É frequentemente suposto na literatua - e por alguns gestores públicos - que a entrada de bancos estrangeiros promova um aumento da eficiência micro e macroeconômica, particularmente do crédito. A despeito do aumento da participação estrangeira no setor, o crédito agregado não se elevou.

Gráfico 1 Evolução do Crédito Bancário (em bilhões de reais constantes de 1994) 225 205 185 165 145 12-94 06-95 12-95 06-96 12-96 06-97 12-97 06-98 12-98 06-99 12-99 06-00 12-00 06-01

Gráfico 2 Distribuição do Mercado de Crédito (por tipo de instituição) 40 37 35 32 30 28 28 29 25 20 20 1994 2000 15 10 8 8 7 5 3 0 Bancos Publicos Federais Bancos Públicos Estaduais Bancos Privados Nacionais Bancos com Participação Estrangeira Bancos com Controle Estrangeiro

Gráfico 3 Razão Crédito/PIB (em %) 34,00 33,00 32,80 32,00 32,00 31,78 31,00 30,00 29,00 29,23 30,43 30,15 29,00 29,66 28,00 27,62 27,82 27,00 26,00 25,00 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Estes resultados mostram que todos os bancos, qualquer que seja sua origem de capital, adotaram uma postura mais cautelosa, modificando as posições de suas carteiras, com mais títulos públicos (de rentabilidade maior e risco menor que as operações de crédito ao setor privado). Os níveis de crédito agregado são baixos mesmo em comparação com outros países da América Latina. Os bancos estrangeiros seguem o mesmo padrão de comportamento dos privados nacionais (os concorrentes estabelecidos).

Existem duas explicações para esse comportamento: Por um lado, afirma-se que a instabilidade macroeconômica e as crises na Ásia, na Rússia e no Brasil tornaram os agentes mais avessos ao risco. Alguns estudos afirmam, por outro lado, que mudanças institucionais, como as Resoluções 2099 e 2784 empurraram os bancos para o mercado de títulos públicos. Bancos estrangeiros têm relutado em adotar uma política agressiva de concessão de crédito. Mesmo os bancos públicos têm ampliado a proporção de títulos públicos em suas carteiras.

Gráfico 4 Proporção de Títulos no Ativo Operacional (por tipo de instituição) 45,00 40,00 35,00 30,00 25,00 % 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00 Instituições públicas Instituições privadas nacionais Instituições privadas estrangeiras

Gráfico 5 Proporção de Empréstimos no Ativo Operacional 60,00 50,00 40,00 % 30,00 20,00 10,00 0,00 Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00 Instituições públicas Instituições privadas estrangeiras Instituições privadas nacionais

Outro aspecto é a existência do fenômeno cereja do bolo (cherry picking) i.e., se as instituições estrangeiras estão relegando as piores faixas do mercado (operações de maior risco ou para menores clientes) aos agentes domésticos. A este respeito, contudo, os dados não parecem mostrar diferença entre os bancos privados nacionais e os estrangeiros. Os bancos públicos ainda detêm as carteiras de maior risco.

Tabela 1 Classificação do Risco das Carteiras de Crédito dos 19 Maiores Grupos Bancário Atuantes no Brasil Jun/01 Jun/00 1) VOTORANTIM** 8,47 8,74 (2) 2) SAFRA** 8,43 8,42 (5) 3) HSBC*** 8,37 8,52 (4) 4) MERCANTIL** 8,16 8,65 (3) 5) BILBAO VIZCAYA*** 8,05 7,47 (10) 6) BBA-CREDITANSTALT** 8,00 8,06 (6) 7) CITIBANK*** 7,96 7,82 (7) 8) BANKBOSTON*** 7,92 8,82 (1) 9) UNIBANCO** 7,65 7,73 (8) 10) BANCO DO BRASIL* 7,56 6,16 (17) 11) ABN AMRO*** 7,50 7,60 (9) 12) BRADESCO** 7,37 7,26 (12) 13) LLOYDS*** 7,37 7,15 (13) 14) ITAÚ** 7,35 7,34 (11) 15) SANTANDER BR*** 7,15 7,10 (14) 16) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL* 6,96 6,77 (15) 17) BNB* 6,76 6,67 (16) 18) NOSSA CAIXA* 6,29 5,90 (19) 19) BANRISUL* 6,01 6,16 (18) Fonte: Elaboração dos autores, a partir de dados dos balanços. 1 Esta classificação foi obtida fazendo uma média ponderada dos percentuais aplicados nas modalidades AA, A, B, C, D, E, F, G e H; considerando, respectivamente, os pesos 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2 e1. 2 Os valores entre parênteses indicam a classificação da instituição em junho de 2000. * indica instituição pública ** indica instituição privada nacional *** indica instituição privada estrangeira

Indicadores operacionais: Grau de Alavancagem Esta variável é ambígua como um indicador de eficiência. Os três tipos de instituições ampliaram seus graus de alavancagem entre 1994 e 1998, reduzindo-o daí em diante. Contudo, os bancos privados nacionais ampliaram seu grau para o período como um todo, apontando dessa forma seu controle sobre o mercado.

Gráfico 6 Evolução dos Graus de Alavancagem 25,00 20,00 15,00 % 10,00 5,00 0,00 Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00 Instituições públicas Instituições privadas nacionais Instituições privadas estrangeiras

GRAU DE ALAVANCAGEM Dec-94 Dec-95 Dec-96 Dec-97 Dec-98 Dec-99 Dec-00 Jun-01 INTITUIÇÕES PÚBLICAS BANRISUL 10,58 25,70 19,96 29,65 30,71 9,85 11,85 13,57 BB 10,62 14,14 13,43 16,73 18,50 15,84 16,30 16,38 CEF 32,89 21,19 21,94 22,00 31,36 30,86 42,87 9,67 BNB 9,65 13,92 8,02 5,47 6,15 6,38 7,01 6,53 NOSSA CAIXA 9,00 10,17 11,67 13,77 12,65 13,40 16,05 15,91 MÉDIA 14,46 16,80 16,43 18,27 21,33 18,97 21,17 12,76 INTITUIÇÕES PRIVADAS NACIONAIS GRUPO BRADESCO 2,99 4,13 4,59 5,55 7,81 8,39 8,65 8,88 GRUPO ITAÚ 3,46 4,64 6,13 8,17 7,69 5,45 7,30 7,53 GRUPO UNIBANCO 9,46 9,59 9,78 8,20 8,11 6,47 6,98 7,34 SAFRA 14,49 11,89 15,58 16,51 16,15 15,44 16,11 14,11 BBA-CREDITANSTALT 10,60 17,59 11,39 12,89 12,09 12,07 13,16 12,47 VOTORANTIN 9,58 14,18 12,53 10,29 14,76 13,81 11,51 14,43 MÉDIA 4,85 6,02 6,80 7,78 8,59 7,67 8,55 8,78 INSTITUIÇÕES PRIVADAS ESTRANGEIRAS GRUPO SANTANDER BR 7,03 5,31 6,20 4,44 7,95 9,45 10,37 3,98 GRUPO ABN AMRO 6,98 6,24 8,58 8,97 12,77 3,87 4,19 4,24 GRUPO BANKBOSTON 8,14 10,88 16,62 14,30 11,59 17,89 17,43 21,79 GRUPO HSBC 6,32 27,20 26,55 10,67 12,26 12,28 11,66 15,84 GRUPO CITIBANK 3,80 5,77 8,21 8,71 5,72 6,41 6,95 9,31 GRUPO BIL BAO VYSCAYA 8,79 5,57 6,46 17,76 12,92 12,00 12,30 13,34 GRUPO LLOYDS 12,17 10,82 8,78 18,34 12,54 10,84 9,71 14,53 MÉDIA 7,12 8,28 10,14 10,87 10,31 7,76 8,40 6,84 Fonte: Cálculos dos autores, a partir de dados do Sisbacen.

Rentabilidade Patrimonial Os bancos privados nacionais apresentam a mais alta rentabilidade patrimonial desde 1995; em junho de 2001 apresentavam uma rentabilidade mais elevada que a registrada em dezembro de 1994. Os bancos estrangeiros apresentaram declínio de rentabilidade até 1997, ocorrendo o oposto daí até dezembro de 2000. Ocorreu uma melhora na rentabilidade da média do grupo bancos públicos.

Gráfico 7 Evolução da Rentabilidade Patrimonial 20,00 15,00 10,00 5,00 % 0,00 Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00-5,00-10,00-15,00-20,00-25,00-30,00 Instituições públicas Instituições privadas nacionais Instituições privadas estrangeiras

RENTABILIDADE PATRIMONIAL Dez-94 Dez-95 Dez-96 Dez-97 Dez-98 Dez-99 Dez-00 Jun-01 INTITUIÇÕES PÚBLICAS BANRISUL 9,32 4,90-6,72-2,44 5,41-2,68-1,36 7,71 BB -6,57-41,45 4,78 4,93 5,20 2,74 7,76 3,82 CEF -28,64 7,00 6,22 2,10 5,97 7,56 9,50-51,19 BNB 8,71 24,84 5,82 5,76 5,31 5,11 3,08 0,85 NOSSA CAIXA -7,77-5,68 0,12 5,61 5,02 1,07 11,56 6,92 MÉDIA -9,41-17,80 4,54 3,74 5,42 3,91 7,69-20,58 INTITUIÇÕES PRIVADAS NACIONAIS GRUPO BRADESCO 6,14 5,23 7,69-0,45 3,31-0,10 3,64 7,83 GRUPO ITAÚ 3,47 2,10 8,83 2,88 14,82 7,50 11,44 14,10 GRUPO UNIBANCO -0,43-0,40 7,72 10,31 4,03 4,09 7,41 7,82 SAFRA 11,97 28,78 20,70 3,76 6,81-2,27 6,07 6,48 BBA-CREDITANSTALT 61,54 27,07 22,50 11,55 12,25 7,16 13,75 8,79 VOTORANTIN 14,52 19,88 3,52 1,45 1,18-4,54 1,95 14,90 MÉDIA 6,48 5,02 9,10 3,13 7,40 3,38 7,38 9,82 INSTITUIÇÕES PRIVADAS ESTRANGEIRAS GRUPO SANTANDER BR 15,84 6,75-4,04-20,66 0,30 0,97 5,26-60,22 GRUPO ABN AMRO 4,39 1,62 6,50 5,44 3,55 0,47 2,39 4,70 GRUPO BANKBOSTON 52,08 7,67 4,47 6,69 5,06 7,03 10,65 35,14 GRUPO HSBC 29,04 5,31 7,41 1,48 0,44 0,53 1,36 7,67 GRUPO CITIBANK 17,63 10,17-9,37-3,08 1,57 9,73 6,07 19,41 GRUPO BILBAO VYSCAYA 21,49 25,60 5,62-21,72-27,88 4,84 2,35 1,81 GRUPO LLOYDS 19,12 3,03-2,66 2,86 13,94 7,72 10,25 10,16 MÉDIA 16,76 5,86 2,46-1,57 0,39 3,18 4,33-25,74 Fonte: Cálculos dos autores, a partir de dados do Sisbacen.

Margem Líquida Os indicadores de margem líquida e rentabilidade patrimonial têm um desempenho similar. Este indicador também dá ao grupo bancos privados nacionais o melhor resultado. Deve-se notar também a melhora da margem líquida da média do grupo bancos públicos e uma piora desse indicador para a média do grupo bancos estrangeiros em todo o período. Pode-se perceber um contágio dos resultados da Caixa Econômica Federal e do Santander para seus respectivos grupos de instituições.

10,00 Gráfico 8 Evolução da Margem Líquida 8,00 6,00 4,00 2,00 % 0,00 Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00-2,00-4,00-6,00-8,00-10,00-12,00 Instituições públicas Instituições privadas nacionais Instituições privadas estrangeiras

MARGEM LÍQUIDA Dez-94 Dez-95 Dez-96 Dez-97 Dez-98 Dez-99 Dez-00 Jun-01 INTITUIÇÕES PÚBLICAS BANRISUL 3,44 1,34-1,82-0,57 1,87-1,45-0,78 4,18 BB -2,00-13,11 2,39 1,43 1,62 0,95 3,22 1,73 CEF -3,88 1,96 2,10 0,77 1,63 2,38 2,48-28,96 BNB 4,59 12,89 3,31 5,04 4,22 3,06 2,64 0,75 NOSSA CAIXA -2,59-2,24 0,05 2,23 2,05 0,43 6,62 3,57 MÉDIA -2,40-5,50 1,87 1,24 1,73 1,40 3,02-10,67 INTITUIÇÕES PRIVADAS NACIONAIS GRUPO BRADESCO 5,25 4,42 9,01-0,47 2,61-0,07 2,28 3,79 GRUPO ITAÚ 2,06 1,65 7,49 2,22 9,88 6,03 9,13 8,69 GRUPO UNIBANCO -0,05-0,20 3,95 4,77 2,11 1,80 5,04 4,02 SAFRA 2,22 9,20 10,89 1,44 2,88-1,01 2,77 2,59 BBA-CREDITANSTALT 14,41 10,86 13,47 4,08 5,06 3,41 6,05 3,28 VOTORANTIN 2,72 7,05 1,62 0,86 0,34-1,18 0,90 3,52 MÉDIA 2,58 3,38 7,38 2,17 4,61 2,00 4,79 4,86 INSTITUIÇÕES PRIVADAS ESTRANGEIRAS GRUPO SANTANDER BR 6,03 3,15-2,96-13,26 0,13 0,38 1,19-36,79 GRUPO ABN AMRO 2,01 0,90 5,62 4,00 2,01 0,46 1,56 2,30 GRUPO BANKBOSTON 8,43 3,42 2,03 2,21 1,71 1,42 3,44 5,20 GRUPO HSBC 5,63 1,54 2,26 0,85 0,15 0,18 0,40 1,46 GRUPO CITIBANK 3,46 4,14-6,45-1,61 1,01 5,24 3,78 5,86 GRUPO BILBAO VYSCAYA 6,71 11,81 4,38-9,97-11,34 2,48 1,38 0,83 GRUPO LLOYDS 4,82 0,89-1,40 0,57 3,34 2,20 4,82 3,07 MÉDIA 4,64 2,60 1,61-0,80 0,17 1,57 1,79-10,53 Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados do Sisbacen.

Receita de Ativos Operacionais Este indicador exibe uma tendência decrescente entre 1994 e 1997, e ascendente daí em diante. Isto parece se dever a um uso mais eficiente e lucrativo dos fundos (por exempo em aplicações de tesouraria). Os bancos estrangeiros apresentam o melhor desempenho neste indicador e os bancos públicos, o pior.

60,00 Gráfico 9 Evolução da Geração de Receitas de Ativos Operacionais 50,00 40,00 % 30,00 20,00 10,00 0,00 Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00 Instituições públicas Instituições privadas nacionais Instituições privadas estrangeiras

GERAÇÃO DE RECEITAS DE ATIVOS OPERACIONAIS Dez-94 Dez-95 Dez-96 Dez-97 Dez-98 Dez-99 Dez-00 Jun-01 INTITUIÇÕES PÚBLICAS BANRISUL 23,67 9,86 17,87 14,24 9,24 17,28 13,49 12,81 BB 26,23 22,12 13,31 19,90 15,75 17,28 14,09 13,05 CEF 25,75 17,91 14,75 13,78 12,92 12,24 12,05 25,31 BNB 17,71 12,69 18,69 16,73 16,23 20,66 13,30 13,76 NOSSA CAIXA 32,32 24,31 20,61 19,62 20,03 17,85 10,48 11,93 MÉDIA 26,00 19,04 14,64 16,96 14,52 15,40 13,08 16,18 INTITUIÇÕES PRIVADAS NACIONAIS GRUPO BRADESCO 37,46 22,31 12,91 14,77 15,32 18,17 17,33 22,87 GRUPO ITAÚ 46,60 24,64 16,05 14,18 18,73 19,35 15,12 21,09 GRUPO UNIBANCO 84,29 19,04 17,81 21,88 20,55 28,41 16,96 22,64 SAFRA 36,12 24,01 8,77 13,09 11,36 12,69 11,71 16,16 BBA-CREDITANSTALT 35,19 11,79 13,81 19,70 18,03 16,37 15,97 18,72 VOTORANTIN 50,02 13,00 10,12 12,37 21,16 26,56 16,29 26,17 MÉDIA 49,90 21,10 14,20 15,92 16,99 19,90 15,91 21,53 INSTITUIÇÕES PRIVADAS ESTRANGEIRAS GRUPO SANTANDER BR 34,46 34,21 18,49 27,60 25,69 26,67 36,64 32,11 GRUPO ABN AMRO 30,66 27,48 10,26 12,23 11,09 22,95 29,48 40,12 GRUPO BANKBOSTON 67,63 16,54 9,31 18,26 20,11 23,48 15,26 25,80 GRUPO HSBC 60,56 8,58 7,98 14,21 23,69 22,73 24,91 31,53 GRUPO CITIBANK 101,43 34,82 15,55 20,60 23,41 23,12 18,14 32,28 GRUPO BILBAO VYSCAYA 32,19 33,54 16,30 7,97 17,26 14,62 11,88 14,33 GRUPO LLOYDS 24,87 25,72 16,90 19,42 28,59 25,20 16,64 17,72 MÉDIA 44,49 22,47 11,30 14,33 19,37 22,89 23,99 30,01 Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados do Sisbacen,

Razão Custo-Receitas Os bancos públicos apresentam mais uma vez o pior desempenho, e os grupos privado nacional e estrangeiro apresentam desempenhos muito similares. Neste indicador, os bancos privados nacionais apresentam eficiência mais elevada que os bancos estrangeiros. Note-se que desde 2000 os bancos públicos têm passado por processos de reestruturação.

90,00 Gráfico 10 Evolução da Razão Custo-Receitas 80,00 70,00 60,00 50,00 % 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Dez/94 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00 Instituições públicas Instituições privadas estrangeiras Instituições privadas nacionais

RAZÃO CUSTO-RECEITAS Dez-94 Dez-95 Dez-96 Dez-97 Dez-98 Dez-99 Dez-00 Jun-01 INTITUIÇÕES PÚBLICAS BANRISUL 60,53 58,84 60,69 58,90 52,50 52,57 53,15 46,68 BB 61,19 73,40 72,46 85,43 74,63 75,79 66,87 65,15 CEF 67,46 69,69 80,74 66,86 67,68 68,36 62,33 124,22 BNB 76,35 76,87 93,86 82,07 90,92 95,56 51,95 47,47 NOSSA CAIXA 73,65 69,08 88,43 75,31 77,70 101,97 62,27 68,83 MÉDIA 63,93 71,02 76,28 76,15 71,61 74,31 63,95 82,45 INTITUIÇÕES PRIVADAS NACIONAIS GRUPO BRADESCO 68,36 68,89 72,52 75,10 68,41 67,66 59,41 54,94 GRUPO ITAÚ 60,83 67,36 67,11 73,58 69,56 68,87 70,22 60,82 GRUPO UNIBANCO 53,72 65,43 68,20 63,37 63,07 57,39 56,64 54,72 AFRA 61,56 57,64 60,10 58,25 56,09 58,25 52,72 51,97 BBA-CREDITANSTALT 64,50 50,99 54,09 59,55 54,41 51,85 51,30 51,91 VOTORANTIN 63,00 49,61 53,91 54,23 52,93 52,27 52,62 49,49 MÉDIA 59,45 65,15 67,35 67,75 64,66 62,42 59,61 55,31 INSTITUIÇÕES PRIVADAS ESTRANGEIRAS GRUPO SANTANDER BR 59,20 67,06 69,86 79,90 59,64 59,99 68,58 81,82 GRUPO ABN AMRO 62,68 67,17 64,33 67,53 67,47 67,13 62,40 57,35 GRUPO BANKBOSTON 128,43 57,21 61,09 60,77 57,49 58,68 57,19 51,92 GRUPO HSBC 64,35 57,28 52,99 74,78 64,46 67,24 57,97 54,54 GRUPO CITIBANK 60,23 57,81 76,05 60,16 57,96 53,91 52,79 48,98 GRUPO BILBAO VYSCAYA 61,39 56,10 67,39 71,48 86,57 62,82 59,30 59,52 GRUPO LLOYDS 65,18 52,68 55,42 59,32 57,01 56,74 55,01 52,47 MÉDIA 69,40 53,78 63,30 66,47 62,73 60,99 61,08 63,09 onte: Elaboração dos autores a partir dos dados do Sisbacen.